Sou o irmão mais velho.
Não por escolha. Não porque eu quis. Ser o irmão mais velho, carregar todo esse peso nas costas, não é, nem de longe, facil. É terrível. Você se sente na obrigação de ser o melhor que puder. Você sente que deve se esforçar até esgotar todas as suas forças. Porque, como irmão mais velho, você deve ser um modelo a se seguir. É seu dever mostrar aos outros o certo e o errado; mostrar que nem sempre devemos nos satisfazer apenas com bom, não quando temos como possibilidade o melhor e o excelente.
Desde que meu pai se foi, ele consignou à mim sua confiança. Não só isso, ele deixou comigo o encargo de minorar sua ausência para Damen e Sabrina. Me sinto na obrigaç&
Derek— Fiquei feliz por ter aceito o convite de jantar conosco, Peter. De verdade. Muito obrigado.Finalmente, após muito insistir, Peter aceitou o convite para jantar conosco.Abro a porta e dou espaço para que ele entre. Somos recebidos por Sabrina que parece ocupada demais cantarolando para Lexie.Eu pigarreio, fazendo ela desviar sua atenção para mim. Seu sorriso se dissipa quando ela coloca os olhos em Peter. Ela me encara, aparentemente furiosa.— Mas que merda é essa?— Sabrina... — rolo meus olhos. — Eu não sabia que estaria aqui...— Eu sou sua irmã
DerekJá é noite, sei que não é o momento mais conveniente para ir até Damen, mas mesmo assim o faço. Toco a campainha algumas vezes.Estou nervoso, sinto minhas mãos perspirarem.A porta se abre, mostrando exatamente quem eu procuro.Damen está parado, parece surpreso em me ver. Ele abre a boca para dizer algo, mas nada sai.— Sei que é uma hora um pouco incoveniente, mas... — suspiro. — Será que podemos conversar?Ele me examina, estritamente minhas palavras. Talvez ele queira testificar-se de que estou falando sério. De que estou disposto a uma conversa franca.Ele olha para trás, troca olhares com Pamela, que não está completamente visível, depois me olha novamente.E, só então, cede passagem para que eu entre.Me sinto eivado, desconfortável e completamente idiota. Passo por Damen e
AmandaO café da manhã foi estranhamente taciturno. Sinto que há qualquer coisa de errado acontecendo ao redor, mas não sei exatamente o que é. Derek leu o jornal, me sorriu algumas vezes e comeu ligeiramente. Parecia apressado.Não questionei sua ligeireza, provavelmente ele teria alguma reunião importante na empresa. Antes de ir ele beijou Lexie no topo da cabeça e me deu um selinho. Ele me pareceu relaxado, seu semblante ameno.Subo com Lexie para o quarto, assisto algumas canções infantis com ela e depois a deixo no berço, onde ela se diverte com seus brinquedos. Me certifico de que ela está bem protegida e em segurança. É hora de fazer minha higiene matinal.Preoc
Amanda— Ainda não entendi muito bem. Como aquela maluca sobreviveu ao acidente? Teve velório e enterro, eu não...Estamos todos sentados na sala. Derek resolveu reunir todos e lhes contar toda a verdade.Todos ficam surpresos, especialmente Sabrina. Ela demora algum tempo para absorver tanta informação e, ainda assim, muitas perguntas ainda rondam sua mente.— Ana é uma ex-enfermeira do hospital para onde fomos levados depois do acidente. Coincidentemente, ela era também uma antiga amiga da mãe da Monnie. — Derek explica. — Monnie pediu para que ela a ajudasse a forjar sua morte. É claro que foi algo ílicito, mas Ana se arriscou para ajudá-la. AmandaDerek me apresenta formalmente a maioria de seus amigos. Todos são educados e simpáticos. Me tratam bem e nos felicitam pela nossa união e especialmente por nossa Lexie.Algumas mulheres me olham de lado, não escondem a invídia. Entendo o motivo. Derek é meu. Isso as incomoda. Sei que dariam qualquer coisa para estar onde estou. Ou melhor, para estar com quem estou.Nossa casa está cheia. A decoração, toda escolhida e organizada por Sabrina, ficou impecável. É claro que Derek achou um pouco exagerado, mas Sabrina é incontrolável. Não se pode protestar com ela.Derek segura minha mão firme, como se estivesse com medo de que nos separássemos.Capítulo 17
AmandaVejo sangue nas mãos de Derek. O sangue de Peter escorre pelas suas mãos.Grito ainda mais alto. Não demora para Meg sair correndo do quarto e Aspen aparecer no corredor, seguido de Damen.Eles me olham sem entender. Só consigo chorar.Damen corre na direção de Derek, tenta pará-lo, mas ele está cheio de ódio. É irrefreável.— Derek, chega! Derek!Damen grita de modo autoritário, mas Derek o ignora sem muito esforço. Apenas continua socando o rosto de Peter com toda sua força.A esta altura não sei se Peter aind
AmandaSaio com a roupa do corpo. Não é apenas orgulho. É raiva e um emorme desejo de sair dali o quanto antes.Deixar Lexie para trás me corta o coração. Sou sua mãe. Sou sua mãe desde o primeiro minuto. Mesmo que esse não tenha sido o plano, sou sua mãe. A amo desde o momento em que ouvi seu coraçãozinho pulsando fortemente; ela dentro de mim, cheia de vida. Sinto que nosso amor foi escrito na estrelas. Algo fadado a acontecer de um jeito ou de outro.Não era esse o plano. Não deveríamos ter ligação alguma. Mas temos. Não sou apenas a mulher que lhe cedeu o ventre. Sou a mulher que a carregou por nove meses na barriga. A mulher que seria capaz de qualquer coisa por ela. Sou sua mãe. Sempre sua mãe.De todas as coisas eu poderia esperar de Derek, jamais
Derek— Devia ir para casa. — Damen está parado na porta do escritório.Rolo meus olhos vagarosamente para ele.— Tenho coisas... muitos papéis para ler. Não posso sair antes de organizá-los.— Lexie precisa de você.Mordo os lábios e suspiro.— Eu sei, só...— Só que você está entrando em uma onda terrível de depressão. — ele entra no escritório, aproxima-se de minha mesa e senta na cadeira. — Nós dois sabemos o motivo.— Damen...— Faz seis semanas, Derek.