Daniel estava animado enquanto dirigia para Minas Gerais. Laura, ao seu lado, sentia-se ansiosa e feliz. Eles estavam a caminho para conhecer os pais de Daniel, uma viagem que simbolizava um novo marco na vida deles. Lucas estava no banco de trás, ocupado trocando mensagens com Alice. A paisagem de Minas Gerais era deslumbrante, com suas montanhas verdes e céu azul. Quando chegaram à casa dos pais de Daniel, foram recebidos com abraços calorosos e sorrisos. O pai de Daniel, Roberto, era um homem robusto com um coração generoso, e a mãe, Helena, uma mulher carinhosa e atenciosa. Eles receberam Laura de braços abertos, fazendo-a sentir-se imediatamente parte da família.“Finalmente conhecemos a famosa Laura,” disse Helena, com os olhos brilhando de alegria. “Daniel não para de falar de você.”Abraçaram o neto Lucas que não viam há muito tempo. “Como você cresceu!” disse a avó, comovida.Laura sorriu timidamente, sentindo-se acolhida. Passaram o fim de semana juntos, compartilhando histó
O sol da manhã entrava timidamente pela janela da cozinha, banhando o pequeno espaço com uma luz suave e cálida. Daniel estava sentado à mesa, uma xícara de café fumegante entre as mãos, mas sua mente estava longe do aroma reconfortante que subia da bebida. À sua frente, uma carta aberta revelava as palavras que poderiam mudar para sempre o curso de sua vida — e da vida daqueles que ele mais amava.Laura entrou na cozinha, o robe de seda envolvendo-a suavemente. O sorriso habitual iluminava seu rosto enquanto ela se aproximava de Daniel, mas ao notar a expressão séria em seus olhos, sua própria leveza vacilou.— Bom dia, amor — disse ela, inclinando-se para lhe dar um beijo no topo da cabeça. — Dormiu bem?Daniel levantou os olhos para encontrar os dela, oferecendo-lhe um sorriso que, embora carinhoso, trazia um peso inegável.— Dormi, sim — respondeu ele, hesitando por um instante antes de continuar. — Mas precisamos conversar. Tem algo que você precisa ver.Laura franziu o cenho, se
A manhã começava cedo na nova casa de Laura e Daniel. O cheiro de café fresco preenchia a cozinha enquanto Laura, ainda meio sonolenta, preparava o café da manhã. A mudança para a cidade havia trazido desafios inesperados, e ela sabia que precisaria de toda a energia possível para enfrentá-los.Daniel desceu as escadas, já vestido com seu terno impecável. Ele sorriu ao ver Laura na cozinha, o cansaço evidente em seu rosto. “Bom dia, amor,” disse ele, beijando-a na testa. “Pronta para mais um dia de aventuras?”“Se por aventuras você quer dizer enfrentar um escritório novo e um ambiente totalmente diferente, então sim,” respondeu Laura, tentando manter o tom leve. Mas havia uma sombra de preocupação em seus olhos que Daniel não pôde ignorar.“Você vai se sair bem,” disse ele, tentando tranquilizá-la. “Você sempre se sai bem.”Laura sorriu, mas havia uma tensão subjacente. Era difícil começar de novo. Ela estava acostumada a ser respeitada e reconhecida em seu antigo emprego em São Paul
O sol já havia se posto quando Daniel finalmente deixou o tribunal naquela noite. O caso de corrupção que vinha ocupando seus dias e noites começava a ganhar contornos sombrios. O peso de cada decisão, a complexidade dos testemunhos, e a pressão para garantir um julgamento justo eram mais que suficientes para ocupar sua mente. Mas naquela noite, algo diferente o aguardava.Ao chegar ao seu carro no estacionamento quase deserto, Daniel notou algo estranho. Havia um envelope pardo preso sob o limpador de para-brisas. Por um momento, pensou que pudesse ser apenas uma notificação de trânsito, mas ao pegá-lo, percebeu que era algo muito mais perturbador. O envelope não tinha remetente, apenas seu nome, escrito em uma caligrafia grossa e apressada.O coração de Daniel acelerou enquanto ele abria o envelope, uma sensação de desconforto crescendo em seu estômago. Dentro, havia uma única folha de papel com uma mensagem curta e ameaçadora: "Desista do caso, ou você e sua família vão pagar caro.
