"Se zona de conforto fosse ruim, não chamaria zona de conforto." - A grande família Vincenzo Estacionei meu carro em frente a um bar, nem sei direito onde estou. Saí da casa da mãe da Mel voando pela pista de volta a São Paulo. A viagem estava mais tranquila e eu agradeci por não ter batido o carro. Entrei e pedi cinco doses de tequila. Virei duas de uma vez e limpei a boca com as costas das mãos. O que eu tinha na cabeça? E se ela nunca mais olhasse na minha cara? Ou desistisse de morar comigo? Virei mais um copo de tequila. A única pessoa que eu não podia perder é a Melinda. Ela sempre esteve ao meu lado em todos os momentos. Se não fosse por ela, eu acho que nunca teria feito nada. Ela sempre me motivou, ela é minha melhor amiga. Não deveria ter me deixado levar por aquele cheiro tão familiar. Por que aquele desejo tão repentino de tê-la em meus braços? Pior que não era algo apenas carnal, meu coração quase parava diante daquela garota. Virei mais uma dose, agoniado pela ideia
Vicenzo — Ah esse Vicenzo! — ouvi a voz do meu pai. Abri os olhos sentindo uma dor de cabeça do cão. Meu pai estava na porta do quarto junto do meu irmão, e mesmo com a visão meio turva podia ver que a expressão de julgamento dos dois. — Ele acordou. — meu pai anunciou.— Aí minha cabeça. — reclamei de dor— Vai beber mais, moleque — Rick entrou no quarto me entregando uma aspirina e um copo de água. — Agora nos conte o que levou você a entrar nessa fossa.— Melhor tomar um banho antes, você está fedendo a álcool. — Meu pai falou apontando para o corredor.Obedeci meu pai sem nem reclamar. Minha cabeça latejava enquanto eu passava o sabonete pelo meu corpo. Ai que ressaca do caramba, isso porque quase não bebi. Em outras épocas já tinha sido mais forte em relação a bebida. Me sequei com uma toalha que Rick tinha deixado pendurada no boxe e vesti um short e camiseta que deveria ser dele também. Olhei minha cara no espelho, olheiras e decepção explicava tudo ali. Bufei e saí do banheir
Melinda Vicenzo: "Boa noite, mamãe do meu filho. Queria me desculpar por ontem, prometo que não irá se repetir, eu estava de cabeça quente e sei lá acho que seus hormônios estão me afetando também kkk. Enfim, me desculpa e volta logo, acho que essa chuva vai destruir sua estufa, ela vai precisar de cuidados."Li a mensagem e suspirei, ah Vicenzo, nem imagina você que eu não conseguia parar de pensar que não deveria ter fugido daquele beijo. Mas se ele estava falando isso, com toda certeza deveria estar arrependido de ter tentado me beijar.Levantei do sofá e fui para o pequeno sofá acoplado na grande janela da sala. Olhei para a chuva lá fora, olhei para a mensagem novamente e um raio iluminou o céu.Derrubei mais uma lágrima e comecei a digitar a resposta.Melinda: "Está tudo bem em relação a isso, acho melhor esquecermos mesmo. Quanto à minha estufa, bem que você poderia dar uma olhada nas minhas plantinhas por um tempo, estou ajudando a minha mãe fazer os bolos para encomenda dela
Melinda — Praia! Nós vamos para praia! Acorda.— alguém me sacudiu gritando.Abri os olhos devagar e encontrei dois pares de olhos me encarando com empolgação.Cocei os olhos e sentei na cama, encarandomeus dois pequenos irmãos ali praticamente pulando de ansiedade.— Vamos, Mel, só falta você! — o meu irmãozinho pegou na minha mão puxando para fora da cama.Grunhi de preguiça e sono. Olhei a hora nocelular e não passava nem das oito da manhã.Tudo que eles dois tinham de animação eutinha de vontade de dormir.— E o bebê também né. — a minha irmãzinha completou colocando a mão na minha barriga. — Ele te deixa gorda, né Mel?Gargalhei e afaguei os cachinhos dela.Deixei os dois arrumando as camas e fui mearrumar. Minha decepção era por não ternenhum biquíni para usar, apesar de o tempo parecer que não ia abrir de forma alguma, eu queria curtir esse feriado prolongado com minha família.Resolvendo meu problema, minha mãe pediu para a Joana, minha cunhada, trazer um biquíni para mi
