Leo franziu a testa, aquilo parecia fazer sentido.- Como ela ficou sabendo onde eu estava?- Muitos convidados foram chamados para a cerimônia de inauguração. Ela disse que um velho amigo lhe contou sobre o evento, e então ela começou a planejar. - Ivan revelou tudo o que tinha descoberto através de seu interrogatório.O semblante de Leo tornou-se sombrio, como se ele não tivesse mais perguntas a fazer.- Deixo ela sob a sua responsabilidade, não poupe esforços.- Entendido.Enquanto conversavam, as luzes da sala de cirurgia se apagaram e a porta se abriu de dentro para fora.- A paciente já está fora de perigo.O médico responsável informou a todos que Noemia não corria mais risco de vida, mas seu semblante permanecia grave.- No entanto, a bala passou muito perto de sua coluna vertebral e pode ter afetado os nervos...O olhar de Leo subitamente se tornou gelado.- Então, quais seriam as consequências?- Se tivermos sorte e os nervos não forem afetados, ela ficará bem. Caso contrário
- Não, eu não vou.Ana recusou imediatamente, sua emoção até um pouco exaltada. Ela mesma não conseguia explicar por que estava tão agitada.- O que quero dizer é que a Noemia se feriu tentando te salvar. Eu quero saber como ela está, o mais rápido possível.- Tudo bem, então nós ficamos.Leo não insistiu. Segurou a mão de Ana, e ambos se sentaram do lado de fora à espera do resultado.A cirurgia durou longas seis horas. Quando Noemia foi retirada da sala de cirurgia, já era tarde da noite.- Doutor, como ela está? - Leo se aproximou para perguntar.- A cirurgia foi um sucesso, pelo que podemos ver. Não parece ter ocorrido nenhum dano significativo nos nervos, mas a área é complicada. Só saberemos de eventuais sequelas quando ela despertar e pudermos perguntar como se sente.O olhar de Leo se tornou mais pesado. Ou seja, ainda era incerto se Noemia poderia se recuperar completamente.- Quando ela provavelmente vai acordar?- Ela deve acordar quando o efeito da anestesia passar, provave
Leo tirou seu casaco e, depois de um momento, um táxi parou na frente dos dois. Ele abriu a porta do carro, e ambos se sentaram lado a lado no banco traseiro. O ambiente escuro, junto com o suave balanço do carro, deixou Ana um pouco sonolenta. Ela se inclinou lentamente no peito de Leo. Mas assim que seu rosto encostou no peito dele, um leve aroma de perfume invadiu suas narinas. Era um cheiro doce e enjoativo, completamente diferente do suave aroma de colônia misturado com tabaco que vinha de Leo. Era inconfundivelmente um cheiro feminino, e Ana não tinha o hábito de usar perfume. Portanto, só poderia ser o aroma de Noemia.Mesmo que Leo tivesse tirado o casaco, ainda havia um vestígio do cheiro de outra mulher em seu corpo. Percebendo isso, Ana de repente perdeu o sono, e até começou a se sentir um pouco tonta e nauseada.Ana se sentou abruptamente e cobriu a boca.- O que foi?- Nada, estou um pouco enjoada com o movimento do carro.Ela não podia realmente falar muito; naquele mo
Ao ouvir o movimento, Leo e Ivan olharam para Noemia.- Você acordou?Assim que Noemia abriu os olhos, viu o rosto de Leo e imediatamente sentiu uma felicidade indescritível.- Sr. Leo, estou sonhando ou ainda estou vivo?- Que absurdo você está falando? Você está muito bem. - Leo franziu a testa. - Como você se sente agora?Noemia tentou mover seu corpo, mas parecia que o efeito da anestesia ainda não havia passado, ela se sentia fraca.- Sinto que não tenho forças.Leo assentiu, prestes a dizer algo mais, quando ouviu passos leves vindo de fora.Ana bateu levemente na porta e, ao ver que Noemia havia acordado, respirou aliviada e se aproximou rapidamente.- Noemia, você acordou, que bom!Apesar de ter tido pesadelos durante toda a noite, e Noemia ter sido a fonte desses pesadelos, Ana sentiu um alívio genuíno ao vê-la a salvo. Se algo realmente tivesse acontecido com Noemia, seria difícil para todos superarem.Ao ver Ana, o olhar de Noemia tornou-se ligeiramente distante, enquanto L
Ao ver a situação, Leo deixou sua comida de lado e correu para verificar a queimadura na perna de Ana. Ao vislumbrar a pele outrora branca e lisa agora avermelhada e um pouco inchada pela queimadura, ele não pôde evitar se sentir apreensivo.- Não é "nada"!? Olhe como está vermelho! Venha, vou te levar ao médico para cuidar disso.Dizendo isso, Leo puxou Ana para procurar um médico. Ana achou que ele estava fazendo uma tempestade em um copo da água, mas Leo a olhou ameaçadoramente.- Se você não for por conta própria, quer que eu te carregue? Ele se inclinou para pegar Ana nos braços.Ao ver a ação de Leo, Noemia não conseguiu evitar tremer. Ele só a havia carregado ao hospital quando ela estava à beira da morte, e isso já era uma enorme felicidade para ela. No entanto, por uma simples queimadura na perna de Ana, ele mostrava tanta preocupação. Por quê? Não seria o sacrifício de sua própria vida suficiente para ganhar um pouco da atenção de Leo?Noemia apertou os dentes e se moveu.
