Khrona, 1722.
Bônus ▪Adrien Dominic▪
A partir do dia da prisão de Layla...
Aconselhei Layla a não sair pois ela estava fraca e aparentava estar mal, mas ela é teimosa. Saiu com Ivy para o centro da cidade mesmo assumindo que estava muito mal. Hoje tinha treino com John, então de prontidão me apressei para encontrá-lo no jardim.
–Ei, garotão!–Ele bagunça meu cabelo assim que me vê.–Hoje não vamos treinar.
–Como assim? Você sabe que preciso estar forte para proteger Layla, pai.
Ele sorriu e me abraçou. De repente e sem nenhum aviso antes. Estranhei, mas retribuí. Eu consigo enxergar meu pai Otto no meu pai John. Eles demonstram me amar muito.
–Estava pensando em te mostrar um canto legal perto daqui.–Sugere parecendo nervoso ou empolgado, não sei.–Vamos?
–Tudo bem. Vai demorar?
Khrona, 1722.♤Afonso Sartori♤Depois que Vicente me deixou sozinho, mas não antes de eu implorar para que ele cuide de Layla, fiquei sentado pensando em tudo que acabei de saber.Eu tenho um filho.Eu sou pai.Layla está grávida.Ok! Não é a melhor hora para essa notícia tão linda, mas eu estou feliz. Estou muito feliz e ao mesmo tempo muito triste. Eu não vou saber a cor dos olhos do meu filho, nem saber a textura dos seus cabelos, nem vê-lo crescer dentro da barriga da sua mãe...Isso causa uma dor estranha. Incômoda, esquisita. Mas eu sei que mereço esse castigo. Fui muito incorreto com a mulher da minha vida e iria cometer um erro ainda maior: iria matar meu filho também. Só de pensar nisso me bate uma vontade imensa de atear fogo no meu corpo.Sigo de volta para o castelo indo direto à procura de Ivy. Encontro-a de
Khrona, 1722.☆Layla Dominic☆Eu me preparei o quanto eu pude.Mas não, eu não estava nem um pouco preparada.Benévia me ajudou muito nessa preparação, mas o medo me acometeu na última hora. Um choro entalado na garganta, um desespero. Eu iria simplesmente apagar toda realidade e nos teletransportar para outra desconhecida. É apavorante!Pedi que me deixassem sozinha, meditando em cima de uma pedra até a hora que eu me sentisse pronta. Enquanto isso, aconselhei que reunissem o máximo de pessoas possível para presenciarem a "morte da salvadora".Enquanto pedia pela milésima vez ajuda a Deusa, senti a presença de alguém se aproximando rapidamente. Abro os olhos dando de cara com que menos me ajudaria agora.–Eu precisava te ver de perto só mais uma vez. Desculpe!Descruzo as pernas e coloco minhas mãos no rosto. Eu não esto
Khrona, 1722.☆Layla Dominic☆James deviou o olhar de mim diretamente para o povo que me aplaudia e gritava pelo meu novo nome.Sublime! Sublime! Sublime!–Por que você está falando essas coisas?–Ele bufa de ódio, mas ainda sem vir em minha direção.–Vamos adiantar isso logo.–Calma...–Fiz minha melhor cara de inocente.–Eu preciso pelo menos morrer com dignidade e honra. Você será o novo salvador deles, James. Está com ciúmes das palmas e gritos direcionados à mim?Suspirei e voltei a olhar para o povo que agora estava silencioso. Identifiquei pessoas queridas por entre aquela multidão e sorrio internamente. Algumas valerá a pena encontrar novamente. Outras, espero que nem cruze meu caminho.–Vocês, sobr
Início da segunda e última parte de Ela é a Sublime ❤*Narrador observador*Muito tempo havia se passado; tudo mudou. Inclusive, as pessoas. Os rostos permaneceram os mesmos, talvez com uma característica a mais ou a menos, mas as essências, com certeza, sofreram mudanças. Ninguém mais era exatamente igual como antigamente.-Acorda, filha!-Diana gritava tentando fazer sua filha acordar.-Vai perder o emprego, dorminhoca!Sonolenta, Leyla abre os olhos procurando pelo celular e descobre estar atrasada para o emprego. Os minutos seguintes são um borrão e ela logo está enfiando duas torradas de uma vez na boca enquanto calça os sapatos à mesa.-Seu pai saiu bem cedo hoje. Foi tentar adiantar o
