- Dom, eu sinto muito. A gente não queria que as coisas terminassem assim. - Quem é meu pai? Ele levantou a cabeça, olhando de um para o outro. - Seu pai está morto Dom. Por esse motivo não achamos necessário você saber. Você era muito novo para entender. - Vocês mentiram para mim esse tempo todo. - Não é totalmente uma mentira. Eu te adotei, te criei como meu filho sem distinção entre você e a Sandy. Eu sou seu pai e te amo, o fato de não ter o meu sangue, não quer dizer que não sou seu pai. Dom enterrou a cabeça nas mãos novamente. - Dom, tem mais coisas que você precisa saber. Anna disse meio vacilante. Respirou fundo antes de concluir. - Eu sou sua irmã! Quando nossa mãe teve você, ela estava muito doente. Dominic se levantou assustado. - Eu não sou seu filho? - Não! Mamãe me fez prometer que cuidaria de você. Eu era menor de idade e o conselho tutelar no Brasil não ia me deixar ficar com você. A voz ia sumindo na medida que falava. - Tive que registra
- Eu vou te levar para casa. - Eu vou para a delegacia. Depois resolvo o que fazer. Maysa a levou até lá, mas não quis forçar novamente. Ela não quis dizer o motivo e Maysa estava tensa. Se ela fosse acusar seu funcionário, era desagradável. Mas se fosse algo contra Dom ou a família, era pior. Apesar de Anna estar acusando a moça de ter enganado Dom, ela achava difícil acreditar. Também não podia fazer nada, já que Linda não queria que eles soubessem. Algo muito sério aconteceu e os dois lados ficaram furiosos. - Sra Linda Meireles pode entrar. O policial a chamou. - Linda, por favor me deixe te acompanhar. Linda deu de ombros e se dirigiu à sala indicada. As duas se sentaram de frente para a mesa do policial. - A Sra quer fazer uma denuncia? - Sim! Quero denunciar minha mãe por ter me drogado a dois anos atrás. - Sua mãe? Porque ela faria isso? - Para me aproximar da família Peluso e se vingar por ter sido rejeitada. - Você tem provas do incidente? -
Há dias que Dominic não reagia e sua aparência era deplorável. - Chega Dominic! E hora de parar com isso, você não é mais uma criança. Anna que pacientemente tentava trazer a realidade, perder a paciência. - Me deixe em paz. Leo que vem evitando chamar a atenção dele, interviu. - Sua mãe está certa! É hora de enfrentar os problemas, fugir não vai te levar a lugar nenhum. - Ela não é minha mãe! É a mentirosa da minha irmã. Todos vocês são mentirosos, a minha vida é uma grande mentira. Ao estender a mão para servir mais um whisky, Leo retirou a garrafa. - Agora chega! Você tem que encarar a realidade, onde a Linda está? Há dias você não tem notícias dela e não se preocupa. - Como vou me preocupar com aquela traidora? Claro que pegou o dinheiro e se mandou. Era só dinheiro que ela queria. - Ela carrega o seu filho. Vai deixar por isso mesmo? - Eu ainda não sei o que fazer. Quando a criança nascer eu resolvo. - Você vai encontrar ela e se certificar que tudo corra
Linda ficou vinte dias na clínica de repouso e se sente pronta para enfrentar a vida. Pediu a equipe da clínica que não avisasse Maysa de sua alta. Suas roupas não davam uma mala, saiu da casa dos Pelusos apenas com a roupa do corpo, e Maysa comprou algumas para ela quando foi para a clínica. Ela já havia ajudado demais, não queria causar problemas a ela e Theo. Saiu e alugou um quarto em uma pensão na periferia no Queens Agora precisa arrumar um emprego e para isso precisa de seus documentos. Não tem outra opção, tem que buscar na casa de Dom. Desceu em um ponto de ônibus perto e ligou para Mary a governanta da mansão. - Boa tarde Mary! - Sra Linda, o que deseja? A situação| era tão tensa, que ela tinha medo de dizer o nome de Linda. - Eu preciso dos meus documentos. Poderia pegar para mim? - Melhor a Sra falar com a Sra Peluso. - É um absurdo. São documentos pessoais e não podem ficar retidos aí. - Vou falar com os patrões e te falo. - Certo. Estão na pasta
