(Renata Pellegrini) — Rê! — Escuto a voz de Caio chamando-me, olho para a sua direção e ele vem correndo para onde estou. Não consigo segurar e choro no seu ombro, ele me aperta mais forte dentro do abraço. Faz uns cinco minutos que sai de dentro do jatinho, eu fui deixada em lugar que eu não conhecia, antes de vim, pedi para ligar para Amanda, pedi para ela vir buscar-me, mas quem apareceu foi Caio. Amanda deve estar muito ferida, isso deixa-me preocupada. — Calma, agora você está em segurança. — Caio sussurrou no meu ouvido. — Como Amanda está? — Pergunto me acalmando. — Ela está melhorando... eu deixei-a na sua casa, ela está agora. Vem, vou levar-te. Sigo Caio até o seu carro. Ele abre a porta para mim, durante o caminho de volta para casa, penso em Filippo, dessa vez foi eu quem fui embora sem dizer nada a ele, mas, diferente de mim, ele sabe onde me encontrar. — Renata? — De longe escuto a voz de Caio. — O-oi. — Falo piscando os olhos e o encaro. — Você está bem? — Perg
(Filippo Valentini) — Filippo! — Escuto a voz de Vicenzo chamando-me e paro de esmurrar o saco de pancada. — Oi. — Respondo ao chamado e volto a esmurrar o saco. — Dominic e Demétrio daqui a pouco vão chegar aqui. Imediatamente para de bater a seguro o saco de pancada para ele parar de balançar e fazer barulho. — Por que? — Indago olhando-o. Vicenzo encosta-se na parede e cruza os braços, o seu semblante sério. — Falaram que queria conversar sobre o seu casamento com Renata. — Faltam dois dias para o casamento. — E eu nem falei com a mamma e a Laís, mas será uma cerimonia simples, afinal você já desonrou a noiva mesmo. — Vicenzo para de falar e fica me observando, eu não o respondo, sei que no nosso mundo ter relações antes do casamento é desonrar a família da moça e este motivo pode levar a guerra, mas eu não sabia que ela era a minha noiva e o mundo ao qual eu pensei que ela pertencia, é normal sexo antes do casamento. — Senhor. — A voz de uma funcionária chama a nossa ate
(Renata Pellegrini)— Tem certeza que não quer ficar para o almoço? — Questiono enquanto acompanho Caio até a porta.— Eu preciso ir visitar a minha namorada. — Ele diz triste.O meu coração dói por ele, Caio sempre foi um bom amigo e quando ele finalmente estava feliz com uma ótima garota... infelizmente, a pouco mais de duas semanas descobrimos que ela está com câncer de ovário, ainda está na fase inicial então ainda tem grandes chances de cura. Rezo muito por eles.— Amanhã eu irei visitá-la. — Falo, desde que ela se internou ainda não fui visitá-la no hospital.Bem, por longos três dias eu fiquei em cárcere, mas quatro dias antes ela foi internada e eu não tive tempo de ir, eu estava sempre trabalhando e indo para as consultas, e fui adiando e adiando... até que aconteceu o sequestro...— Se recupere primeiro, você também passa por uma fase difícil. — Caio beija a minha testa e, simultaneamente, abre a porta. — Se cuida, tá bem?— Sim, se cuida também, tá?— Tá bem. — Caio respond
(Filippo Valentini) Observo os móveis revirados, a minha coleção de armas espalhadas no chão, vidraças espatifadas. Mesmo tendo extravasado um pouco da raiva, ela ainda queima em mim. Encosto-me na parede e sento no chão. As imagens da dor nos olhos dela, enquanto me dizia o quanto eu não sabia de nada, das lágrimas que caiam dos seus olhos enquanto falava com a voz esganiçada, eu machuquei-a demais. Lembrar disso deixa o meu coração dolorido, estou com a respiração ofegante, sinto que estou perdendo as coisas mais importantes e me sinto impotente, isso está me deixando louco! Desde o início, eu sabia que iria machucá-la, mas eu não fazia ideia do quanto. Eu pisei no sonho dela de ser mãe, bem eu também queria que ela fosse a mãe dos meus filhos, mas não quis iludi-la, ao menos nisso, eu tentei ser transparente… mas… eu deveria ter ficado calado, arrependo-me tanto das coisas que disse a ela. Renata não merecia o que fiz. Não me seguro mais, deixo as lágrimas descerem. Nesse mome
