Leonard Scorpius.Invadi o quarto de Astryd silenciosamente e coloquei a caixinha de veludo com a aliança em cima da cômoda. Sua respiração alta chamou minha atenção. Seu sono parecia conturbado, então não resisti a tentação de invadir sua mente para descobrir o que a deixava tão agitada.Ela acordou alguns segundos depois, correndo o olhar perdido pelo quarto como se tentasse reconhecer o ambiente. Quando me viu encostando em sua cômoda com os braços cruzados, seu rosto ruborizou.— Tendo sonhos eróticos comigo, Anghel? — Disse sacana, notando sua respiração normalizar. Me aproximei da cama e ela se sentou depressa, ajeitando os cabelos. Sua expressão estava confusa.Sentei-me ao seu lado e abri a caixinha de veludo, revelando a aliança dentro dela. Seus olhos se arregalaram.— Pertenceu a sua mãe? — Indagou. Como ela sabia disso?Concordei com um breve aceno com a cabeça e puxei sua mão, colocando a aliança de diamantes em seu anelar.— Não parece surpresa. — Constatei. — Quer me co
Astryd Anhgel.Encarava o meu reflexo em frente ao espelho do quarto. Quase não me reconhecia naqueles vestidos extravagantes, decotados e muito sensuais. Meu closet estava repleto deles. Os cabelos brancos se destacavam no vestido vermelho até os pés. O decote nos peitos parecia mais exagerado do que o habitual.Não consegui tirar Mihai da cabeça desde que Scorpius invadiu minha mente, aquela lembrança há muito esquecida não me perturbava há anos.Eu me considerava uma garota emotiva e sensível. Nunca me envergonhei da minha fragilidade, mas ela já não parecia fazer parte de mim. Não mais.Ainda não tive tempo para conhecer todas as alas daquele castelo. Não me sentia segura nele, mas precisava conhecer meu novo lar.Deixei o quarto e caminhei pelos corredores que ainda não explorei. Havia muitos quadros nas paredes, mas um em especial chamou a minha atenção.Era uma rainha. Uma bela rainha de olhos negros impetuosos e cabelos brancos como os de Leonard. Sua expressão era fria e crue
Quando chegamos no clube, ele segurou a minha mão para descer do carro e abriu um sorriso falso para cumprimentar aqueles que passavam por nós. Todos fingiam simpatia, inclusive ele.Leonard odiava aquelas pessoas tanto quanto eu. Aquele teatro passou a ser irritante. Estupidamente irritante.Nos sentamos à mesa com alguns conhecidos e Dacia me lançou alguns olhares suspeitos e sarcásticos. Seu desprezo por mim nunca foi tão escancarado. Quando os homens se retiraram da mesa para jogar no cassino, ela e Morgana se aproximaram, sentando-se ao meu lado.— Então, Astryd, vai nos dizer seu segredo? — Morgana disse, ganhando a minha atenção. A observei em silêncio, mas não respondi. — Ora, não se faça de desentendida. Todas nós queremos saber como conquistou o coração do homem mais desejado da Romenia. Ninguém conseguiu prender a atenção do duque por mais de uma noite.— Imagino que nossa querida Astryd saiba as artimanhas para prender um homem. — Dacia completou ardilosa. — Os boatos eram
O relógio alemão da parede marcava três horas e trinta da manhã. Não consegui pregar o olho nem por um segundo. Vesti o roupão de seda por cima da camisola quase transparente e abri a varanda, acendendo o cigarro preso entre os lábios.Conferi o horário no relógio da cômoda pelo menos cinco vezes em pouquíssimo tempo, a angústia me dominava.A suíte presidencial parecia maior com aquele vazio. Não achei que seria possível sentir tanto a falta de Leonard mesmo sem nunca ter dormido com ele.Meu cenho franziu automaticamente em confusão quando ele entrou pela porta e começou a desabotoar o paletó, o jogando em cima da cama. Leonard me olhou rapidamente e sumiu para o banheiro, sem dizer uma única palavra.Ele demorou um tempão, tinha desistido de esperá-lo, quando, a porta se abriu novamente e o loiro saiu com os cabelos molhados e somente uma toalha enrolada na cintura.— Achei que ficaria em outro quarto. — Quebrei o silêncio, tentando manter meus olhos focados em seu rosto. Não tive
