Capítulo 28 - "O Conselho dos Feiticeiros"(Narrado por Thalrik) O crepitar da magia fluía como um rio invisível ao meu redor enquanto a torre flutuante de Eryndor brilhava sob o céu estrelado. Era impossível não sentir a imponência daquele lugar. O ar estava saturado de poder, um tipo de energia que fazia cada fio de cabelo em meu corpo se eriçar. No horizonte, a lua cheia parecia observar, como uma testemunha silenciosa de tudo o que estava prestes a acontecer. O convite ao Conselho dos Feiticeiros não era algo que eu fazia de ânimo leve. Eryndor raramente abria suas portas para lobos, mesmo os Alphas. O preconceito era um fardo que carregávamos, mas desta vez, o peso da nossa situação era maior. Não era apenas minha vida, de Draegon ou de Elira em jogo, o vínculo estava ameaçando consumir todos nós. Ao atravessar o portão etéreo que levava à sala de reunião, senti um arrepio percorrer minha espinha. O chão de mármore translúcido parecia refletir as estrelas acima de nós, como
Capítulo 29 - "Sussurros na Floresta"(Narrado por Elira) A brisa da floresta acariciava minha pele como um sussurro gentil, mas havia uma inquietação em mim que nenhuma paisagem serena poderia aplacar. As árvores se erguiam como sentinelas antigas, seus galhos entrelaçados formando um dossel que filtrava a luz do sol em feixes dourados. O chão estava macio sob meus pés descalços, coberto por um tapete de musgo e folhas secas que exalavam um perfume terroso. Apesar da paz que emanava do ambiente, eu sentia como se carregasse o peso de uma tempestade dentro de mim. Meu corpo ainda estava frágil após os eventos na caverna, e minha mente parecia um campo de batalha. O vínculo entre mim, Thalrik e Draegon estava me puxando em direções opostas, e a tensão entre eles era como uma corda prestes a se romper. Precisava de ar, precisava de espaço, e por isso havia deixado a caverna sem avisar. Enquanto caminhava, deixava meus dedos roçarem nos troncos ásperos das árvores. A sensação era r
Capítulo 30 - "A Herança de Sangue"(Narrado por Thalrik) O frio da noite estava mais intenso enquanto eu me aproximava do castelo de minha família. A névoa parecia ter um peso próprio, envolvendo tudo ao redor com um véu denso e silencioso. A luz da lua mal conseguia penetrar, transformando o ambiente em uma paisagem sombria e quase onírica. Apesar disso, eu não hesitei. Cada passo que dava era firme, mas não sem o peso da memória. O castelo se erguia diante de mim como um monólito de um passado que nunca consegui deixar para trás. Suas torres pontiagudas perfuravam o céu como lanças, e as janelas, vazias e escuras, pareciam olhos que me observavam. Ali dentro estavam as respostas que eu precisava, mas também os fantasmas que eu evitara por tanto tempo. A madeira pesada do portão rangeu quando o empurrei, o som ecoando pelo pátio abandonado. Uma vez dentro, a sensação de vazio era ainda mais palpável. As paredes de pedra carregavam marcas do tempo, mas também dos segredos da li
Capítulo 31 - "Tentação e Fogo"(Narrado por Elira) A caverna pulsava com uma energia viva, como se os cristais que se erguiam ao meu redor fossem alimentados por uma força maior que a minha compreensão. Eles brilhavam em tons de azul, lilás e dourado, espalhando reflexos hipnotizantes por todas as superfícies ao redor. O som suave da água escorrendo por entre as rochas misturava-se ao eco distante do vento, criando uma sinfonia etérea que parecia guiar os movimentos da minha magia. Meus dedos tremiam enquanto canalizava a energia, tentando dar forma ao caos que emanava de dentro de mim. A cada respiração, sentia o poder fluir, selvagem e indomado, como um rio que não conhecia margens. — Concentre-se, Elira. Você consegue. Sussurrei para mim mesma, tentando afastar as dúvidas. Desde que o vínculo com Draegon e Thalrik se formara, meu controle sobre a magia havia se tornado volátil. Por mais que tentasse me convencer de que poderia dominar aquilo, havia uma parte de mim que temi
