CAPÍTULO 05

LARRY DAVIES

Percebi existir algo estranho com o tal do Phill e resolvi me aproximar dele nessas últimas semanas. E justo quando pensei que o idiota estava disposto a falar, o reitor fez sua aparição. Estava ciente das consequências que teria que enfrentar caso fôssemos pegos. Mas eu estava no caminho certo. Para chegar onde eu queria, sabia que o tal Phill era o caminho.

O idiota se confiava que o seu pai era o dono do maior escritório de advocacia da região. No entanto, quando tudo fosse concluído, isso não importaria muito. Ele cairia do mesmo jeito pelo que estivesse fazendo errado e, se meu extinto estivesse certo, não era por pouca coisa. Se eu descobrisse que o escritório do pai dele estava envolvido, aquela operação teria uma visibilidade ainda melhor.

Quando o assunto do mercado clandestino de bolsas de sangue, assim como os sumiços de certos lobos e os entorpecentes utilizando acônito, chegou até nossa unidade, meu superior, que também era um lobo, conversou comigo perguntando se eu queria assumir o caso. A planta encontrada nesse novo entorpecente poderia nos causar danos irreparáveis.

O alfa de minha alcateia foi informado que eu ficaria sem retornar para ela por um período. E ao ficar sabendo do que se tratava, Alfa Randle se mostrou interessado no assunto. Fiquei sem entender por qual motivo ele estava interessado, já que muito pouco ele se preocupava com qualquer coisa além dele mesmo, mas quanto mais olhos tivéssemos, melhor seria.

Nossa alcateia ficava na região ao lado de onde atualmente, segundo a informação que recebemos, o pessoal envolvido estava atuando. No início de nossa própria investigação, percebemos que essa rede era ainda maior do que imaginávamos. Ela se estendia por várias outras cidades.

Quando buscamos informações, descobrimos que a alcateia Wolfengard passou por algumas invasões e que seu alfa havia apreendeu vários produtos e materiais ligados àquele bando. Inclusive matando um dos indivíduos que estávamos caçando. Queria ter estado lá antes que eles tivessem se livrado do corpo. Nunca estive na presença de nenhum indivíduo dessa raça. Precisávamos descobrir onde eles estavam instalados. 

Quando nos aprofundamos ainda mais, descobrimos o envolvimento de alguns professores pertencentes à universidade que pertencia àquela alcateia. Tudo se encaixa muito bem para aquela engrenagem. Um local fácil para vender os entorpecentes aos jovens, além de haver lobos naquela região que poderiam manter seu negócio clandestino funcionando.

Eles só precisavam ser espertos o suficiente para não despertar a curiosidade das autoridades. Essa foi a parte do plano que não deu certo. Criamos a operação “Caça Lobo”, com o intuito de descobrir, apreender e dar um fim na produção daquela droga e na comercialização das bolsas de sangue.

O fato de saber que outros de minha raça estavam envolvidos era o que mais me incomodava. Quem de nossa raça nunca ouviu falar da guerra entre lobos e vampiros que quase nos extinguiu também? Tivemos uma vantagem sobre eles devido ao poder curativo existente em nosso sangue. Dessa forma, imaginávamos que eles estivessem extintos.

Desde criança, sempre ouvi falar sobre isso. Os mais velhos tinham orgulho de nos contar como passaram por essa fase tão sangrenta de nossa história. No entanto, descobrimos atualmente que essa raça estava de volta. Isso significava dizer que nem todos os vampiros foram executados naquela época.

Ainda não conseguimos apreender nenhum, e segundo informações eles possuíam uma velocidade maior que a nossa e uma força surpreende. Precisávamos ficar atentos para não sermos pegos distraídos. Sabíamos que a forma mais “fácil” de chegar até eles era rastreando suas drogas.

Quando o reitor interrompeu nosso grupo, minha vontade era rosnar para ele, mas sabia que aquilo teria consequências e Mila, minha loba, não estava muito de acordo com isso. Não poderia tomar qualquer atitude que fizesse aquele grupo ou qualquer outra pessoa desconfiar que eu não era uma simples estudante, caso contrário, precisaria deixar aquela operação.

Essa operação foi a oportunidade perfeita para que eu pudesse me destacar em minha área de atuação. Eu e Mila éramos muito rebeldes para ficarmos restritas a uma alcateia, sendo humilhadas constantemente por sermos ômegas, a cadeia mais fraca de nossa pirâmide. 