O clima na casa de Daniel e Laura havia mudado. O que antes era um refúgio de tranquilidade e amor, agora se transformara em um ambiente carregado de tensão e incertezas. A revelação das ameaças balançara os alicerces de sua rotina, trazendo consigo uma sensação de vulnerabilidade que ambos tentavam lidar da melhor maneira possível.Naquela noite, após colocar Lucas para dormir, Daniel e Laura sentaram-se na sala de estar. O silêncio entre eles era desconfortável, mas necessário. Era o momento de discutir o que fariam a partir dali.“Laura,” Daniel começou, olhando para ela com seriedade. “Eu sei que já conversamos sobre isso, mas precisamos ser ainda mais cuidadosos. A ameaça é real, e não podemos subestimar o perigo.”Laura, que estava com as mãos entrelaçadas sobre o colo, respirou fundo antes de responder. “Eu entendo, Daniel. Só não consigo parar de pensar no que pode acontecer... a nós, ao Lucas. Como vamos viver assim, com medo de cada movimento que fazemos?”Daniel se aproximo
A manhã parecia como qualquer outra. Daniel saiu de casa com a determinação habitual, embora um pouco mais cauteloso do que de costume. As ameaças anônimas haviam se intensificado, mas ele não podia se dar ao luxo de deixar que o medo o controlasse. Tinha um trabalho a fazer, e isso significava que ele precisava manter a compostura. Antes de sair, deu um beijo suave na testa de Laura e um abraço em Lucas, como sempre fazia. Mas naquele dia, o gesto parecia carregar um peso maior, uma despedida silenciosa que ambos tentaram ignorar.O tribunal estava movimentado. O caso que Daniel estava julgando era o assunto do momento, atraindo atenção da mídia e da comunidade local. O empresário acusado de corrupção tinha muitos aliados e inimigos, e a tensão no ar era palpável. Daniel sabia que cada decisão que tomava ali dentro tinha o poder de mudar vidas, para melhor ou pior.O dia transcorreu lentamente. Audiências e depoimentos se arrastaram, mas Daniel manteve o foco, escondendo suas preocup
O hospital ainda exalava um ar de tensão e incerteza quando Daniel finalmente foi transferido da UTI para um quarto comum. O processo de recuperação seria longo, com consequências físicas e emocionais que eles ainda estavam começando a entender. Daniel sobrevivera ao ataque, mas as sequelas deixariam marcas profundas, tanto em seu corpo quanto em sua mente.Laura estava ao lado de Daniel desde o momento em que ele abriu os olhos após a cirurgia. O alívio ao vê-lo acordado foi imenso, mas logo deu lugar à compreensão do que eles enfrentariam. Daniel havia perdido parte da mobilidade no braço esquerdo e sentia uma dor persistente no peito, resquício da bala que havia quase tirado sua vida. Mesmo com o prognóstico otimista dos médicos, a recuperação seria lenta e cheia de desafios.A nova realidade os forçou a reavaliar suas prioridades. Laura sabia que não poderia continuar com sua rotina habitual de trabalho. Ela precisava estar ao lado de Daniel, ajudá-lo em cada passo de sua recupera
Os primeiros raios de sol da manhã entraram pela janela do quarto, iluminando suavemente o rosto de Daniel. Ele se mexeu na cama, sentindo o peso do novo dia sobre seus ombros. A dor no peito ainda era uma lembrança constante do ataque que quase lhe custara a vida, mas hoje algo diferente pulsava dentro dele: a determinação de voltar ao tribunal, concluir o caso que havia deixado em suspenso e finalmente fazer justiça.Laura estava na cozinha, preparando o café da manhã. Ela sabia que este seria um dia difícil para Daniel, e para ela também. Desde o atentado, o medo de perder o homem que amava havia se enraizado em seu coração. Mas ao mesmo tempo, Laura o conhecia bem o suficiente para saber que ele não recuaria. Daniel era um homem de princípios, um juiz que acreditava profundamente na justiça, e nada – nem mesmo uma bala – o faria desistir de sua missão.Quando Daniel entrou na cozinha, Laura o observou por um momento. Ele parecia mais frágil, mas seus olhos ainda brilhavam com a de