Capítulo 2: O Dia Seguinte

O cheiro dele ainda estava nos lençóis.

Isadora despertou lentamente, sentindo o corpo pesado, relaxado, como se tivesse sido consumida por horas a fio—e foi. Cada músculo pulsava com a lembrança da noite anterior. O calor da pele dele ainda parecia impregnado na dela, como se Dominic tivesse deixado marcas invisíveis que nem o banho mais demorado conseguiria apagar.

Ela virou na cama, esticando a mão no lençol amassado ao lado. Frio. Vazio.

Abriu os olhos de repente, piscando contra a luz suave que entrava pelas cortinas luxuosas do quarto do hotel. O relógio digital no criado-mudo piscava um número que a fez prender a respiração.

8h47.

O coração disparou. Merda!

Ela sentou-se na cama de uma vez, o lençol deslizando por sua pele nua enquanto olhava ao redor. Onde ele está? Não havia sinal de Dominic. Nenhum barulho no banheiro. Nenhuma peça de roupa dele espalhada pelo chão. Nenhum bilhete deixado no travesseiro. Nada além das memórias febris da noite passada.

Uma irritação inesperada cresceu dentro dela. Ele sequer se despediu? Nem mesmo um recado? Então foi apenas isso? Um encontro casual sem significado?

Talvez fosse melhor assim. Talvez o destino tivesse facilitado as coisas ao tirá-lo de cena antes que ela cometesse o erro de se envolver demais.

Mas não tinha tempo para pensar nisso agora. Primeiro dia de trabalho.

Ela saltou da cama, pegou seu vestido jogado no chão e o vestiu às pressas. Sequer teve tempo de se olhar no espelho antes de sair do quarto e correr para o elevador.

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O Encontro Inesperado

O ambiente da sala de reuniões era impecável. O tipo de lugar onde poder e dinheiro circulavam em silêncio, impressos nos ternos bem cortados e nas expressões sérias dos executivos sentados ao redor da grande mesa de vidro.

Isadora tentou acalmar a respiração. Mantenha o foco. Você está aqui para trabalhar.

Ela ajeitou o blazer, manteve a postura ereta e se concentrou nos rostos ao seu redor. Mas, no instante em que a porta se abriu e uma voz grave cortou o ambiente, o ar ficou carregado.

— Bom dia a todos.

O mundo parou.

Ela ergueu os olhos.

E ali estava ele.

Dominic.

O choque foi imediato. Ele parecia ainda mais imponente do que na noite passada, vestindo um terno perfeitamente alinhado ao corpo que ela conhecia tão bem. O mesmo homem que a havia consumido por completo algumas horas atrás.

Ele passou os olhos pelo ambiente, cumprimentando os presentes com um olhar calculado e autoritário. Mas então, seu olhar encontrou o dela.

Isadora sentiu o impacto no peito.

Dominic ficou imóvel por um segundo. Isadora. Aqui. Na minha empresa.

O destino tinha um senso de humor afiado. Na noite passada, ela era apenas um enigma delicioso que ele queria decifrar entre os lençóis. Agora, estava ali, sentada entre os novos funcionários, vestindo um blazer impecável, os lábios ligeiramente entreabertos em um misto de surpresa e tensão.

Ela tentava disfarçar, mas ele percebeu.

Percebeu quando os dedos dela apertaram o bloco de anotações, quando sua respiração ficou um pouco mais rápida, quando ela desviou o olhar rápido demais, como se tentasse fingir que não o conhecia.

Fingir que não havia gemido meu nome algumas horas atrás.

Dominic escondeu um sorriso. Isso vai ser interessante.

Ele deslizou as mãos pelos bolsos do paletó e falou, mantendo o tom profissional, mas com um brilho provocador nos olhos.

— Sejam bem-vindos. Espero que essa parceria seja produtiva.

Isadora sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Dominic olhou para ela uma última vez, como se dissesse sem palavras: Isso vai ser divertido.

E naquele momento, ela soube… estava perdida.

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A Tensão Cresce

Dominic se moveu com a mesma confiança de sempre, ocupando seu lugar à cabeceira da mesa. Mas, por dentro, ele ainda sentia o choque da descoberta.

Isadora.

Ele se lembrava do gosto da pele dela, do som da sua voz rouca de prazer, do modo como ela o puxava para mais perto a cada investida. E agora tenho que agir como se não soubesse exatamente o que a faz perder o controle.

Uma tortura. Mas uma tortura deliciosa.

Isadora, por sua vez, tentava respirar fundo e focar na reunião. Mas era impossível.

O ar estava denso demais. A presença dele era esmagadora, intoxicante. Ela sentia o olhar de Dominic sobre ela como um toque invisível, queimando sua pele, reacendendo cada sensação que tentou enterrar ao sair correndo do hotel.

Ela se xingou mentalmente. Por que justo ele?

Sentiu um calor indesejado subir pelo pescoço. Ele estava sentado a poucos metros de distância, observando-a como um caçador que já sabia o gosto da presa. E eu sou a porra da presa.

O problema era que, por mais que tentasse, seu corpo ainda o desejava.

Ela cruzou as pernas, se ajeitou na cadeira, tentando ignorar as memórias do toque firme dele, das mãos explorando sua pele com domínio absoluto.

E então, sentiu.

Um olhar.

Lentamente, ergueu os olhos e encontrou os dele.

Dominic a observava com um sorriso discreto, como se estivesse se divertindo ao vê-la lutar contra o desejo. Seus olhos escuros percorreram o rosto dela, depois deslizaram lentamente pelo corpo, até onde sua saia cobria as coxas cruzadas.

Ela engoliu em seco.

Dominic arqueou uma sobrancelha, quase imperceptível. Ainda sentindo os efeitos da noite passada, gatinha?

O olhar dele era uma promessa. Isso não acabou.

Isadora sentiu o coração martelar contra as costelas. Precisava de ar. Precisava de distância.

Mas, acima de tudo, precisava resistir.

Dominic, no entanto, já havia decidido.

Ela pode lutar o quanto quiser. Mas no final, Isadora será minha.

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