Selena manteve a cabeça baixa por um longo tempo, hesitando antes de finalmente levantar o rosto pálido como papel.— Eu não te culpo, mas…Ela não teve coragem de encarar os olhos claros e tranquilos de Rhys. Depois de um breve olhar, abaixou os cílios.— Você ouviu. Ele jamais me amará.Isso significava que o plano deles não poderia ter sucesso. E, se não fosse bem-sucedido, então talvez...Pensando nisso, Selena estendeu a mão trêmula e agarrou a manga de Rhys, apertando-a suavemente.Ela ainda não ousava olhá-lo, e, com uma voz rouca e frágil, tentou pedir algo.— Rhys, eu quero voltar pra casa.Ela queria ir embora, fugir de Brandon, voltar ao passado, ficar ao lado de Jayce para sempre, sem nunca mais retornar.Será que era possível?Os dedos de Rhys pararam por um instante, antes de ele, naturalmente, afastar as mechas de cabelo grudadas em sua testa, colocando-as atrás da orelha dela.— Está bem, eu vou te levar pra casa.— Eu estou falando de Nova York. — Disse ela.Nova York
— Você precisa de algo?Selena temia que James trouxesse Conway, então não teve coragem de abrir a porta.— Abra a porta, eu trouxe o seu celular.Seu celular havia ficado no porta-objetos perto da piscina termal, e ela não teve tempo de buscar. Para sua surpresa, James o trouxe para ela.Ela olhou pelo olho mágico e, ao ver que James estava sozinho, abriu a porta apenas o suficiente para criar uma pequena fresta.Vendo a mão dela estendida pela abertura, James entregou o celular com certo desdém.— Eu não vou fazer nada contra você. Por que tanto medo?Selena arqueou os lábios em um sorriso frio.— Eu quase fui vendida por você anteontem. Acho que é melhor continuar com cautela.Ao ouvir sua acusação direta, James ficou momentaneamente desconcertado, mas logo tentou disfarçar, forçando uma expressão séria.— Srta. Selena, o que você quer dizer com isso?— Você sabe muito bem o que eu quero dizer.A ousadia dela em enfrentá-lo fez James perder a paciência. Ele empurrou a porta com forç
Selena segurava o celular, ponderando sobre como começar a falar.— Sr. Enrico, eu gostaria de pedir um favor.Enrico, aproveitando a pouca luz do ambiente, observava Brandon enquanto respondia com indiferença.— Se precisa de ajuda, deveria procurar o Brandon.Ao ouvir o nome de Brandon, a expressão de Selena ficou um pouco sombria.— Ele não vai me ajudar.— E por que acha que eu ajudaria?A resposta de Enrico deixou Selena sem palavras. Eles não eram íntimos, por que ele a ajudaria?Enquanto ela permanecia em silêncio, o som de uma risada masculina e agradável chegou do outro lado da linha.— Só estou brincando, Srta. Selena, não leve a sério. — Depois de dizer isso, Enrico abandonou o tom leve e perguntou com paciência. — Então, qual é o favor que você precisa?Percebendo que ele estava disposto a ajudar, Selena relaxou um pouco e, em um tom suave, pediu:— Eu gostaria que você pedisse aos funcionários do seu hotel para me enviar as gravações das câmeras de segurança da noite de an
Brandon ficou surpreso com o quanto se importava se eles haviam dormido juntos. Será que ele realmente...Não, impossível. Ele não podia estar apaixonado por Selena.Com essa negação em mente, Brandon devolveu o celular a Enrico e se levantou.— Para onde vai?Brandon pegou o casaco, pendurou no braço e saiu.— Vou cuidar de um desgraçado.Enrico olhou para a bebida inacabada e as garotas que ainda estavam por perto, suspirando com resignação.— Você é mesmo cabeça-dura.Resmungando, Enrico deixou seus amigos para trás, pegou uma pequena faca de frutas e seguiu Brandon às pressas.Brandon tinha acabado de entrar no carro quando Enrico se acomodou no banco do passageiro, brandindo a faca.O olhar gélido de Brandon passou da faca para o rosto de Enrico, que apenas sorriu.— O Conway não é moleza, melhor estar preparado.Brandon ignorou a faca e comentou friamente.— Você tem uma posição delicada, não deve se envolver em brigas.Enrico colocou a faca ao lado dele, dando de ombros.— Eu nã
