Melinda Nossos corpos se separaram, pois podíamos notar a noite caindo, trazendo para mim um certo cansaço, e um anúncio de que no dia seguinte ele tinha que ir trabalhar.Fizemos mais algumas fotos dentro da estufa e por todo terraço, e então aquele dia cansativo tinha acabado. Vincenzo pagou parte do trabalho, e a outra parte seria paga na retirada do álbum. Depois de um longo banho de água quente, vesti minha camisola e uma blusa de moletom por cima e fui para sala, onde Vincenzo me esperava com uma folha de sulfite, um chá quentinho e um sorriso terno.— Flores Melinda. — falou fazendo uns rabiscos em busca de um logo.— Está parecendo os mercadinhos perto da casa dos meus pais. "Mercearia da Maria", "Açougue do Zé". — gargalhei sentando ao seu lado e pegando minha xicara.— Não zombe dos meus dotes publicitários. Eu sou o de humanas aqui. — balançou os ombros. — Falando nisso já contratei aquele advogado para ficar três semanas depois que você ganhar nosso bebê, minha licença a
Vicenzo Tempo depoisHoje a Mel me fez ir com ela de novo procurar o lugar onde ela vai fazer a floricultura dela eu pensei que ela ia esperar o nosso filho nascer, afinal os primeiros meses não são fáceis, mas Melinda já que deixa tudo certo eu sei que para ela é difícil depender unicamente de mim.E como não quero que ela se estresse ainda mais, decidi acompanhá-la nessa busca. E, para ser sincero, também estou ansioso para ver o local onde ela vai abrir seu negócio. Tenho certeza de que vai ser um sucesso, afinal, Mel é muito talentosa e tem um bom gosto incrível para arranjos florais.— Mas aquele primeiro lugar não tem onde cultivar as flores para manter um estoque. — ela se sentou na cadeira com dificuldade falando sobre os espaços.— Mas aqui fica longe de tudo, você não vai ter para quem vender. Sem contar que é perigoso. — respirei cruzando os braços.— Acho que isso não vai dar certo, eu deveria começar a procurar emprego. _ Agachei na sua frente e peguei suas mãos.— Nós
Vincenzo Ganhei passagem enquanto gritava isso pela janela, isso facilitou a minha chegada até a ponta do viaduto da Vergueiro que dava acesso à avenida principal que levava até o hospital, porém lá nenhum carro me dava passagem mais.Melinda estava com o telefone na orelha, fazendo tudo que meu irmão pedia, imaginava que era para ela respirar, pois ela estava fazendo isso, puxando o ar bem devagar e soltando aos poucos, assim como ela fazia nas aulas de sexta feira que fizemos durante um tempo. De olhos fechados e me entregou o celular. Peguei e coloquei na orelha, desrespeitando leis de trânsito.— Não responde isso, mas a Dr. Marilia está em cirurgia, e cara, é uma cirurgia intrauterina, isso quer dizer que vai durar mais de oito horas, porque é delicada. — respirou fundo.— E então?— Não fala nada garoto! Então, tem outro médico aqui, ele também é muito bom.. — Rick parou de falar quando Melinda gritou fazendo eu e ele se assustar, mais uma contração diferente dos habituais.— P
Vincenzo Melinda estava com os braços envoltos em meu pescoço, enquanto eu massageava suas costas. Já haviam se passado horas desde que a bolsa dela se rompeu e ela já estava entrando na segunda fase do primeiro estágio, com nove centímetros de dilatação, faltava apenas um. Eu fazia movimentos circulares abaixo de suas omoplatas.— Sexo ajudaria na dilatação. — Rick falou, levantando o rosto do celular.Fiquei sem graça e escondi meu rosto no ombro dela, enquanto ela começava a gargalhar. Abri um sorriso, mas logo o fechei e continuei a massagem. Gisele, a mãe de Mel, entrou no quarto trazendo três cafés, entregou um para Rick, pegou um e deixou o outro sobre a mesinha ao lado da cama. Depois, ela se sentou com seu café no sofá ao lado do meu irmão. Ouvi os dois cochichando, mas não consegui entender o que falavam.— Aí! — Melinda gemeu com o início de uma contração.A segurei firme, pois sabia que duraria mais.Gritei quando se
