Luna
Ele se afasta e apoio às minhas mãos na parede, tentando buscar alguma dignidade para vestir-me, mas fico surpresa ao sentir o toque em meus tornozelos e encontro Roman agachado atrás de mim, erguendo o tecido enquanto resvala os dedos contra a pele das minhas pernas. Reviro os olhos com a carícia. Nem percebo quando fica de pé, apenas sinto sua respiração forte contra o meu pescoço junto do beijo delicado, sinto a mão enorme cobrindo a minha, ergo o olhar e encontro nossas mãos entrelaçadas contra a parede e o brilho das joias se completando causando um aperto dentro do meu peito.Respiro fundo para volta a órbita sentindo a sujeira que fizemos me deixando toda grudenta, dou um passo querendo sair do lugar escuro e ir para o banheiro limpar isso e sou impedida pelo aperto forte contra a cintura, quer ergue o meu corpo como se fosse nada e nos deixa a alguns passos do salão com o banheiro as nossas costas.—Preciso ir no banheiro. — Digo o obvio, fico revoltada cLunaUm caso perdido a ser estudado pela psicologia, sim, essa sou eu, amando ser destruída pelo mafioso impiedoso que ergue um sorriso de canto exibindo alguns dentes perfeitamente brancos. — Uma moeda pelos seus pensamentos Cheshire. – A confiança exala em ondas dele. E é tão perfeitamente irritante e tão intrigante como destrói cada uma das minhas esperanças e me leva ao inferno com ele. Talvez isso seja apenas a minha alma se aproximando demais do sol. — Estou perdendo a luta. — Assumo sem desviar nossos olhares, nem mesmo quando ele me solta para segurar apenas nas pontas dos meus dedos em um rodopio.Volto para os seus braços analisando a confusão que ilumina apenas seu olhar que em tão pouco tempo já aprendi como desvendar algumas das suas nuances. — Não posso deixar a futura rainha da Rússia lutar sozinha, então lutamos pelo que? Solto uma risadinha baixa desviando o olhar para o salão imenso, com homens e mulheres admirando a forma como nos encaixamos e rodopiamos na val
RomanContinuo vivo quando por dentro estou mais perto da morte do que qualquer enfermo na face da terra, destruído na própria mente causando uma loucura irritante de tão abusadora pode ser. Por dentro sou apenas um amontoado de pensamentos e sentimentos que se consomem em meio a loucura. Há tanto tempo lidando com a dor de apenas ser quem sou, com a dor de não existir uma cura para minha doença e agora quando toco em algo tão belo e precioso que aceita cada um desses traços doentios acabo destruindo tudo.Ela merece muito mais do que alguém quebrado mais do que uma vida de perigos em meio a traições constantes e jantares falsos com pessoas irritantes e fúteis. Mas como posso oferecer algo assim?Não sou melhor do que nenhum deles…
RomanCada passo para longe do quarto dela aumenta a minha fúria, cada vez que lembro estar na porra desse hospital apenas porque algum idiota resolveu mexer com a minha mulher, esse infeliz realmente deseja a morte. No momento em que descobrir quem está traindo a organização vou fazer uma fogueira e decepar cada pedaço e jogá-los no fogo para todos observarem o que acontece com a porra de um traidor que conspira contra mim. Quer a porra do trono? Então seja homem o suficiente para desafiar-me em uma luta no ringue como manda as nossas leis.Sinto a carne da palma sendo rasgada com a força que uso ao fechar os punhos cravando as unhas, Kyro se movimenta me acompanhando com um olhar preocupado, mas no momento não quero falar, não quero admitir em voz alta o quanto ela me afeta. Preciso est
RomanMinha cabeça parece que vai explodir tamanha a dor, mantenho a testa pressionada contra o azulejo frio enquanto os jatos de água morna batem contras as minhas costas tensas e as memórias rodam de uma forma alucinante, da mesma maneira como essa casa me faz sangrar ainda é a minha casa. Ergo o braço girando a chave de temperatura, sentindo a mudança lenta para um líquido frio amenizando os pensamentos rápidos demais, o desejo por sangue que cega os meus planos. A sensação de que o culpado pela morte de Eva esteve próximo o suficiente e com informações privilegiadas da nossa rotina enfurece meu sangue de tal forma que preciso socar a parede para conter a fúria, abrindo cortes nos dedos fazendo a ferida sangrar escorrendo junto a água no chão em direção ao ralo.Jogo a cabeça para trás deixando as gotas baterem contra a minha face retorcida pelo ódio, matei todos aqueles traidores de merda e ainda existe alguém tolo o suficiente para mexer novamente com a minha mulher. Puxo o ar co
