RomanAs coisas que fiz para poder chamá-la de minha, são crimes dos quais não posso pedir perdão, o mundo parando em meio ao caos fazendo nossos mundos se colidirem em uma explosão cósmica resultando nos pedaços que agora estão espalhados pelo ar. Cada pedaço destoante reclamando para encontrar sua dona novamente atravessando a minha pele como uma navalha, o resultado exposto contra as nossas faces, noticiados pelos corredores do hospital. Perdido, buscando reencontrar-me ao ter os olhos vazios de sentimentos perfurando a minha carne com tamanha fúria. Ainda estou estático, olhando para essa mulher que desconheço, suas curvas, seu rosto se assemelham tanto a minha pequena enquanto as palavras cínicas e venenosas se infiltram na minha mente. Não consigo encontrar nenhum resquício dela, o olhar morto é como uma dura realidade das minhas atitudes repercutindo de volta.Suspiro vencido, dolorido, magoado. Gostaria de imaginar as coisas de uma forma diferente, o problema é que em dias
RomanNem ao menos sei se sou capaz de lidar com o pequeno furacão que se formou nas últimas horas e atende pelo nome Luna, a única coisa envolvendo a porra do meu coração é o ódio latente, as lembranças dos olhos verdes todas corrompidas, os beijos apaixonados causando asco. Talvez, Eva tenha imaginado que sofri com a sua perda naquela sua mente egocêntrica, deve imaginar que tudo o que fiz após a sua morte foi pela dor.Contudo, ela deveria observar com maior clareza da mesma forma como a luz agora ilumina cada uma das minhas lembranças, pois, essa doença chamada amor e compartilhada com a brasileira é como ondas de larva destruindo rochas, queimando árvores, destruindo casas, matando pessoas e incendiando cidades. Nada, ninguém e nem mesmo a porra do meu egocentrismo é maior do que a necessidade em suprir os desejos dela. E se ela quiser o coração da minha ex mulher, lhe darei em uma bandeja de prata. Tenho os pensamentos conturbados atrapalhados por uma respiração ofegante, viro
LunaFecho a porta apoiando o corpo contra a madeira sentindo outra vez o desespero arruinando as forças que usei para conseguir erguer o corpo,dolorido pelos sentimentos contidos .Só de imaginar que aquela vadia planejou tudo, ela estava ao nosso lado e ainda agiu como uma boa pessoa indicando roupas mais coisas para um enxoval que não irá mais ter um dono, o seu olhar venenoso continua se misturando com a dor estampada nos olhos de Kalifa em meio ao último suspiro. Minha perna direita treme sem conseguir manter por completo o peso apoiado o tremor que corre por todo corpo causa uma impressão claustrofóbica, as paredes do quarto parecem diminuir se fechando ao redor da minha mente causando uma sensação de aperto, roubando o ar dos meus pulmões usando as poucas forças que ainda tenho abro a porta agradecendo o corredor vazio. Apoio o peso sobre a perna direita guardando o gemido de dor dentro do peito e usando a mão como apoio contra a parede puxando o lado esquerdo. Esse esforço fa
Roman Caminho pelo espaço aberto do estacionamento escuro devido a noite que chega com poucas estrelas iluminando o céu, as luzes fracas de iluminação entrando dentro do automóvel, não questiono o fato de Kyro não estar no volante. Apenas puxo o ar de maneira profunda tentando colocar em ordem esses pensamentos, enquanto o carro se coloca em movimento. A preocupação com Luna está se misturando aos problemas da Bratva. — O que o almofadinha queria? — Ibra sentado no volante não desvia os olhos da rua quando pergunta. Bufo, revirando os olhos são muitas coisas acontecendo ultimamente, os últimos meses foram um tormento em meio a uma faxina geral na organização, mas não é como se estivéssemos dentro de um bar bebendo e trocando figurinhas. Os últimos acontecimentos provocados por Eva ferraram com a minha garota e não posso simplesmente ignorar o fato da existência de tantos ratos dentro da organização embaixo dos meus olhos, durante todo esse tempo do qual estive cego pela dor da per
