Nos reunimos no salão, conforme Gisa havia pedido. Todos estavam falando ao mesmo tempo, confusos e nervosos. Eu não acreditava que alguém do Dreamworld pudesse ter matado Therry. Olhei para os lados, procurando Jonathan, sem me dar conta de que não o veria mais ali. O que seria de mim sem vê-lo, encontrar os olhos dele procurando os meus? Só me restava partir e sentir minha tristeza e amargura longe dali, de qualquer coisa que lembrasse ele. Enquanto conversávamos, recebemos uma visita não esperada: o investigador Jordany. Percebi que Gisa já sabia que ele viria e talvez por este motivo ela organizou a reunião. Acho que ela queria que tudo se resolvesse logo, afinal, o Dreamworld estava na primeira página do jornal local. Jordany, por sua vez, não usava roupa de trabalho. Veio vestido informalmente. Ele era um homem bonito, não havia como negar. E me parecia sério e comprometido em descobrir a verdade. E eu gostaria que tudo fosse resolvido logo, da melhor forma possível.- Estou aqu
Eu fiquei olhando para ele incrédula. Eu não sabia que Therry tinha um irmão. Na verdade, eu não sabia nada sobre Therry em todo o tempo que estivemos juntos.- Eu... Não gostaria que você comentasse com ninguém. – ele pediu.- Eu... Não teria motivos para comentar. Mas... Agora entendo algumas coisas.- Eu gostaria de agradecer você por ter de alguma forma acreditado no meu irmão. Você deu um voto de confiança para ele e sim foi importante sim.- Confesso que estou confusa... Therry nunca me contou... Na verdade ele nunca me contou nada sobre a família dele.- Ele sempre foi assim. Também não contava sobre os relacionamentos dele. Nós não nos víamos muito também. Eu estava muito envolvido com os treinamentos na polícia. E... Seguimos caminhos diferentes na vida.- Eu sei... Eu não sabia sobre as questões de Therry tinha com relação a drogas e tudo mais. Eu até imaginava algumas vezes, mas fui muito ingênua.- Ele gostava de você.- Ele lhe disse isso? – perguntei.- Sim.- Eu... Nunc
- Vai deixar estas roupas? – perguntou Samantha. – Isso é uma esperança de que você voltará logo?- Não... Eu realmente não tenho lugar para levar tudo. – confessei.- Ari, tem certeza do que está fazendo.- Sim, Samantha.- Ari... Você não está fazendo isso por minha causa... Não é?- Não...- Eu... Gostaria de me desculpar por qualquer coisa... Ou sofrimento que eu tenha causado em você.- E eu gostaria de agradecer por você ter entendido o que houve naquela noite... E por ter me protegido de Therry.- Eu amo Jonathan, Ariane... Mas eu não quero ser responsável pela sua infelicidade, entende? Eu não me importo se ele vai ser infeliz sem você... Mas não quero que você seja infeliz sem ele.- Não temos culpa do que houve, Samantha. Nem você, nem eu nem ele. Não podemos escolher por quem se apaixonar, não é mesmo?- Eu... Não queria gostar dele. – disse Samantha.- Nem eu, Samantha. – confessei.- É um triângulo amoroso que eu me sinto na ponta, sozinha... Eu não quero ser a responsáve
Quando cheguei à rodoviária de Ataúba já era tarde da noite. A viagem de ônibus fez com que eu passasse horas pensando na vida e em minhas decisões até o momento. Pensava em como viveria sem Helena e Samantha junto de mim. Elas faziam parte da minha vida e eu as amava como se fossem da minha família. Eu deixei meu coração no Dreamworld, junto de minhas amigas e do homem da minha vida. A morte de Therry também me abalava, principalmente quando eu descobri parte da verdade sobre a vida dele e sentia uma enorme tristeza pelo irmão estar no caso, tentando descobrir quem o assassinou. Eu nem tinha certeza se queria morar com meus pais no interior, numa fazenda no meio do nada. No entanto, naquele momento, era minha única opção. Eu não tinha intenção de ligar para ninguém do Dreamworld... Pelo menos não nos primeiros dias. Eu precisava me centrar em minhas ideias e colocar minha cabeça em ordem.Desci com minhas malas e fiquei olhando para a rodoviária. Só havia o meu ônibus, portanto ele e
Acordei depois do meio dia. Quando desci o almoço estava pronto me esperando sobre a mesa. Fui servida por uma simpática mulher chamada Rosa, que auxiliava minha mãe nos trabalhos domésticos. Ela explicou que meu pai estava trabalhando na fazenda e minha mãe havia ido à cidade fazer compras para o jantar. Eu pensei em ir até meu pai, mas ela explicou que a fazenda era muito grande e que dificilmente eu o encontraria.Depois do almoço eu sentei na varanda numa enorme rede, observando o lindo dia de sol. Que lugar fabuloso. Se não fosse toda bagagem triste que eu carregava em meu coração, eu poderia ser feliz naquele lugar. Mas me balançando ali, sentindo o vento bater no meu rosto, eu pensei em como e onde Jonathan estaria naquele momento. Será que ele também estava pensando em mim? Eu não conseguia parar de pensar na noite perfeita que passamos juntos. E era triste a certeza de que nunca mais aconteceria. Que eu não mais tocaria no corpo dele, sentiria sua boca na minha, seu cheiro...
