Lembra-se de quando eu disse que meu final de semana seria pior ainda? Não? Mas eu disse você esta com problemas de memória. Pra começar os professores resolveram passar um bilhão de trabalhos pra mim só porque entrei na escola um pouco depois dos outros e tenho notas a menos, minha mãe uma viciada por salões de beleza e liquidações em lojas de grife que só servem pra ocupar espaço no guarda-roupa descobriu um novo passatempo super.
‘’criativo’’.
– LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZ MINHA PEQUENINA VEM AQUI NA COZINHA COM A MAMÃE – minha mãe gritava, berrava e esperneava ao mesmo tempo.
Minha mãe me chama de Liz desde que eu era pequena, nunca fui muito fã do meu terceiro nome, Elizabeth, isso parece nome de gente velha e não de uma futura senhora do tempo como eu. O novo passatempo da minha mãe é algo simples que ela transformou em uma arma mortal: Cozinhar
– Fala Dona mãe – disse encostando-me no batente da porta da cozinha
– Dona mãe? NÃO EM CHAME ASSIM LIZ, VOCÊ TEM QUE ME CHAMAR DE MAMÃE, MAMÃE! – fingia um falso choro
– Certo. Dona Mãe, diga logo o que deseja de minha humilde pessoa.
Não precisa nem pedir que ela me dissesse, pela farinha no cabelo, as cascas de ovos na pia, a sujeira de chocolate sobre a bancada e os pedaços de massa crua espalhada pelos lugares eu já sabia o que ela queria.
Ela fez alguma coisa gostosa. Alguma coisa bonita que é saborosa para todos, algo que ela achou em vários livros diferente sempre muito bem recomendado como ‘‘prato ideal ‘‘.
Algo que ela conseguiu transformar numa arma comestível.
Algo que pode quebrar todos seus dentes ou te matar com uma única mordida.
Algo tão perigoso que ela devia ser presa por fazer
– Fiz cuuuupcaaaakes – disse cantando e pegando a bandeja com lindos bolinhos rosa e granulados coloridos por cima. Bolinhos tão lindos e tão inofensivos que deviam vir com um aviso
‘’ NÃO COMA SE QUISER CONTINUAR A VIVER!‘’
– ér, obrigada mãe, mas acho que eu recuso.
– Mas filha – ela fez os olhinhos de cachorrinho – Eu fiz um só pra você – pegou um cupcake numa bandeja separada e me deu, o cupcake era de pokebola- Vaaamos, experimente ou me chame de mamãe.
Prefiro a morte a chamar minha mãe de mamãe em plenos meus quinze anos!
– Certo – peguei o cupcake e tirei-o da forminha, fui me aproximando dele até dar uma mordida, depois me engasguei e fiquei tossindo até finalmente morrer.
Minha ultima visão foi a da minha lápide
Julieta Anastacia Elizabeth Willow
‘’ Morreu fazendo o que gostava, comendo.
Teve uma vida curta e sem amigos, se tivesse amigos eles teriam pegado as esferas do dragão e ressuscitado ela ‘‘.
...
RÁ PEGADINHA DO MALANDRO! Mas bem que eu queria, acho que seria melhor do que sentir o gosto do cupcake envenenado da minha mãe.
– Entãããããõ, o que achooooooooou? – disse cantando
Uma das piores manias da minha mãe era a de sempre falar cantando e tentar fazer expressões fofas no rosto
– Acho que... Hum – QUE VOCÊ DEVERIA SER PRESA POR FAZER ALGO ASSIM INSULTANDO OS CUPCAKES! Completei mentalmente -... Acho que precisa de um pouco mais de – SABOR GOSTOSO – Recheio, isso, precisa de mais recheio de morango. Estou indo mãe, adeus – saio correndo antes que ela me pedisse pra experimentar mais algum de seus cupcakes demoníacos.
Subi as escadas esbarrando num jumento de duas patas ou como é conhecido cientificamente, Lucca Daniel Willow Junior.
– Pirralha, não olha mais pra onde anda não? – disse me encarando com seus enormes olhos avelã
– Não e você babaca não devia estar se divertindo com seus pornôs no quarto ao invés de se preocupar comigo? – cruzei os braços
Ele me encarou por alguns segundos e saiu resmungando algo parecido com ‘’ Esquisita ‘’ ou ‘’ Eski zi ta ‘‘, talvez tenha sido a segunda coisa isso pode ser alguma macumba que os viciados em pornô jogam nas pessoas.