Mas não era porque ouviu o que Leo dizia. Era porque não queria se separar de Linda, mas não admitia isso nem para si mesmo. - Ótimo! Quero que você converse com nossa equipe jurídica. Dom por favor, siga todas as orientações que eles passarem. Ele não respondeu a isso. Fez outra pergunta - Como, se não tenho acesso a empresa? - Você está com a cabeça no lugar para voltar? - Essa é uma decisão de vocês . - Não somos seus inimigos Dom. Só não queremos que você troque os pés pelas mãos. - Eu não sou filho de vocês, é natural que não confiem na minha capacidade. Antes de Anna se estressar, Leo falou: - Você foi criado para ser um herdeiro do espólio da família Dom e tem feito um ótimo trabalho. Se for sincero, vai admitir que só te tratamos bem. Sua irmã precisa de você ao lado dela. - Dom, temos mantido Sandy longe para ela não se ferir com sua amargura. Como irmão você vai apoiar muito mais do que se fosse o tio dela. - Você não entende Dominic, mas sua mãe pas
Em casa, contaram a Dom tudo que ouviram na delegacia. - Você nunca nos contou sobre isso Dominic. Anna estava chocada com a acusação que Linda fez. O pior é que ela disse que a mãe admitiu ter drogado a filha. - Eu também não sabia. Achei que ela era fraca para bebida e só estava bêbada mesmo. Estranhei que no estado em que estava, acordou bem cedo e partiu. - E ela realmente nunca te procurou? - Não pai. Eu procurei por ela durante muito tempo. Linda deixou uma impressão em mim no momento em que a vi, só a encontrei de novo um mês antes de nos casarmos. E ainda assim, ela se esquivou de mim. Não me reconheceu, e a quando eu disse que era eu na noite negra, ela ficou furiosa. - Noite negra? Anna franziu a testa, sem saber o que seria uma noite negra. - Ela não se lembrava de nada do que aconteceu. Também foi a noite em que dormiu com alguém pela primeira vez. Ela era virgem. - Como pode ter certeza! O Olhar de Dominic mudou e um leve sorriso brotou em seus lábios.
Linda abriu o celular e tinha uma mensagem de Maysa marcando um encontro. Havia algo urgente que queria discutir com ela. Então, marcou. Já estava recusando um encontro há muito tempo por estar trabalhando muito. - Poderia ser no horário de almoço? - Combinado. Vou te enviar a localização. Te espero ao meio-dia. Quando encerrou na escola, ela saiu rápido, pegou um táxi e chegou no local onde Maysa já estava aguardando. - Oi, Maysa, como está? - Onde você se enfiou? Estou morrendo de preocupação com você. - Estou bem. Agradeço tudo que tem feito por mim. Mas, não posso viver te explorando. - Que exagero. Onde está morando? - No Queens. - Você enlouqueceu? É o segundo lugar pior para morar em NY. - Não vou ficar lá por muito tempo. Depois que resolver o divórcio e o processo, vou embora daqui. - Você é louca mesmo. Para onde pretende ir? - Ainda não sei. NY é uma cidade muito cara. Talvez eu vá para algum país da América do Sul. - O que vai fazer sozinha em um
- Não é o que ela diz. - E porque eu iria querer afasta-la? Eu tinha acabado de encontrar ela e me sentia feliz. - Ela alega que quando te informou que conhecia o Sr Leonardo Peluso, você mudou de ideia. Linda balançou a cabeça incrédula. Claudia não era fácil de lidar. - Eu nunca soube por ela. Descobri através da família Peluso. - Uma pergunta intrigante. Porque entrou com o processo com o nome de solteira e não de casada? - Estou me divorciando de Dominic Peluso. Não achei que seria adequado usar seu nome. O advogado a olhou com um sorriso de escárnio. - Talvez, você queria passar despercebida. Se livrava de de sua mãe e a família Peluso não saberia. Uma vez que eles residem em Boston, tinha grandes chances de passar sem chamar atenção. - Não é verdade. O advogado de Linda não lhe fez nenhuma pergunta relevante. Apenas lhe pediu para comprar alguns fatos. - Sra Meireles, a Sra foi criada em um orfanato até os cinco anos de idade? - Sim dr. - Depois foi ado