— Isso, me chame de Maurice.Ele disse com os dentes cerrados, sua voz embargada e carregada de provocação. Um formigamento começou a se espalhar rapidamente entre minhas pernas, trazendo sensações maravilhosas, radiantes e desconhecidas. — Vamos sair daqui.Maurice interrompeu seus toques adoráveis, girou a chave do carro e, em poucos minutos, estávamos passando em alta velocidade pela Avenida Paulista.Uma parte de mim queria sair daquele carro e voltar para o meu apartamento; no entanto, a outra parte falava mais alto. Meu corpo não obedecia, desafiando todas as regras que eu havia imposto a mim mesma. Eu sabia estar cometendo um grande erro, mas só desejava viver aquele momento sem pensar em mais nada.— Para onde estamos indo, Maurice?Perguntei, mas ele não respondeu. Apenas piscou um olho de maneira provocativa."Ferrou tudo, é hoje que eu me livro do meu selo."Entramos no condomínio onde meu patrão morava. Nervosa era a palavra que melhor conseguia me descrever naquele insta
Hoje é aniversário da Carla, minha melhor amiga e também minha parceira na faculdade. Estamos cursando direito e ela é minha cúmplice em tudo, inclusive nas farras.Os pais da Carla estão oferecendo um almoço, para comemorar seu aniversário de dezenove anos. Dou mais uma volta em frente ao espelho, para conferir meu vestido e sorrio admirando meu reflexo. Nada melhor que passar uma tarde quente com um vestidinho básico, florido e confortável. O decote não é extravagante, as alças finas fazem um "X" nas costas. Calço uma sandália sem salto, coloco um conjunto de brincos, anel e pulseira, bem delicados e finalizo com um batom rosa. Deixo o apartamento satisfeita com o resultado.Moro sozinha em uma kitnet, localizada na parte central da cidade de São Paulo. Meus pais moram no interior, em São Carlos para ser mais exata. Somos pessoas humildes e, ontem, para o meu desespero, recebi uma ligação do meu pai e ele me informou que seu salário foi reduzido. Isso significa que ele não poderá m
— Até que enfim uma babá que a Sophia goste. Amanhã, você poderia passar em minha casa, para tratarmos do assunto? Se você aceitar, é claro.Como não aceitar? Estava desesperada por um emprego, morrendo de medo de atrasar as parcelas da faculdade. Estava vendo meus sonhos descerem por água abaixo. Ter que voltar para São Carlos, sem meu diploma, não é uma opção. Eu toparia qualquer trabalho honesto para me manter aqui na cidade. Ainda tem o fato de eu amar crianças, será um trabalho prazeroso!— Sim, sim! Eu aceito!Respondi rapidamente, tentando conter minha euforia, um sorriso satisfatório automaticamente se formou em meus lábios. Meus olhos brilhavam, a senhora Bárbara colocou a mão no peito e respirou fundo, ela parecia estar aliviada com a minha resposta.— Vamos querida, sente-se para almoçar com seu querido "papai" ele está vindo.A senhora Bárbara falou com a filha sobre o pai e o "papai" soou com desdém. Senti um clima pesado e fingi não perceber, pois, a vida pessoal deles,
Fiquei praticamente duas horas, enrolando a minha amiga para a grande surpresa do dia. Minha função era distraí-la, enquanto sua mãe organizava tudo para o momento especial. Dona Helena fez o sinal e todos nos encaminhamos para a frente da casa. Carla ficou chocada com o presente que ganhou dos pais. Um carro Mini Cooper Roadster, conversível branco, com um gigantesco laço vermelho em cima. Minha amiga mal conseguia conter os gritos de felicidade, abraçou os pais, ficou em pé no banco de trás, emocionada e toda sorridente. Foi maravilhoso participar desse momento!Consegui me despedir da eufórica Carla e de todos os convidados, em seguida fui embora. Durante a volta para a minha casa, meu celular tocou. Era a minha mãe, atendi logo a ansiedade me consumia para contar a novidade sobre meu novo emprego! — Oi, mãezinha! — Oi filhota, estou morrendo de saudades. Como você está?Percebi estar sentindo muita falta de ouvir a voz da minha mãe, onde meus pais trabalham, o sinal para celula
