- Eu sei... Mas Daniel me contou e não Jonathan.- Helena... Foi horrível.- Eu dei o endereço para ele. Desculpe-me por não ter avisado você antes. Eu devia ter ligado, Ari.- Sim, devia... Mas não foi culpa sua.- Me sinto tão culpada. Já chorei por isso.- Helena... Eu não acredito. Não quero que se sinta mal por minha culpa.- Tudo que eu mais queria era que vocês dois se resolvessem de vez. E no fim acabei tentando ajudar e estraguei tudo.- Mas... Ele pediu meu endereço?- Sim... Ele veio com uma garota. Jovem, bonita... Mas ele alega que é amiga. Assim que ele chegou, pediu por você. Eu... Pensei estar fazendo o bem quando deu o seu endereço. E ele não pensou duas vezes... E foi até você.- E... A amiga?- Eu acho que realmente são amigos. Ela ficou aqui, esperando. Se ela sabe que ele foi atrás de você eu não sei. Na verdade, nem sei quem sabe disso.- E o que ele disse quando voltou?- Que encontrou você beijando outro homem.- E... Foi verdade. Eu estava beijando Luciano, He
Quando chegamos no SPA de noivas, estávamos super empolgadas. Fomos recepcionadas com espumantes em lindas taças de cristal e tratadas como deveríamos ser todos os dias de nossas vidas. Iniciamos com um banho em hidromassagem com flores. Helena foi par outro espaço, provavelmente mais especial ainda, afinal, o dia era dela. Fiquei com Samantha, tentando verdadeiramente relaxar. Eu estava precisando. Deitei minha cabeça sobre o encosto da banheira e fechei meus olhos, sorvendo vagarosamente o líquido, brincando com ele na minha boa. O cheiro que o local exalava era muito bom.- Sentimos sua falta. – disse Samantha.Levantei minha cabeça e olhei para ela. Percebi que ela parecia abatida.- Também senti a falta de vocês.- Ari, eu senti que você estava feliz na fazenda.- E eu realmente estava. – admiti. – E você? Tudo bem?- Não tanto nos últimos dias. Jonathan voltou. – ela disse parecendo um pouco distante quando falou sobre ele. – E... Acompanhado.- Eu soube. Como você está com rela
Eu e Jonathan ficamos lado a lado, aguardando a chegada da noiva. Daniel estava bem nervoso. Normal, pensei comigo mesma. Ele sabe que Helena virá, mas não passa pela cabeça dele o quão linda ela estará. Eu imaginei que estaria nervosa quando estivesse com Jonathan novamente. Mas eu não estava. Normal, seria a palavra para o que eu sentia naquele momento, embora soubesse que ele sempre me atraía fisicamente. Não trocamos nenhuma palavra depois do meu cumprimento e nem me atrevi a olhar na direção dele.Começou a tocar marcha nupcial e Helena adentrou pisando com seu salto branco com pérolas e seu belo vestido de noiva em sua entrada triunfal. O fim de tarde alaranjado, lembrando o pôr do sol na fazenda em Itaúba, foi o presente da natureza para ela durante sua cerimônia. Meu coração bateu mais forte quando vi minha amiga tão feliz no seu momento de união com o amor de sua vida. Eu não precisava desejar que eles fossem felizes para sempre: eu sei que eles seriam. Qualquer um que estava
Sim, eu estava completamente embriagada. E eu nem lembro a última vez que havia feito aquilo.- Acho que eu não estou bem. – falei para o desconhecido enquanto tudo ao meu redor não parava de girar.Quando desvencilhei-me dele e me virei, esbarrei em Jonathan, parado atrás de mim.- Vamos dançar?- Não. – eu disse. – Eu... Acho que não consigo.- Você está bêbada. – afirmou ele.- E você... Acompanhado. – revidei sem ter certeza se as palavras saíam da minha boca de forma correta.- Assim como você. – alegou ele ironicamente.Enquanto tentávamos iniciar uma conversa à base de ironias e ressentimentos, ele me puxou e fomos para a pista. Se eu girasse acho que meu estômago jogaria para fora tudo que eu comi. Como eu não conseguia parar direito em pé, ele que me conduzia, segurando-me firmemente entre seus braços.- Acho que Samantha está bem com Carlos. – ele disse.- Acho... – confirmei.- Mas então temos o seu namorado agora.- Do que você está falando?- Você sabe do que estou faland