Roman..........— Estou lembrando das bonecas russas que comi, queria ser o próximo a provar a boceta da brasileira. Dessa vez perco a compostura, caminho até seu corpo preso, rodeando como uma presa e vou para trás do homem encostando a boca próximo ao ouvido dele, seus braços erguidos por sobre a cabeça preso as correntes fixas no teto, seu corpo despido de qualquer roupa deixando a bunda peluda exposta. — É uma pena atrapalhar os seus planos, mas não se preocupe vou deixar que tenha uma última foda antes de morrer. — Abro um sorriso doentio, seu olhar se vira por sobre o ombro com alguma dificuldade tentando exibir um sorrisinho vitorioso. — Porque vou foder a sua vida até que morra sangrando pela bunda. Seus olhos se arregalaram com a ameaça, mal sabe ele que gosto de cumprir com esses desejos crueis, enquanto os homens abrem uma gargalhada. — Gostei dessa ideia. — A voz de Kyro interrompe os risos. Saio de trás do homem indo em direção ao canto da cela puxando um banco de m
LunaA morte é um desalento inoportuno, permeado de mistérios dos quais não temos a menor chance contra, o final de um ciclo do qual pergunto-me se serei capaz de levar algum pingo de orgulho sobre tudo o que vivi, fiz e sonhei. Será que as frustrações pesarão mais do que os momentos felizes?É sempre uma possibilidade, estamos fadados ao fracasso, ao medo e as más escolhas de uma maneira que cabe a cada um escolher por si só os motivos para ser feliz e as conquistas a serem comemoradas. Tenho um amor inesgotável por todos os momentos, loucuras, choros e alegrias que compartilhei ao lado de Kalifa, nossas raivas durante o ensino médio e as saídas loucas sem hora para voltar nas sextas. A forma como o amor morre junto a pessoa, a amiga, a irmã deixando apenas saudosas lembranças permeadas pelo desalento do abandono precoce. O filho que jamais encontrará a luz do sol ou ao menos irá provar o gosto do leite materno, quem faz essas escolhas não pensa no quão injusto é roubar de um inoce
LunaEntretanto não consigo mirar seus olhos pois, a mão enorme se movimenta de maneira ágil indo de encontro com a pele da minha bochecha esquerda fazendo o rosto girar de volta para o homem se debatendo em meio a agonia da morte,vejo os respingos de sangue na parede atrás dele, indicando a entrada e a saída da bala. Ele não tem mais uma chance de escapar e a culpada pela sua morte sou eu,deixando como resultado a culpa sobre os ombros e uma obra de arte estampada na parede bege pela viscosidade do sangue misturado aos pedaços do olho e restos de carne.. Minha respiração para travada,estou completamente em choque pelo que fiz,pisco os olhos buscando focar novamente no que acontece vejo o comparsa se colocando ao lado para checar ele de maneira rápida sem nem ao menos pensar duas vezes entre sair e socorrer o outro. Grito furiosa ao sentir as mãos em volta do meu corpo contra a minha vontade, sendo erguida por sobre os ombros dele, jogada como um saco de batatas para fora do quarto.
RomanSão em dias difíceis assim que quando ela chama o meu nome tudo paralisa apenas para escutar a sua voz tão doce, clamando, implorando e nada é capaz de parar a besta que deseja consumi-la a todo momento, mesmo tentando de todas as formas negar mais uma vez tenho o coração derrubado diante da possibilidade de não ter ela ao meu lado e como posso, como posso permanecer inerte se a razão do ar entrar em meus pulmões se define pelo perfume dela e o sono só chega ao seu lado. Completamente enfeitiçado, perdidamente apaixonado pela bruxa de cabelos escuros. A frente um céu permeado pela fumaça negra recobrindo boa parte do lugar, os gritos ecoando por todos os lados em meio a desordem instaurada na larga avenida congestionando qualquer trânsito além dos carros oficiais. O caos instalado do lado de fora da entrada do hospital é generalizado e as pessoas se espalham em meio aos carros de polícia com bombeiros montando o equipamento para avançar sobre a lateral do prédio que agora está