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"Reflexos no Espelho"
Capítulo 151 - "Reflexos no Espelho"(Narrado por Draegon) Acordei com um incômodo no fundo do peito, um peso que não conseguia ignorar. O sol já estava alto, mas o calor não alcançava minha pele. Algo estava errado, embora eu não pudesse definir o quê. Ao olhar ao redor, vi Thalrik sentado próximo à fogueira apagada, sua postura rígida, os olhos fixos na lâmina que afiava com movimentos calculados. O som metálico da pedra contra o aço era o único ruído naquela manhã, mas em minha mente, ecoavam fragmentos de pensamentos desconexos. Elira estava inquieta na noite anterior, mais do que de costume. Quando a vimos ao amanhecer, parecia estar escondendo algo, embora sua voz e seu sorriso fossem convincentes para qualquer outra pessoa. Mas não para mim. Eu a conhecia bem demais. Abracei os joelhos, tentando ignorar o frio que insistia em me envolver. Mesmo com o sol, o ar estava pesado, denso, como se a própria floresta respirasse junto de nós. Era mais do que o silêncio natural de
"O Visitante Sombrio"
Capítulo 152 - "O Visitante Sombrio"(Narrado por Thalrik) A manhã estava quieta demais para o meu gosto. Eu observava Draegon de longe, andando de um lado para o outro como um leão enjaulado, seus olhos brilhando com um misto de preocupação e raiva contida. Era raro vê-lo tão perturbado, mas considerando os acontecimentos recentes, eu não o culpava. Elira estava diferente. Era como se uma sombra tivesse se infiltrado nela, roubando a luz que sempre a acompanhava. Eu e Draegon, com nossa conexão peculiar com ela, sentíamos isso mais intensamente do que qualquer um. Eu podia ver como ele lutava para encontrar respostas, mas a cada minuto que passava, sua frustração aumentava. — Você vai se desgastar se continuar assim. — Falei, quebrando o silêncio. Ele parou e me lançou um olhar irritado, mas não respondeu. Era típico de Draegon, carregar o peso do mundo nas costas, como se fosse sua responsabilidade salvar todos nós. — Se continuar se torturando desse jeito, não vai ajudar E
"O Preço do Sacrifício"
Capítulo 153 - "O Preço do Sacrifício"(Narrado por Elira) A clareira parecia ainda mais sombria do que antes, como se as árvores ao redor se inclinassem para sussurrar segredos entre si. O altar no centro irradiava uma energia que fazia minha pele formigar, uma presença que me atraía e repelía ao mesmo tempo. Eu sabia que voltar aqui era uma loucura, mas precisava de respostas. Desde a visita de Ilias e a revelação de Draegon e Thalrik sobre a Noite Eterna, algo dentro de mim estava mudando. A marca em minha mão esquerda, que até então parecia adormecida, pulsava de forma irregular, como um segundo coração. Cada pulsação enviava ondas de frio pelo meu corpo, e eu podia jurar que a sombra ao meu redor ganhava forma própria, movendo-se independente da luz. Respirei fundo, tentando afastar o medo que rastejava por minha espinha. — Eu consigo. — Murmurei para mim mesma. Mas será que conseguia mesmo? O caminho até o altar foi mais difícil do que eu lembrava. A floresta parec
"O Fardo da Lua"
Capítulo 154 - "O Fardo da Lua"(Narrado por Thalrik) O céu estava ainda tingido de um cinza pálido quando acordei, um peso estranho no peito, como se a noite passada houvesse roubado algo essencial. Havia um silêncio incomum no acampamento, o tipo de silêncio que precede uma tragédia. Levantei-me devagar, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Algo estava errado. Olhei para o local onde Elira deveria estar. Seu cobertor estava cuidadosamente dobrado, mas ela não estava lá. — Draegon. — Minha voz foi baixa, mas carregada de urgência. Ele estava de costas para mim, perto da borda do acampamento, e virou-se imediatamente ao ouvir meu tom. Seu rosto estava sombrio, as sobrancelhas franzidas em preocupação. — Ela se foi. — Eu disse, apontando para o espaço vazio onde Elira deveria estar. Ele demorou um segundo para processar, mas quando o fez, sua expressão mudou de preocupação para algo mais sombrio, raiva. — Maldição! — Ele rosnou, socando uma árvore próxima. A mad
