Há dias que Dominic não reagia e sua aparência era deplorável.
- Chega Dominic! E hora de parar com isso, você não é mais uma criança. Anna que pacientemente tentava trazer a realidade, perder a paciência. - Me deixe em paz. Leo que vem evitando chamar a atenção dele, interviu. - Sua mãe está certa! É hora de enfrentar os problemas, fugir não vai te levar a lugar nenhum. - Ela não é minha mãe! É a mentirosa da minha irmã. Todos vocês são mentirosos, a minha vida é uma grande mentira. Ao estender a mão para servir mais um whisky, Leo retirou a garrafa. - Agora chega! Você tem que encarar a realidade, onde a Linda está? Há dias você não tem notícias dela e não se preocupa. - Como vou me preocupar com aquela traidora? Claro que pegou o dinheiro e se mandou. Era só dinheiro que ela queria. - Ela carrega o seu filho. Vai deixar por isso mesmo? - Eu ainda não sei o que fazer. Quando a criança nascer eu resolvo. - Você vai encontrar ela e se certificar que tudo corra bem, não vai fugir das responsabilidades. Dom levantou meio cambaleando. Nos últimos dias não ficou sóbrio uma única vez. - Não é da conta de vocês. - Olha para você, Dom. Não tem condições de cuidar de você mesmo, como pretendo cuidar do seu filho? - Não é da sua conta! Você não é minha mãe, não se intrometa Anna ficou pálida e Leo perdeu a paciência. - Não falei assim com ela. Você está passando dos limites. Peça desculpas a ela agora. - Eu não vou me desculpar, não fui eu que passei anos mentindo. Eu odeio vocês. Anna subiu as escadas correndo. Seu choro desesperado deixou Leo irritado com Dominic. - Você é muito ingrato, não sabe o que está faltando. Mary, não quero que esse moleque beba. Avise aos seguranças para ficar de olho nele. Era uma situação difícil e Dom estava totalmente fora de controle. Sabendo que não adianta discutir com ele alcoolizado, então Leo foi cuidar de Anna. - Querida, vamos manter a calma. - Porque tinha que ser assim? Tudo que fiz foi para o bem dele. - Depois que ele esfriar a cabeça a gente conversa. - Estava tudo tão bem, porque Cláudia tinha que aparecer depois de tantos anos? Será que nunca vamos conseguir ficar livres dela? - Vou achar um jeito para ela não causar problemas. O que preocupa agora é o filho de Dominic. - Como Linda pôde armar para nós? Sempre a tratamos tão bem. - Vai ver que está no sangue, lembra de como os pais de Cláudia tentaram me armar? - Como a gente não percebeu Leo? O sobrenome, a gente tinha que ter investigado. - Querida, quando a gente soube Dom já havia se casado. E pelo que Hudd apurou, a história do orfanato e adoção eram corretas. Não é nossa culpa! - Foi tudo bem arquitetado. Essas cobras sabiam o que faziam. Se a gente soubesse antes do casamento, poderia não dar certo o plano delas. - Vou dar um jeito nessa bagunça, mas Dom tem que estar sóbrio. Tem decisões que só cabem a ele. - Ele tem ódio de nós, tenho medo que nunca nos perdoe. - Ele está arrasado, não vamos desistir. Ele é e sempre será o nosso filho. - Obrigada Leo! Você sempre foi bom para nós. - Eu te amo querida. Faria tudo de novo para não te perder. Quando Dom acordou, foi direto para o bar e não havia uma única garrafa de bebida. - Mary, eu preciso de um drink. - Desculpa Sr. As ordens do Sr Leo é para não deixar o Sr beber. - Esses dois estão indo longe demais. Eles acham que podem me controlar? Dom mandou longe o copo que estava na mão e o barulho dele quebrando chamou a atenção dos seus pais. - Pode para com isso agora Dominic. Não vamos mais aturar seu mal humor. - Vocês não podem mandar em mim. - Você pode escolher se comportar como homem ou sofrer as consequências. Leo foi duro com ele pela primeira vez na vida. - Aqui você não comprou nada para destruir. Quando você trabalhar e pagar com seu dinheiro, quebre o que quiser. Dom ficou sem palavras. Tinha que reconhecer que tudo que tinha, foi dado por Leo. Mas seu espírito rebelde não ia reconhecer isso agora. - Não tem problema, eu bebo no bar. Antes que ele saísse pela porta, Leo já estava no telefone. - Sr. William, por favor cancele todos os cartões de Dominic. E desative a biometria dele, não tem permissão para entrar na empresa. - Você não pode fazer isso comigo. Dom gritou furioso. - Tanto posso que fiz. Enquanto estiver agindo como um irresponsável, está bloqueado. É hora de recobrar a razão. - Anna, você vai deixar ele me tratar assim? - Ele não é seu pai Dominic. Já