Horas depois...NINJAO treino hoje foi diferente, não rendeu como o esperado e eu também não estava inteira. Não tinha como ser a mesma depois do que aconteceu. Eu não sou tão imune as investidas do Animal como pensava. Ele mexe comigo, com minhas estruturas e me abala mesmo eu tentando negar. Nunca senti com homem nenhum o que sinto quando ele se aproxima, quando me olha é como se tudo parasse e nada mais existisse. Mas o passado e meu presente batem na minha frente como um paredão doloroso, me mostrando a realidade nua e crua das coisas. Somos como água e azeite. Nunca chegaremos a um ponto comum. Sendo assim preciso adiantar as coisas e sair o mais depressa possível daqui.Terminei minha aula e liberei a rapaziada mais cedo. Senegal ficou me observando durante todo tempo, porém não questionou nada. Pelo menos dessa vez ele ficou na dele e me deixou em paz. Hoje é uma sexta-feira, dia de baile na comunidade e todos eles estão alvoroçados. Noto eles saindo e falo:— Amanhã às sete h
Zaya Horas depois Depois daquela loucura adormeci nos braços do Fernando sem perceber e quando despertei já passavam das três da madrugada. Dou um pulo tentando levantar da cama, mas ele beija meu rosto me puxando para mais perto dele e me prende ainda mais no seu corpo. Fecho os olhos e respiro fundo tentando entender que loucura foi essa que eu cometi. Eu não deveria ter me deixado levar, mas agora já era tarde, não tinha como desfazer e chorar pelo leite derramado não mudaria as coisas em nada. Instantes depois percebo que ele estava com a respiração pesada, então levanto o braço dele devagar e aos poucos vou saindo do seu lado. Mas ao fazer isso senti um vazio e um medo que não consigo explicar. Tinha a sensação que tudo o que aconteceu entre nós não passou de um sonho e que por mais que eu o deseje isso jamais vai se repetir. Levanto da cama ainda nua e pego a toalha que estava no chão enrolando em volta do meu corpo. A janela estava aberta e o vento que batia fazia a cortina
DANIELQUARTEL EXÉRCITO — Comandante! — Carneiro bate continência e continua parado atrás da porta de madeira aguardando que Daniel o libere— Diga sargento! Alguma novidade? — Daniel fala sem tirar os olhos da tela do computador — Já está tudo certo para a transferência do prisioneiro comandante. Já revisamos toda a rota e enviamos para o delegado que está a frente, o tal do Diogo Arantes. — Carneiro fala olhando diretamente para Daniel, que agora se afasta do computador apoia as mãos sobre a mesa e o olha de relance— Excelente! Tudo saindo melhor do que o esperado. Aqueles otários terão uma grande surpresa. — Daniel fala sorridente e se levanta caminhando até a cafeteira que ficava em cima de uma mesa de vidro revestida de madeira e se servindo de um bom café forte e amargo como ele gostava Carneiro pigarreia e sem todeios fala:— Perdoe a minha intromissão comandante, mas o senhor acha mesmo correto que a Zaya não saiba do envolvimento do Delegado nessa missão? E ainda por cima
Enquanto isso no JacarezinhoFlor[Ao telefone]Flor: — Di, eu não posso sair hoje com você.Diego: — Então eu vou até aí princesa. Flor: — Não! Diego: — O que está acontecendo Flor? Até parece que está me evitando.Flor: — Para de falar besteiras, não é nada disso.Diego: — Então o que é? Flor: — Ainda não tenho certeza de nada, mas o Nando está agitado e me pediu para não se afastar do Jacarezinho por esses dias. Diego: — Você desconfia o motivo dele ter dito isso?Flor: — Eu ouvi ele conversando com o Senegal sobre o Ferrugem, um sujeito que era braço direito do meu pai, parece que ele vai ser transferido de prisão e do jeito que eu conheço o Nando com certeza está armando algum plano pra trazer esse demônio de volta pro morro. Por isso não posso sair daqui, entendeu!?Diego: — Meu amor, agora mesmo que você precisa sair daí o quanto antes. Esse sujeito é perigoso e tenho medo que te faça algum mal quando tudo acontecer.Flor: — Como assim quando tudo acontecer? Você fala de um