☆Leyla Drummond☆A manhã foi extremamente cansativa para mim. Vomitei duas vezes e estou morrendo de dor de cabeça. Não contei nada a Srta. Benedita, pois sou nova nesse emprego e ele é muito importante pra mim. Quero ver se é isso que quero para minha vida profissional.-Até segunda, Srta. Benedita.Despedi-me e segui para a parada do ônibus sentindo meu estômago embrulhar mais uma vez. Que bela merda!Depois de alguns minutos cheguei em casa e fui direto para o chuveiro. Mamãe avisou que iria colocar meu almoço no prato, mas eu rejeitei. Estou me sentindo um lixo. Quero só dormir e é isso que faço a tarde toda.Desperto com meu celular tocando insistentemente. Atendo sem nem olhar quem era.-Amoooor da minha vidaaaa!A voz de Valéria me assusta e eu praguejo a hora que fui arrumar uma amiga tão fora da casinha.-Oi, Val
♤ Álvaro Salvatore ♤Foi quase que impossível nao vibrar com a descoberta de um sobrinho. Eu e Jhonatas compartilhamos essa vontade maluca de ser pai; ele acabou realizando seu sonho sem saber.-Aconselho você a esperar ele chegar e contar com calma. Até eu estou fervilhando com o que você acabou de me falar.-Massageio minhas têmporas.-O melhor conserto é ele saber por você, pai. Não tem como voltar atrás ou até fingir que não houve tal erro.-A minha relação com ele é um pouco frágil, mas... Você tem razão! Obrigado, filho.-Estou decepcionado demais pra conversar com você. Até logo.Saio daquela sala, que agora parece ter apenas um metro, e sigo para fora dali. Antes, olhei uns dois segundos para Lavínia e imaginei uma mulher sozinha, grávida e tendo que trabalhar. Jhonatas vai surtar e eu preciso estar perto para contê-lo. Entro no meu carro, pego o celular e mando uma mensa
♤ Álvaro Salvatore ♤O idiota que estava ao lado dela a questionou sobre minha identidade e quando eu desviei o olhar para ele, Leyla apagou. De forma sobrenatural consigo ampará-la em meus braços rapidamente.-Leyla?!-O idiota ameaça tirá-la dos meus braços, mas eu imponho minha presença.-Vai procurar alguém que possa ajudá-la, ô energúmeno.Ele sai correndo parecendo atordoado e eu tenho muita vontade de rir. Será que em uma festa badalada dessas ele encontra alguém sóbrio que queira ajudar sem se comprometer? Balanço a cabeça em negação e pego Leyla em meus braços. Caminho com ela até meu carro ignorando alguns olhares de questionamentos.-Leyla...-Sussurro ao acomodá-la no banco de passageiro.-Seu nome é lindo, garota. Vamos lá, acorde.Procurei por um recipiente que muitas vezes deixo bebida alcoólica dentro e encontro jogado no chão do carro. Abro a garra
☆Leyla Drummond☆Afonso... Afonso... Afonso...As lágrimas não param de cair e eu já estou soluçando muito. Braços me rodeiam e eu tento me afastar a todo custo.-Leyla! Leyla!-Alguém me chacoalha.-Olha pra mim, Leyla!Resolvo atender esse pedido e vejo Valéria assustada. Me jogo nos braços dela e acabo vomitando. Não sabia se pedia perdão pelo vômito, se chorava ou se a abraçava.-Vem, vamos embora.Ela me leva até o carro e conduz pelas estradas escuras da cidade. Eu estou anestesiada, absorta. Meu corpo dói e eu lembro que bebi um pouco. Minha mão vai até minha barriga e eu a mantenho ali.-Leyla, eu não vou perguntar nada. Toma um banho, veste algo confortável, toma algum remédio e dorme. Promete que me liga amanhã?Assinto e ela beija meu rosto. Saio do carro e sigo para minha casa. Fiz exatamente o que ela me disse, menos a