Ana estava se forçando a mergulhar no trabalho quando ouviu uma batida na porta. Imediatamente, ela respondeu:- Entre.Leo abriu a porta e entrou. Ao levantar os olhos e ver que era Leo, Ana hesitou por um momento. As teclas que estava batendo pararam, e o documento em branco à sua frente se preencheu com caracteres aleatórios, revelando sua inquietude interior.- Como você voltou?Ana baixou os olhos e apagou os caracteres embaralhados. Por dentro, no entanto, ela estava longe de ser tão calma quanto aparentava. Ela tinha pensado que Leo ficaria onde estava, relutante em voltar.- Por que eu não poderia voltar? - Leo também não queria falar sobre Noemia. Ele estava decidido a deixar aquilo para trás. Independentemente da verdade, ele não iria mais investigar. Faria isso só para evitar danos ao relacionamento entre eles.- Você quer alguma coisa? Se não, eu gostaria de trabalhar em paz.Ana foi direta, quase expulsando-o. Naquele momento, ela não queria estar no mesmo espaço que Leo.
- O que esse olhar significa? Está tentando me insinuar algo?Leo agiu como se não tivesse notado o desprezo nos olhos de Ana. Pelo contrário, ele deliberadamente distorceu o sentido do olhar dela.Ana ficou sem palavras, baixou a cabeça e continuou a examinar o desenho de design em suas mãos, evitando mais conversa inútil com esse homem.De qualquer forma, quando se tratava de competir com ele nesse aspecto, ela sabia que ainda era inexperiente.No entanto, devido às brincadeiras do homem, ela não estava tão irritada quanto antes.- Não está mais brava?Leo também percebeu que o humor de Ana tinha melhorado significativamente.Ana não respondeu.- Na verdade, eu nunca estive brava.Leo não pôde evitar uma risada. Essa mulher era realmente teimosa. Mesmo agindo daquela forma, ela insistia que não estava irritada...- Se não está mais brava, ótimo. Vou descansar um pouco...Depois de aliviar suas preocupações, Leo também se sentiu cansado. Afinal, desde a noite anterior até agora, ele n
Ana não perturbou Leo, sentando-se ao lado dele e continuando com seu próprio trabalho. Talvez fosse porque a fonte de suas preocupações estava bem ao seu lado, ela não precisava mais se preocupar se Leo e Noemia teriam algum contato íntimo inadequado. Estranhamente, seu estado emocional, que antes era bastante agitado, se acalmou significativamente.Gradualmente, Ana também se imergiu em seu trabalho, tornando-se mais eficiente do que nunca.Assim, o tempo voou e logo chegou a hora de sair do trabalho. Ana olhou para o relógio e decidiu que era hora de ir embora. Ela se levantou e olhou para Leo, que ainda estava dormindo. O cobertor sobre ele havia escorregado em algum momento, e naquele instante, ele parecia uma criança adormecida, completamente desprotegida. Era uma cena em completo contraste com sua postura habitual, altiva e distante.O semblante de Ana suavizou um pouco. Ela se abaixou, com a intenção de pegar o cobertor e acordar Leo, mas parou quando seus olhos caíram sobre a
Ana não sabia quanto tempo havia ficado parada, perdida em seus pensamentos, antes de finalmente se aproximar do pescoço de Leo e dar uma cheirada cuidadosa. Uma mistura de um perfume estranho com um leve aroma de desinfetante invadiu suas narinas. Subitamente, Ana sentiu uma onda de náusea indescritível. Inicialmente, ela queria acordar Leo para irem para casa juntos, mas no momento em que sentiu aqueles odores, todas as suas ideias evaporaram. Deveria ela fazer um escândalo? De repente, Ana sentiu uma frieza interior, como se sua alma tivesse se desconectado de seu corpo e a observasse de um ponto elevado e gelado. Se ela continuasse a fazer cena, o que ganharia além de parecer uma esposa ciumenta e irracional? Afinal, a resposta de Leo provavelmente seria algo sobre como estava cuidando de Noemia, e ela não deveria pensar demais. Ana se levantou entorpecida e saiu sem mais olhar para Leo. Ela correu rapidamente para fora do lugar, temendo que pudesse vomitar se permanecesse ali
