FlorFico tão fora de si que acabo esbarrando na grade que faz um ruído na hora. Coloco as mãos na boca para evitar qualquer ruído. — Tem alguém aí? — Ninja destrava a arma apontando para todos os lados, fico quieta atrás dos tonéis de aço e vejo ela saindo dali indo para os fundos guardar os materiais da academia Saio dali as pressas tentando ao máximo não chorar, o que era praticamente impossível. Preciso ir até a casa onde ela está para descobrir toda a verdade é tentar ajudar o meu tio de algum jeito. Eu sei que tem uma cópia da porta lá em casa. Então corro pra minha casa, entro pelos fundos, por que Nando e Senegal estavam lá conversando com certeza sobre o mesmo assunto que a Zaya. Pego a chave reserva e corro para a casa da Ninja. Chegando lá abro a porta e começo a vasculhar tudo em busca de provas que mostrassem exatamente o contrário, que ela não é uma maldita mentirosa. Vasculho a parte de baixo e não tinha nada, decido subir para o quarto e abrir tudo em busca de expli
ZayaEnfim chegou o momento que aguardei durante todos esses meses, a hora em que os culpados pela morte do meu filho iriam pagar, e enfim a justiça seria feita. Eu tinha que estar tranquila e mais do que preparada para esse momento, mas não é assim que está sendo as coisas. Ao invés de estar satisfeita, estou nervosa, ansiosa e com um aperto no meio do peito, como se estivesse fazendo algo de errado. Já pensei em desistir diversas vezes, mas não tenho esse direito, não posso recuar. Dei a minha palavra ao meu filho de que faria justiça pela sua morte e assim será. Por mais que eu tenha sonhado várias vezes seguidas com ele me pedindo para parar com tudo isso, sinto que preciso seguir em frente. Estou confusa, meus sentimentos estão bagunçados e o medo de que algo de errado aconteça é nítido em meus olhos.Estou há muitas horas sem falar com Animal, ele tentou conversar comigo, mas me mantive afastada o quanto pude para evitar complicações desnecessárias. Flor permanece calada, confi
ZAYA— Tenho nada para conversar contigo Animal, me deixa em paz porr@! — grito passando a frente dele e descendo os degraus da escada rapidamente na tentativa de fugir das suas perguntas Mas ele segura forte no meu braço me obrigando a olhar no fundo dos seus olhos, que eu tanto procuro fugir. Ficamos ali nos encarando por algum tempo, até eu notar que estava a ponto de fraquejar, puxo meu braço com força me afastando dele.— Já faz mais de um ano que tu apareceu aqui e até agora não sei teu nome... Qual foi, pensa que sou otá.rio caralho? — ele grita e volta a me prensar na parede, mas novamente me descencilho com facilidade e sigo para a cozinha em busca de algo para me acalmar Abro a geladeira, pego uma garrafa d'água e encho um copo. Deixo a garrafa em cima da pia e enquanto bebo a água falo:— Ué, como assim, não sabe? A capivara que te forneceram veio incompleta? — falo debochando e ele chega junto outra vez me prensando entre o armário da cozinha e a geladeira me deixando nu
Algumas horas depois na bocaAnimal— Até que enfim deu as cara hein!? Tava enfiado aonde Animal? — Senegal fala assim que entro na saletaDou de ombros e sigo meu trajeto, até que ouço a piadinha do Ferrugem.— Onde mais? Através daquela mulher.Olho por cima do ombro e antes de dizer alguma coisa Senegal fala:— Porra cara, não acredito nisso. Vai largar o osso quando? Essa mulher não quer nada contigo parceiro, sacou isso não? Depois de um ano caralho, pensei que tu fosse mais esperto. — Me deixa em paz seus fodidos! Desde quando devo satisfação de alguma coisa pra vocês? Se liga! — falo chegando junto da minha mesa e dando um pedala na cabeça do JC que estava todo folgado como se fosse o chefe da parada — Vaza! Sabe que não gosto de macho sentando na minha cadeira! — Tá azedo hein chefia!? Que bicho te mordeu? — JC fala levantando na hora e coçando a cabeça — Um bicho chamado Ninja! — Senegal fala checando a munição que tinha chego mais cedo— Te mete na tua vida porra, que por