Capítulo 32 - "Alianças Inesperadas"(Narrado por Draegon) O vento cortava minha pele como lâminas afiadas enquanto eu atravessava o desfiladeiro gelado. As montanhas ao meu redor se erguiam como sentinelas ancestrais, suas pontas afiadas se perdendo em um céu coberto de nuvens cinzentas. Cada passo que eu dava sobre o chão coberto de neve ressoava em minha mente, lembrando-me do peso da missão que me trouxera até ali. O Reino dos Lobisomens não era um lugar para visitantes casuais, muito menos para alguém como eu. Sua reputação era tão fria quanto o clima que envolvia a região, guerreiros ferozes, desconfiados de todos os que não compartilhassem seu sangue ou suas tradições. Porém, a ameaça de Umbrael crescia a cada dia, e eu sabia que não poderia lutar sozinho. Meu manto negro, bordado com runas de proteção, era a única coisa que me separava da tempestade iminente. Sob ele, carregava minha espada, “Nyxstraga”, cuja lâmina reluzia com um brilho prateado mesmo na ausência de lu
Capítulo 33 - “Corações em Chamas”(Narrado por Elira) O calor da manhã penetrava pela entrada da caverna, refletindo nos cristais que se espalhavam pelas paredes como guardiões luminosos. Sentada no centro do espaço, senti o frescor do chão sob as mãos enquanto meus pensamentos vagavam. Era impossível ignorar a crescente tensão ao meu redor. Draegon, com toda sua intensidade, estava mais próximo do que nunca. Nosso vínculo havia se tornado algo palpável, como um fio de eletricidade constante que conectava nossas emoções. Mas, por outro lado, Thalrik... Ele era uma presença mais difícil de decifrar. Observava-me de longe, os olhos como um par de tempestades contidas. Sempre controlado, sempre à margem. E, ainda assim, eu sabia que estava ali. Puxei o ar com força, tentando clarear a mente. Aquele espaço que antes parecia um refúgio agora se tornara um campo de batalha emocional. O silêncio entre nós era quase ensurdecedor, e a proximidade de Thalrik parecia queimar mais do que e
Capítulo 34 - “O Despertar das Sombras”(Narrado por Thalrik) O grito me despertou em um sobressalto. Levei alguns segundos para perceber que estava de novo no castelo dos meus ancestrais, nos aposentos que já haviam pertencido a um dos grandes líderes da linhagem Altaron. Minha respiração estava acelerada, e as batidas do meu coração ecoavam em meus ouvidos como tambores. O quarto era escuro, iluminado apenas pela fraca luz da lua que entrava pelas janelas estreitas. As sombras dançavam nas paredes de pedra, formando figuras indistintas que me lembravam das visões que o espelho insistia em mostrar. Apoiei os cotovelos nos joelhos e passei as mãos pelo rosto. O pesadelo era o mesmo de antes, Umbrael despertava, trazendo destruição por onde passava. Mas, dessa vez, havia algo diferente. Elira estava em perigo, cercada por uma energia negra que parecia se misturar a ela, e Draegon lutava contra sombras que pareciam não ter fim. No entanto, o que mais me perturbava era o papel que
Capítulo 35 - “A Decisão de Draegon”(Narrado por Draegon) A dor era lancinante, irradiando das feridas abertas nas minhas costas e no abdômen. Cada passo parecia um desafio, mas minha mente estava focada em um único objetivo, chegar ao castelo. O vento cortante do território da matilha não ajudava, trazendo consigo o cheiro de gelo e terra molhada. Minhas mãos estavam trêmulas, uma mistura de frio, exaustão e raiva. Os assassinos haviam surgido das sombras, rápidos e implacáveis. Vampiros, todos eles. Seus olhos vermelhos brilhavam com um ódio que ia além do mero desejo de matar. Eles queriam me destruir, e cada golpe de suas lâminas parecia carregado de uma fúria ancestral. Por mais que minha força de Alpha tivesse me permitido derrotá-los, o preço foi alto. As marcas em meu corpo eram prova disso. Quando finalmente avistei o castelo, a visão foi um alívio. As torres erguiam-se contra o céu cinzento como guardiões de um tempo esquecido. As chamas nas tochas ao longo da muralh