Brandon refletiu sobre a situação e, ao perceber que o problema estava nele, ficou claro o quanto Selena realmente importava para ele. Se ela era importante, por que não tentar reconquistá-la? Um homem abaixar a cabeça de vez em quando não era nada de mais. Mas, depois de um longo silêncio, Brandon ergueu o queixo com orgulho e soltou uma risada fria.— Ela? Por que eu iria atrás dela?Uma mulher que o usou e ainda tinha outro homem no coração? Ele não via motivo para procurá-la. Ao lembrar do beijo apaixonado entre ela e Rhys, Brandon apertou ainda mais a sacola em suas mãos. Ela o enganou e o feriu, então estavam quites. Não havia razão para amolecer.Sem pensar duas vezes, ele jogou a sacola no lixo ao lado. Ela tinha seguido o grande amor de sua vida e não voltaria mais. Aquele casaco não tinha mais razão para existir.Brandon, segurando-se na parede para manter o equilíbrio, seguiu cambaleando em direção ao elevador. Chester observou a teimosia em cada passo de Brandon, balanço
Ele jogou o cigarro fora, pegou a roupa e as chaves do carro e desceu as escadas direto.Quando Dedé percebeu que ele ia sair, correu até ele.— Senhor, já está tão tarde, para onde o senhor vai?Brandon lançou um olhar frio para ele e perguntou com a voz gelada:— Onde está meu celular?— O celular antigo quebrou, então compramos um novo. — Dedé respondeu rapidamente, girou nos calcanhares e foi até o escritório buscar o aparelho, voltando logo em seguida para entregá-lo a Brandon. — Está aqui, senhor. O novo celular precisa que o senhor mesmo transfira os dados.Quando se tratava de privacidade, Dedé nunca ousava tomar qualquer atitude sem o consentimento do patrão.Brandon não disse nada, apenas pegou o telefone e saiu apressado.Ele, na verdade, não sabia para onde ir, só sabia que não queria ficar em casa. Principalmente naquele lugar, onde cada canto trazia à tona as lembranças dos momentos intensos que passou com Selena. Um simples olhar ao redor e todas as memórias voltavam à m
O celular tocou por um bom tempo antes que Brandon, reprimindo a saudade, pegasse o aparelho e o colocasse no ouvido.— Brandon. — A voz clara e agradável de Enrico soou rapidamente do outro lado da linha. — Como você está? Se sentindo melhor?Brandon, com uma expressão vazia, respondeu com um leve “hum”.Enrico, ao ouvir o tom de sua voz, percebeu um traço de desânimo. Encostado na varanda, ele segurava o celular com uma mão enquanto acendia um cigarro com a outra.— Você tá chateado?Brandon abaixou as pálpebras pesadas, escondendo a tristeza que transparecia em seus olhos. Ficou em silêncio, com o olhar fixo no chão empoeirado.Enrico, ao perceber o silêncio do amigo, não insistiu no assunto.— O Dedé me disse que você saiu de casa no meio da noite. Ele tá preocupado, pediu pra eu te convencer a voltar logo. Que tal você descansar um pouco? — Enrico ligou preocupado, achando que Brandon poderia estar bêbado e vulnerável depois de sair tão tarde. — Ou me diz onde você tá, que eu vou
— Deixo a questão do voo nas suas mãos.Brandon não disse mais nada, pois nem ele sabia o que estava sentindo. Só tinha certeza de que precisava vê-la. Estava impaciente, queria encontrá-la logo e abraçá-la como nos seus sonhos, trazendo-a de volta.— Fica tranquilo, eu cuido disso. — Respondeu Enrico.Com um simples telefonema, Enrico resolveu a questão do voo.Às 13h10, Brandon embarcou em um jato particular com destino ao México.O pai de Enrico, Tomas Cardoso, tinha alguma influência no México, então ele pediu que um conhecido ajudasse Brandon por lá. Ao chegar, um agente especial já estava à sua espera para verificar os registros de entrada e saída de Selena, além de tentar rastrear o paradeiro dela. No entanto, eles só encontraram o registro de entrada. Quanto ao destino após o desembarque, não havia informações.— Sr. Brandon, nesse tipo de situação, é provável que sua amiga tenha deixado o México em uma embarcação particular.De pé, em frente à mesa de trabalho, Brandon aperto