"A Última Defesa"
Capítulo 155 - "A Última Defesa"(Narrado por Draegon) A escuridão ao nosso redor parecia ter peso, sufocando o ar e preenchendo cada espaço com uma ameaça silenciosa. A marca na mão de Elira brilhou mais intensamente, mas aquilo não era um bom sinal. Era como se a luz estivesse sendo devorada, resistindo desesperadamente à escuridão voraz que se acumulava ao nosso redor. Thalrik estava ao meu lado, os olhos fixos em Elira. Eu sabia o que ele estava pensando, porque eu mesmo estava lutando contra o mesmo impulso. Cada fibra do meu ser gritava para tirá-la dali, para fazê-la parar. Mas havia uma força invisível que nos mantinha onde estávamos, como se o próprio altar nos quisesse testemunhando aquilo. — Não podemos deixá-la fazer isso. — Minha voz saiu baixa, um murmúrio carregado de desespero. Thalrik me lançou um olhar, o vínculo entre nós vibrando com emoções conflitantes. — Não temos escolha, Draegon. Se interferirmos agora, tudo será perdido. Aquilo me enfureceu. Não e
"O Último Ato"
Capítulo 156 - "O Último Ato"Narrado por Elira) O peso das palavras da Noite Eterna ecoava em minha mente, como uma corrente fria envolvendo meu coração. A figura sombria permanecia imóvel, mas a ameaça que ela representava era impossível de ignorar. O sacrifício que ela exigia era claro, direto, e me fazia questionar se ainda tinha forças para resistir. Meus olhos foram atraídos para Draegon e Thalrik, que estavam ao meu lado, seus corpos envoltos em sombras, mas seus olhares ardendo com determinação e... medo. Não por si mesmos, mas por mim. Pelo que eu estava prestes a decidir. — Elira... — Draegon começou, sua voz quase um sussurro, mas carregada de emoção. Ele deu um passo à frente, mas eu levantei uma mão, pedindo que parasse. — Não. — Minha voz soou mais firme do que eu esperava, mas cada palavra parecia uma batalha. — Isso é algo que eu preciso decidir sozinha. — Não sozinha. — Thalrik rebateu, seus olhos brilhando com aquele tom azul claro que sempre surgia quando
"Renascimento da Luz"
Capítulo 157 - "Renascimento da Luz"(Narrado por Thalrik) O silêncio que se seguiu à explosão final da escuridão era quase ensurdecedor. O mundo ao nosso redor parecia suspenso em uma quietude sobrenatural, como se o tempo tivesse se curvado para nos dar um momento de respiro antes de prosseguir em sua marcha implacável. Tudo o que eu conseguia ouvir era minha própria respiração e o leve som do vento, agora livre da presença sufocante da Noite Eterna. Meus olhos estavam fixos em Elira. Ela estava deitada no chão, imóvel, os cabelos espalhados como um halo em torno de seu rosto pálido. Sua respiração era quase imperceptível, e cada segundo que passava parecia se arrastar, carregado de incerteza. Draegon estava ajoelhado ao lado dela, suas mãos tremendo enquanto segurava uma das dela. — Elira... — Sua voz era apenas um sussurro, mas carregava uma intensidade que me fez desviar o olhar, como se eu estivesse invadindo um momento que não era meu. Eu podia sentir o vínculo pulsando
"O Último Véu"
Capítulo 158 - "O Último Véu"(Narrado por Draegon) A lua estava alta no céu, sua luz prateada derramando-se sobre o campo devastado. Era estranho como tudo parecia silencioso, como se o mundo tivesse prendido a respiração, esperando o próximo movimento. Estávamos vivos, mas o peso que carregávamos era palpável. Cada passo parecia mais difícil, cada respiração, mais pesada. Elira descansava próxima a uma fogueira que conseguimos improvisar. O calor das chamas refletia em seu rosto, ainda pálido pelo esforço descomunal de selar a Noite Eterna. Eu não conseguia desviar os olhos dela. Parecia tão frágil naquele momento, mas eu sabia a força que carregava dentro de si. Uma força que quase a consumiu. Thalrik estava do outro lado, preparando algo em um pequeno caldeirão que conseguimos recuperar dos destroços do acampamento. O silêncio entre nós não era desconfortável, mas pesado. A batalha havia terminado, mas o que vinha depois nos assustava mais do que qualquer confronto. Eu olhe
Último capítulo