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"A Festa na Matilha"
Capítulo 147 - "A Festa na Matilha"(Narrado por Draegon) A lua cheia pairava sobre nós, sua luz prateada iluminando o território da matilha, transformando o que era uma clareira comum em um cenário quase onírico. Havia algo confortante e selvagem naquela noite, uma sensação de lar e pertencimento que eu não sentia há muito tempo. A decisão de organizar a festa havia sido minha, embora não estivesse totalmente convencido de que seria a melhor ideia. Mas após os horrores enfrentados no deserto e o custo do selamento, todos precisávamos de um momento para respirar, um momento para lembrar que ainda éramos mais do que guerreiros em uma batalha interminável. O território da matilha era vibrante, uma fusão de natureza e tradição. As cabanas, feitas de madeira e cobertas com folhas, estavam decoradas com lanternas que emanavam uma luz quente e acolhedora. No centro da clareira, uma fogueira gigantesca ardia, suas chamas dançando ao som dos tambores que ecoavam pela floresta. Os lobo
"Sussurros na Escuridão"
Capítulo 148 - "Sussurros na Escuridão"(Narrado por Elira) A floresta estava inquieta. Podia sentir o peso das sombras ao nosso redor, tão densas que pareciam pressionar contra os limites da clareira. O som que ouvimos, tão baixo e indistinto, ainda ecoava na minha mente. Não era algo natural, disso eu tinha certeza. — Fique aqui. Vou investigar. — Disse a Draegon, minha voz mais firme do que eu esperava, embora meu coração estivesse disparado. Ele estreitou os olhos, desconfiado. — Não é seguro. Se algo está lá fora, não deveria ir sozinha. — Não é uma discussão. Preciso saber o que está acontecendo. — Elira... — Ele tentou argumentar, mas eu já estava me afastando. Meus passos eram rápidos e decididos enquanto deixava para trás a música e os risos da festa, que agora pareciam ecos distantes. A sensação de estar sendo observada crescia a cada passo que dava na direção da floresta, como se a própria escuridão estivesse me envolvendo. Adentrei a floresta, onde as árvore
"O Peso da Escolha"
Capítulo 149 - "O Peso da Escolha"(Narrado por Thalrik) Desde a batalha contra a Fera, algo pairava sobre nós como uma tempestade prestes a desabar. O semblante de Elira, antes resoluto e feroz, agora oscilava entre distração e inquietação. Não era incomum encontrá-la perdida em pensamentos, seus olhos fixos na floresta como se enxergasse além do que qualquer um de nós poderia compreender. A festa da noite anterior, organizada por Draegon, tinha servido para pouco. Apesar da alegria contagiante e dos momentos de camaradagem, eu não conseguia ignorar o peso invisível que parecia recair sobre ela. Naquele amanhecer, enquanto o mundo ainda despertava, encontrei-a sentada perto da margem do rio, os pés tocando a água gelada. A luz do sol nascente caía sobre seus cabelos, criando uma auréola dourada. Parecia tão distante que por um momento hesitei em me aproximar. Mas eu não podia ignorar. — Elira. — Chamei, minha voz cortando o silêncio suave da manhã. Ela ergueu o olhar, mas
"O Sussurro do Abismo"
Capítulo 150 - "O Sussurro do Abismo" (Narrado por Elira) Acordei com uma dor oca no peito, como se algo essencial tivesse sido arrancado de mim. Meus olhos se abriram em um salto, o quarto escuro ao meu redor inundado pelo silêncio profundo da noite. Um vento frio sussurrava entre as árvores lá fora, trazendo consigo a sensação inconfundível de que algo estava errado. Passei a mão pela testa, tentando acalmar o coração acelerado. Não era apenas um pesadelo. Sentia-me... desconectada. Era como se a ligação que compartilhava com Draegon e Thalrik tivesse sido cortada, mesmo que por um breve momento. Fechei os olhos, tentando encontrar a energia familiar deles, mas tudo o que encontrei foi um vazio frio. Então, ouvi. — Elira... Um sussurro, suave e quase imperceptível, ecoou na minha mente. Abri os olhos novamente, minha respiração curta e entrecortada. — Quem está aí? — Perguntei, minha voz ecoando na solidão do quarto. Nada respondeu, mas o sussurro persistiu, mais prof