Minha loba gostava da liberdade tanto quanto eu, então meu superior nos deu uma chance como agente policial, e eu amava o que fazia. Adorava trabalhar em campo, correr risco e no final mostrar meu valor. Ainda não havia encontrado nada que me fizesse desistir disso, e essa operação era essencial para me manter afastada de Silver Storm.

O cultivo de Monkshood, ou o chamado acônito, estava crescendo consideravelmente. Não sabíamos quem estava conseguindo esse feito, se eram lobos e vampiros, mas precisávamos colocar um fim nisso antes que fosse tarde demais.

Observei que, enquanto estávamos na reitoria esperando que os documentos fossem impressos, Owen me olhava. Mila parecia ronronar sempre que percebia que ele nos encarava, mas eu não estava tão feliz quanto ela naquele momento. Não disse uma única palavra para não demonstrar o quanto estava insatisfeita.

Precisava agir como uma aluna normal, que foi pega burlando normas, e imaginei que meus superiores não ficariam nada felizes com aquilo. No entanto, aconteceu exatamente o contrário. Eles elogiaram meu desempenho, dizendo que minha atuação estava tão boa que nem mesmo o reitor havia desconfiado. 

Escondi de todos que sofri imprinting com o reitor, que ele era o companheiro enviado pela deusa da lua para mim, por medo de que eles me retirassem da operação. Eu precisava me conformar com minha advertência e fingir que nada acontecera. Na manhã seguinte, como não poderia voltar para a faculdade por conta da minha suspensão, decidi sair para correr. Mila estava muito impaciente, mas precisei alertá-la de que não poderíamos ir muito longe.

Não tínhamos nos apresentado àquela matilha, então invadir o território de outros lobos seria colocar nossa vida em risco. Somos muito territorialistas e, com toda invasão que eles estavam sofrendo, seria perigo ser pega naquela região sem eles saberem quem eu era. Poderia ser facilmente confundida como uma invasora.

Quando retornei, ao chegar na recepção do hotel onde estava hospedada, senti o cheiro característico de nosso companheiro. Mila entrou em alerta. Observamos ao redor para verificar se ele estava ali, mas não conseguimos localizá-lo em canto algum. Um lobo não esquece cheiros, eles são parte do lobo e uma forma de reconhecer e identificar o mundo ao nosso redor.

— Por gentileza, alguém esteve procurando por Larissa Davies? — Perguntei à recepcionista.

— Sim, senhorita. Mas, como é uma norma do hotel, não repassamos informações sobre os hóspedes sem a devida autorização. Não confirmei e nem neguei que a senhorita está hospedada aqui. — Ela explicou.

— Obrigada! — Disse, e Mila pareceu radiante.

“Ele nos procurou. Nosso companheiro”. — Ela disse animada.

“O que me preocupa é saber por qual motivo”. — Argumentei.

“Isso é irrelevante. O importante é que ele veio até nós”.

“Acredito que não concordaremos quanto a isso”.

Fui para meu quarto e, após um banho, deitei-me na cama e pensei nele. Aquele homem, de fato, era bonito. Seus cabelos escuros, lisos e levemente bagunçados, seu rosto com traços firmes que lhe davam um ar um pouco mais velho, seus olhos escuros feitos à noite. Comecei a sentir uma grande atração por ele, mas precisava controlar isso.

Levei minha mão ao meio de minhas pernas, imaginando que ele me tocava. Enquanto isso, minha outra mão explorava suavemente meus seios, e uma sensação quente percorria todo o meu corpo.  Se houvesse uma conexão mais profunda entre nós, ele perceberia minha necessidade e não demoraria em me procurar.

Meus dedos exploravam delicadamente aquele ponto sensível, entre minhas pernas, desejando que fosse ele a acariciá-lo com a língua. Os meus suspiros tornavam-se mais audíveis, e o aroma da minha excitação intensificava-se.

Passei a imaginar como ele expressaria seu desejo possessivo por mim, com seu rosnado arrepiando totalmente meu corpo, e tive um orgasmo avassalador. Porra! Se apenas meus pensamentos eram capazes disso, imaginei o dia em que suas mãos tocariam meu corpo de verdade.

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