Quando entrei em casa, meus pais viram que eu havia chorado. Subi para o meu quarto e deitei na cama, colocando o travesseiro sobre a minha cabeça. Eu não queria ver nada, não queria pensar em nada. Só queria ficar ali, sozinha, chorando para o resto da minha vida. Mas não demorou muito para Cândida subir e ficar ao meu lado. Ela não disse nada, só tirou o travesseiro que tapava meu rosto e ficou fazendo cafuné. Eu chorei ainda mais, por receber aquele carinho que eu tanto precisava naquele momento. Talvez algumas pessoas pudessem achar que eu era sortuda por ter dois homens maravilhosos na minha vida. O problema é que eu não podia ficar com os dois... Eu tinha que fazer uma escolha. E para isso eu teria que abrir mão de um deles. Aliás, naquele momento eu nem tenho certeza se os dois ainda me queriam. Depois de tudo que aconteceu alguns minutos atrás talvez tudo que eles quisessem era distância de mim.- Quer me contar o que aconteceu?- Jonathan... Ele veio me procurar... – comecei.
Quando cheguei em frente ao Dreamworld, trazendo uma única mala e ainda mais incertezas dentro de mim, respirei fundo e tentei ter coragem para o que me esperava. Assim que entrei no portão, vi Gisa mexendo nas plantas. Uma alegria inundou meu coração, que bateu mais rápido. Quando nos olhamos, larguei minha mala e andei rapidamente em direção à ela, que veio me receber no meio do caminho. Abraçamos-nos carinhosamente. Gisa era muito especial para mim. Uma amiga que não importava quanto tempo passasse, teria sempre um lugar na minha vida. Ela havia cortado um pouco o cabelo, estando ainda mais bela. Continuavam pintados de vermelho vivo.- Quanta saudade. – ela disse quando me largou.- Gisa, ver você aqui encheu meu coração de amor. – confessei.- Eu sabia que você não deixaria Helena sem a sua presença neste dia tão especial para ela.- Sim... Eu não poderia fazer isso.- Mas confesso que achei que não voltaria quando partiu.- Eu também. – confirmei.- Venha, vamos até minha casa.
- Eu sei... Mas Daniel me contou e não Jonathan.- Helena... Foi horrível.- Eu dei o endereço para ele. Desculpe-me por não ter avisado você antes. Eu devia ter ligado, Ari.- Sim, devia... Mas não foi culpa sua.- Me sinto tão culpada. Já chorei por isso.- Helena... Eu não acredito. Não quero que se sinta mal por minha culpa.- Tudo que eu mais queria era que vocês dois se resolvessem de vez. E no fim acabei tentando ajudar e estraguei tudo.- Mas... Ele pediu meu endereço?- Sim... Ele veio com uma garota. Jovem, bonita... Mas ele alega que é amiga. Assim que ele chegou, pediu por você. Eu... Pensei estar fazendo o bem quando deu o seu endereço. E ele não pensou duas vezes... E foi até você.- E... A amiga?- Eu acho que realmente são amigos. Ela ficou aqui, esperando. Se ela sabe que ele foi atrás de você eu não sei. Na verdade, nem sei quem sabe disso.- E o que ele disse quando voltou?- Que encontrou você beijando outro homem.- E... Foi verdade. Eu estava beijando Luciano, He
Quando chegamos no SPA de noivas, estávamos super empolgadas. Fomos recepcionadas com espumantes em lindas taças de cristal e tratadas como deveríamos ser todos os dias de nossas vidas. Iniciamos com um banho em hidromassagem com flores. Helena foi par outro espaço, provavelmente mais especial ainda, afinal, o dia era dela. Fiquei com Samantha, tentando verdadeiramente relaxar. Eu estava precisando. Deitei minha cabeça sobre o encosto da banheira e fechei meus olhos, sorvendo vagarosamente o líquido, brincando com ele na minha boa. O cheiro que o local exalava era muito bom.- Sentimos sua falta. – disse Samantha.Levantei minha cabeça e olhei para ela. Percebi que ela parecia abatida.- Também senti a falta de vocês.- Ari, eu senti que você estava feliz na fazenda.- E eu realmente estava. – admiti. – E você? Tudo bem?- Não tanto nos últimos dias. Jonathan voltou. – ela disse parecendo um pouco distante quando falou sobre ele. – E... Acompanhado.- Eu soube. Como você está com rela