Enquanto o jantar não ficava pronto, fui até a varanda. Falar em Jonathan me deixou triste novamente. Deitei-me na confortável rede clara e olhei para a imensidão da noite estrelada. Se tinha um coisa que poderíamos ter em comum era o céu. Estaria Jonathan olhando para o céu naquele momento e também pensando em mim? Algum dia eu seria capaz de tirar aquele sentimento de dentro de mim? Eu sofria por ele e sabia que ele também sentia minha falta. Eu acreditava no amor dele. E ainda assim fui embora, como uma covarde, deixando tudo para trás. Eu esperava que um dia ele pudesse me perdoar por não ter lutado por nosso amor. Naquele momento eu não sentia falta do Dreamworld, nem da minha vida antiga. Mas eu sabia que com o tempo eu não teria como não pensar em Samantha, Helena, Daniel, Gisa, Carlos e todos meus amigos. Sentiria falta dos churrascos de domingo, do bagunça na piscina, das festas do sábado à noite regadas à boas bebidas e risadas. Eu pensei em Jordany. Acho que ele também se a
Troquei de roupa e coloquei meu pijama. Fiquei um pouco constrangida, pois eu estava quase de pijama durante o jantar. Havia esquecido completamente da visita de Luciano naquela noite. Ri de mim mesma e minha falta de atenção. Fui até a janela e vi que ele estava voltando para casa caminhando. Ele parecia bem tranquilo com relação ao que havia acontecido com ele, o que era difícil. Jovens como ele dificilmente eram assim. Geralmente culpavam meio mundo por tudo. Mas como ele mesmo dissera, a raiva havia passado e ele havia se curado e aceitado. Luciano era um cara legal e talvez fosse uma boa companhia no tempo que eu ficasse na fazenda. Fui deitar e logo comecei a pensar em Jonathan. Eu também queria muito falar com Helena e saber como estava indo tudo, mas o telefone realmente não pegava naquele lugar. E meus pais não tinham telefone em casa. Quando precisavam iam até a cidade. Parecia que eu estava ali há tanto tempo, no entanto só havia passado dois dias. Talvez o passeio no lago
Eu voltei para a margem e antes de sair da água, perguntei:- Tem certeza de que não vai entrar? A água está maravilhosa.- Tenho. – ele disse sorrindo.Percebi que ele havia organizado uma mesa com algumas guloseimas. Fiquei impressionada. Estava tudo sobre uma mesa dobrável, inclusive com uma toalha xadrez vermelha estilo piquenique e duas cadeiras.Saí e fiquei um pouco no sol para secar meu corpo e minha roupa molhada. Minha camiseta branca estava grudada no corpo, deixando meu sutiã completamente a mostra. Senti-me quase nua na frente daquele estranho que eu mal conhecia. Mas ele nem sequer olhava para meu corpo. De alguma forma parecia que eu não o atraía. Luciano parecia mais interessado na cadela do que em ver uma mulher seminua na frente. Ele poderia não gostar de mulheres. Ou talvez eu não fosse o tipo dele. Eu não me achava uma mulher linda, mas não também não era feia. Costumava chamar a atenção quando me arrumava e da forma como estava naquele momento chamaria ainda mais.