Senti uma forte dor na cabeça e abri meus olhos lentamente. A claridade vinda da janela ofuscou minha visão. Virei para o outro lado, tentando identificar onde eu estava. E não consegui saber. Tentei levantar, ainda senti tontura. Meu corpo doía. Eu lembrava da bebedeira da noite anterior e tentava repassar tudo que havia acontecido. A última pessoa que eu havia visto era Jonathan. Percebi que estava só de calcinha e usando uma camiseta maior que o meu tamanho. Enquanto eu tentava colocar minha mente em ordem, Jonathan abriu a porta e entrou com uma xícara de café. Ele usava uma calça jeans escura e uma camisa da mesma cor. A barba parecia recém-feita. Ele sentou-se ao meu lado na cama e me entregou o líquido quente que eu sabia que me reergueria. Eu senti o cheiro de perfume masculino.Agora eu sabia que estava na casa dele. Mas não no quarto dele.- Onde estou?- O quarto de Daniel. – ele explicou.- Eu... Não lembro o que aconteceu depois que eu... Vomitei. – falei envergonhada.-
Quando bati no vidro do taxista que estava com o carro estacionado dormindo na praça, ele me olhou surpreso e disse:- Bem-vinda de volta.Pelo menos desta vez ele me recebeu melhor, pensei. Quando entrei no carro ele disse:- Para sua casa?- Onde mais? – perguntei confusa.Ele seguiu viagem. Eu estava um pouco ansiosa. Não sabia o que esperar na minha chegada com relação a Luciano. Não havíamos nos falado desde o acontecido quando Jonathan chegou. Mas ele havia enviado o vestido, então pensei que de alguma forma pudesse estar tudo bem. Mas como ele não foi se despedir de mim quando parti, fiquei na dúvida do que realmente estava acontecendo.- Você tem muitos amigos. – falou o taxista de poucos amigos que agora parecia querer se aproximar de mim.- Sim. – confirmei não dando muito assunto.- Tomara que mais alguém venha visitar a senhora. É uma boa corrida.Eu olhei para ele sem entender muito bem. Sabia que ele se referia à Samantha, Helena e Jonathan, mas não sabia exatamente onde
Era noite do dia 24, quando comemorávamos com uma bela ceia o Natal. Mamãe havia passado o dia cozinhando e eu ajudei em algumas coisas. Odiava cozinhar, mas ajudar não era tão ruim. Embora eles não tivessem confirmado, eu imaginava que Luciano poderia aparecer para o jantar. Por isso caprichei na escolha de um vestido justo, com mangas compridas, liso, vermelho e completei com botas country curtas. O estilo fazendeira estava começando a me agradar, especialmente pelas belas botas. Eu só tinha um par, mas estava pensando seriamente em adquirir mais. Meus cabelos estavam sem corte definido e também não eram mais lisos nem crespos. Penteei e deixei como estavam, naturais. Fiz uma leve maquiagem, apostando num batom vermelho no mesmo tom do vestido. Olhei no espelho e cuidei do detalhe da minha gargantilha de estrela aparecendo. Quando desci, esperava encontrá-lo lá, mas estava enganada. Meu pai não estava sentado próximo da lareira envolvido em suas coisas, como sempre. E mamãe também n
- Por que não quer me contar o que aconteceu? – ele perguntou.- Você quer mesmo saber, Luciano? Por quê?- Curiosidade. – ele disse com um sorriso enigmático.- Bem, então vamos lá... Jonathan está de volta, mas não sabe por quanto tempo. E adivinhe? Ele veio acompanhado. Sim... Trouxe uma australiana junto... Amiga... Só amiga. – falei ironicamente.- E isso magoou você?- De certa forma sim... – falei sinceramente.- Vocês... Resolveram a situação?- Não... Não sei se resolveremos algum dia, entende?- Você explicou para ele o que aconteceu na noite que ele veio atrás de você?Olhei para ele, que não trazia nenhum sentimento aparente nas palavras nem nas expressões.- Havia uma explicação? – perguntei.Ele me olhou e rebateu:- Não sei... Diga-me você.- Eu... Bebi além da conta na festa. – desconversei. - Senti-me péssima no meio dos meus amigos. Eu não esperava por aquilo. Parece que sem Helena ao meu lado nada tem tanto significado.- Como assim bebeu?- Bebi até não responder a