O MÉDICO ENTRA acompanhado por dois policiais e interrompe a conversa.
Denise ainda sem entender pergunta:
— Olha, Cadú... por favor, veja o que aconteceu com ele, Evan acha que ainda está em 1987, isso é loucura...
O doutor deu um sorriso amigável e colocou sua mão direita no ombro esquerdo dela tentando acalmá-la.
— Calma, Denise querida, sempre cuidei do Evan, nós estudamos juntos, sei muito bem como cuidar dele.
Evan olhou cuidadosamente para o doutor e perguntou:
— Estudamos juntos? Nunca vi essa cara feia em toda a minha vida, doutor
CHEGANDO AO SEU QUARTO, Evan diz para Denise: — Olha, Denise... desculpe estar incomodando, prometo que amanhã mesmo vou tentar resolver todo esse mal-entendido que estou causando. Denise olhando estranhamente para aquele Evan confuso e responde: — Como assim mal-entendido? Você mora nessa casa, Evan, com seus dois filhos... não é porque estamos separados que precisa ir embora, as crianças ainda precisam de você, você é a base na vida deles, espero que haja como tal, não ache que vou deixar você sair da vida deles assim como saiu da minha vida. Evan não gostou daquela palavra, "separados". Aquilo soou em seu coração como um grandioso
ENQUANTO DENISE SAÍA DO QUARTO, Jullian entra e diz: — Posso entrar, pai? — Claro, garoto – responde Evan – entra aí, fica à vontade, afinal, te devo uma por salvar minha vida, não é mesmo? Jullian estava com o rosto de uma criança curiosa. — Que história é aquela de show que você tinha falado lá embaixo? Evan respondeu com um sorriso no rosto, se lembrando dos bons momentos em cima de um palco. — Todo mundo sabe que sou compositor de músicas, e guitarrista de uma banda de rock e que toco na igreja de vez em quando.&n
— OLÁ, GAROTINHA LINDA... sente-se aqui comigo, uma garota linda assim é sempre bem-vinda ao meu lado. Wendy estava com uma tristeza no olhar que deixaria até Deus comovido. Evan imaginou que aquela garotinha deveria ter um belo sorriso. — É verdade que o senhor perdeu a memória? Que não se lembra mais de mim, o seu anjinho? Evan com um sorriso no rosto abraça Wendy e a coloca em seu colo. — Posso ter perdido minha memória – disse com um sorriso no rosto, tentando consertar aquele mal-entendido –, mas não perdi meu anjinho, sei que você vai cuidar de mim, não é mesmo?
EVAN OLHOU PARA UM OBJETO engraçado e quadrado com um teclado de números que ele jamais tinha visto em toda a sua vida. De repente, aquele objeto começou a tocar uma música engraçada. Evan pegou o celular na mão – como uma criança que não conhece o mundo, mas tem a curiosidade de conhecer –, abriu o celular e de repente alguém começou a falar... Evan achou aquilo incrível: — Alô! – Disse Evan. "Olá, meu amor" – disse Camila – "como você está? Estou com saudades sabia?" — Como assim? – Evan respondeu confuso &ndas
NA MANHÃ SEGUINTE, Evan acordou mais cedo que todos da casa e saiu para ir ao barbeiro. Ele não reconhecia mais aquela cidade onde morou a vida toda, mas nada que uma boa dose de humildade não resolvesse. Evan perguntou o que queria saber para algumas pessoas e lhe responderam onde ficava o barbeiro mais próximo. Quando seus filhos viram que não tinha ninguém na cama de Evan pela manhã, logo o desespero tomou conta de todos na casa.O GRANDE ESCRITOR Evan Spencer por onde passava dava muitos autógrafos, tiravam inúmeras fotos com todas as pessoas que o viam e paravam para conversar com ele, afinal, Evan era conhecido tanto pelo talento quanto pelos maus tratos aos seus fãs, mas como as pessoas perceberam que ele estava em um bom dia, aproveitaram o máximo que puder
CHEGANDO EM SUA CASA, estava um tumulto total. Todos olharam para ele e pensaram que era algum antigo amigo de Evan, um repórter ou até mesmo algum policial disfarçado – seus filhos o cumprimentaram como tal –, apenas Denise o reconheceu de imediato e ficou assustada, lembrando-se dos bons tempos de sua vida ao lado do homem dos seus sonhos. Tantos sonhos se renovaram em seu coração destroçado, era uma mescla de sonhos e desespero, alegria e tristeza. Aquele jovem e alegre homem que ela conheceu há quinze anos estava finalmente de volta, as lembranças daquele jovem e feliz Evan vieram em sua mente como um turbilhão avassalador. Denise o abraçou e disse que estava feliz por ele estar bem, que todos estavam muito preocupa
EVAN FAZIA QUESTÃO DE PASSEAR com seus filhos todos os dias, tocava violão com Jullian – para o garoto aquilo era mais que um incrível sonho – ficar perto do pai que estava sempre ocupado para a família. Tudo o que Jullian queria era não acordar qualquer dia e descobrir que o pai voltara a ser aquela pessoa de antes. Mesmo sem se lembrar quem eram exatamente aquelas pessoas que faziam parte de sua nova vida, se sentia extraordinariamente feliz por estar ali, de fazer parte de tudo aquilo, ajudando a pequena Wendy nos afazeres da escola e tirando todas as infinitas dúvidas de Jullian sobre seu passado como músico. Evan ligou para sua mãe – Rachel –, eles conversaram por horas pelo telefone. Evan estava desesperadamente querendo ver sua mãe pessoalmente. Não era apenas s
RACHEL ABRAÇOU cada um deles que estavam na sala, especialmente seu filho, e disse: — Tem mais uma coisa que deveria saber, filho, não sei se para o velho Evan faria algum sentido essa notícia, mas nesse “novo você” acredito que conseguirá dar uma força. Evan, de repente, ficou sério, ele sabia que quando sua mãe falava daquela maneira, algo realmente sério estava acontecendo. — Pode falar, mãe – disse ele prestativo. — Você se lembra do Ferdinand? O olhar de Evan mostrou uma de preocupação maior do que ele queria.&nbs