Acordei muito mais tarde do que deveria e eu definitivamente não gostava disso. O que acontece é que todas as vezes que eu perco a hora acabou descontrolando completamente a minha rotina e isso vira uma verdadeira bola de neve. Prefiro me acordar antes e fazer as coisas com calma, de certa forma sinto que o meu dia se torna ainda mais produtivo.
Não tive uma boa noite de sono, o grande problema foi que eu tive vários sonhos com o canalha do meu patrão que além de trazer problemas pra a minha vida ainda estava atrapalhando o meu sono. Falando nele, soube que o senhor Fernandes não está tão insuportável hoje, quem me contou foi o jardineiro que inclusive foi cumprimentado com um "bom dia" do patrão e isso obviamente chocou a todos na mesa do café da manhã. Pela manhã limpei a parte externa da casa e assim que tive um tempinho corri para o jardim, pois eu estava aprendendo a cultivar algumas plantas e isso se tornou um dos meus melhores afazeres. Josy nos informou que o senhor Fernandes não virá almoçar, ficará o dia inteiro na empresa. Agradeci mentalmente a deus porque dessa forma eu poderei fazer as coisas mais rápido e ir para o meu quarto estudar alguns conteúdos. O lamentável é que não tivemos tanta sorte quanto ao jantar, já que Dona Graça, a cozinheira, comentou comigo que o avô de Erik virá jantar aqui, sendo assim, haverá um jantar especial. Em dias em que haviam visitas nós usávamos um outro uniforme, todos ficavam aflitos pois temiam que qualquer coisa errada acontecesse e isso despertasse a ira do nosso patrão. Era possível sentir a tensão no ar, principalmente agora em que estávamos todos de pé na mesma posição de costume. A diferença de hoje era que o meu patrão estava irreconhecível, ele conversava com seu avó de maneira descontraída, nada parecido com o chefe autoritário e imbecil que ele demonstrava ser na maioria das vezes. Notei então que o seu avó era responsável por despertar um lado bom do meu chefe, trazendo a tona o verdadeiro Erick que se blinda constantemente como um péssimo homem. O seu avô, um homem idoso que vestia um terno extremamente caro e demonstrava bastante educação se portou completamente diferente do seu neto, pois nos cumprimentou e fez vários elogios a cozinheira que ficou radiante ao perceber que havia agradado a visita do nosso chefe. O jantar ocorreu sem mais problemas e isso aliviou a todos nós. Após a sobremesa o Avô de Erick começou a se despedir e nós apenas observamos. Erick: - Vovô foi um prazer receber você, espero que não me abandone por tanto tempo novamente. – Falou tranquilo. - Erik você está solitário porque quer, você tem que começar a confiar nas pessoas ou você nunca será feliz. - o avô de Erik falou de forma séria. Erick: - Não quero falar sobre isso. - respondeu ríspido voltando a se transformar no chefe frio e vazio. Eles se despediram e logo o meu chefe nos dispensou. Enquanto eu me organizava para dormir notei que havia esquecido o meu colar na casa principal, o medo me tomou. Eu nunca tirava o meu colar, ele havia sido um presente que ganhei da minha avó antes que ela falecesse. Acabei tirando para vestir no uniforme e provavelmente eu havia esquecido no banheiro. Não pensei duas vezes, apenas peguei um robe e comecei a caminhar pelos corredores da mansão. Enquanto me movia tentando fazer o mínimo de barulho os meus pensamentos me levaram de volta para a hora do jantar e lembrei as palavras do avô do meu chefe. Aquela forma de falar apenas confirmou as minhas suspeitas de que alguma coisa havia transformado o meu chefe naquele homem desprezível. Assim que virei completamente notei que eu não estava sozinha na cozinha, de costas para mim estava Erick. Ele estava distraído e não percebeu a minha presença, mas eu acabei percebendo até demais, já que ele estava sem camisa e em seu corpo havia somente uma calça moletom. A curiosidade me venceu e fiquei mais alguns minutos o observando. Ele tinha ombros largos e muitos mais músculos do que imaginei. Continuar a vê-lo foi involuntário, mas não posso negar que em a cada momento em que eu o observava o meu corpo também vacilava. Despertei do meu transe imaginando que se ele percebesse a minha