No quarto do hospital, Paulo estava ao lado de Ana, sem piscar os olhos, observando atentamente a mulher na cama, com medo de que ele pudesse perder algo e que ela pudesse desaparecer de sua vista novamente.Enquanto Paulo estava pensando em como explicar todas as suas ações para Ana, a porta foi aberta de fora.Vários homens de rostos frios, seguindo atrás do mordomo, entraram sem cerimônia.- O que vocês estão planejando fazer? Ao ver que esses homens tinham intenções hostis, Paulo imediatamente se levantou e ficou na frente da cama de Ana.- Paulo, por favor, afaste-se. Estou aqui para levar a Srta. Ana, a pedido de Dantes.Como Paulo era o neto amado de Dantes, o mordomo não usou a força desde o início, mas pacientemente explicou o propósito de sua visita.- Ana ainda não acordou, para onde vocês vão levá-la? Paulo naturalmente não permitiria que essas pessoas levassem Ana, como bem entendessem.Ele tinha um pressentimento sombrio.Se Ana fosse levada desta vez, talvez ele nunca ma
No alto mar, uma ilha deserta?Ana demorou a processar essas duas palavras.Como ela poderia ter sido levada para um lugar assim?Ana saiu da cama, cambaleou até a janela e, só então, viu o mar circundando a terra, estendendo-se até onde a vista alcançava.Se fosse outra situação, talvez ela achasse bonito, mas agora, ela só sentia medo.- Por que me trouxeram para um lugar assim? Quem são vocês para me manter presa aqui?Ana percebeu sua situação e olhou furiosa para o mordomo.Essas pessoas ousaram se aproveitar de sua inconsciência para mantê-la presa nesse lugar.- Por quê? A Srta. Ana deve ter uma ideia.O tom do mordomo era frio. Ele perdeu os pais quando era jovem e foi acolhido e criado pela família Santos. Ele considerava a família Santos como a sua própria.Mas agora, a família Santos estava em tumulto por causa dessa mulher, então naturalmente ele não tinha nenhuma simpatia por Ana.- Srta. Ana, desde que engravidou de alguém desconhecido e se casou com o Sr. Leo para pertur
- Ah...Não sabia há quanto tempo havia passado quando uma dor aguda em sua mão despertou Ana de seu transe. Foi então que ela percebeu que havia feito um corte em sua própria mão.A dor a trouxe de volta à realidade, clareando sua mente confusa.Ana acariciou levemente sua barriga e percebeu que talvez não pudesse mais fazer nada em relação ao bebê.O Sr. Dantes a tinha aprisionado nesse lugar, deixando claro seu completo desprezo por ela.E se o bebê em seu ventre fosse realmente a semente de Leo, ele certamente não o aceitaria.Provavelmente, ele a forçaria a abortar ou até mesmo a dar o filho para adoção, impedindo-a de ver seu próprio sangue e carne pelo resto de sua vida.Se o filho fosse levado pela família Santos, seu destino seria terrível, considerando que ela já não era bem-vinda ali. E além disso, a família Lopes tinha muitos inimigos que a odiavam. Quem sabia o que poderia acontecer com uma criança inocente nessas circunstâncias?Ao pensar nessa possibilidade, o corpo de A
Rafaela ficou furiosa ao ver como Paulo era teimoso.Infelizmente, ela e Bruno já estavam sendo vigiados pelo Sr. Dantes, desde a última vez em que tentaram prejudicar Leo, então não tinham como se aproximar dele. Só podiam ficar observando dessa forma.Após uma avaliação física abrangente e complicada, finalmente Paulo encontrou uma pista em um exame de sangue.- Aqui, parece haver valores anormais, seria envenenamento?Paulo imediatamente compartilhou essa descoberta com o médico, que também confirmou após dar uma olhada. - Realmente, parece ser isso, talvez haja ferimentos leves no corpo.Um grupo de pessoas estava procurando cuidadosamente e, finalmente, encontrou uma pequena marca não tão óbvia na perna de Leo. Em seguida, um médico experiente determinou que era uma marca de uma picada de água-viva do mar.Essa espécie de água-viva não era muito venenosa, mas algumas pessoas tinham uma constituição especial e podiam ter reações intensas, semelhantes a febre alta persistente e inc
