Vincenzo Melinda estava com os braços envoltos em meu pescoço, enquanto eu massageava suas costas. Já haviam se passado horas desde que a bolsa dela se rompeu e ela já estava entrando na segunda fase do primeiro estágio, com nove centímetros de dilatação, faltava apenas um. Eu fazia movimentos circulares abaixo de suas omoplatas.— Sexo ajudaria na dilatação. — Rick falou, levantando o rosto do celular.Fiquei sem graça e escondi meu rosto no ombro dela, enquanto ela começava a gargalhar. Abri um sorriso, mas logo o fechei e continuei a massagem. Gisele, a mãe de Mel, entrou no quarto trazendo três cafés, entregou um para Rick, pegou um e deixou o outro sobre a mesinha ao lado da cama. Depois, ela se sentou com seu café no sofá ao lado do meu irmão. Ouvi os dois cochichando, mas não consegui entender o que falavam.— Aí! — Melinda gemeu com o início de uma contração.A segurei firme, pois sabia que duraria mais.Gritei quando se
Vincenzo O médico sorriu ao ver nos dois e beijei a nuca dela e dando as mãos para ela.— Lembra da respiração de cachorrinho? Vou precisar que você faça ela quando vir uma contração, e toda vez que eu pedir força, você faça bastante força, como se estivesse empurrando. Certo?Ela apenas assentiu, procurou minha mão e eu segurei firme a sua. Quando a primeira contração veio, ela praticamente começou a chorar enquanto fazia força.— Eu posso te dar uma anestesia, mas se eu te der você não vai sentir quando tem que fazer força, vai demorar um pouquinho mais e você vai precisar continuar fazendo força, e vai mais complicado.— Não, não. Vamos continua... — ela falou se encostando em mim. Uma enfermeira abriu por completo o avental que ela usava. Eu a encarei como se pedisse permissão para olhar, ela assentiu me entendendo de cara. Mais uma contração e ela fez força, suas mãos estava na minha tremia, as esfreguei com a minha mão.— Quer trocar de posição? — perguntei.— Quero eu não es
Melinda Eu nem acreditava que tinha conseguido, e o meu filho é tão lindo, eu conseguia ver tantos traços meus quanto os do Vincenzo. — Ele é perfeito — Vince falou ao meu lado. — Nosso filho é muito lindo, né? — falei, acariciando seu rostinho. Meu corpo estava exausto e eu lutava para me manter acordada, mas não conseguia parar de olhar para o meu filho. Eu sou mãe agora, finalmente. — Sim, ele é muito lindo. Você fez um ótimo trabalho, amor — ele sorriu, me dando um beijo na testa. — Obrigada, Vince. Não teria conseguido sem você ao meu lado — falei, sentindo lágrimas de felicidade escorrerem pelo meu rosto. Nós dois ficamos ali, admirando o nosso filho, até eu ser vencida pelo cansaço e entregar meu bebê ao pai. Quando finalmente fui dominada pelo sono, lembrei de uma madrugada em específico. A festa de ano novo estava incrível, todos os meus amigos tinham ido e estávamos nos reencontrando desde que a pandemia tinha começado, foram quase dois anos sem vê-los, exceto Vince
Melinda Acordei com um choro alto do meu filho, eu nem acredito que eu sou mãe que o meu menininho está aqui comigo e estou. Km muito medo. Quando abri meus olhos vi o Vincenzo com o nosso filho no colo sem saber o que fazer. — Oi filhão, está tudo bem, o papai está aqui com você, deixa a mamãe descansar um pouquinho não foi fácil para ela te trazer ao mundo — ele falou para o nosso menino o balançando. Era bonito o jeitinho que ele com o nosso filho, ele com certeza será um grande pai, tanto que só com a conversa fez o nosso menino parar de chorar. E eu só conseguia sorrir como uma boba. — Olha quem acordou filhão — o Vince falou olhando para mim. — Oi, meus meninos — falei pedindo para o Vince me dar o meu menino que choramingou quando veio para o meu colo, mas o Vince colocou ele para ouvir o meu coração. — Ele é tão perfeito nem acredito que nós fizemos um ser tão bonito. — Nós somos abençoados, Mel. Ele é a nossa maior realização — ele disse me abraçando. Eu não consegu