presença provavelmente me demitiria imediatamente, então tentei passar despercebida eu estava quase chegando ao banheiro quando senti um braço passar pelo o meu corpo e uma mão tapar o grito que tentou escapar pelos meus lábios. Erick: - Vou ter que restringir o horário de visitar a cozinha senhorita? Por que não basta te encontrar todos os dias, ainda terei que suportar a noite? - falou com raiva. Ele estava com o corpo pressionando o meu. Conseguia sentir cada um dos seus músculos próximos a mim. Meu corpo estava junto com o dele de uma forma não única sentida e o arrepio da minha pele demonstrava o quanto eu estava afetada com essa proximidade. Aos poucos ele foi retirando a mão que tapava a minha boca, mas não me soltou ou virou de frente para ele, apenas permitiu que eu falasse e não pensei duas vezes ao lhe responder: Malu: - Eu não vim visitar a cozinha ou muito menos busquei a sua presença, senhor Fernandes, eu apenas vim buscar algo que esqueci no banheiro. - Falei de forma irônica. Erick: Sabe Maria Luiza, você tem que se afastar de mim o quanto antes. Posso não ser um bom homem e geralmente não sou muito paciente com quem tenta invadir o meu espaço. – falou próximo demais da minha orelha. Estar com o meu corpo colado ao dele sem sequer olhar seu rosto e ainda ter a sua voz rouca tão próxima ao meu ouvido abalou todas as minhas estruturas. Malu: - você pode me soltar, por favor? – perguntei baixo. Erick: - Dessa vez irei te soltar, na próxima pode ser que você não tenha a mesma sorte – sussurrou no meu ouvido e em seguida beijou o meu pescoço. Senti meu corpo vacilar, o arrepio tomou meu corpo e automaticamente senti o meu corpo responder ao seu toque. Como eu poderia estar a mercê de um homem que mal me tocou. Assim como a rapidez que ele me alcançou foi também a rapidez que ele me deixou indo embora mais uma vez. Peguei o colar em minhas mãos aliviada e ainda podia sentir o seu toque queimando a minha pele. Amanheci com dor de cabeça, acho que e culpa do cansaço físico e mental. Eu estava cobrando muito a mim mesma. As idas a faculdade assim como todo o esforço físico e as noites mal dormidas denunciaram o quando eu precisava de uma folga e graças aos céus no dia seguinte seria o meu dia de folga. Peguei o meu material de limpeza e organizei todo o carrinho que facilitava muito a minha vida. Já era quase nove horas da manhã e o meu chefe provavelmente estava no escritório, porem, optei por bater na porta de seu quarto antes de abri-la. Como ninguém respondeu, confirmei as minhas suspeitas de que estava vazio e abri a porta. Caminhei alguns passos na parte de dentro do quarto colocando o carrinho próximo a parede. Tomei um susto quando a porta do banheiro foi aberta revelando meu chefe com uma toalha branca na cintura. Senti o meu rosto esquentar e a vergonha se apossar de mim, mas já era tarde demais e ele notou o quanto eu estava constrangida. -Senhor eu,eu,eu me...desculpe- falei gaguejando Me senti uma idiota, me perguntei como pude não haver batido com mais força na porta, mas já era tarde. Os meus olhos passearam pelo o seu corpo, foi inevitável não me sentir atraída fisicamente por ele. Erick: - Feche a boca senhorita, onde está a sua educação? Aprenda a bater na porta, eu já tenho problemas demais pra ter que lidar com uma empregada tarada. – falou debochando de mim. A vergonha e excitação foram substituídas pela raiva. Um pedido de desculpas começou a sair pela minha boca, mas antes mesmo que eu pudesse pronunciar todas as palavras ele foi mais rápido e me calou com uma só palavra. Erick: - Chega! - gritou meu chefe. - Eu não aguento mais essa sua mania de tentar encontrar desculpas. O que você quer? – me questionou raivoso. - Eu não... - fui cortada novamente. - Saiba que só ocupam minha cama mulheres de alta classe e não uma empregadinha como você. A única coisa que você conseguirá é tentar, mas não irá conseguir. – Falou cortante. Eu sentia as lágrimas prestes a serem derramadas, eu sentia tanta humilhação que mal pude me mexer. Era como se eu estivesse em um transe e não conseguisse acreditar nas suas palavras. - Você não ouviu? Saí agora! - gritou com os olhos em chama e só