No fundo, senti um doce gosto de vitória. Eu estava realmente decidida a mostrar para o senhor ignorante Ferri, que consigo tomar conta de uma criança de cinco anos, sim. Estou decidida a mostrar que não sou nenhuma "menininha", como ele sempre insinua. Maurice é lindo e idiota na mesma proporção. "Por que ele tem que ser tão, tão... Ah, melhor deixar para lá..."— Antes que eu me esqueça, senhora Melinda, que tamanho você veste? — Perguntou me analisando da cabeça aos pés. — Visto tamanho "M" senhor F...— Maurice, por favor. — me interrompeu, lembrando-me como quer ser chamado. "Como sou distraída", já tinha esquecido que ele me pediu para chamá-lo de Maurice.— Ah, sim. Ok! — Irei providenciar seu uniforme, acredito que temos o seu tamanho no quarto das babás.Comentou ele, casualmente, me lançando um olhar faminto.Por Deus! Meu corpo respondeu imediatamente à voz do meu patrão. Cruzo de imediato minhas pernas para aliviar o formigamento repentino, que me deixou inquieta.Aque
Meia hora depois, paramos de brincar de vôlei. Carminha nos trouxe um suco de maracujá delicioso e uma dose de whisky para o senhor gostosão Ferri. Meu patrão entregou o copo a Sophia e em seguida o meu, seus dedos deslizaram em minha na minha mão de uma forma demorada, um toque lento e quente. Ele não tirava os olhos dos meus, Deus do céu! Não consigo entender o que está acontecendo comigo, quando o assunto é o senhor Maurice, eu fico fora de órbita. Ouvi uma tosse e percebi que a pequena Sophia engasgou com o suco, a peguei rapidamente e saí da piscina com ela nos meus braços e de costas para mim, eu estava realizando a manobra de Heimlich Fiquei de joelhos atrás da Sophia e apoiei a lateral do meu pulso, quatro dedos acima do seu umbigo e apertei, na primeira vez não adiantou, percebi que o rostinho branco da Sophia estava vermelho e seus lábios ficando roxos. Tentei mais uma vez, ela tossiu e não obtive resultado, mas na terceira tentativa, ela ficou bem e sua tonalidade de pel
Maurice Ferri Girei a chave na porta e entrei. Estranhei minha sala que estava vazia, Sophia não estava assistindo seus desenhos. O casaco do meu irmão estava sobre o sofá. Caminhei até a cozinha, peguei minha pasta. O procurei nos fundos, ele não estava. Voltei para dentro da casa e quando cheguei na sala, ouvi uns gritos, mas não pareciam gritos de dor. Aqueles mesmos gemidos eu os ouvi, há dois dias, quando fiz sexo com minha esposa. Subi as escadas, vagarosamente. A cada degrau que eu subia, o som ia ganhando um tom mais alto. Eu não estava acreditando em tudo aquilo que ouvia. Meu coração esquentava e perdia uma batida a cada segundo, entrei em um frenesi.Quando cheguei à porta do meu quarto, ouvi nitidamente o rosnado estridente do meu irmão. A porta estava entreaberta, ela nem sequer, teve a decência e a consciência de trancar a porta. Meu querido irmão estava transando com a minha esposa, em cima da minha cama, numa posição que nem gosto de me lembrar. Não tive reação, volte
Eu percebo os olhares famintos do meu patrão em mim. Às vezes, penso que é coisa da minha cabeça, às vezes não. Apenas tenho certeza que os olhos avelãs do senhor Maurice, penetram os meus como um caçador perspicaz em contato constante com a natureza, vivendo sabiamente daquilo que à terra pode oferecer, admirando sua presa prestes a devorá-la. Sinto-me completamente desarmada por ele. Tento disfarçar as minhas reações, mas sei que não consigo e ele confirma meus pensamentos com um sorriso avassalador.O pôr do sol começa seu espetáculo me avisando que a hora de ir para a minha casa se aproxima. O senhor Maurice estaciona seu carro na garagem, só assim sua pequena encrenca larga a minha cintura.— Papai! — Sophia correu para abraçá-lo. Assim que ele abriu a porta do carro, ela pulou em seus braços. — Papai, pede a Mel para dormir aqui em casa, só hoje, por favor! — Choramingou, toda manhosa.— Oi princesa, o papai já conversou com você sobre isso. Melinda não pode dormir aqui filha, e