fez muito por você. Não posso fazer nada. O coração dela doeu, mas tinha que ser dura ou o veria se acabar de tanto beber. - Você também não tem permissão para usar os carros. Quando estiver com a cabeça no lugar a gente conversa. - Dom saiu batendo a porta e Anna rompeu em lágrimas. - Acho que fomos muito duros com ele. - Querida, de não fizermos isso, ele não vai parar para refletir. Furioso, Dom saiu de casa e foi se encontrar com Theo. Depois de contar para ele o ocorrido, se sentindo injustiçado pediu. - Posso ficar um tempo no seu apartamento? - Poder você pode, mas não acho que vai resolver o seu problema. O que pretende fazer depois? - Eu não sei, preciso pensar. Depois de ponderar um tempo perguntou: - O que você faria? - Seus pais estão certos cara. Sou seu amigo e irmão. Não quero te ver afogando a cara na bebida. - Eles não são meus pais Theo. - Te criaram Dom, fizeram o melhor por você. Teria que ser considera-los no mínimo seus pais adotivos. Agora ele se lembra de como Linda sentia falta de seus pais adotivos. Linda tinha muito respeito por eles e até ficou muito triste em não ter a presença deles no casamento. - Eu sei. É tanta coisa que estou ficando maluco. A traição de Linda tirou meu chão. - Eu não sei nem o que dizer. Ela parecia tão sincera. - Eu a tratei como uma rainha. Era tudo fingimento. - Eu sinto muito Dom. Eu nunca imaginei que alguém pudesse ser capaz de tamanha crueldade. Mas você tem que dar a volta por cima.Linda ficou vinte dias na clínica de repouso e se sente pronta para enfrentar a vida. Pediu a equipe da clínica que não avisasse Maysa de sua alta. Suas roupas não davam uma mala, saiu da casa dos Pelusos apenas com a roupa do corpo, e Maysa comprou algumas para ela quando foi para a clínica. Ela já havia ajudado demais, não queria causar problemas a ela e Theo. Saiu e alugou um quarto em uma pensão na periferia no Queens Agora precisa arrumar um emprego e para isso precisa de seus documentos. Não tem outra opção, tem que buscar na casa de Dom. Desceu em um ponto de ônibus perto e ligou para Mary a governanta da mansão. - Boa tarde Mary! - Sra Linda, o que deseja? A situação| era tão tensa, que ela tinha medo de dizer o nome de Linda. - Eu preciso dos meus documentos. Poderia pegar para mim? - Melhor a Sra falar com a Sra Peluso. - É um absurdo. São documentos pessoais e não podem ficar retidos aí. - Vou falar com os patrões e te falo. - Certo. Estão na pasta
Mas não era porque ouviu o que Leo dizia. Era porque não queria se separar de Linda, mas não admitia isso nem para si mesmo. - Ótimo! Quero que você converse com nossa equipe jurídica. Dom por favor, siga todas as orientações que eles passarem. Ele não respondeu a isso. Fez outra pergunta - Como, se não tenho acesso a empresa? - Você está com a cabeça no lugar para voltar? - Essa é uma decisão de vocês . - Não somos seus inimigos Dom. Só não queremos que você troque os pés pelas mãos. - Eu não sou filho de vocês, é natural que não confiem na minha capacidade. Antes de Anna se estressar, Leo falou: - Você foi criado para ser um herdeiro do espólio da família Dom e tem feito um ótimo trabalho. Se for sincero, vai admitir que só te tratamos bem. Sua irmã precisa de você ao lado dela. - Dom, temos mantido Sandy longe para ela não se ferir com sua amargura. Como irmão você vai apoiar muito mais do que se fosse o tio dela. - Você não entende Dominic, mas sua mãe pas
Em casa, contaram a Dom tudo que ouviram na delegacia. - Você nunca nos contou sobre isso Dominic. Anna estava chocada com a acusação que Linda fez. O pior é que ela disse que a mãe admitiu ter drogado a filha. - Eu também não sabia. Achei que ela era fraca para bebida e só estava bêbada mesmo. Estranhei que no estado em que estava, acordou bem cedo e partiu. - E ela realmente nunca te procurou? - Não pai. Eu procurei por ela durante muito tempo. Linda deixou uma impressão em mim no momento em que a vi, só a encontrei de novo um mês antes de nos casarmos. E ainda assim, ela se esquivou de mim. Não me reconheceu, e a quando eu disse que era eu na noite negra, ela ficou furiosa. - Noite negra? Anna franziu a testa, sem saber o que seria uma noite negra. - Ela não se lembrava de nada do que aconteceu. Também foi a noite em que dormiu com alguém pela primeira vez. Ela era virgem. - Como pode ter certeza! O Olhar de Dominic mudou e um leve sorriso brotou em seus lábios.
