Estava recostada na poltrona que ficava ao lado do berço de Lexie.
Minhas pálpebras pesavam de maneira impertinente. O que ainda me mantinha acordada era o som irritante do móbile musical que ficava pendurado acima do berço de Lex. Mesmo sonolenta, percebi a presença de Derek no quarto. Ele estava parado, reclinado à porta, um sorriso largo nos lábios.
— Ela acabou de dormir. — murmurei baixinho, ainda apreensiva pelo medo de Lexie estar apenas nos enganando.
Pode parecer loucura, mas nossa garotinha de quase oito meses é extremamente esperta. Ela finge que pega no sono e quando a colocamos em seu berço — que ela abomina, a propósito — a menina se manifesta chorando para ap
AmandaO dia de hoje, diferente dos outros, amanheceu mais vibrante. Especialmente para Derek. Ele estava completamente eufórico e ansioso para receber Damen. Seu irmão chegaria para ficar alguns dias conosco e essa notícia não poderia tê-lo deixado mais animado.O entusiasmo de Derek apenas salientava o quanto ele amava o irmão. Quando Damen nos informou que chegaria pela manhã, Derek fez questão de deixar a empresa nas mãos de seus sócios, somente para certificar-se de que tudo estaria impecável em sua "recepção."Vê-lo tão feliz assim me deixava mais leve. Há dias não o via desta forma, tão alegre, espontâneo e despreocupado.Sua felicidade era tão grande que me fazia pensar duas vezes em tocar no assunto de mandar Monnie embora.Eu apenas que
DerekSou o irmão mais velho.Não por escolha. Não porque eu quis. Ser o irmão mais velho, carregar todo esse peso nas costas, não é, nem de longe, facil. É terrível. Você se sente na obrigação de ser o melhor que puder. Você sente que deve se esforçar até esgotar todas as suas forças. Porque, como irmão mais velho, você deve ser um modelo a se seguir. É seu dever mostrar aos outros o certo e o errado; mostrar que nem sempre devemos nos satisfazer apenas com bom, não quando temos como possibilidade o melhor e o excelente.Desde que meu pai se foi, ele consignou à mim sua confiança. Não só isso, ele deixou comigo o encargo de minorar sua ausência para Damen e Sabrina. Me sinto na obrigaç&
Derek— Fiquei feliz por ter aceito o convite de jantar conosco, Peter. De verdade. Muito obrigado.Finalmente, após muito insistir, Peter aceitou o convite para jantar conosco.Abro a porta e dou espaço para que ele entre. Somos recebidos por Sabrina que parece ocupada demais cantarolando para Lexie.Eu pigarreio, fazendo ela desviar sua atenção para mim. Seu sorriso se dissipa quando ela coloca os olhos em Peter. Ela me encara, aparentemente furiosa.— Mas que merda é essa?— Sabrina... — rolo meus olhos. — Eu não sabia que estaria aqui...— Eu sou sua irmã
DerekJá é noite, sei que não é o momento mais conveniente para ir até Damen, mas mesmo assim o faço. Toco a campainha algumas vezes.Estou nervoso, sinto minhas mãos perspirarem.A porta se abre, mostrando exatamente quem eu procuro.Damen está parado, parece surpreso em me ver. Ele abre a boca para dizer algo, mas nada sai.— Sei que é uma hora um pouco incoveniente, mas... — suspiro. — Será que podemos conversar?Ele me examina, estritamente minhas palavras. Talvez ele queira testificar-se de que estou falando sério. De que estou disposto a uma conversa franca.Ele olha para trás, troca olhares com Pamela, que não está completamente visível, depois me olha novamente.E, só então, cede passagem para que eu entre.Me sinto eivado, desconfortável e completamente idiota. Passo por Damen e
AmandaO café da manhã foi estranhamente taciturno. Sinto que há qualquer coisa de errado acontecendo ao redor, mas não sei exatamente o que é. Derek leu o jornal, me sorriu algumas vezes e comeu ligeiramente. Parecia apressado.Não questionei sua ligeireza, provavelmente ele teria alguma reunião importante na empresa. Antes de ir ele beijou Lexie no topo da cabeça e me deu um selinho. Ele me pareceu relaxado, seu semblante ameno.Subo com Lexie para o quarto, assisto algumas canções infantis com ela e depois a deixo no berço, onde ela se diverte com seus brinquedos. Me certifico de que ela está bem protegida e em segurança. É hora de fazer minha higiene matinal.Preoc
Amanda— Ainda não entendi muito bem. Como aquela maluca sobreviveu ao acidente? Teve velório e enterro, eu não...Estamos todos sentados na sala. Derek resolveu reunir todos e lhes contar toda a verdade.Todos ficam surpresos, especialmente Sabrina. Ela demora algum tempo para absorver tanta informação e, ainda assim, muitas perguntas ainda rondam sua mente.— Ana é uma ex-enfermeira do hospital para onde fomos levados depois do acidente. Coincidentemente, ela era também uma antiga amiga da mãe da Monnie. — Derek explica. — Monnie pediu para que ela a ajudasse a forjar sua morte. É claro que foi algo ílicito, mas Ana se arriscou para ajudá-la. AmandaDerek me apresenta formalmente a maioria de seus amigos. Todos são educados e simpáticos. Me tratam bem e nos felicitam pela nossa união e especialmente por nossa Lexie.Algumas mulheres me olham de lado, não escondem a invídia. Entendo o motivo. Derek é meu. Isso as incomoda. Sei que dariam qualquer coisa para estar onde estou. Ou melhor, para estar com quem estou.Nossa casa está cheia. A decoração, toda escolhida e organizada por Sabrina, ficou impecável. É claro que Derek achou um pouco exagerado, mas Sabrina é incontrolável. Não se pode protestar com ela.Derek segura minha mão firme, como se estivesse com medo de que nos separássemos.Capítulo 17
AmandaVejo sangue nas mãos de Derek. O sangue de Peter escorre pelas suas mãos.Grito ainda mais alto. Não demora para Meg sair correndo do quarto e Aspen aparecer no corredor, seguido de Damen.Eles me olham sem entender. Só consigo chorar.Damen corre na direção de Derek, tenta pará-lo, mas ele está cheio de ódio. É irrefreável.— Derek, chega! Derek!Damen grita de modo autoritário, mas Derek o ignora sem muito esforço. Apenas continua socando o rosto de Peter com toda sua força.A esta altura não sei se Peter aind