Capítulo 87 - "A Relíquia dos Antigos"
(Narrado por Elira)O ar ao redor do vilarejo destruído estava carregado de uma energia densa e sufocante. Mesmo após horas examinando as ruínas, eu sentia o peso daquela presença, como se algo tivesse deixado sua marca não apenas nas pedras, mas no próprio tecido do lugar.As runas gravadas nas paredes chamavam minha atenção de maneira inescapável. Linhas curvas, símbolos que pareciam entrelaçados com uma precisão quase matemática, convergiam para o que parecia ser o centro do vilarejo. Era como se tivessem sido desenhadas com um propósito claro, mas que escapava à compreensão imediata.Enquanto me abaixava para traçar os contornos de uma das runas, senti um calafrio na espinha. Não era só o frio da noite ou o eclipse persistente. Era algo mais profundo, uma sensação de que aquelas marcas carregavam vida própria.Draegon, que estava ao meu lado, observava cada movimento com seus olhos dourados penCapítulo 88 - "O Convite Sombrio"(Narrado por Draegon) O salão ainda estava mergulhado em um silêncio denso, quebrado apenas pelo eco das últimas palavras de Vladan. Havia algo em sua expressão, um misto de certeza e receio, que me incomodava profundamente. Eu sabia que ele não estava nos contando tudo. Os vampiros raramente revelavam seus segredos sem um preço oculto, e Vladan não era exceção. Enquanto ele se afastava para o trono, algo dentro de mim rugia por respostas. Não podíamos sair dali com apenas uma localização vaga e um aviso genérico. — Espere. — Minha voz soou firme, cortando o silêncio como uma lâmina. Todos no salão, inclusive Elira e Thalrik, voltaram seus olhos para mim. — Você está escondendo algo. Vladan parou, girando lentamente para me encarar. O sorriso que ele exibia antes havia desaparecido, substituído por uma expressão que mesclava curiosidade e um leve tom de ameaça. — Ah, o lobo alfa que desafia a
Capítulo 89 - "A Floresta das Sombras Eternas" (Narrado por Elira) Atravessamos o domínio vampírico sob um céu que parecia sempre à beira de um crepúsculo perpétuo. A sensação de estar sendo observada ainda me seguia, um peso invisível sobre os ombros, mesmo quando já estávamos fora do alcance dos olhos de Vladan. — Ele sabe mais do que nos contou. — Draegon murmurou, quebrando o silêncio desconfortável. Eu concordei, mas não respondi. Meu foco estava no mapa desgastado que Vladan havia nos entregue, suas bordas marcadas por manchas de algo que parecia ser sangue seco. A rota nos levava diretamente à “Floresta das Sombras Eternas”, um lugar cuja reputação era tão sombria quanto o próprio nome sugeria. Thalrik, caminhando ao meu lado, parecia inquieto, seus olhos azuis sempre varrendo a paisagem como se esperasse que algo nos atacasse a qualquer momento. — Você está preocupada. — Ele disse baixinho, sua voz um contraste sua
Capítulo 90 - "O Sacrifício Necessário"(Narrado por Thalrik) As sombras que dançavam ao redor do portal pareciam mais vivas do que antes, como se tivessem se alimentado da magia que acabáramos de liberar. Havia algo de intrinsecamente errado naquela escuridão, mas meu foco não podia vacilar agora. Draegon estava determinado, mas a verdade era clara para mim, o preço que pagamos até agora não seria suficiente para abrir completamente o caminho. Eu sabia disso porque sentia o peso da barreira pulsando no ar, um chamado que ecoava nos meus ossos, como uma corda sendo puxada ao extremo. — Não acabou. — Declarei, minha voz ecoando no silêncio. Elira se virou para mim, os olhos arregalados, a mão ainda segurando seu punhal como se esperasse que algo saísse da escuridão. — O que quer dizer com isso? A barreira desapareceu! Balancei a cabeça. — Não completamente. O portal está aberto, mas o caminho para o outr
Capítulo 91 - "O Covil de Ashedar"(Narrado por Draegon) A presença de Ashedar era como um peso que pressionava minha alma. Ele estava lá, não apenas como um corpo, mas como uma força. Seus olhos brilhavam com um tom rubro, e eu sentia como se sua própria existência estivesse drenando a luz ao nosso redor. O silêncio no covil era ensurdecedor, interrompido apenas pela pulsação lenta de magia nos cristais negros que decoravam as paredes da caverna. Eu o encarei, forçando minha mente a não vacilar, mas cada fibra do meu ser gritava perigo. Ashedar não era apenas um inimigo. Ele era algo muito pior. — Então é isso. — Ele falou, sua voz ecoando como se viesse de vários lugares ao mesmo tempo. — Vocês são os escolhidos para desafiar meu poder? Que patético. Elira deu um passo à frente, o brilho determinado em seus olhos sendo sua arma mais visível naquele momento. — Não viemos aqui para provar nada a você. Viemos buscar o cetro.
