O refúgio estava mais uma vez mergulhado em tensão. Embora a operação tivesse desestabilizado boa parte das operações de Marcus Kane, ele continuava um passo à frente. As perdas sofridas no porto e na refinaria deixaram Ethan com um sentimento amargo de frustração.Na sala de operações, Anthony, cercado por telas, manipulava dados freneticamente.— Consegui rastrear os reforços de Kane. Eles vieram de um complexo no interior, próximo a uma área remota. Ele está usando esses locais para redistribuir seus recursos.Ethan se aproximou, analisando as informações na tela.— É o próximo alvo. Não podemos dar a ele tempo para reagrupar.Helena, com um ar de cansaço, interrompeu:— E se for mais uma armadilha? Ele nos atraiu antes, pode estar planejando isso novamente.Carlos entrou na sala, ainda com curativos do confronto anterior.— Pode até ser, mas quanto mais tempo dermos, mais ele se reorganiza. Precisamos pressioná-lo enquanto ainda estamos no controle.Isabella, que observava a discu
O refúgio estava em silêncio, exceto pelo som suave dos teclados de Anthony na sala de operações. Ethan permanecia ao lado de Isabella, mas seu olhar estava perdido. As recentes descobertas sobre Clarice perturbavam sua mente. Ele havia confiado nela durante anos, e agora a possibilidade de que estivesse envolvida com Marcus Kane o deixava inquieto.Isabella observava Ethan, preocupada.— Você não vai resolver nada apenas olhando para o nada — disse ela, suavemente.Ethan desviou os olhos dela, suspirando profundamente.— Eu só não consigo acreditar que Clarice poderia fazer parte disso.— E se não for bem assim? — sugeriu Isabella. — Talvez ela esteja sendo usada, chantageada. Marcus é mestre em manipular as pessoas.Ethan ponderou por um momento, mas antes que pudesse responder, Anthony entrou apressado na sala, segurando um tablet.— Preciso que venham agora.O Elo PerdidoNa sala de operações, Anthony projetou na tela principal os documentos decodificados. Havia transações finance
A tensão dentro do veículo era palpável enquanto o grupo fugia da mansão de Marcus Kane. O silêncio reinava, interrompido apenas pelo som dos pneus contra o asfalto e a respiração pesada de todos. Clarice estava sentada no banco traseiro entre Helena e Samantha, suas mãos trêmulas sobre o colo. Ethan dirigia, os olhos fixos na estrada, mas sua mente fervilhava com as palavras de Clarice: "Ele ameaçou Sophia."Finalmente, Isabella quebrou o silêncio:— Ele fez o quê?Clarice ergueu o olhar, mas evitou encarar Isabella diretamente.— Kane... ameaçou Sophia. Ele tem espiões por toda parte. Quando soube que eu tinha informações sobre suas operações, me capturou. Disse que, se eu não cooperasse, ele...Ela parou, engolindo em seco, a voz falhando.— Ele faria mal à sua filha, Ethan.O silêncio retornou, mais pesado desta vez. Isabella apertou os punhos, sua expressão oscilando entre raiva e medo.— Por que não nos avisou? — perguntou Helena, a voz cortante como uma lâmina.Clarice fechou o
O eco dos saltos de Isabella Martins reverberava pelo luxuoso hall de entrada da Torre Blackwood. O prédio, conhecido por sua arquitetura moderna e imponente, simbolizava o poder da Blackwood Enterprises. O brilho dos mármores, o vidro impecavelmente polido e o silêncio quase reverencial do ambiente refletiam o padrão inatingível de perfeição imposto por Ethan Blackwood, o jovem e implacável CEO da empresa.Isabella ajeitou sua saia lápis preta, sentindo o nervosismo se manifestar em uma fina camada de suor nas mãos. Era seu primeiro dia como secretária particular de um dos homens mais temidos — e desejados — do mundo corporativo. Aos 26 anos, com um histórico acadêmico impecável, ela sabia que o cargo era um sonho, mas também uma armadilha. Os rumores sobre Ethan eram claros: exigente, meticuloso e frio.Ao chegar ao balcão da recepção, foi recebida por uma mulher de postura rígida e sorriso formal.— Bom dia. Isabella Martins, nova secretária do Sr. Blackwood. — Sua voz saiu mais fi
