Temos cinquenta mesas no lado direito e cinquenta no esquerdo. A passarela fica no meio, levando direto ao palco que é em formato de meia-lua. Atrás dele tem o enorme camarim, de onde as modelos Irã sair e descer as escadas, desfilando entre as mesas para que os clientes vejam as joias de perto. Elas Irã caminhar sobre um tapete dourado, o qual ficou maravilhoso no ambiente.Nas laterais do palco, temos dois telões onde serão exibidas imagens das joias, que serão filmadas de perto, para que todos possam apreciar os detalhes de cada peça. Temos convidados de vários cantos do Brasil e do mundo. Convidados egípcios, marroquinos, americanos, entre outros. Cumprimento alguns deles e vou em direção ao palco.O apresentador está em sua posição, iniciando a noite. Ele me chama para dar as boas-vindas aos convidados. Subo as escadas, pego o microfone e sou recebido por uma salva de palmas.— Boa noite a todos! Quero agradecer a vossa presença, que vieram prestigiar a nova coleção da Ferri's Ge
Ainda me encontrava com as pernas trêmulas, mas orgulhosa por desfilar em um evento de grande relevância, diante de empresários tão influentes. A alegria era palpável por não ter tropeçado na passarela, mesmo com saltos imponentes, os quais exigiram um breve treinamento nos bastidores antes do desfile.A secretária de Maurice era verdadeiramente incrível. Com calma e paciência, ela me deu a coragem que desconhecia, orientando-me em cada passo necessário. Quando estava à beira da desistência, ela não permitiu; em vez disso, sugeriu que nos sentássemos, retornando com uma garrafa de champanhe e duas taças. À medida que brindávamos e conversávamos, surpreendentemente, parecia sermos amigas de longa data.Fui surpreendida com a visita inesperada do meu patrão no camarim, enquanto ainda trajava o vestido branco. As únicas exceções eram as joias, que já haviam sido recolhidas pelos seguranças.— Se me der licença, preciso me trocar antes de irmos — consigo dizer.— Posso te pedir um favor?
— Isso, me chame de Maurice.Ele disse com os dentes cerrados, sua voz embargada e carregada de provocação. Um formigamento começou a se espalhar rapidamente entre minhas pernas, trazendo sensações maravilhosas, radiantes e desconhecidas. — Vamos sair daqui.Maurice interrompeu seus toques adoráveis, girou a chave do carro e, em poucos minutos, estávamos passando em alta velocidade pela Avenida Paulista.Uma parte de mim queria sair daquele carro e voltar para o meu apartamento; no entanto, a outra parte falava mais alto. Meu corpo não obedecia, desafiando todas as regras que eu havia imposto a mim mesma. Eu sabia estar cometendo um grande erro, mas só desejava viver aquele momento sem pensar em mais nada.— Para onde estamos indo, Maurice?Perguntei, mas ele não respondeu. Apenas piscou um olho de maneira provocativa."Ferrou tudo, é hoje que eu me livro do meu selo."Entramos no condomínio onde meu patrão morava. Nervosa era a palavra que melhor conseguia me descrever naquele insta
Hoje é aniversário da Carla, minha melhor amiga e também minha parceira na faculdade. Estamos cursando direito e ela é minha cúmplice em tudo, inclusive nas farras.Os pais da Carla estão oferecendo um almoço, para comemorar seu aniversário de dezenove anos. Dou mais uma volta em frente ao espelho, para conferir meu vestido e sorrio admirando meu reflexo. Nada melhor que passar uma tarde quente com um vestidinho básico, florido e confortável. O decote não é extravagante, as alças finas fazem um "X" nas costas. Calço uma sandália sem salto, coloco um conjunto de brincos, anel e pulseira, bem delicados e finalizo com um batom rosa. Deixo o apartamento satisfeita com o resultado.Moro sozinha em uma kitnet, localizada na parte central da cidade de São Paulo. Meus pais moram no interior, em São Carlos para ser mais exata. Somos pessoas humildes e, ontem, para o meu desespero, recebi uma ligação do meu pai e ele me informou que seu salário foi reduzido. Isso significa que ele não poderá m