Quando Noemia falou, ela parecia uma menininha indefesa, e Leo era seu último fio de esperança. Leo acenou afirmativamente, entrelaçando seus dedos com os dela.- Tudo bem, eu prometo.Ana estava parada ao lado, observando a cena. Sentia como se seu coração tivesse sido abruptamente perfurado por uma agulha, uma dor aguda que se espalhava rapidamente.Por alguma razão, ao ver Leo fazer essa promessa a Noemia, Ana sentia que o pesadelo que teve na noite anterior estava se tornando realidade, pouco a pouco.Aproveitando que Leo havia acalmado os ânimos de Noemia, Ivan correu para chamar o médico, para que primeiramente tratassem da ferida de Noemia.Temendo que Noemia voltasse a se agitar, o médico lhe aplicou um sedativo. À medida que o líquido transparente entrava em sua corrente sanguínea, as pálpebras de Noemia tornavam-se cada vez mais pesadas. No entanto, suas mãos agarravam-se firmemente às de Leo, sem vontade de soltar.- Sr. Leo, não me deixe...- Não vou.Enquanto acalmava seus
- Certo, eu entendi.Leo acenou com a cabeça e se despediu do médico. Vendo que Noemia estava profundamente adormecida e não acordaria tão cedo, Leo se virou para Ivan. - Você também ficou aqui à noite toda. Vá descansar; eu fico aqui, nada vai acontecer.Ivan também estava exausto após uma noite em claro. Se não fosse sua preocupação com Noemia, ele já teria adormecido. Não recusou a sugestão de Leo e foi direto para casa descansar. Restavam apenas Ana e Leo no quarto. Somente então Leo olhou para a ferida na perna de Ana, franzindo a testa involuntariamente. "Essa mulher é tão teimosa."- Ela já está bem, vou aplicar o remédio em você.Leo deu tapinhas no espaço ao seu lado, convidando Ana para se aproximar. Ana se levantou e colocou a perna em cima do banco. Sem pensar duas vezes, Leo segurou seu tornozelo e colocou sua perna sobre a dele.A postura subitamente tornou-se um pouco ambígua, e Ana ficou ligeiramente corada.- O que você está fazendo?- O que mais eu poderia fazer?
- Me envolver com ela? Quando foi que me envolvi com ela?Leo franziu a testa, olhando para Ana com uma expressão particularmente impotente.- O que acabou de acontecer não conta?Ana realmente não queria falar sobre isso, não queria parecer tão mesquinha. No entanto, era difícil conter-se.- Você a segurou em seus braços, fez algum tipo de promessa...- Você mesma viu, ela caiu da cama. Eu não poderia simplesmente deixá-la deitada no chão, agravando sua lesão, certo? E a promessa foi apenas para acalmá-la. Não tenho nenhuma intenção além disso. - Leo rapidamente se explicou.Ana sabia que o que ele disse era verdade, mas ainda assim, a imagem a incomodava. E se essa situação fosse se repetir diariamente, quem aguentaria? Nenhuma mulher conseguiria ficar olhando seu marido interagindo intimamente com outra mulher assim.- De qualquer forma, seja mais cuidadoso no futuro. Não faça promessas tão facilmente, senão vou começar a pensar que você pretende passar o resto da sua vida com ela