Não apenas as aparências eram surpreendentemente semelhantes, até os nomes eram quase idênticos. Ana não pôde deixar de sentir que isso era mais do que uma coincidência; talvez fosse algum tipo de destino. Com esse pensamento, ela apressou-se para que um médico fizesse um exame completo em Paolo.No intervalo da espera pelo exame, uma enfermeira se aproximou para fazer um curativo nele. No entanto, a equipe estava sobrecarregada devido à chegada de outro paciente gravemente ferido. A enfermeira parecia estressada.- Pode fazer o curativo nele? Acabamos de receber outro paciente grave e estamos precisando de ajuda.Antes que Ana pudesse recusar, Paolo rapidamente concordou.- Vá em frente.Vendo que eles tinham aceitado, a enfermeira deixou o material e saiu rapidamente.- Ela parecia muito ocupada, então eu assumi a responsabilidade. Você não se importa, certo? – Paolo se virou para Ana, com um olhar de desculpas em seu rosto.O que mais Ana poderia dizer quando o próprio paciente já h
Depois de adicionar Ana em seus contatos, Paolo saiu apressadamente. Ana, por sua vez, se recompôs emocionalmente e pegou um táxi para casa. Ao ver Ana se afastar, Paolo, escondido nas sombras, pegou seu celular e discou um número. - Fiz tudo como você disse, não volte atrás naquilo que prometeu!...Do outro lado.No Grupo Santos, Leo foi acordado por um toque de celular. Talvez por estar exausto, Leo dormia profundamente. Se não fosse pelo toque do celular, provavelmente continuaria dormindo. Ele pegou o telefone e viu que era uma chamada de Noemia. Franzindo a testa, Leo pensou que se Ana o visse atendendo uma chamada de Noemia, ela poderia começar a pensar demais. Então, ele não atendeu, apenas enviou uma mensagem de texto.- Estou ainda na empresa. Tudo está indo bem; não se preocupe.Depois de enviar a mensagem, ainda sonolento, ele jogou o celular ao lado e percebeu que estava sozinho no escritório; Ana não estava lá."Onde essa mulher foi?"Leo se levantou preguiçosamente
Leo ficou momentaneamente confuso sobre a mudança repentina no humor de Ana. No entanto, ele ainda perguntou:- Por que você não me chamou para ir com você? Pelo menos poderia ter me avisado, senão vou ficar preocupado.- Estou um pouco cansada, então é isso. Vou desligar agora.Ouvindo a voz de Leo, Ana, inexplicavelmente, sentiu vontade de chorar. Ele estava preocupado com ela? Provavelmente sim, mas quando ela foi deixada na delegacia de polícia, ignorada por todos, ele não apareceu, certo? Mesmo no final, ele não acreditou nela e simplesmente ignorou todo o incidente como se nunca tivesse acontecido. Poderia realmente ser assim? Como se um espelho fosse rachado e, ao ser colado, voltasse ao seu estado original...Vendo que Ana realmente não queria se comunicar com ele, Leo começou a se irritar.- O que há de errado com você? Você estava bem antes, por que está agindo assim comigo agora? - O tom do homem tornou-se um pouco acusatório.Ana apertava o telefone, suas unhas cravand
Ouvindo o tom de ocupado no telefone, Leo ficou paralisado por um momento e então jogou seu celular com força no sofá.- Merda!Leo sentiu um impulso quase irresistível de quebrar tudo ao seu redor, mas, afinal, ele estava no escritório e conteve-se.Seu rosto bonito estava vermelho de raiva.Aquela mulher, inexplicavelmente irritada, não apenas saiu sozinha, mas também disse algo estúpido como estar disposta a sair do caminho para deixá-lo livre. Ela queria literalmente matá-lo de raiva.O que ela pensava dele, afinal? Não apenas não confiava nele, mas também parecia pronta para entregá-lo de bandeja a outra pessoa?Cada pensamento aumentava sua ira. Depois de um tempo, Leo pegou o celular que havia atirado, deu uma olhada e viu que Ana não tinha a menor intenção de explicar-se; ela simplesmente o estava ignorando.Por um momento, Leo sentiu como se tivesse engolido uma mosca, querendo ir direto à casa de Ana para encontrá-la, mas então pensou que pareceria completamente patético se o