Melinda Alguns dias depois — A comida está no forno, a roupa já está no varal e está tudo limpinho. Amanhã venho passar a roupinha do meu netinho — minha mãe falou olhando para o meu bebê. — Não mãe, não precisa. Desse jeito não vou aprender a me virar sozinha. — sentei no sofá. — Você ainda está de resguardo meu anjo. Precisa descansar! Não tem mal uma semana que o meu netinho nasceu você também precisa ser cuidada — minha mamãe beijou minha testa e se abaixou para deixar meu filho em meus braços. Segurei o pequeno embrulho na manta do Batman e embalei o pequeno que estava quase dormindo já. — Obrigada por tudo mãe. — Imagina meu amor. Agora tenho que ir! Os seus irmãos precisam de mim e daqui para casa ainda tem muito trânsito, mas se preocupe eu amo cuidar de você. Me deu mais um beijo e passou pela porta do apartamento. Respirei fundo e embalei o pequeno, porém assim como eu prévia ele começou a chorar. Trouxe ele para mais perto do meu corpo assim como todos diziam para
Melinda Estendi a mão e puxei ele, porém ele não fez impulso para levantar e sim me puxou para baixo, caí sobre seu peito e ele riu prendendo meu corpo com suas mãos que se entrelaçaram um pouco abaixo das minhas costelas flutuantes. Encarei seus olhos azuis e instantaneamente sorri. — Sim, digamos que o plano não deu muito certo, mas vamos fingir que esse era o plano. — E qual era seu plano? — questionei. — Não era tropeçar.— riu e eu passeia mão em sua bochecha ainda com pequenas cicatrizes de espinhas da sua adolescência. Há cinco dias, minutos depois de eu ter Oliver em meus braços eu beijei Vince, minhas emoções no momento estavam completamente bagunçadas, por conta dos hormônios e do nascimento. Depois daquele beijo, não repetimos, porque sabíamos que havia acontecido por conta da bagunça que era minha cabeça no momento. Porém depois daquilo, eu comecei a ter memórias muito claras sobre a noite de ano novo, não tinha comentado nada com Vince, mas parecia que o beijo tinha
Melinda Chequei a fralda dele e resolvi trocar, quem sabe assim ele não voltasse a dormir quietinho. Lembrei que Vince tinha deixado as fraldas para recém-nascido na sala, balancei Oli enquanto ia para a sala, porém deveria não ter ido. Deveria ter permanecido no quartinho. Aquela cena era como um tiro direto no meu coração. Eu não podia acreditar naquela cena, simplesmente não queria acreditar. Sarah estava com os braços no pescoço dele, e os lábios colados aos de Vincenzo. Meu queixo caiu e eu quase tropecei no sofá, segurei Oliver firme, que começou a chorar, e peguei a sacola da farmácia, já voltando para o quarto tentando sumir. — Aí que lindinho. — ela falou, vindo para cima de mim, quase tocando no meu filho, mas o afastei o mais rápido possível. — Tira suas mãos dele.— rosnei, afastando dela. — Quem é você para me dizer o que fazer? — ela falou com a maior audácia do mundo. — Sou a mãe dele. — gritei, virando-me para voltar ao quarto o mais rápido possível. Fechei a p
Melinda Olhei para Oliver chorando e levantei para pegá-lo. Mesmo com minhas costas doendo, comecei a embalá-lo com carinho. Jurei que não passaria mais por humilhações como essa. Meus olhos derramavam muitas lágrimas enquanto tentava fazer meu bebê parar de chorar. Aquela mulher tinha que pagar por tudo isso, ela não só tinha como ia pagar. Dona Elisa e Francis entraram correndo pela porta que estava aberta. Ela estendeu os braços para pegar Oliver de mim e ele fez eu me sentar no sofá, me abanando para que eu parasse de chorar. — A unha dela deve ter cortado sua bochecha, e suas costas, posso ver? — Assenti e levantei um pouco a blusa para ele ver. — Vince chamou a polícia e eles já estão chegando — a voz doce de dona Elisa entrou em meus ouvidos. — Vou pegar água pra você — Francis foi até a cozinha e voltou com um copo na mão. — Quer ir para o hospital? Está se sentindo tonta, enjoada? — Não, estou bem — sequei as lágrimas. — Só quero o Vince. — Ele já vai voltar — aperto