— Até que enfim uma babá que a Sophia goste. Amanhã, você poderia passar em minha casa, para tratarmos do assunto? Se você aceitar, é claro.Como não aceitar? Estava desesperada por um emprego, morrendo de medo de atrasar as parcelas da faculdade. Estava vendo meus sonhos descerem por água abaixo. Ter que voltar para São Carlos, sem meu diploma, não é uma opção. Eu toparia qualquer trabalho honesto para me manter aqui na cidade. Ainda tem o fato de eu amar crianças, será um trabalho prazeroso!— Sim, sim! Eu aceito!Respondi rapidamente, tentando conter minha euforia, um sorriso satisfatório automaticamente se formou em meus lábios. Meus olhos brilhavam, a senhora Bárbara colocou a mão no peito e respirou fundo, ela parecia estar aliviada com a minha resposta.— Vamos querida, sente-se para almoçar com seu querido "papai" ele está vindo.A senhora Bárbara falou com a filha sobre o pai e o "papai" soou com desdém. Senti um clima pesado e fingi não perceber, pois, a vida pessoal deles,
Fiquei praticamente duas horas, enrolando a minha amiga para a grande surpresa do dia. Minha função era distraí-la, enquanto sua mãe organizava tudo para o momento especial. Dona Helena fez o sinal e todos nos encaminhamos para a frente da casa. Carla ficou chocada com o presente que ganhou dos pais. Um carro Mini Cooper Roadster, conversível branco, com um gigantesco laço vermelho em cima. Minha amiga mal conseguia conter os gritos de felicidade, abraçou os pais, ficou em pé no banco de trás, emocionada e toda sorridente. Foi maravilhoso participar desse momento!Consegui me despedir da eufórica Carla e de todos os convidados, em seguida fui embora. Durante a volta para a minha casa, meu celular tocou. Era a minha mãe, atendi logo a ansiedade me consumia para contar a novidade sobre meu novo emprego! — Oi, mãezinha! — Oi filhota, estou morrendo de saudades. Como você está?Percebi estar sentindo muita falta de ouvir a voz da minha mãe, onde meus pais trabalham, o sinal para celula
No fundo, senti um doce gosto de vitória. Eu estava realmente decidida a mostrar para o senhor ignorante Ferri, que consigo tomar conta de uma criança de cinco anos, sim. Estou decidida a mostrar que não sou nenhuma "menininha", como ele sempre insinua. Maurice é lindo e idiota na mesma proporção. "Por que ele tem que ser tão, tão... Ah, melhor deixar para lá..."— Antes que eu me esqueça, senhora Melinda, que tamanho você veste? — Perguntou me analisando da cabeça aos pés. — Visto tamanho "M" senhor F...— Maurice, por favor. — me interrompeu, lembrando-me como quer ser chamado. "Como sou distraída", já tinha esquecido que ele me pediu para chamá-lo de Maurice.— Ah, sim. Ok! — Irei providenciar seu uniforme, acredito que temos o seu tamanho no quarto das babás.Comentou ele, casualmente, me lançando um olhar faminto.Por Deus! Meu corpo respondeu imediatamente à voz do meu patrão. Cruzo de imediato minhas pernas para aliviar o formigamento repentino, que me deixou inquieta.Aque
Meia hora depois, paramos de brincar de vôlei. Carminha nos trouxe um suco de maracujá delicioso e uma dose de whisky para o senhor gostosão Ferri. Meu patrão entregou o copo a Sophia e em seguida o meu, seus dedos deslizaram em minha na minha mão de uma forma demorada, um toque lento e quente. Ele não tirava os olhos dos meus, Deus do céu! Não consigo entender o que está acontecendo comigo, quando o assunto é o senhor Maurice, eu fico fora de órbita. Ouvi uma tosse e percebi que a pequena Sophia engasgou com o suco, a peguei rapidamente e saí da piscina com ela nos meus braços e de costas para mim, eu estava realizando a manobra de Heimlich Fiquei de joelhos atrás da Sophia e apoiei a lateral do meu pulso, quatro dedos acima do seu umbigo e apertei, na primeira vez não adiantou, percebi que o rostinho branco da Sophia estava vermelho e seus lábios ficando roxos. Tentei mais uma vez, ela tossiu e não obtive resultado, mas na terceira tentativa, ela ficou bem e sua tonalidade de pel