No prato havia um peixe, sem saber se o cozimento estava mal controlado ou algo assim, metade estava queimada e a outra metade, surpreendentemente, crua. Assim que Ana se aproximou, um cheiro desagradável invadiu suas narinas, causando uma sensação de náusea em seu estômago.Ana rapidamente cobriu a boca e o nariz com as mãos, deu dois passos para trás e respirou profundamente para suprimir a vontade de vomitar. A criada ao lado, ao ver o sofrimento dela, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, como quem se alegra com o infortúnio alheio.Ana ergueu a cabeça e viu a serva rindo, imediatamente compreendendo que não se tratava de uma questão de habilidade, mas sim de uma provocação intencional.- O que você está insinuando? - Ana perguntou, segurando o peito e não conseguindo se conter.Ela não conseguia se lembrar de ter feito algo para despertar tanto desprezo na criada.- Uma pessoa como você, já é um privilégio comer isso. A culpa é toda sua, fazendo o Sr. Leo a ficar de cama, co
Paulo se sentia impotente, só podia abrir uma caixa de remédios, que continha um medicamento desenvolvido pela mais recente empresa farmacêutica estrangeira. O efeito era ótimo, mas ainda não havia passado pelo último teste clínico.No estado atual de Leo, se continuasse assim, provavelmente não aguentaria por muito tempo... Paulo só podia tentar usar esse novo remédio e ver se teria algum efeito.Se fosse bem-sucedido, seria uma festa para todos, mas se falhasse, não só Leo estaria em perigo, mas Paulo provavelmente não poderia mais ser médico pelo resto de sua vida.Paulo fechou os olhos e pensou na dor que Ana estava sofrendo em algum lugar desconhecido. Finalmente, tomou a decisão, injetando o remédio na corrente sanguínea de Leo.Ele ficou ao lado, observando pacientemente o batimento cardíaco de Leo. Se houvesse alguma reação adversa, ele chamaria imediatamente alguém para fazer uma intervenção.Assim, várias horas se passaram. Quando Paulo mediu a temperatura de Leo novamente, f
O Sr. Dantes arregalou os olhos, claramente incrédulo no que estava ouvindo.O filho no ventre de Ana também era o sangue da família Santos?Ao ouvir isso, Rafaela ficou muito preocupada e segurou Paulo, tentando fazê-lo calar a boca. - Paulo, você está falando bobagem. Aquela mulher se casou com alguém da família Santos com tanto esforço para desfrutar de riqueza e status. Como ela poderia ter ido para o exterior procurar por você? Você está louco, mentindo por ela desse jeito?Os olhos de Paulo se tornaram frios, ele afastou a mão de Rafaela e disse: - Eu já disse muitas vezes que Ana não é como vocês imaginam. Nos meus momentos mais pobres e difíceis, ela nunca me desprezou. Ela trabalhou comigo, juntos ganhamos dinheiro para pagar as mensalidades e as despesas de vida. Ela nunca se casou com alguém da família Santos por causa do dinheiro.Imediatamente, Paulo olhou para o Sr. Dantes e disse: - Agora, a mãe da Ana foi levada pelos membros da família Lopes e está sendo usada, como
Mesmo achando improvável, no coração de Ana ainda havia um lampejo de esperança.E se, apenas se, este barco fosse enviado para buscá-la e levá-la embora deste lugar?Ela não queria mais suportar essa sensação de perder a liberdade.O barco se aproximou lentamente da ilha, e o coração de Ana acelerou instantaneamente. Ela pensou: “será que Leo já se recuperou e veio procurá-la?”.Um sorriso finalmente apareceu no rosto de Ana depois de tantos dias.Ela se apressou em se aproximar, nesse momento, Paulo pulou do barco e correu rapidamente em sua direção, segurando a mão de Ana e a examinando de cima a baixo.Seu rosto, que antes tinha um pouco de carne, estava visivelmente mais magro, com olheiras escuras abaixo dos olhos, o que fazia seus olhos parecerem ainda maiores e a tornava aparentemente mais vulnerável.Ela estava gelada, sem nenhum calor no corpo. Não se sabia há quanto tempo ela estava lá fora para ficar assim.O coração de Paulo doeu um pouco, sem saber se Ana passava todos os