— Ai, meu Deus! — Deixei escapar entre um gemido e outro. Ele subiu o olhar perverso na minha direção e sorriu, depois, sacana como era, me lambeu com mais lentidão, esfregando sua língua na minha boceta. Eu não devia chamar por Deus enquanto naquele momento, mas céus, isso era tão bom! Quando parou de me chupar, Leonard subiu beijando todo o meu corpo. Apertou meus peitos com as duas mãos e abocanhou um deles com fúria; chupou e enfiou o máximo que podia para dentro da boca, me marcando com seus dentes. Nem mesmo meus mamilos duros e arrepiados foram poupados das suas mordidas. Ele agarrou minha nuca e puxou meus cabelos, me erguendo na cama. Me sentei na beirada e Leonard saiu dela, parando de pé na minha frente. Ele não precisou dizer uma só palavra. Seu olhar intercalando entre meu rosto e o seu pau, deixou subentendido. Não sabia como fazer aquilo, então deixei meus instintos me guiarem. Segurei seu pau com uma das mãos e aproximei a boca, fechando os olhos. — Olha p
Astryd Anghel. Capítulo cinco. Os raios solares estavam fortes naquela manhã, frustrando os meus planos de terminar de ler o meu livro no banco de madeira em frente ao lago. Okay... Devo admitir que não foi somente pelo sol. A presença de Izevel era incômoda, ainda que não estivesse na sua forma humana. Seus olhos amarelos e raivosos estavam fixos em mim, ela não fez questão de disfarçar a sua presença no galho daquela árvore. Suspirei e me levantei, voltando para o castelo, mas o carro da polícia parado em frente à porta de entrada do hall fez meu coração acelerar. Por que a polícia está aqui? Diminuí meus passos quando o detetive Paul saiu de dentro do escritório com Leonard ao seu lado. — Bom dia, senhorita Anghel. — Cumprimentou Paul. — Bom dia, detetive. Posso ajudar? — Indaguei, tentando disfarçar a insegurança na minha voz. — Na verdade, acho que sim, senhorita. Estou investigando o desaparecimento de Seth Dimitri. Ele foi visto pela última vez no Clube Devi
Romênia. 1920. Astryd entrou no bar acompanhada de seu noivo, Seth Dimitri, encantada com o ambiente que a cercava. Seu vestido longo e branco, cheio de franjas e um decote elegante - que parecia exagerado pelos seios fartos - quase escondiam a inocência, que os olhos esverdeados transbordavam. As luvas longas da cor do vestido e a tiara de joias na cabeça, entregavam a riqueza herdada por gerações.A garota de cabelos negros seguiu seu noivo até uma das mesas do bar para assistir ao show da cantora da noite, a sensual e devassa, Eleanor. Sua apresentação era acompanhada por uma banda com alguns músicos, mesmo que ela fosse a atração - e o prato principal - da maioria dos demônios e almas condenadas do bar.Eu sabia que Astryd não frequentava bares como aquele.Daemonum não era um ambiente adequado para jovens garotas da alta sociedade, principalmente as noivas, que tinham um futuro afortunado pela frente. Sua reputação intacta era quase tão preciosa quanto as joias que usava.Tive m
— Então... — Pigarreou, limpando a garganta. — Que tipo de negócios você faz com o meu noivo? — a garota tentou quebrar o clima que surgiu em meio ao silêncio quase erótico. Pude notar que fingia interesse na resposta.— Apenas contratos e coisas entediantes de homens. Você não quer realmente saber sobre isso, não é?! — Disse sincero e ela concordou, rindo.— Tem razão, não me importo. — Levou a taça até a boca, bebericando o seu martini. O olhar de Astryd não desgrudou do meu.— Você é realmente um duque? — Insistiu.— É como diz o título, não é? — respondi com indiferença e peguei uma das taças que o garçon colocou na nossa frente.Astryd deu outra risadinha, parecia desconfiada.— Qual é o seu castelo então, duque? — desafiou.— Castelo de Bran. Gostaria de conhecê-lo, Anghel? — Ofertei com segundas intenções. Talvez terceiras, quartas...— Talvez um dia. — deu de ombros, levando a taça até a boca sem tirar os olhos esverdeados dos meus. — Você é casado? — Perguntou de repente, exi