Brandon ficou surpreso com o quanto se importava se eles haviam dormido juntos. Será que ele realmente...Não, impossível. Ele não podia estar apaixonado por Selena.Com essa negação em mente, Brandon devolveu o celular a Enrico e se levantou.— Para onde vai?Brandon pegou o casaco, pendurou no braço e saiu.— Vou cuidar de um desgraçado.Enrico olhou para a bebida inacabada e as garotas que ainda estavam por perto, suspirando com resignação.— Você é mesmo cabeça-dura.Resmungando, Enrico deixou seus amigos para trás, pegou uma pequena faca de frutas e seguiu Brandon às pressas.Brandon tinha acabado de entrar no carro quando Enrico se acomodou no banco do passageiro, brandindo a faca.O olhar gélido de Brandon passou da faca para o rosto de Enrico, que apenas sorriu.— O Conway não é moleza, melhor estar preparado.Brandon ignorou a faca e comentou friamente.— Você tem uma posição delicada, não deve se envolver em brigas.Enrico colocou a faca ao lado dele, dando de ombros.— Eu nã
Sua pessoa? Queria dizer que estava se referindo à mulher dele, não à funcionária dele.Conway ficou paralisado por um momento enquanto seus olhos verdes, antes cheios de confiança, agora exibiam um misto de choque e terror:— Eu não fazia ideia de que ela era sua mulher. Eu... Eu pensei que fosse...Ele havia cogitado essa possibilidade, mas a firmeza com que James garantira o contrário dissipou suas dúvidas. Se soubesse, nem com cem vezes mais coragem teria ousado tocar em Selena. Todos no mundo dos negócios sabiam que mexer com o que era de Brandon significava pagar um preço alto às vezes dez, cem vezes mais do que qualquer um poderia imaginar.O Grupo Bell, por exemplo, que havia roubado alguns grandes contratos do Grupo Lawson, acabou sendo perseguido implacavelmente por Brandon até ser adquirido em uma fusão forçada. E não parava por aí. Um amigo próximo de Conway havia ofendido Brandon certa vez, e não apenas foi deportado, como também banido permanentemente do país.Outras
Vendo que Brandon parecia prestes a agir, o coração de Conway afundou no peito:— Presidente Brandon, se não acredita em mim, pode chamar a Srta. Selena para confrontá-la!Brandon interrompeu seus movimentos por um instante, mas, no segundo seguinte, levantou os olhos cheios de uma intenção assassina:— Você não é digno!Sem dar tempo para qualquer resposta, Brandon ergueu o taco de golfe e, sem pestanejar, o desceu com força, acertando em cheio o queixo de Conway. O impacto foi tão brutal que a cabeça dele foi jogada para trás.Antes mesmo que Conway pudesse sentir a dor se espalhar, Brandon já havia desferido outro golpe, desta vez na região do abdômen. O golpe foi ainda mais forte que o anterior, fazendo Conway contorcer-se de dor, os dentes trincados em agonia.— Brandon, se você fizer isso, está abrindo mão do mercado europeu e americano! — Gritou Conway, tentando recuperar o controle da situação.Apesar do domínio que Brandon tinha em seu país, na Europa e nos Estados Unidos, se
A pequena faca era afiada o suficiente para cortar carne, mas ao encontrar os ossos, mostrava-se terrivelmente lenta. Brandon, contudo, não tinha pressa. Ele continuava a esfregar a lâmina contra o osso, sem pressa alguma. O som da faca raspando o osso era ainda mais agudo e aterrorizante que o do taco de golfe arranhando o chão momentos antes.Para Conway, aquele som era uma tortura mortal, uma dor tão insuportável que nem conseguia gritar. Tudo o que podia fazer era cerrar os dentes e contorcer o corpo de forma desesperada, tentando de alguma forma aliviar a dor excruciante que Brandon lhe infligia. Quando a carne finalmente se abriu, revelando o osso branco, Brandon acelerou o movimento, cortando o dedo inteiro.Naquele momento, uma onda avassaladora de dor percorreu Conway, quase o fazendo desmaiar. Mas a raiva que sentia o mantinha consciente. Seus olhos fixaram-se em Brandon com um ódio intenso:— Um dia, eu também vou cortar os seus dedos para aliviar a dor que você me causou