FlorFico tão fora de si que acabo esbarrando na grade que faz um ruído na hora. Coloco as mãos na boca para evitar qualquer ruído. — Tem alguém aí? — Ninja destrava a arma apontando para todos os lados, fico quieta atrás dos tonéis de aço e vejo ela saindo dali indo para os fundos guardar os materiais da academia Saio dali as pressas tentando ao máximo não chorar, o que era praticamente impossível. Preciso ir até a casa onde ela está para descobrir toda a verdade é tentar ajudar o meu tio de algum jeito. Eu sei que tem uma cópia da porta lá em casa. Então corro pra minha casa, entro pelos fundos, por que Nando e Senegal estavam lá conversando com certeza sobre o mesmo assunto que a Zaya. Pego a chave reserva e corro para a casa da Ninja. Chegando lá abro a porta e começo a vasculhar tudo em busca de provas que mostrassem exatamente o contrário, que ela não é uma maldita mentirosa. Vasculho a parte de baixo e não tinha nada, decido subir para o quarto e abrir tudo em busca de expli
ZayaEnfim chegou o momento que aguardei durante todos esses meses, a hora em que os culpados pela morte do meu filho iriam pagar, e enfim a justiça seria feita. Eu tinha que estar tranquila e mais do que preparada para esse momento, mas não é assim que está sendo as coisas. Ao invés de estar satisfeita, estou nervosa, ansiosa e com um aperto no meio do peito, como se estivesse fazendo algo de errado. Já pensei em desistir diversas vezes, mas não tenho esse direito, não posso recuar. Dei a minha palavra ao meu filho de que faria justiça pela sua morte e assim será. Por mais que eu tenha sonhado várias vezes seguidas com ele me pedindo para parar com tudo isso, sinto que preciso seguir em frente. Estou confusa, meus sentimentos estão bagunçados e o medo de que algo de errado aconteça é nítido em meus olhos.Estou há muitas horas sem falar com Animal, ele tentou conversar comigo, mas me mantive afastada o quanto pude para evitar complicações desnecessárias. Flor permanece calada, confi
ZAYA— Tenho nada para conversar contigo Animal, me deixa em paz porr@! — grito passando a frente dele e descendo os degraus da escada rapidamente na tentativa de fugir das suas perguntas Mas ele segura forte no meu braço me obrigando a olhar no fundo dos seus olhos, que eu tanto procuro fugir. Ficamos ali nos encarando por algum tempo, até eu notar que estava a ponto de fraquejar, puxo meu braço com força me afastando dele.— Já faz mais de um ano que tu apareceu aqui e até agora não sei teu nome... Qual foi, pensa que sou otá.rio caralho? — ele grita e volta a me prensar na parede, mas novamente me descencilho com facilidade e sigo para a cozinha em busca de algo para me acalmar Abro a geladeira, pego uma garrafa d'água e encho um copo. Deixo a garrafa em cima da pia e enquanto bebo a água falo:— Ué, como assim, não sabe? A capivara que te forneceram veio incompleta? — falo debochando e ele chega junto outra vez me prensando entre o armário da cozinha e a geladeira me deixando nu
Algumas horas depois na bocaAnimal— Até que enfim deu as cara hein!? Tava enfiado aonde Animal? — Senegal fala assim que entro na saletaDou de ombros e sigo meu trajeto, até que ouço a piadinha do Ferrugem.— Onde mais? Através daquela mulher.Olho por cima do ombro e antes de dizer alguma coisa Senegal fala:— Porra cara, não acredito nisso. Vai largar o osso quando? Essa mulher não quer nada contigo parceiro, sacou isso não? Depois de um ano caralho, pensei que tu fosse mais esperto. — Me deixa em paz seus fodidos! Desde quando devo satisfação de alguma coisa pra vocês? Se liga! — falo chegando junto da minha mesa e dando um pedala na cabeça do JC que estava todo folgado como se fosse o chefe da parada — Vaza! Sabe que não gosto de macho sentando na minha cadeira! — Tá azedo hein chefia!? Que bicho te mordeu? — JC fala levantando na hora e coçando a cabeça — Um bicho chamado Ninja! — Senegal fala checando a munição que tinha chego mais cedo— Te mete na tua vida porra, que por