Capítulo 92 - "Isolados na Escuridão"(Narrado por Elira) A escuridão ao meu redor era sufocante, como um véu espesso que me isolava do mundo. Quando a explosão de magia de Ashedar nos separou, senti o vínculo com Draegon e Thalrik enfraquecer, como se um fio de luz estivesse prestes a se romper. Meu coração pulsava acelerado, não apenas pelo medo do que poderia ter acontecido com eles, mas também pela sensação constante de algo sombrio me observando nas sombras. — Draegon? Thalrik? — chamei, minha voz ecoando no vazio. Nenhuma resposta veio, apenas o som de minha própria respiração ofegante e o zumbido inquietante que parecia emanar das paredes da caverna. As runas negras nos cristais brilhavam fracamente, emitindo uma luz doentia que lançava sombras dançantes ao meu redor. Eu precisava me concentrar. Precisava encontrá-los. Mas a sensação de estar sendo observada tornou isso quase impossível. "Você não pode salvá-los."
Capítulo 93 - "Cativeiro e Estratégia"(Narrado por Thalrik) Eu me sentia dividido, como se meu próprio corpo tivesse se tornado um campo de batalha. A força de Ashedar me puxava para o abismo, enquanto meu vínculo com Elira e Draegon brilhava tenuemente, tentando me trazer de volta. A cada segundo que passava, era como se a sombra de Ashedar se enraizasse mais profundamente dentro de mim. Sua voz, fria e carregada de um poder ancestral, ecoava em minha mente: "Você é forte, alfa, mas não o suficiente. Ceda a mim, e juntos destruiremos seus inimigos." Minha resposta foi um rosnado baixo, visceral, um som que parecia vir do meu instinto mais primitivo. — Nunca. — murmurei, reunindo toda a força que conseguia para lutar contra a escuridão. Mas meu corpo já não me obedecia. Minhas pernas avançaram sem a minha permissão, e minha visão parecia alternar entre a realidade e algo distorcido, como se a caverna fosse um pesa
Capítulo 94 - "A Verdade Sombria"(Narrado por Draegon) A caverna ao nosso redor parecia pulsar, como se fosse um organismo vivo. Cada parede, cada sombra, cada som reverberava com a essência de Ashedar. O ar estava pesado, carregado de algo indescritível, como se a própria escuridão estivesse sussurrando segredos proibidos. Enquanto Elira ajudava Thalrik a se manter de pé, meu olhar percorria o ambiente. Não era apenas o ambiente que estava errado. Eu também sentia a mudança dentro de mim. Não era apenas o cansaço físico ou a exaustão de enfrentar essa batalha interminável. Era algo mais profundo, uma verdade incômoda que Ashedar parecia estar forçando a emergir. Ele era mais do que um inimigo, ele era um espelho sombrio, refletindo tudo o que evitávamos enfrentar. — Precisamos seguir em frente. — minha voz saiu mais áspera do que eu pretendia, mas os dois assentiram. — Para onde? — Elira perguntou, seus olhos brilhando com
Capítulo 95 - "Um Novo Destino"(Narrado por Elira) As palavras de Ashedar ainda pairavam no ar, como um veneno que se recusava a dissipar. A câmara parecia menor agora, sufocante, como se a própria presença dele tivesse alterado as leis do espaço ao nosso redor. A pedra negra pulsava ao ritmo de um coração maligno, emitindo uma energia que fazia meu vínculo com Draegon e Thalrik vacilar. Era como se ela quisesse nos separar, desestabilizar o que nos mantinha unidos. Eu olhei para Draegon. O rosto dele estava tenso, uma mistura de dor e determinação. Thalrik mantinha a postura firme, mas seus olhos traíam a luta interna que travava. Ashedar nos olhava com diversão, seus olhos brilhando como brasas na penumbra. — Não há escapatória para vocês. — ele disse, avançando um passo. — Mas há uma solução. Tornem-se como eu. Unam-se ao poder que criaram e sobrevivam... ou sejam destruídos. — Nunca. — minha voz saiu forte, mesmo quando