Naquela ocasião, Brandon havia dispensado a questão dizendo que ela era apenas uma ferramenta para satisfazer necessidades físicas, mas e agora? Brandon abaixou os cílios grossos, escondendo as emoções complexas em seus olhos, e com uma frieza impassível, abriu os lábios finos:— Algo que é usado por muito tempo acaba gerando algum tipo de apego, é normal dar uma mãozinha.— Que tipo de apego? Seria amor?Brandon que segurava o volante virou ligeiramente o olhar penetrante para Enrico, que o observava com curiosidade:— Se isso for considerado amor, então você e a Josiane também estão nessa, não é?Enrico, que estava tentando arrancar alguma fofoca, foi pego de surpresa pela mudança de assunto e, ao invés de continuar, endireitou-se no assento e olhou para o horizonte através do para-brisa:— Minha situação é diferente, Josiane não me ama.Enrico, sempre tão despreocupado, agora parecia envolto em uma aura de arrependimento, como o sol se pondo no horizonte.— Ela está ao meu lado por
Selena esperou a noite inteira, e só no dia seguinte recebeu uma ligação de Enrico. Ele disse que não havia câmeras de segurança na área das termas e que não poderia ajudá-la, sugerindo que ela encontrasse outra solução. Seu tom de voz estava visivelmente irritado, como se ela tivesse cometido algum erro. Antes que Selena pudesse questioná-lo, ele desligou o telefone abruptamente.Olhando para a tela escura do celular, o rosto de Selena ficou sombrio, mas não por causa de Enrico, e sim por Brandon. Ela não acreditava que um hotel daquele porte não teria câmeras de segurança. A conclusão mais óbvia era que Brandon havia descoberto tudo e proibido Enrico de ajudá-la. Selena não conseguia pensar em outra explicação.Só que… Bastava fornecer as gravações de segurança para que ela pudesse processar Conway, mas Brandon foi cruel o suficiente para cortar até mesmo essa possibilidade. Sentindo uma dor no peito, ela levantou a mão, pressionando contra o coração apertado, tentando sufocar a r
— Conway teve um dedo cortado.Ao ouvir isso, Selena ficou surpresa por um instante, mas logo voltou ao seu estado normal. Lembrou-se de que, quando estava em Nova York, um homem negro havia tentado fazer o mesmo com ela. Naquela ocasião, Rhys não disse nada, ele simplesmente pegou uma faca e cortou a mão do homem. Desde então, ninguém, nem na escola, no hospital ou em qualquer outro lugar, ousou incomodá-la novamente.Rhys sempre a protegeu dessa maneira, silenciosamente, nas sombras. Não havia por que duvidar. Com certeza, ele havia resolvido o problema com Conway.— Rhys, obrigada.Quando mais Selena precisava de ajuda, Rhys sempre estava lá para abrir um caminho para ela. Selena sentia uma profunda gratidão em seu coração.— Quando voltarmos a Nova York, eu te convido para jantar. — Após dizer isso, ela temeu que Rhys interpretasse mal suas intenções e rapidamente acrescentou. — Não tenho outras intenções, é só para agradecer.A formalidade em suas palavras e o cuidado em seu tom
Selena chegou à empresa e, sem passar pelo departamento jurídico, foi diretamente ao escritório de James. Ela bateu na porta e entrou. James estava ao telefone, aparentemente lidando com um problema complicado, pois seu rosto oleoso exibia uma expressão de preocupação.Ao ver Selena entrar, seus olhos por trás das lentes se estreitaram. Ele respondeu rapidamente ao interlocutor do telefone, dizendo que falariam depois, e desligou a chamada.Selena, ao vê-lo baixar o telefone, adentrou o escritório e cumprimentou educadamente:— Sr. James.Embora mantivesse um tom cortês, James não parecia disposto a reciprocidade. Com uma expressão fechada, ele apontou com o queixo para a cadeira à sua frente:— Sente-se.Selena ignorou a atitude dele, puxou a cadeira e sentou-se com elegância.— Srta. Selena, você já ouviu falar que Conway foi deportado, né? James abriu a conversa antes que ela pudesse dizer algo.Selena ergueu seus olhos frios e calmos, fixando-os em James com uma expressão impassí