Vicenzo — Segure bem a mão dela. Agora a respiração, Melinda. — a mulher coloco a mão na barriga dela.Estávamos no grupo que participamos toda sexta feira, de pré-natal. A maioria das "aulas" até agora tinham sido de como trocar uma boneca, como escolher roupas confortáveis, massagens relaxantes para o bebê e mais outras várias coisas relacionadas a noites bem dormidas e cuidados com o neném.Mas hoje à aula seria prática. Mel jáentrava no sexto mês, e então começamosa frequentar a classe da senhora que usavalegging verde neon e um top rosa florescente, o cabelo dela parecia mais um ninho de passarinho, amarrado em um coque todo bagunçado.Chegamos lá por volta da sete da noite e a recepcionista da pequena clínica nos direcionou para uma grande sala cheia de espelhos, colchonetes, bolas de pilates e a mulher com um ninho na cabeça. Ela já começou fazendo a Melinda trocar o vestido azul que ela usava, por um maiô que ela deu.Logo depois também fui obrigado a vestir um short de ta
Vicenzo Eu amo falar sobre o meu filho ou filha.— Temos um sério problema. — sorri cruzando os braçose me afastando mais damesa.— Qual? — ela falou realmente preocupada.— Escolher padrinho e madrinha.— Temos um grande problema. — riu. — Eu voto na Joice e no Rick.— Rick nem pensar. — falei rindo. — ele não me escolheu para ser da Maria, preferiu o Arthur a mim. — fingi secar uma lágrima e fiz voz de chorão.— Ah quanto remorso.— O Maurício ou o João. Ou seu irmão.— O ruim de escolher meu irmão é que ele é casado e sei lá, acho estranho colocar apenas um do casal. Além do que ele tem três filhos e nunca me chamou para ser madrinha... — ela falou começou a rir.— Depois sou eu que guardo remorso.— Eu gosto da ideia do Maurício, mas temos um pequeno problema.O Maurício era um dos meus primos, era só um ano mais velho que eu. Considerava ele pra caramba, apesar da convivência ter sido dificultada porque ele trabalhava demais.Mas seria uma ótima ideia chama-lo para ser padrinh
Vincenzo Acordei com barulho de panelas caindo no chão. Me assustei vocês meus olhos antes de olhar para tudo. Levantei e estava sozinho na cama, a única coisa que existia lá além de mim são roupas que Sara usava no dia anterior. Coloquei um moletom grosso e fui para a sala, onde Sara estava usando apenas uma camiseta minha, comendo uma salada de frutas e assistindo televisão.Olhei por cima do balcão e a Melinda estava fazendo alguma coisa no fogão, sua cara não era a das melhores. Suspirei e fui até minha melhor amiga, como de costume dei um beijo em sua bochecha.— Bom dia.— Dia. — ela falou desanimada, claramente stressada.Olhei para ela tentando fazer comida, preparando um molho em uma panela, cozinhava macarrão em outra e picava cebola em uma taboa em cima da pia. Olhei para o relógio e já era quase meio dia.A cara de brava da Mel não negava a raiva que ela estava.— O que foi, Mel?— Nada, só estou cansada. — foi irônica enquanto mexia o molho com uma colher de pau.Apoiei
Melinda — Para com isso. — puxei a mão da boca dele.— Estou nervoso. — mordeu meu ombro como ele sempre fazia quando estava nervoso durante toda a nossa adolescência.— Ai, Vincenzo! — reclamei, empurrando-o e rindo.Vincenzo estava sentado na cadeira ao lado da maca onde eu estava deitada. Minha barriga estava exposta e estávamos esperando a doutora, que tinha ido buscar uma fita métrica para medir a altura uterina.— Você deixava eu te morder antes. — ele reclamou.— Quando eu tinha uns 15 anos.Ele fez uma careta engraçada e colocou a mão gelada na minha barriga. Já estava muito frio, eu estava com a barriga de fora e com uma mão grande e gelada sobre ela. Me encolhi com frio e virei de lado olhando para Vicenzo, sorri e estendi a mão para bagunçar seus fios de cabelo preto. Ele fez uma careta como se fosse reclamar, mas depois apenas abaixou a cabeça e fechou os olhos. Continuei mexendo, mas dessa vez com mais calma.— Olha quem está deixando mexer no cabelo. — brinquei.— Não c