então consegui me mover correndo dali o mais rápido possível. Foicomo um soco rápido e certeiro simplesmente. Saí e somente quando cheguei emmeu quarto me permite chorar. Erik Fernandes, esse era o nome do homem maisfrio e arrogante que eu pude conhecer. Ele não pensava duas vezes antes de mediminuir e me afetar. Em um dia tinha os seus braços e suas mãos em mim, nooutro me tratava feito lixo.Fui para a faculdade, mas o meu pensamento estava na mansão. A todo o momento eu me perguntava como o a vida pode ser tão cruel com algumas pessoas. Há alguns dias, durante uma das refeições, um dos empregados mais antigos contou Erick e sua mulher moravam em outro país, mas assim que a mulher dele faleceu ele veio morar no Brasil porque o seu avô já morava aqui e é a sua única família. Segundo José que é o jardineiro, por diversas vezes ele viu quando o motorista trazia mulheres lindas para ficarem com Erik, mas, nenhuma dormia na casa. Os meus Pensamentos foram interrompidos assim que entrei na sala. Por mais que eu quisesse continuar a pensar, recusei a minha própria mente e tentei ao máximo me concentrar nas aulas. O restante da noite passou rápido e entre tantas anotações e trabalhos eu apenas me deixei levar, enquanto a minha mente trabalhava de modo incansável. Cheguei na mansão e como sempre cumprimentei os seguranças. Um suspiro de alívio escapou da minha boca, a unida
A segunda-feira amanheceu ensolarada mas em pouco tempo o clima mudou drasticamente. Junto com a mudança de clima mudou também o meu estado de saúde. Passei a manhã trabalhando, mas logo as dores no meu corpo se intensificaram junto aos espirros e a tosse. Após um longo dia de trabalho eu só desejava poder ir para o meu quarto, tomar um banho quente, alguns analgésicos e descansar. Mas, às dezoito horas fui informada que teríamos que estar na sala de jantar. Erick fingiu que nada havia acontecido no dia anterior e eu agradeci mentalmente pois eu não tinha estrutura alguma para uma discussão. Eu fiquei calada e evitei a todo custo fazer qualquer tipo de comentário. Ele entrou na sala tão lindo e impecável como sempre. Me perguntei se ele sempre foi tão lindo e esnobe. Ele mal encarava os funcionários, havia uma escuridão que o deixava com ar sombrio e marcante. Por um segundo, apenas um segundo eu vacilei e a minha mente trouxe a tona a imagem do seu corpo junto ao meu numa sincro
Dois meses depois...Durante esse tempo eu e Erick nos tratamos apenas como chefe e empregada. Confesso que não entendi o comportamento dele e até hoje não sei ao certo o que fazer, conforme o tempo passava percebi e aceitei que é melhor que as coisas continuem assim. Ele mal fala comigo, diz apenas o necessário e quase nunca está em casa. Mas, segundo Josy, ele exigiu que apenas eu poderia fazer a limpeza e entrar no quarto dele. Não sei o porquê disso, mas, sou paga para limpar e é exatamente isso que eu vou fazer. Os meus pais estão muito bem, as vezes acho que vou enlouquecer com tantas coisas da faculdade mas sei que tudo isso dará certo, então durante esse tempo tenho apenas seguido dia após dia. Ontem fui informada que o avô de Erick obrigou ele a tirar férias por pelo menos três dias e eu só soube disso porque a fofoqueira da Josy deixou esse detalhe escapar enquanto me comunicava que eu teria que o acompanhar nessa viagem Já que a casa que ele vai, está fechada há mais de
Malu: Me desculpe senhor, falei com tom inocente e desesperado e quanto tentei pegar o biquíni e me cubir de alguma forma. O seu olhar se arrastou pelo meu corpo queimando a minha pele. Ele me desejava, assim como eu também o desejava, mas eu estava decepcionada com a sua rejeição e como o seu orgulho que era extremamente grandioso. Ele fechou os olhos e passou a mão no seu rosto em sinal de nervosismo. Ele sempre fazia isso e em seguida passava as mãos entre os seus cabelos. Eu já havia visto essa atitude várias e várias vezes enquanto o observava a espreita. Percebi que ele ficou desconcertado com a minha atitude, mas ele logo colocou a sua máscara de rispidez e apenas virou as costas e disse:Erick: Não tolero Atrasos senhorita. - falou e saiu caminhando em direção a casa. Fui resolver o restante das coisas que ele me passou, obviamente essa não era uma das minhas funções, mas eu não poderia simplesmente negar e fingir que nada havia acontecido. Talvez se esse fosse um conto d