Linda abriu o celular e tinha uma mensagem de Maysa marcando um encontro. Havia algo urgente que queria discutir com ela. Então, marcou. Já estava recusando um encontro há muito tempo por estar trabalhando muito. - Poderia ser no horário de almoço? - Combinado. Vou te enviar a localização. Te espero ao meio-dia. Quando encerrou na escola, ela saiu rápido, pegou um táxi e chegou no local onde Maysa já estava aguardando. - Oi, Maysa, como está? - Onde você se enfiou? Estou morrendo de preocupação com você. - Estou bem. Agradeço tudo que tem feito por mim. Mas, não posso viver te explorando. - Que exagero. Onde está morando? - No Queens. - Você enlouqueceu? É o segundo lugar pior para morar em NY. - Não vou ficar lá por muito tempo. Depois que resolver o divórcio e o processo, vou embora daqui. - Você é louca mesmo. Para onde pretende ir? - Ainda não sei. NY é uma cidade muito cara. Talvez eu vá para algum país da América do Sul. - O que vai fazer sozinha em um
- Não é o que ela diz. - E porque eu iria querer afasta-la? Eu tinha acabado de encontrar ela e me sentia feliz. - Ela alega que quando te informou que conhecia o Sr Leonardo Peluso, você mudou de ideia. Linda balançou a cabeça incrédula. Claudia não era fácil de lidar. - Eu nunca soube por ela. Descobri através da família Peluso. - Uma pergunta intrigante. Porque entrou com o processo com o nome de solteira e não de casada? - Estou me divorciando de Dominic Peluso. Não achei que seria adequado usar seu nome. O advogado a olhou com um sorriso de escárnio. - Talvez, você queria passar despercebida. Se livrava de de sua mãe e a família Peluso não saberia. Uma vez que eles residem em Boston, tinha grandes chances de passar sem chamar atenção. - Não é verdade. O advogado de Linda não lhe fez nenhuma pergunta relevante. Apenas lhe pediu para comprar alguns fatos. - Sra Meireles, a Sra foi criada em um orfanato até os cinco anos de idade? - Sim dr. - Depois foi ado
O advogado ficou chocado com a posição firme dela. - Se tiver alguma coisa oculta é melhor me falar. Não dá para te defender sem ter total conhecimento dos fatos. - Os Pelusos não são o tipo de pessoa que eu gostaria de provocar. Acho que o Dr me entende. - Vamos Sra Meireles, não pode ser só isso. Tem alguma coisa além. Pela minha experiência, é coisa séria. O que está me escondendo? - Não tem mais nada. - Não tem sentido você preferir ir para a prisão, ao invés de pedir um favor ao Sr Peluso. Linda baixou a cabeça e não disse nada. Depois de vários minutos, o dr Fareth perguntou: - Então Sra. Preciso ver se o Sr Peluso aceita falar comigo. - O Sr sabe que fui casada com Dominic Peluso. - Sim, estou ciente. - Se o resultado for positivo, eu me casei com meu irmão. Já imaginou que desastre seria? E se cair na mídia eu estou perdida. - Entendo sua preocupação. - Eu não gostaria de saber o resultado. Não vou conseguir conviver com isso. Ela não esperou a respos
Leo saiu do escritório e foi atrás de Dom. - Eu preciso dos lençóis que você mantém. - Para que você quer lençóis sujos? - Maysa se recusa a fazer o DNA. - Mas tem mais de dois anos, não deve servir para nada. - Engano seu, poderia ter vinte anos e ainda seria útil. - Vou lá no apartamento pegar. - Ótimo. Leve direto para Maysa, ela já tem meu sangue coletado. Após a saída de Dom, Anna, que não disse nada, o olhava com receio - Porque não recusou o teste Leo? - Eu sinto muito amor, sei que é desconfortável para você. Mas, se ela for minha filha, eu quero saber.- Estou com tanto medo, e se depois de tantos anos, ela conseguir nos separar?- Sem chances. Querida, aconteça o que acontecer, não vamos deixar isso interferir em nossas vidas.- Aquela mulher é tão venenosa. Por muito menos ele atacou Dominic. Agora que perdeu tudo, está mais motivada.- Não se preocupe com isso. Eu vou dar um jeito definitivo para que ela nos deixe em paz.Desde que soube que Linda poderia ser su
- Vamos aguardar o DNA amanhã. Talvez seja uma jogada de Cláudia. E se Linda estiver envolvida? Não podemos descartar essa possibilidade. - Eu creio que não. Acho que realmente fomos injustos com ela. Tenho certeza que não sabia de nada. Dom estava mudo de surpresa. Nunca viu uma armação tão maldosa. - Não podemos deixar essa mulher impune papai. Você vai mesmo fazer um acordo com ela? - Em parte sim. Dei minha palavra. Agora Anna ficou muito chateada com ele. - Como pode fazer acordo com essa cobra venenosa? Eu sabia que deveria ter ido com você. - A mamãe está certa! Você está preocupado em manter sua palavra, mas ela não tem moral e se fosse o contrário, com certeza não seria fiel a sua palavra. Dom bufou irritado. - Não se preocupe. Ela não vai ficar sem punição, vou encontrar um jeito de lidar com Cláudia adequadamente Quando Dom teve acesso a gravação que seu pai fez, ficou furioso com a frieza de Cláudia. - Essa mulher é uma psicopata. Como pode ser tão fr