RomanDentro do lugar infame, perdido aos olhos de Deus em meio as paredes sujas e o odor pútrido da urina misturada com as fezes sorri diante do trabalho feito, uma massa se apoiando somente pelas longas correntes presas em seus pulsos elevando o tronco agora disforme. As horas se passaram em um átimo de segundo entretido diante da brincadeira sangrenta alimentando a besta enfurecida pela afronta. Os olhos castanhos de Mazakin agora escondidos sob as pálpebras inchadas e cortadas trazem uma deliciosa satisfação em vê-lo sangrar, chorar, gritar e implorar pelo final da sua vida miserável. Ergo a mão suja de sangue empurrando os fios para trás enquanto saio do espaço apertado dando lugar a um dos homens que tanto desejam ver o desespero do traidor, enquanto subo as escadas já sem camisa com o peito despido exibindo sangue, cicatrizes e as mais diversas tatuagens, escuto as vozes alvoroçadas no ringue gritando os soldados desejando vingança e ordens para cumprir. Os olhares amedrontad
RomanUm mês …. a porra de um mês infernal consumindo cada gota restante da minha paciência nessa busca incessante para descobrir em que tipo de buraco aqueles ratos estavam se enfiando nos últimos anos. Os subúrbios da cidade estão desertos pelo medo que assola as pessoas, o toque de recolher foi a solução de Kyro para evitar derramar sangue inocente, nada parece ser capaz de aplacar a fúria dessa besta para qual abri as portas da cela. Por isso, resolvi vir para o hospital e deixar com que meus homens de confiança reforcem as buscas, a minha raiva pode ser o motivo da falta de informações.O ódio cega até mesmo os homens mais fortes. E eu sou consumido o tempo todo por esse ódio insano quando não escuto a sua voz soltando alguma palavra em russo carregada de sotaque latino,manejo o seu corpo pequeno com cuidado sobre a cama. Enquanto uso o algodão com água morna para lavar a pele macia, anotando mentalmente cada marca vermelha que possa se tornar um machucado pela pressão de ficar
RomanAquela noite infernal enquanto as suas lágrimas caíam pela pele negra manchando a maquiagem e ela ordenava aos gritos para estancar os ferimentos. — Porque isso agora? — Questiono. — Roman.. — Sua voz falha e se tratando dela provavelmente é algo que irá machucar minha pequena por consequência sinto o corpo enrijecer pela tensão. — Ela recebeu transfusões de sangue, medicamentos fortes além de ter sido reanimada na sala de cirurgia. — Você não disse isso antes. — Rujo furioso pela omissão. Ela fez questão de entrar dentro daquela sala de cirurgia, só aceitei ficar do lado de fora por ela ter dito que me diria tudo.— Porque eu quebrei a maior lei que existe na medicina. — Ela responde baixo mas o suficiente para escutarmos, Kyro dá um passo para o lado.— O que você fez Kalifa? — Ele questiona a mulher. Os olhos castanhos cheios de lágrimas se erguem em meio ao rosto determinado, mesmo que não exista nenhum brilho lá dentro.— Eu não respeitei o desejo dela. — Ela parece tr
RomanEla pisca com medo, estremecendo com pânico ao olhar a imagem se encolhendo contra a porta. O que parece despertar ainda mais a fúria no homem e não posso julgá-lo quando faria o mesmo. — Quem atirou em você? — Sua voz saiu fria de uma maneira da qual o vi usar em poucos momentos.— A sua mulher. — Ela responde com o olhar firme. — Você tentou se matar? — Kyro grita enquanto trocamos um olhar confuso. — Não porra, claro que não foi a sua mulher seu cafajeste. Fico confuso e perdido no meio dessa conversa, mas trato logo de falar enquanto o silêncio do soldado parece acusatório.— Kalifa. — Seus olhos vem ferozes na minha direção. — Conheço Kyro a mais de dez anos e ele nunca assumiu nenhuma mulher além de você. Ela parece ficar confusa enquanto pondera as minhas palavras levando o olhar para ele que a encara questionador. —Mas eu vi na festa, ela fez questão de ir até a nossa mesa me ameaçar de novo e depois vocês ficaram conversando no meio do salão como um casal. Fico p