Acordei sentindo um peso no meu corpo. O braço dele estava me prendendo e minha perna estava por cima dele e a minha cabeça deitada em seu peito. Eu conseguia sentir exatamente os batimentos do seu coração. "Ele realmente tinha um coração" pensei imediatamente e sorri com a afirmação ridícula que eu havia acabado de fazer. Respirei fundo e tentei não surtar. Era tão difícil resistir a ele, principalmente enquanto ele estava me abraçando e distribuindo beijos pelo o meu corpo. Alguns minutos depois cheguei a conclusão de que não havia forma de sair dali sem que ele acordasse. O medo de não saber qual seria a reação dele ao acordar me deixou em pânico. Eu não fazia ideia se ele iria me tratar bem ou se iria voltar ao seu humor horrível e me humilhar novamente. Achei melhor não ficar tempo suficiente para esperar outra das suas explosões de raiva, então, fiz alguns movimentos tentando sair dali, mas foi em vão. Senti a mão dele passear pelo meu corpo e fechei os olhos para fingir qu
Uma semana se passou na mesma motonia de sempre. As coisas estavam bem, normais. Tudo funcionando de forma tranquila e automática, todos os dias eu acordava e seguia a mesma rotina. Nos primeiros dias foi bem mais fácil fingir que nada havia acontecido, mas cada vez que eu fechava os olhos conseguia sentir os seus toques no meu corpo e na minha boca. Foi difícil manter a compostura após o terceiro dia e hoje estava praticamente impossível não dizer que eu me importava. Fazia exatamente uma semana que eu não o via, mas todas as noites ele estava nos meus sonhos ou pesadelos, sinceramente, nem eu sabia ao certo. Ele estava definitivamente me evitando. Não que essa fosse mais uma loucura da minha cabeça, afinal, ele fazia questão de me dispensar cada vez que ele chegava em casa. As fofocas entre os funcionários começaram, afinal, todos perceberam que de certa forma as coisas haviam mudado após a viagem que fui junto ao nosso patrão. Alguns achavam que eu seria demitida em breve, ou
Uma semana se passou e eu evitava tudo nele, inclusive olhar em sua direção. Nos últimos dias, foquei na faculdade e tentei ocupar minha mente com os meu estudos. Não foi fácil, pelo contrário ela muito difícil para de pensar nele, mas as suas palavras serviram para que eu pudesse perceber que o que tivemos nunca passaria de uma situação isolada e que só me fez mal. Eu nunca vivi na pele o preconceito, mas após ouvir aquelas palavras cheguei até a pensar se de fato ele tinha razão e se eu havia me iludido tanto com as coisas que ele podia me proporcionar. Mas não, a única coisa que eu sentia era em relação a ele mesmo e não ao seu dinheiro ou poder. Sai dos meus pensamentos assim que olhei para o grande letreiro diante de mim, afinal, Nesta semana, a faculdade faria 50 anos de existência e iria haver um grande evento. Pra minha sorte, o meu chefe faria uma palestra eu seria obrigada a assistir. Afinal, ele pode ser um péssimo homem, mas não tenho dúvidas que é um grande profissiona
Eu até poderia argumentar, tentar provar que eu estava certa e que as coisas estavam em ordem, mas não adiantaria, afinal, eu sempre seria errada e no momento, eu não podia ser demitida do meio do período. Erick: Será que eu estou rodeado por irresponsáveis? - reclamou enquanto falava ao telefone mais uma vez. Uma semana havia se passado e ele seguia reclama de tudo. Ninguém aguentava mais. Porém, sabíamos que o nosso trabalho estava certo e deveríamos ficar caladas e aguentar por mais alguns dias até que o humor dele finalmente melhorasse. Erick: Você! - apontou para mim. - Já que Josy não é capaz de resolver os problemas que você causa, Quero você no meu escritório imediatamente. - falou sério e saiu pelos corredores em direção ao escritório. Ele não ficou para ouvir a minha resposta, apenas ordenou e saiu caminhando rápido. Eu estava literalmente esgotada. A minha mente não aguentava mais o desgaste dos últimos dias. Cheguei no meu limite. Respirei fundo mais uma vez e Caminh