"Reflexos no Espelho"
Capítulo 151 - "Reflexos no Espelho"(Narrado por Draegon) Acordei com um incômodo no fundo do peito, um peso que não conseguia ignorar. O sol já estava alto, mas o calor não alcançava minha pele. Algo estava errado, embora eu não pudesse definir o quê. Ao olhar ao redor, vi Thalrik sentado próximo à fogueira apagada, sua postura rígida, os olhos fixos na lâmina que afiava com movimentos calculados. O som metálico da pedra contra o aço era o único ruído naquela manhã, mas em minha mente, ecoavam fragmentos de pensamentos desconexos. Elira estava inquieta na noite anterior, mais do que de costume. Quando a vimos ao amanhecer, parecia estar escondendo algo, embora sua voz e seu sorriso fossem convincentes para qualquer outra pessoa. Mas não para mim. Eu a conhecia bem demais. Abracei os joelhos, tentando ignorar o frio que insistia em me envolver. Mesmo com o sol, o ar estava pesado, denso, como se a própria floresta respirasse junto de nós. Era mais do que o silêncio natural de
"O Visitante Sombrio"
Capítulo 152 - "O Visitante Sombrio"(Narrado por Thalrik) A manhã estava quieta demais para o meu gosto. Eu observava Draegon de longe, andando de um lado para o outro como um leão enjaulado, seus olhos brilhando com um misto de preocupação e raiva contida. Era raro vê-lo tão perturbado, mas considerando os acontecimentos recentes, eu não o culpava. Elira estava diferente. Era como se uma sombra tivesse se infiltrado nela, roubando a luz que sempre a acompanhava. Eu e Draegon, com nossa conexão peculiar com ela, sentíamos isso mais intensamente do que qualquer um. Eu podia ver como ele lutava para encontrar respostas, mas a cada minuto que passava, sua frustração aumentava. — Você vai se desgastar se continuar assim. — Falei, quebrando o silêncio. Ele parou e me lançou um olhar irritado, mas não respondeu. Era típico de Draegon, carregar o peso do mundo nas costas, como se fosse sua responsabilidade salvar todos nós. — Se continuar se torturando desse jeito, não vai ajudar E
"O Preço do Sacrifício"
Capítulo 153 - "O Preço do Sacrifício"(Narrado por Elira) A clareira parecia ainda mais sombria do que antes, como se as árvores ao redor se inclinassem para sussurrar segredos entre si. O altar no centro irradiava uma energia que fazia minha pele formigar, uma presença que me atraía e repelía ao mesmo tempo. Eu sabia que voltar aqui era uma loucura, mas precisava de respostas. Desde a visita de Ilias e a revelação de Draegon e Thalrik sobre a Noite Eterna, algo dentro de mim estava mudando. A marca em minha mão esquerda, que até então parecia adormecida, pulsava de forma irregular, como um segundo coração. Cada pulsação enviava ondas de frio pelo meu corpo, e eu podia jurar que a sombra ao meu redor ganhava forma própria, movendo-se independente da luz. Respirei fundo, tentando afastar o medo que rastejava por minha espinha. — Eu consigo. — Murmurei para mim mesma. Mas será que conseguia mesmo? O caminho até o altar foi mais difícil do que eu lembrava. A floresta parec
"O Fardo da Lua"
Capítulo 154 - "O Fardo da Lua"(Narrado por Thalrik) O céu estava ainda tingido de um cinza pálido quando acordei, um peso estranho no peito, como se a noite passada houvesse roubado algo essencial. Havia um silêncio incomum no acampamento, o tipo de silêncio que precede uma tragédia. Levantei-me devagar, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Algo estava errado. Olhei para o local onde Elira deveria estar. Seu cobertor estava cuidadosamente dobrado, mas ela não estava lá. — Draegon. — Minha voz foi baixa, mas carregada de urgência. Ele estava de costas para mim, perto da borda do acampamento, e virou-se imediatamente ao ouvir meu tom. Seu rosto estava sombrio, as sobrancelhas franzidas em preocupação. — Ela se foi. — Eu disse, apontando para o espaço vazio onde Elira deveria estar. Ele demorou um segundo para processar, mas quando o fez, sua expressão mudou de preocupação para algo mais sombrio, raiva. — Maldição! — Ele rosnou, socando uma árvore próxima. A mad
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