(Renata Pellegrini) Observo os fleches de luz pelo vidro fumê da janela, um silêncio expeço paira dentro do carro, a minha mente vaguei para a lembrança da primeira vez que estive dentro do mesmo veículo que Filippo, o carro não é o mesmo daquela vez, mas assim como o outro, este tem cheiro de novo. Engulo seco, lembro das borboletas na minha barriga e do nervosismo de estar tão próxima de um homem como ele. Mas agora, é como se fosse a primeira vez, e, eu estou me odiando por isso! Por três longos dias eu ignorei-o e fugi dele, não atendi as ligações e nem retornei as mensagens, até cheguei a bloqueá-lo, troquei as fechaduras do portão e da porta para que ele não pudesse mais entrar, e agora estou aqui, dentro do carro dele. Sinto o olhar dele em mim, várias vezes, mas não tenho coragem encará-lo de volta, tenho medo do que os meus olhos dirão a ele, tenho medo de ser traída e ele descobrir que ainda sinto saudade dele. Ao vê-lo abrir aquela porta e as lágrimas brilharem nos olho
(Renata Pelegrini)— Preciso tomar banho. — Falo afastando a minha cabeça do peito de Filippo. — Quer me fazer companhia? Filippo sorrir maliciosamente, e eu sorrio cúmplice, não consigo evitar, estou a dois meses sentindo a falta de Filippo, e está dentro de mim, está incluso no pacote de saudade.Subo para o meu quarto e vou direto para o banheiro, tiro as minhas roupas e entro no box, ligo o registo do chuveiro, o contato da água com o meu corpo faz que eu relaxe, mas quando vou antes que eu consiga virar-me, Filippo prensa-me na parede e o contado do azulejo frio com os meus seios e a barriga faz eu arrepiar por inteira. — Você não faz a menor ideia da falta que eu sentia de você, piccola! — Filippo sussurra no meu ouvido e começa a fazer uma trilha de beijos do meu ombro até o meu maxilar me causando leves sensações de choques por todo o meu corpo. — Agora eu vou mostrar-te indo fundo e forte dentro de você o tamanho da minha saudade. A minha intimidade lateja com o que Filipp
(Renata Pellegrine: Um mês depois:) Hoje é o dia do meu casamento, descobrir que todos, menos ele, sabiam que eu era de verdade. A mãe de Filippo recebeu-me muito bem, ela me explicou como funcionava a casa e a hierarquia das mulheres aqui dentro. Eu e Laís nos demos muito bem, ele é uma pessoa muito doce e gentil, sinto-me triste por ela não ter conseguido gerar os próprios filhos e quando Filippo me explicou o destino da bebezinha nos braços de Laís, senti-me ainda pior. Matteo permitiu que ela continuasse com a bebê, mas disse que jamais seria filha dele e que nunca teria o sobrenome Valentini. Isso foi duro, mas pelo menos ele não arrancou a criança dos braços dela e deu para algum subordinado criar. “Eu queria que estivesse aqui, mãe, queria que o papai pudesse levar-me até o altar.” — Penso enquanto me olho no espelho. Eu ainda não consegui perdoa Dominic, mesmo agora entendo melhor a razão das suas escolhas, ainda não consigo ficar perto dele. Demétrio e eu nos aproximamos m
>Três meses depois: (Renata Pellegrini) Com os cotovelos apoiados na sacada do meu quarto, observo o céu estrelado, a noite está linda e agradável, meus cabelos soltos balançam com o sibilar do vento fresco. O som do carro de Filippo chama minha atenção e eu o vejo entrar na garagem; estou casada com ele há três meses, Filippo tem sido o melhor marido do mundo, sempre atencioso e gentil comigo. Eu sorrio e saio da varanda, pego meu roupão e o visto por cima do suéter. Não consigo andar muito rápido, mas tento ir o mais rápido que posso, abro a porta do quarto e desço o corredor, mas antes de chegar às escadas, Filippo termina de subi-las. — Você pretendia descer as escadas correndo, ragaza? — Filippo me pergunta com os olhos estreitados, em sua voz há um leve tom de reprovação. — Claro que não, marito! —"Marido", falo sorrindo para ele, que estreita ainda mais os olhos para mim. — Só vim recebê-lo em seu quarto, Sr. Valentini, siga-me, por favor — digo, dou meia-volta e volto por