Vincenzo O médico sorriu ao ver nos dois e beijei a nuca dela e dando as mãos para ela.— Lembra da respiração de cachorrinho? Vou precisar que você faça ela quando vir uma contração, e toda vez que eu pedir força, você faça bastante força, como se estivesse empurrando. Certo?Ela apenas assentiu, procurou minha mão e eu segurei firme a sua. Quando a primeira contração veio, ela praticamente começou a chorar enquanto fazia força.— Eu posso te dar uma anestesia, mas se eu te der você não vai sentir quando tem que fazer força, vai demorar um pouquinho mais e você vai precisar continuar fazendo força, e vai mais complicado.— Não, não. Vamos continua... — ela falou se encostando em mim. Uma enfermeira abriu por completo o avental que ela usava. Eu a encarei como se pedisse permissão para olhar, ela assentiu me entendendo de cara. Mais uma contração e ela fez força, suas mãos estava na minha tremia, as esfreguei com a minha mão.— Quer trocar de posição? — perguntei.— Quero eu não es
Melinda Eu nem acreditava que tinha conseguido, e o meu filho é tão lindo, eu conseguia ver tantos traços meus quanto os do Vincenzo. — Ele é perfeito — Vince falou ao meu lado. — Nosso filho é muito lindo, né? — falei, acariciando seu rostinho. Meu corpo estava exausto e eu lutava para me manter acordada, mas não conseguia parar de olhar para o meu filho. Eu sou mãe agora, finalmente. — Sim, ele é muito lindo. Você fez um ótimo trabalho, amor — ele sorriu, me dando um beijo na testa. — Obrigada, Vince. Não teria conseguido sem você ao meu lado — falei, sentindo lágrimas de felicidade escorrerem pelo meu rosto. Nós dois ficamos ali, admirando o nosso filho, até eu ser vencida pelo cansaço e entregar meu bebê ao pai. Quando finalmente fui dominada pelo sono, lembrei de uma madrugada em específico. A festa de ano novo estava incrível, todos os meus amigos tinham ido e estávamos nos reencontrando desde que a pandemia tinha começado, foram quase dois anos sem vê-los, exceto Vince
Melinda Acordei com um choro alto do meu filho, eu nem acredito que eu sou mãe que o meu menininho está aqui comigo e estou. Km muito medo. Quando abri meus olhos vi o Vincenzo com o nosso filho no colo sem saber o que fazer. — Oi filhão, está tudo bem, o papai está aqui com você, deixa a mamãe descansar um pouquinho não foi fácil para ela te trazer ao mundo — ele falou para o nosso menino o balançando. Era bonito o jeitinho que ele com o nosso filho, ele com certeza será um grande pai, tanto que só com a conversa fez o nosso menino parar de chorar. E eu só conseguia sorrir como uma boba. — Olha quem acordou filhão — o Vince falou olhando para mim. — Oi, meus meninos — falei pedindo para o Vince me dar o meu menino que choramingou quando veio para o meu colo, mas o Vince colocou ele para ouvir o meu coração. — Ele é tão perfeito nem acredito que nós fizemos um ser tão bonito. — Nós somos abençoados, Mel. Ele é a nossa maior realização — ele disse me abraçando. Eu não consegu
Melinda Alguns dias depois — A comida está no forno, a roupa já está no varal e está tudo limpinho. Amanhã venho passar a roupinha do meu netinho — minha mãe falou olhando para o meu bebê. — Não mãe, não precisa. Desse jeito não vou aprender a me virar sozinha. — sentei no sofá. — Você ainda está de resguardo meu anjo. Precisa descansar! Não tem mal uma semana que o meu netinho nasceu você também precisa ser cuidada — minha mamãe beijou minha testa e se abaixou para deixar meu filho em meus braços. Segurei o pequeno embrulho na manta do Batman e embalei o pequeno que estava quase dormindo já. — Obrigada por tudo mãe. — Imagina meu amor. Agora tenho que ir! Os seus irmãos precisam de mim e daqui para casa ainda tem muito trânsito, mas se preocupe eu amo cuidar de você. Me deu mais um beijo e passou pela porta do apartamento. Respirei fundo e embalei o pequeno, porém assim como eu prévia ele começou a chorar. Trouxe ele para mais perto do meu corpo assim como todos diziam para