O sol ainda não havia surgido completamente quando Isabella chegou à Torre Blackwood na manhã seguinte. O ambiente estava quieto, quase deserto, com exceção de alguns funcionários no turno inicial. Ela fez questão de estar ali antes do horário, como prometera, mas sabia que Ethan Blackwood provavelmente já estaria no escritório.Com o café na mão, Isabella passou pela recepção e foi direto para sua mesa. Quando abriu a porta de vidro que separava o andar executivo do restante da empresa, encontrou Claire, que já parecia imersa em uma pilha de relatórios.— Bom dia, Isabella — disse Claire, lançando-lhe um sorriso breve, mas cordial. — Espero que tenha dormido bem, porque hoje será um dia agitado.— Bom dia, Claire. Estou pronta — respondeu Isabella, apesar do cansaço que ainda sentia.Claire a conduziu até sua mesa e entregou um tablet com a agenda de Ethan.— Ele tem uma reunião importante com investidores às 9h e espera que você esteja lá para fazer as anotações. Prepare-se. O Sr. B
Isabella chegou cedo novamente no terceiro dia, determinada a manter o ritmo. Cada vez mais, sentia que trabalhar para Ethan Blackwood era como caminhar em uma corda bamba: a menor falha poderia ser desastrosa. Ainda assim, havia algo nesse desafio que a fazia querer provar seu valor, tanto para ele quanto para si mesma.Assim que se acomodou em sua mesa, Claire se aproximou com uma expressão séria.— O Sr. Blackwood pediu para encontrá-lo na sala de reuniões às 8h em ponto. Ele quer discutir um novo projeto confidencial.Isabella assentiu, ajeitando os papéis em sua mesa.— Alguma dica sobre o que se trata?Claire deu um sorriso quase conspiratório.— Não faço ideia. Quando ele diz que algo é confidencial, só saberemos o mínimo necessário. Mas boa sorte.Pontualmente às 8h, Isabella entrou na sala de reuniões. Ethan já estava lá, folheando um relatório, com a mesma postura impecável de sempre. Ele ergueu os olhos quando ela entrou, gesticulando para que se sentasse.— Bom dia, Srta.
A manhã de sexta-feira chegou rápida e implacável. Isabella estava completamente absorvida nos preparativos para a viagem a Tóquio e na finalização do relatório que acompanharia Ethan. No entanto, algo no ar parecia diferente, como uma energia difícil de ignorar. Mesmo com a pressão do prazo apertado, ela sentia uma tensão crescente, não só em relação ao projeto, mas também em relação à proximidade silenciosa e intrigante de Ethan.Ela entrou no escritório de Ethan pontualmente às 8h, como sempre fazia. Ele estava à sua mesa, com os olhos fixos em uma tela do computador, mas quando ouviu a porta abrir, levantou os olhos e ofereceu um sorriso curto, mas carregado de algo indefinido.— Bom dia, Isabella. Como está o progresso?Ela sentiu o olhar dele sobre ela e, por um momento, seu coração deu um pulo, mas tentou disfarçar.— Estou terminando o relatório e organizando os últimos detalhes para a reunião em Tóquio. Tudo estará pronto antes do horário marcado.— Excelente. — Ele se levant
A reunião aconteceu no elegante salão do hotel, onde uma longa mesa de vidro refletia as luzes suaves do ambiente. Isabella se posicionou ao lado de Ethan, sentindo-se como uma sombra de sua grandeza. Ele estava no comando, com a presença de um líder nato. Ela sabia que o sucesso daquela negociação dependia em grande parte da sua habilidade, mas também sabia que não seria fácil.Os investidores japoneses estavam todos presentes, ao redor da mesa, com olhares sérios e expressões de interesse. Ethan assumiu o controle imediato, começando a reunião com uma apresentação que parecia não deixar espaço para dúvidas. Ele falava com autoridade, cada palavra cuidadosamente escolhida, sua postura imperturbável. Isabella, sentada ao seu lado, acompanhava a apresentação, distribuindo os materiais e fazendo anotações rápidas. Ela sabia que precisava estar em sintonia com ele, absorver tudo que ele dizia, pois o sucesso do encontro dependia dessa coordenação perfeita.Havia momentos durante a reuniã