Capítulo 82 - "O Elo Indestrutível"
(Narrado por Thalrik)O silêncio era opressor, como o vazio antes de uma tempestade. Tudo ao meu redor parecia suspenso no tempo, exceto pela esfera rachada no centro da câmara, que pulsava com uma energia fraca, mas ameaçadora. O brilho púrpura dançava pelas paredes desmoronadas, lançando sombras grotescas que pareciam zombar de nossa tentativa de vitória.Olhei para Elira e Draegon, ambos visivelmente exaustos. O rosto de Elira estava pálido, quase translúcido, enquanto Draegon mantinha uma mão protetora em seu ombro, como se tentasse transferir sua força para ela. Eu sabia que ele faria isso se pudesse. E, de alguma forma, eu entendia que ela faria o mesmo por nós dois.Minha própria energia estava no limite. Cada músculo do meu corpo ardia, cada respiração era uma batalha. Mas eu sabia que não podíamos parar ali. Não enquanto aquela coisa ainda pulsasse.— Ele ainda está vivo. — Disse Draegon, suCapítulo 83 - "Entre a Vida e a Morte"(Narrado por Elira) O silêncio era absoluto, um tipo de quietude que eu nunca havia experimentado antes. Era como se o próprio mundo tivesse parado, aguardando uma decisão que nem mesmo eu sabia que precisava tomar. A última coisa de que me lembrava era a explosão de luz dourada que consumiu tudo, o som da voz de Draegon chamando por mim e a visão de Thalrik caindo ao meu lado, exausto. Agora, eu estava em um campo vasto e dourado, com a luz do sol refletindo em cada folha de grama, criando um brilho etéreo. O céu acima era de um azul tão perfeito que parecia irreal, sem nuvens, sem sombras. Tudo parecia calmo demais, quase como se o próprio ar estivesse saturado de magia. Eu estava sozinha. Caminhei, hesitante, sentindo o calor suave do sol na minha pele e a leve brisa que acariciava meu rosto. Meu vestido, que antes estava rasgado e manchado de sangue, agora parecia novo, como se a energia desse
Capítulo 84 - "O Retorno à Matilha"(Narrado por Draegon) Minha mente emergia lentamente das profundezas de uma escuridão reconfortante. Não era como o vazio de antes, aquele causado por Umbrael, mas uma calma peculiar que parecia carregar consigo a promessa de algo novo. O cheiro da terra úmida preenchia meus sentidos antes mesmo de eu abrir os olhos. Havia também um calor ao meu lado, algo que me ancorava ao momento presente. Quando abri os olhos, minha visão foi recebida por um céu cinzento, nublado, com a luz do sol tentando atravessar as barreiras das nuvens. Pisquei algumas vezes, ajustando-me ao ambiente, até que a sensação de algo frio e áspero pressionando minha mão chamou minha atenção. Virei o rosto, ignorando a dor que percorreu meu corpo como uma corrente elétrica, e vi Elira. Ela estava deitada ao meu lado, os cabelos espalhados pelo chão, um contraste gritante contra a terra escura. Sua mão descansava sobre a minha, firme, mas com
Capítulo 85 - "Sob a Lua Eternamente" (Narrado por Elira) O vento soprava suavemente, carregando consigo o aroma da floresta ao nosso redor. Estávamos no alto de um penhasco, a luz prateada da lua envolvendo tudo em um brilho quase sobrenatural. Eu podia sentir o peso dos últimos acontecimentos ainda pendurado em meu peito, mas ao mesmo tempo, havia um alívio profundo, como se, por um breve momento, o mundo tivesse decidido nos conceder paz. Depois da mensagem que recebemos, sabíamos que paz era um vislumbre longínquo, mas decidimos ter este momento de paz apenas nós os três, antes de voltarmos às batalhas. — Você está pensativa. — A voz grave de Draegon quebrou o silêncio, puxando-me de meus devaneios. Olhei para ele, meu coração quase tropeçando ao vê-lo. Mesmo depois de tudo, Draegon tinha uma força serena que me fascinava. Ele estava sentado em uma rocha próxima, seus olhos dourados brilhando intensamente sob a luz da lua. As marcas da b