NinjaCemitério de Laranjeiras— Vou te aguardar aqui atrás amiga, esse momento é todo seu. — Flor toca no meu ombro e coloco minha mão em cima da sua agradecendo todo seu cuidado comigo, mesmo sabendo que estava indo contra seu próprio sangue— Obrigada minha menina! — respondo respirando fundo e tentando a todo custo segurar as lágrimas e manter a postura firme de sempreMe aproximo do local onde sofri a maior dor de toda minha vida, ao ver a lápide diante do túmulo do meu filho, sinto uma dor profunda que se apossa do meu corpo e faz cair instantaneamente lágrimas no meu rosto. Segurando uma dúzia de rosas brancas me ajoelho, fecho os olhos e faço uma oração, pedindo à Deus que meu menino tenha encontrado a paz que eu perdi desde que ele se foi. Perdida em lembranças o tempo passa rapidamente e sem que eu perceba sinto uma mão tocar meu ombro. Respiro fundo e apoio minha mão sobre a dela, já sabendo de quem se tratava. Era a segunda vez que eu vinha nesse cemitério, e dessa vez a d
ZayaFlor grita e volto a si seguindo meu caminho. Estava trêmula e ainda não conseguia compreender o que estava acontecendo. E principalmente, porquê o Daniel forjou a própria morte? Isso é loucura. Mas preciso pensar friamente e agora não era o momento disso. Sigo para a comunidade e o movimento estava grande por conta do baile. Deixo Flor em casa e sigo para o meu barraco. Estaciono a moto em frente e sigo o meu caminho. Precisava tomar um banho, refrescar um pouco a cabeça antes de tomar qualquer decisão. Entro em casa e vou direto para o quarto, tiro minha roupa, tomo um banho demorado e visto algo leve. Desço para preparar um café, depois de pronto sento no sofá e fico pensativa por um longo tempo. Mas volto a si com o escândalo que a Flor faz por eu ainda estar desarrumada.— Não acredito que você ainda está desse jeito! — ela fala com as mãos na cintura e os olhos arregalados — Flor, eu já disse que não vou ao baile. Não curto esse tipo de música e outra, não tô muito animad
ZAYA Desperto no susto depois de sentir o calor dos raios de Sol entrando no meu quarto e ao olhar para o lado vejo Fernando dormindo em um sono profundo. Sento na cama passando as mãos no rosto, ainda tentando entender como fui ter essa recaída depois de um ano. Falta tão pouco para tudo ter um fim e agora me acontece justamente o que tentei evitar todo esse tempo. Olho para o rádio relógio ao lado da cama e dou um salto quando percebo que já estava mais do que atrasada para o meu compromisso. Tinha marcado de encontrar Carneiro numa cafeteria no centro da cidade as dez horas da manhã e faltavam apenas quinze minutos para esse horário. Corro para o banheiro, fecho a porta e tomo um banho. Me enrolo na toalha, saio a procura de uma roupa e num tempo recorde me visto. O certo seria eu expulsar o Fernando daqui, mas nem para isso eu tinha tempo. Então pego meu celular, saio do quarto, fecho a porta e sigo para a garagem. Subo na moto e vou para o meu destino. Ao chegar avisto Carneiro
Dois dias depois ZayaO tempo passou sem que eu sequer percebesse e hoje chegou o dia da viagem da Flor. Ela cogitou a possibilidade de não ir à essa viagem, mas cancelei esses pensamentos errados na mesma hora, ainda mais pelo motivo que era: O início de um relacionamento com Senegal. Pelo visto esses dois realmente se entenderam e depois daquele baile estavam um grude só. Flor me contou que ele havia se declarado e ela como uma eterna apaixonada por ele não hesitou em aceitar. No fundo estou feliz por eles, Senegal e eu não temos uma boa amizade ou nada parecido, mas não posso negar que ele daria a vida dele em troca da Flor para protege-la de todo mal e isso é algo que não tem preço e deve ser levado em consideração. Agora estou aqui no aeroporto me despedindo dessa menina que aprendi a amar como se fosse uma filha e óbvio que tentando como sempre conter as lágrimas. — Se cuida menina e seja muito feliz. — falo enquanto à abraço — Mas vou estar pertinho amiga, e nos feriados pr