Foi dado um período de cinco dias de Kalinthum para que todos se reúnam novamente, pelo menos foi o que o Júlio disse. Eles haviam combinado antes de eu acordar, pois, decidiram que irão resgatar a minha velha. Mãe… Como será que ela está? Será que estão cuidando bem dela? Sinto tanto a sua falta, mãe! Jamais imaginei que um dia a gente iria ficar tanto tempo longe uma da outra, ainda mais por uma guerra.
Ainda não sei qual o papel dela nisso tudo, mas acredito que tem tudo a ver com o meu pai. Também não sei o que exatamente sou, pois, o feiticeiro mentiroso não responde as minhas perguntas. Ele, a todo o momento, se esquiva, sempre desviando do assunto com atividades de preparação da viagem ou nas aulas de magia com o Jorge, a Camila e o Cristiano.
É tão frustrante essa situação! De qualquer maneira, o moreno me disse que
O Júlio me acompanha num breve “tour” pela embarcação. Vamos até o porão, onde estão guardadas algumas caixas que o moreno diz serem mantimentos e outras coisas para a viagem em terra. Algo que me deixa preocupada é saber que vamos ter que andar a cavalo quando desembarcarmos, pois, aqui também estão os animais que usaremos.Droga! Nunca andei a cavalo! Será que não vou cair? Bom, andei no lombo do Rylo naquele dia, mas aquilo não conta, afinal ele é um feiticeiro e a sua magia pode ter ajudado na tarefa de manter-me em cima dele.O moreno me leva por outros lugares, dizendo alguns nomes náuticos que esqueci na velocidade de um relâmpado. Mostra onde fica a cozinha, o que me interessa bastante, talvez, mais tarde, vou pegar alguma fruta para fazer uma boquinha antes do jantar.Em seguida, me deixa só para fazer algumas tarefas num lugar que
— E aí, Zarphiruus, não tem comida nessa banheira velha? — O Rafael questiona, abrindo um grande sorriso ao cumprimentar o feiticeiro — A viagem foi longa e estou com fome.— Anjos comem? — indago olhando para o Júlio, depois para o Rafael.— É claro que comemos, querida Sara. — O anjo olha para mim, sorrindo — Ou você pensava que vivemos de luz?— Na verdade, nem sabia que vocês existiam até alguns dias atrás, ainda tem um monte de coisas que quero e tenho que saber, mas esse feiticeiro mentiroso não quer dizer nada.— Você nunca vai perdoar-me pela mentira do suco, não é? — O Zarphiruus me encara com um olhar entristecido.— Talvez! Se me disser o que está acontecendo e quem eu sou, posso pensar no seu caso.— Eu já te disse que não tenho essa obrigaç&atil
Mal fechamos a porta do cômodo e ouvimos uma gargalhada zombeteira.— Merda! É o meu irmão mais velho! — declara a sereia com uma expressão preocupada.— O seu irmão? — encosto-me à porta para segurar-me, pois, a embarcação balança violentamente de novo.— Sim! E pelo jeito trouxe os seus bichinhos de estimação! — Ela também se segura na porta para não cair. Bichinhos de estimação? O que será que ela quis dizer com isso?— Poderia me explicar melhor esse negócio de bichinhos de estimação.— Melhor do que falar, vou mostrar.A sereia caminha até perto de uma das várias janelas do cômodo, abre a portinhola, então faz alguns movimentos suaves com as mãos, uma luz forte e azulada sai das suas palmas. Uma
O calor é escaldante mesmo sendo fim de tarde, todos os poros do meu corpo transpiram sem cessar depois de um dia inteiro de lutas que parecem sem fim. Agora, após ter conquistado a Suméria como os humanos a chamam, estou outra vez numa batalha das muitas que ainda irei lutar, somente para subjugar as áreas férteis do deserto para alimentar esses mortais inúteis.A verdade dos fatos é que a cada corpo mutilado pela minha espada, mais desejo isso para toda a minha existência. Não me interessa realmente alimentar o povo do meu atual reino, que me fizeram rei sem qualquer motivo.No entanto, não posso pensar nisso agora, tenho que me concentrar na batalha, pois a última leva de guerreiros havidos por sentirem a minha lâmina negra acaba de ser liberada pelo outro líder.Apesar do calor insuportável, do suor agonizante que escorre embaixo do meu elmo e do can
Dou uma boa olhada na cabine do Worwyck, pois quando entrei, estava muito grogue para reparar em algo. É um pouco menor que a do Zarphiruus, também não tão luxuosa, assim como a quantidade de janelas é inferior, porém é bem aconchegante.Se ouvi bem, enquanto estava despertando, dormi por dois dias. Será que já chegamos? Creio que não porque continuo sentido o movimento do navio navegando. Estranho! Lembro-me que falaram que levaríamos três dias para chegar ao continente que até agora não sei o nome. Será que ele não tem ou será que é complicado demais para dizer?Também gostaria de saber o que fizeram com o cabeça de bagre. Será que continua preso no porão? Sem dúvida alguma, ele sabe muito ao meu respeito. Talvez… Com ele eu consiga algumas respostas, já que o feiticeiro mentiroso não quer
— Olhe pra mim, minha vida. — pega o meu queixo me forçando a encará-lo — Não importa todas as indicações de que pode ser uma vampira. Não me interessa o que todos esses indícios podem significar. — acaricia o meu rosto tentando enxugar as minhas lágrimas com os seus longos e finos dedos, em seguida coloca a minha franja atrás da minha orelha — A única coisa que importa, é que estarei sempre do seu lado. Não importa o que aconteça! Você é minha vida, o meu amor e nada vai mudar isso.— Mas… — Antes que eu pudesse dizer algo, o meu moreno me beija profundamente, abraçando-me como se temesse perder-me. Eu também morro de medo de te perder, meu moreno! O abraço com força, retribuindo o seu amor que acredito ser igual ao meu. Tudo o que mais desejo é que fiquemos juntos até o fim da nossa
Saio para a rua, andando na direção de onde está ancorado o nosso navio, porém, num cruzamento, uma sombra escura e gigante se coloca no meu caminho. Pronto! Agora, com certeza morro!— Aonde pensa que está indo? — ouço a voz do Worwyck, no mesmo instante que o seu rosto é iluminado pela luz celeste.— Quer me matar do coração, Worwyck? — murmuro colocando uma das mãos no peito, fazendo-o gargalhar.— Quero lhe mostrar algo! — diz após conter o seu riso — Me acompanhe, por favor.— É que, agora, estou procurando o Júlio. Você viu ele?— Falei com ele agora a pouco. Foi para o navio levar o jantar para o Varstylon, com o Zarphiruus e o Rylo, por isso não se preocupe que logo voltará. Agora, venha, acredito que vai gostar. — O homem-urso dá uma piscadinha para mim.O q
Ao sair de porta afora, deparo-me com algo que somente na imaginação de artistas do grafite poderia existir, mas existe! Realmente existe, porque não estou delirando e, com certeza, ainda não enlouqueci!O céu é num tom esverdeado claro, um gigante arco, que parece ser quase da mesma cor do céu, brilha fracamente contornando a imensidão verde como se fosse um anel envolvendo este planeta. Além disso, um sol gigante e branco brilha ao lado de outro amarelado bem pequeno que parece estar mais distante que o primeiro. Nossa! Meu pai do céu! Que céu é esse?!Coloco uma das mãos fora da sombra da casa admirando os raios solares tocarem a minha pele. Engraçado, mas nessa luz, pareço mais branca ainda. Como pode?!Não é só isso que prende a minha atenção, há várias construções de pedra com telhados em ma