Sua pessoa? Queria dizer que estava se referindo à mulher dele, não à funcionária dele.Conway ficou paralisado por um momento enquanto seus olhos verdes, antes cheios de confiança, agora exibiam um misto de choque e terror:— Eu não fazia ideia de que ela era sua mulher. Eu... Eu pensei que fosse...Ele havia cogitado essa possibilidade, mas a firmeza com que James garantira o contrário dissipou suas dúvidas. Se soubesse, nem com cem vezes mais coragem teria ousado tocar em Selena. Todos no mundo dos negócios sabiam que mexer com o que era de Brandon significava pagar um preço alto às vezes dez, cem vezes mais do que qualquer um poderia imaginar.O Grupo Bell, por exemplo, que havia roubado alguns grandes contratos do Grupo Lawson, acabou sendo perseguido implacavelmente por Brandon até ser adquirido em uma fusão forçada. E não parava por aí. Um amigo próximo de Conway havia ofendido Brandon certa vez, e não apenas foi deportado, como também banido permanentemente do país.Outras
Vendo que Brandon parecia prestes a agir, o coração de Conway afundou no peito:— Presidente Brandon, se não acredita em mim, pode chamar a Srta. Selena para confrontá-la!Brandon interrompeu seus movimentos por um instante, mas, no segundo seguinte, levantou os olhos cheios de uma intenção assassina:— Você não é digno!Sem dar tempo para qualquer resposta, Brandon ergueu o taco de golfe e, sem pestanejar, o desceu com força, acertando em cheio o queixo de Conway. O impacto foi tão brutal que a cabeça dele foi jogada para trás.Antes mesmo que Conway pudesse sentir a dor se espalhar, Brandon já havia desferido outro golpe, desta vez na região do abdômen. O golpe foi ainda mais forte que o anterior, fazendo Conway contorcer-se de dor, os dentes trincados em agonia.— Brandon, se você fizer isso, está abrindo mão do mercado europeu e americano! — Gritou Conway, tentando recuperar o controle da situação.Apesar do domínio que Brandon tinha em seu país, na Europa e nos Estados Unidos, se
A pequena faca era afiada o suficiente para cortar carne, mas ao encontrar os ossos, mostrava-se terrivelmente lenta. Brandon, contudo, não tinha pressa. Ele continuava a esfregar a lâmina contra o osso, sem pressa alguma. O som da faca raspando o osso era ainda mais agudo e aterrorizante que o do taco de golfe arranhando o chão momentos antes.Para Conway, aquele som era uma tortura mortal, uma dor tão insuportável que nem conseguia gritar. Tudo o que podia fazer era cerrar os dentes e contorcer o corpo de forma desesperada, tentando de alguma forma aliviar a dor excruciante que Brandon lhe infligia. Quando a carne finalmente se abriu, revelando o osso branco, Brandon acelerou o movimento, cortando o dedo inteiro.Naquele momento, uma onda avassaladora de dor percorreu Conway, quase o fazendo desmaiar. Mas a raiva que sentia o mantinha consciente. Seus olhos fixaram-se em Brandon com um ódio intenso:— Um dia, eu também vou cortar os seus dedos para aliviar a dor que você me causou
Naquela ocasião, Brandon havia dispensado a questão dizendo que ela era apenas uma ferramenta para satisfazer necessidades físicas, mas e agora? Brandon abaixou os cílios grossos, escondendo as emoções complexas em seus olhos, e com uma frieza impassível, abriu os lábios finos:— Algo que é usado por muito tempo acaba gerando algum tipo de apego, é normal dar uma mãozinha.— Que tipo de apego? Seria amor?Brandon que segurava o volante virou ligeiramente o olhar penetrante para Enrico, que o observava com curiosidade:— Se isso for considerado amor, então você e a Josiane também estão nessa, não é?Enrico, que estava tentando arrancar alguma fofoca, foi pego de surpresa pela mudança de assunto e, ao invés de continuar, endireitou-se no assento e olhou para o horizonte através do para-brisa:— Minha situação é diferente, Josiane não me ama.Enrico, sempre tão despreocupado, agora parecia envolto em uma aura de arrependimento, como o sol se pondo no horizonte.— Ela está ao meu lado por