Ao ver Marcos, Chloe ficou surpresa, e seus olhos, antes apenas úmidos, começaram a se encher de lágrimas.— O que você está fazendo aqui?Ela e Marcos estavam juntos havia quase dez anos, e já deveriam ter se casado há tempos, mas Chloe sempre adiava por causa dos estudos. Há pouco tempo, os dois brigaram por isso, e desde então estavam em uma espécie de guerra fria.Chloe pensou que o orgulhoso Marcos nunca iria procurá-la, mas se surpreendeu ao vê-lo ali, ao lado de Selena, em Nova York. O fato de ele ter trazido flores e uma caixa de presente a deixou emocionada.— Se eu não viesse te ver, acho que a gente já teria terminado. — Disse Marcos, com seu habitual tom firme.Ele vinha de uma família nobre, sempre orgulhoso, enquanto ela, criada em um ambiente intelectual, tinha sua própria dose de altivez. Se nenhum dos dois cedesse, o relacionamento terminaria inevitavelmente em uma separação.Depois de refletir bastante, Marcos decidiu seguir Rhys até Nova York.— Mas eu também estou m
Pelo tom de sua voz, parecia que ele não ficaria muito tempo em Nova York. Então, para onde ele iria? Voltaria para o seu país?Como se tivesse percebido sua dúvida, Rhys inclinou levemente a cabeça em sua direção. Seus olhares se encontraram por um breve momento, antes de se afastarem, sem saber como lidar com a situação. A atmosfera tensa entre eles não passou despercebida por Chloe, que, enquanto lavava a louça, decidiu fazer um comentário.— Luna, ele ainda guarda muita mágoa. Acho que vai voltar para se vingar. Depois... — Ela fez uma pausa e disse, de forma sincera. — É melhor você não se envolver nisso.Selena parou de lavar os pratos por um instante, mas logo continuou, tentando agir naturalmente.— Não teria como me envolver, mesmo que quisesse. Já não sou mais importante para ele.Brandon nunca a amou, então por que se meter de novo?— Que bom. — Suspirou Chloe, aliviada. Enquanto Selena não se envolvesse, pouco importava o que Rhys quisesse fazer. — E tem mais uma coisa: já
— Jayce.Ao ouvir aquela voz suave e familiar, Jayce levantou os olhos lentamente do livro. Seus olhos, que antes estavam opacos, começaram a brilhar ao ver Selena.— Mana, você voltou?Ele, visivelmente emocionado, tentou se levantar da cama, mas uma tontura repentina o atingiu.Ao perceber que ele estava prestes a cair, Selena correu desesperada, mas o homem ao seu lado foi mais rápido. Rhys avançou até Jayce e, com mãos firmes, segurou o jovem e o colocou de volta na cama.— Sua irmã não vai a lugar nenhum, por que tanto entusiasmo?Desde pequeno, Jayce seguia Rhys por toda parte, chamando-o de "irmão", e sempre o obedecia. Ao ouvir Rhys falar, ele rapidamente controlou sua excitação e se deitou novamente, sorrindo para os dois.— Eu não esperava que vocês dois viessem juntos me ver, por isso fiquei um pouco empolgado.O sorriso de Jayce revelava duas covinhas profundas nas laterais de seu rosto, o que o fazia parecer ainda mais amável.Selena adorava ver o sorriso de Jayce. Sempre
Selena cozinhou uma sopa de bacalhau, e Jayce tomou alguns goles a mais do que de costume.Assim que ele terminou de beber, Rhys falou, com uma frieza habitual:— Fica aqui com ele. Eu vou buscar o médico para tirar sangue.A cada três meses, Rhys doava 400 mililitros de sangue, e toda vez isso o deixava um pouco debilitado.Selena, preocupada, colocou a tigela de sopa de lado e se levantou.— Eu vou com você.Rhys ia recusar, mas Jayce se adiantou.— Irmão, deixa a minha irmã te acompanhar.Rhys franziu levemente as sobrancelhas, mas não disse nada. Apenas virou as costas e saiu do quarto.Olhando para aquela figura alta e rígida, mas que emanava uma sensação de distanciamento, Selena respirou fundo antes de segui-lo.Ela pensava que precisavam de uma conversa séria. Tinha que dizer a Rhys que não o amava mais, que ele não precisava manter distância. Se continuassem assim, logo se tornariam completos estranhos.Desde que Rhys doou o rim para ela, sua saúde não era das melhores. E agor