Eu e Jonathan ficamos lado a lado, aguardando a chegada da noiva. Daniel estava bem nervoso. Normal, pensei comigo mesma. Ele sabe que Helena virá, mas não passa pela cabeça dele o quão linda ela estará. Eu imaginei que estaria nervosa quando estivesse com Jonathan novamente. Mas eu não estava. Normal, seria a palavra para o que eu sentia naquele momento, embora soubesse que ele sempre me atraía fisicamente. Não trocamos nenhuma palavra depois do meu cumprimento e nem me atrevi a olhar na direção dele.Começou a tocar marcha nupcial e Helena adentrou pisando com seu salto branco com pérolas e seu belo vestido de noiva em sua entrada triunfal. O fim de tarde alaranjado, lembrando o pôr do sol na fazenda em Itaúba, foi o presente da natureza para ela durante sua cerimônia. Meu coração bateu mais forte quando vi minha amiga tão feliz no seu momento de união com o amor de sua vida. Eu não precisava desejar que eles fossem felizes para sempre: eu sei que eles seriam. Qualquer um que estava
Sim, eu estava completamente embriagada. E eu nem lembro a última vez que havia feito aquilo.- Acho que eu não estou bem. – falei para o desconhecido enquanto tudo ao meu redor não parava de girar.Quando desvencilhei-me dele e me virei, esbarrei em Jonathan, parado atrás de mim.- Vamos dançar?- Não. – eu disse. – Eu... Acho que não consigo.- Você está bêbada. – afirmou ele.- E você... Acompanhado. – revidei sem ter certeza se as palavras saíam da minha boca de forma correta.- Assim como você. – alegou ele ironicamente.Enquanto tentávamos iniciar uma conversa à base de ironias e ressentimentos, ele me puxou e fomos para a pista. Se eu girasse acho que meu estômago jogaria para fora tudo que eu comi. Como eu não conseguia parar direito em pé, ele que me conduzia, segurando-me firmemente entre seus braços.- Acho que Samantha está bem com Carlos. – ele disse.- Acho... – confirmei.- Mas então temos o seu namorado agora.- Do que você está falando?- Você sabe do que estou faland
Senti uma forte dor na cabeça e abri meus olhos lentamente. A claridade vinda da janela ofuscou minha visão. Virei para o outro lado, tentando identificar onde eu estava. E não consegui saber. Tentei levantar, ainda senti tontura. Meu corpo doía. Eu lembrava da bebedeira da noite anterior e tentava repassar tudo que havia acontecido. A última pessoa que eu havia visto era Jonathan. Percebi que estava só de calcinha e usando uma camiseta maior que o meu tamanho. Enquanto eu tentava colocar minha mente em ordem, Jonathan abriu a porta e entrou com uma xícara de café. Ele usava uma calça jeans escura e uma camisa da mesma cor. A barba parecia recém-feita. Ele sentou-se ao meu lado na cama e me entregou o líquido quente que eu sabia que me reergueria. Eu senti o cheiro de perfume masculino.Agora eu sabia que estava na casa dele. Mas não no quarto dele.- Onde estou?- O quarto de Daniel. – ele explicou.- Eu... Não lembro o que aconteceu depois que eu... Vomitei. – falei envergonhada.-
Quando bati no vidro do taxista que estava com o carro estacionado dormindo na praça, ele me olhou surpreso e disse:- Bem-vinda de volta.Pelo menos desta vez ele me recebeu melhor, pensei. Quando entrei no carro ele disse:- Para sua casa?- Onde mais? – perguntei confusa.Ele seguiu viagem. Eu estava um pouco ansiosa. Não sabia o que esperar na minha chegada com relação a Luciano. Não havíamos nos falado desde o acontecido quando Jonathan chegou. Mas ele havia enviado o vestido, então pensei que de alguma forma pudesse estar tudo bem. Mas como ele não foi se despedir de mim quando parti, fiquei na dúvida do que realmente estava acontecendo.- Você tem muitos amigos. – falou o taxista de poucos amigos que agora parecia querer se aproximar de mim.- Sim. – confirmei não dando muito assunto.- Tomara que mais alguém venha visitar a senhora. É uma boa corrida.Eu olhei para ele sem entender muito bem. Sabia que ele se referia à Samantha, Helena e Jonathan, mas não sabia exatamente onde