Capítulo 86 - "O Eclipse Inesperado"(Narrado por Thalrik) A luz da manhã parecia mais fraca do que o habitual, como se o sol estivesse preso por um véu translúcido que abafava seu brilho. Desde o amanhecer, senti um desconforto crescente, um peso estranho que pairava no ar e parecia comprimir meu peito. As árvores da floresta estavam silenciosas, como se até mesmo os animais tivessem se escondido. Draegon estava à minha direita, sua expressão carregada de inquietação. Ele era naturalmente atento aos detalhes, mas hoje parecia especialmente sensível. Elira caminhava um pouco atrás de nós, seus olhos varrendo a floresta com a cautela de uma loba caçando. — Você sente isso? — Perguntei, parando de repente e olhando para Draegon. Ele assentiu lentamente, sua mão já pousando na empunhadura de sua espada. — Não gosto disso, Thalrik. O ar está... denso. — Não é apenas o ar. — Elira nos alcançou, seu olhar fixo em algo a
Capítulo 87 - "A Relíquia dos Antigos"(Narrado por Elira) O ar ao redor do vilarejo destruído estava carregado de uma energia densa e sufocante. Mesmo após horas examinando as ruínas, eu sentia o peso daquela presença, como se algo tivesse deixado sua marca não apenas nas pedras, mas no próprio tecido do lugar. As runas gravadas nas paredes chamavam minha atenção de maneira inescapável. Linhas curvas, símbolos que pareciam entrelaçados com uma precisão quase matemática, convergiam para o que parecia ser o centro do vilarejo. Era como se tivessem sido desenhadas com um propósito claro, mas que escapava à compreensão imediata. Enquanto me abaixava para traçar os contornos de uma das runas, senti um calafrio na espinha. Não era só o frio da noite ou o eclipse persistente. Era algo mais profundo, uma sensação de que aquelas marcas carregavam vida própria. Draegon, que estava ao meu lado, observava cada movimento com seus olhos dourados pen
Capítulo 88 - "O Convite Sombrio"(Narrado por Draegon) O salão ainda estava mergulhado em um silêncio denso, quebrado apenas pelo eco das últimas palavras de Vladan. Havia algo em sua expressão, um misto de certeza e receio, que me incomodava profundamente. Eu sabia que ele não estava nos contando tudo. Os vampiros raramente revelavam seus segredos sem um preço oculto, e Vladan não era exceção. Enquanto ele se afastava para o trono, algo dentro de mim rugia por respostas. Não podíamos sair dali com apenas uma localização vaga e um aviso genérico. — Espere. — Minha voz soou firme, cortando o silêncio como uma lâmina. Todos no salão, inclusive Elira e Thalrik, voltaram seus olhos para mim. — Você está escondendo algo. Vladan parou, girando lentamente para me encarar. O sorriso que ele exibia antes havia desaparecido, substituído por uma expressão que mesclava curiosidade e um leve tom de ameaça. — Ah, o lobo alfa que desafia a
Capítulo 89 - "A Floresta das Sombras Eternas" (Narrado por Elira) Atravessamos o domínio vampírico sob um céu que parecia sempre à beira de um crepúsculo perpétuo. A sensação de estar sendo observada ainda me seguia, um peso invisível sobre os ombros, mesmo quando já estávamos fora do alcance dos olhos de Vladan. — Ele sabe mais do que nos contou. — Draegon murmurou, quebrando o silêncio desconfortável. Eu concordei, mas não respondi. Meu foco estava no mapa desgastado que Vladan havia nos entregue, suas bordas marcadas por manchas de algo que parecia ser sangue seco. A rota nos levava diretamente à “Floresta das Sombras Eternas”, um lugar cuja reputação era tão sombria quanto o próprio nome sugeria. Thalrik, caminhando ao meu lado, parecia inquieto, seus olhos azuis sempre varrendo a paisagem como se esperasse que algo nos atacasse a qualquer momento. — Você está preocupada. — Ele disse baixinho, sua voz um contraste sua
Capítulo 90 - "O Sacrifício Necessário"(Narrado por Thalrik) As sombras que dançavam ao redor do portal pareciam mais vivas do que antes, como se tivessem se alimentado da magia que acabáramos de liberar. Havia algo de intrinsecamente errado naquela escuridão, mas meu foco não podia vacilar agora. Draegon estava determinado, mas a verdade era clara para mim, o preço que pagamos até agora não seria suficiente para abrir completamente o caminho. Eu sabia disso porque sentia o peso da barreira pulsando no ar, um chamado que ecoava nos meus ossos, como uma corda sendo puxada ao extremo. — Não acabou. — Declarei, minha voz ecoando no silêncio. Elira se virou para mim, os olhos arregalados, a mão ainda segurando seu punhal como se esperasse que algo saísse da escuridão. — O que quer dizer com isso? A barreira desapareceu! Balancei a cabeça. — Não completamente. O portal está aberto, mas o caminho para o outr