JULLIAN TINHA FEITO seu melhor show de toda a sua até então, breve vida, e estava extremamente feliz com aquilo, era uma viagem motivadora que ele jamais tinha sentido na vida, enfim estava saindo da sombra do pai famoso, mas quando estava colocando a guitarra em seu case, sentiu um calafrio percorrer a espinha e aquilo sempre era um mau sinal para ele.
— Está tudo bem, Boy?
Ele fingiu bem daquela sensação estranha que havia-o dominado instantes antes.
— Hã! Claro... só um pressentimento.
— Bom ou ruim?
— Acho que os dois.
Eles riram.
PARA EVAN, A CASA ERA UM TÉDIO sem o barulho das crianças, ou as interrupções constantes de Denise – ou até mesmo de sua empregada toda hora lhe importunando, perguntando se ele queria alguma coisa – mas mesmo assim, a sensação era boa. Até ouvir certos barulhos pela residência – pois seu escritório tinha sido construído bem no centro da casa, um lugar estratégico para se ouvir tudo o que passava por ela. Evan tira cuidadosamente uma arma da gaveta – um revólver calibre .38. Ninguém naquela casa sabia sobre aquela arma, apenas ele. Evan foi em direção ao banheiro e ficou olhando para sua face, nem mesmo ele estava se reconhecendo, parecia que envelhecera mil anos em um mês.
DE REPENTE, EVAN ouve uma voz tão longe quanto seus pensamentos estavam enquanto escrevia seus livros, parecia que essa voz de anjo estava lhe sugando a alma para um novo mundo completamente desconhecido... Era tão conhecia essa voz em outros mundos quanto desconhecida naquele...Que coisa mais louca... Ele acorda assustado com um garoto com cabelos multicoloridos desesperado perguntando e o agitando: — Pai! O senhor está bem? Pai! O senhor está bem? Evan esfregou seus olhos como se estivesse acordando de um sono muito profundo e olhou com um ar estranho para Jullian. Pai?&
JULLIAN FICOU sem entender o que tinha acontecido com seu pai, o garoto ficou tão confuso, ou até mais que ele: Será que ele está delirando... – pensou Jullian – só pode... — Pai, você está em casa, uns assaltantes entraram aqui, já chamei a polícia, a mamãe também está vindo, virão o mais rápido possível... Evan interrompe suas explicações, estava completamente confuso. — Espera aí, garoto... Que história é essa de mãe, filho... nunca fui casado, tenho apenas vinte e cinco anos, acabei a faculdade não fazem nem dois meses. 
DENISE E WENDY ENTRARAM desesperadas na sala para saberem se Evan estava realmente bem: — Evan... – Disse Denise ao abraçá-lo mostrando extrema preocupação – você está bem? O que fizeram com você? Quando Evan olhou para Denise, era como se ele estivesse a olhando pela primeira vez, naquele dia inesquecível há quinze anos no parque, ele não a conhecia, mas parecia que se conheceram em mil vidas. Evan se apaixonou por ela tanto quanto naquele dia. Denise era uma mulher perfeitamente linda, quarenta anos, mas com a beleza de uma mulher de dezoito, sem rugas, sem gordura, extremamente bem vestida, com um sorriso largo e lindo, seus olhos brilhavam como dois d
O MÉDICO ENTRA acompanhado por dois policiais e interrompe a conversa. Denise ainda sem entender pergunta: — Olha, Cadú... por favor, veja o que aconteceu com ele, Evan acha que ainda está em 1987, isso é loucura... O doutor deu um sorriso amigável e colocou sua mão direita no ombro esquerdo dela tentando acalmá-la. — Calma, Denise querida, sempre cuidei do Evan, nós estudamos juntos, sei muito bem como cuidar dele. Evan olhou cuidadosamente para o doutor e perguntou: — Estudamos juntos? Nunca vi essa cara feia em toda a minha vida, doutor
CHEGANDO AO SEU QUARTO, Evan diz para Denise: — Olha, Denise... desculpe estar incomodando, prometo que amanhã mesmo vou tentar resolver todo esse mal-entendido que estou causando. Denise olhando estranhamente para aquele Evan confuso e responde: — Como assim mal-entendido? Você mora nessa casa, Evan, com seus dois filhos... não é porque estamos separados que precisa ir embora, as crianças ainda precisam de você, você é a base na vida deles, espero que haja como tal, não ache que vou deixar você sair da vida deles assim como saiu da minha vida. Evan não gostou daquela palavra, "separados". Aquilo soou em seu coração como um grandioso
ENQUANTO DENISE SAÍA DO QUARTO, Jullian entra e diz: — Posso entrar, pai? — Claro, garoto – responde Evan – entra aí, fica à vontade, afinal, te devo uma por salvar minha vida, não é mesmo? Jullian estava com o rosto de uma criança curiosa. — Que história é aquela de show que você tinha falado lá embaixo? Evan respondeu com um sorriso no rosto, se lembrando dos bons momentos em cima de um palco. — Todo mundo sabe que sou compositor de músicas, e guitarrista de uma banda de rock e que toco na igreja de vez em quando.&n
— OLÁ, GAROTINHA LINDA... sente-se aqui comigo, uma garota linda assim é sempre bem-vinda ao meu lado. Wendy estava com uma tristeza no olhar que deixaria até Deus comovido. Evan imaginou que aquela garotinha deveria ter um belo sorriso. — É verdade que o senhor perdeu a memória? Que não se lembra mais de mim, o seu anjinho? Evan com um sorriso no rosto abraça Wendy e a coloca em seu colo. — Posso ter perdido minha memória – disse com um sorriso no rosto, tentando consertar aquele mal-entendido –, mas não perdi meu anjinho, sei que você vai cuidar de mim, não é mesmo?