Fui levada até um quarto que ficava no andar abaixo do grande salão em que o Rayem se encontrava. Assim como tudo dentro daquela pirâmide, o quarto era um exagero em todos os aspectos. Todo revestido de ouro, o quarto deveria ter o tamanho de uma casa. Ele tinha uma cama que caberia tranquilamente quatro pessoas e ainda sobraria espaço, além de um tipo de guarda-roupa sem porta que só tinha dois modelos: a toga e o collat. Na parede tinha uma imensa tapeçaria que retratava uma guerra - provavelmente a guerra contra os Karvals - e espalhados por vários cantos, pequenas réplicas da estátua que estava exposta na entrada da pirâmide.
Os dois Rambeks me deixaram no quarto e saíram. Eu fiquei por algum tempo paralisada, apenas observando, até que como em um passe de mágica eu voltei a me sentir no controle do meu corp
– O caminho segue para depois desse… Disso aí. – falei assim que vi aquele boneco vodu estranho – Você ainda quer seguir o caminho de pedras?– Richard, agora não. – Susi respondeu quase gritando. Pra variar.– Então vamos voltar?– Não!– Vai seguir adiante mesmo depois disso?– Não!– O que vai fazer então?– Richard, para! – Susi estava ficando descontrolada – Será que você não vê que eu estou sem ação.– Ent&at
Contei para Amanda tudo o que tinha acontecido até então. Contei como conheci Susi e Lila, como ficamos assustados com as pegadas da onça gigante, contei sobre a passagem para o outro lado da ilha, o sumiço de Lila, o rio vermelho, Savite e os Karvals, a invasão dos Rambeks, a volta para o nosso lado da ilha, sobre a caverna misteriosa, a casa em chamas, a nova passagem, o caminho, os dois estranhos na estrada e o momento em que eu e Susi seguimos por caminhos diferentes. Amanda ficou me olhando sem esboçar reação alguma.– Você sabe que absolutamente tudo isso que você está me contando é bastante absurdo, não sabe? – ela quebrou o silêncio.– Mas é a mais pura verdade. – respondi na esperança de que ela não estivesse compl
– A Bela Adormecida já acordou? – Amanda estava usando aquele tom sarcástico que só ela sabia fazer – Não quer dormir mais outras dez horas?Olhei ao meu redor e vi o relógio marcando 10h04. Eu estava deitado em uma cama extremamente confortável, com lençóis brancos e travesseiro de plumas. Meu celular tocou avisando que tinha chegado uma mensagem. Acendi o abajur, mas Amanda abriu a cortina do quarto. Eu estava de volta ao meu apartamento.– Hoje a Cida não vai poder vir. – Amanda começou a falar – Ela teve que acompanhar o marido em uma cirurgia. Acho que ela vai adiantar as férias dela. Fui obrigada a fazer o café da manhã. No seu caso já é quase o almoço, não é? Eu não estava conseguindo me lembrar direito das coisas. Eu estava com uma sensação de que algo muito sério tinha acontecido comigo, mas não me lembrava exatamente o que. Tentei refazer os meus passos mentalmente e a última coisa que me lembrava era de ter encontrado a Amanda na ilha. Mas era só uma sensação estranha. Minha cabeça estava doendo muito. E a sensação de já ter vivido exatamente a mesma coisa estava invadindo o meu peito. Dejá vù que eles chamam, não é? Eu não estava entendendo absolutamente nada. Mas resolvi seguir para perto de Amanda.– Amanda, Amanda! – gritei antes de me aproximar.Antes que pudesse dar mais um passo, uma lança veio em minha direção. Saltei instintivamente para tráCapítulo 15: Intervalo?
Seguimos novamente em direção ao local onde o portal para o outro lado da ilha estava. Precisávamos chegar o quanto antes até Susi e Lila. Se a minha teoria estivesse certa, neste momento não teríamos ninguém nos vigiando, então cada segundo era precioso. Nós precisávamos chegar ao outro lado sem sermos percebidos. Mas eu estava esquecendo de um pequeno detalhe.– Tem certeza que é aqui mesmo? – Amanda perguntou.– Está fechada! – toquei na grande rocha como se isso fosse abri-la – Não acredito que ela está fechada de novo.– E agora? – Amanda fez o mesmo, mas parecia mais interessada em achar algum tipo de fechadura ou algo do gênero. Eu ainda estava tendo um pouco de dificuldade em entender o que estava acontecendo. Como Susi tinha engravidado e, principalmente, quanto tempo já tinha se passado? Porque era simplesmente impossível a Susi já estar com uma barriga tão grande. Pelo tamanho esse bebê já estava quase nascendo. Como isso era possível?– Pelo visto a sua amiga não está correndo todo esse perigo que você achava que ela estava, não é? – Amanda parecia tentar não dizer isso de forma debochada.– Isso não faz sentido algum. – falei comigo mesmo – Não pode ser verdade.– Richard, você perdeu a garota. – Amanda continuava em um tom que flertava com o de empatia e sadismo – Você diziCapítulo 17: Sequestrados
Evitei fazer qualquer movimento – pelo menos enquanto eu estivesse com uma espada encostada no meu peito. Aparentemente todos nós estávamos do mesmo lado. Pelo menos no que dizia respeito a acabar com o líder dos Rambeks. Mas já estava claro que eu precisaria usar muito bem as palavras para que nada saísse do controle.– Meu nome é Richard e o dela é Amanda. – falei ainda com as mãos para cima – Nós estamos aqui em paz. Não temos nada contra nenhum de vocês.– Sem conversa fiada, Richard. – Day falou meu nome com um certo desprezo – Não foi isso que eu perguntei.– Está certo! – respirei fundo – Nós estávamos invadindo a tribo dos Rambeks. Não faze
– O que exatamente está acontecendo? – perguntei segurando a espada.– Uma invasão! – Day falou rapidamente enquanto tirava a sua espada da bainha.– Invasão? – me assustei.– Está surdo agora? – Day vigiava a entrada da cabana – Parece que os Rambeks nos seguiram. Ou alguém contou a nossa localização para eles. – Day olhou friamente para mim.– Você está achando que eu tenho alguma coisa com isso? – quase gritei.– Se eu estivesse achando realmente não teria te dado uma espada. – Day voltou a vigiar a entrada da cabana – Mas é sempre bom lembrar que estamos de o