Bem diário agora você sabe por que eu nunca falei do meu irmão antes, Lucca é um ano mais velho que eu, mas eu acredito que mentalmente estou á anos luz de distancia dele, meu irmão tem o clássico estilo de garoto popular, pegador e herdeiro de uma família de médicos perfeitamente perfeitos, ele me irrita com suas notas altas quando eu nunca o vi estudando. Sem falar que além das garotas que ele traz pra casa quando nossos pais não estão uma coisa que me irrita muito é a sua aparência, Lucca e eu somos muito diferentes um do outro, ele é loiro, alto, bronzeado e de acordo com todas as minhas “amigas” ele também é ‘’gostoso ‘‘ eca.
Enquanto isso eu sou uma criatura pálida, magra, com cabelos castanhos que no momento tem californianas pretas, sou desastrada, tropeço nos meus próprios pés e ainda por cima estou longe de ser considerada ‘’popular ‘‘, a única coisa que temos em comum são os olhos avelã que herdamos da nossa mãe.
De volta ao meu quarto liguei meu notebook e coloquei no modo aleatório, a primeira música que tocou foi Before I Forget **. Peguei minha toalha de bolinhas e me direcionei ao banheiro do quarto onde comecei a tomar meu banho.
Depois de sair do banho e me vestir com meu blusão de panda, minha calça jeans preta e um all star branco, sai de casa buscando um lugar onde venda algo melhor que os cupcakes da minha mãe.
– Juliane? – senti alguém me cutucando logo me virei encarando uma figura de cabelos vermelhos
– É Julieta Anastacia, separado, são dois nomes não um só.
– Desculpe o que você faz aqui? – Thomas sorriu coçando a cabeça
– Procurando um lugar com comida gostosa, conhece algum?
– Sim conheço um ótimo lugar, me siga.
Segui Thomas até um lugar com aparência simples, parecia uma casa de bonecas por fora as paredes tinham tijolos cor-de-rosa, janelas brancas simples e uma porta dupla branca.
– Que lugar mais fofo – disse observando a mobília branca, o lugar todo parecia com uma grande casa de bonecas.
– Eu também acho, eu gosto desse lugar aqui por que tem os melhores Milk-shakes do mundo sem falar nos bolos e no hambúrguer.
– Hambúrguer? Esta me tirando né? Aqui nem tem cheiro de fritura
Ele deu uma risadinha
– Eu sei, mas aqui vende sim. Esse lugar é incrível
– Sim, incrivelmente parecido com as casinhas de boneca que eu tinha.
E nós rimos.
“E nós dois rimos”Sério que você acreditou nisso diário? SÉRIO MESMO?Thomas tentou dar uma risada, mas o que saiu mais parecia um “Isso não teve graça, mas não vou deixar a maluca perceber” e eu me engasguei. Isso mesmo, ME ENGASGUEI!– ÁGUA! ÁGUA! NINA TRAZ AGUA AQUI POR FAVOR – ELE GRITAVA.– OH MEU DEUS ELA TA FICANDO ROXA! – Gritava uma voz feminina e fina.– NÃO MESMO, TA FICANDO VERDE! – Gritava a outra.Era tanto grito que até me perdi.Thomas pegou o copo de água de uma bandeja e me deu para beber, depois me quase quebrar minhas costas.Quando consegui voltar a respirar normalmente olhei para Thomas e para as quatro garçonetes que estavam atrás dele, uma delas era ruiva estava carregando uma bandeja na mão, provavelmente a Nina, entreguei o copo para
Depois de quase uma hora desci as escadas e fui até a cozinha em busca do meu vicio para momentos assim: toddynho geladoPeguei todos os toddynhos que encontrei e os levei para o meu quarto, depois liguei novamente meu PC e resolvi imprimir logo de uma vez todos os trabalhos que os professores me passaram enquanto ouvia músicas pesadas e cantava junto para aliviar a alma:– LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZ PARA DE OUVIR ESSAS MÚSICAS DO DEMO! – gritou minha mãe– NUNCA! – Respondi– PARA DE OUVIR ESSAS MÚSICAS DE GENTE LOUCA E VAI OUVIR CALIPSO MINHA FILHA!– TA LOUCA MÃE?– NÃO FILHA SE VOCÊ QUISER ATÉ TE EMPRESTO MEUS CDS! – Continuou gritando– EU RECUSO!– PAREM DE GRITAR VOCÊS DUAS! – Gritou meu irmão jumento– O QUE VOCÊ TEM CONTRA NOSSOS GRITOS? – gritou novamente
Parei numa praça cuja existência eu desconhecia, peguei meu celular pensando em ligar para alguém só que eu não tenho pra quem ligar, então fiquei imaginando coisas sentada no banco e olhando as nuvens.– Olha um coelhinho – disse pra mim mesma– Não é um cogumelo– Um coelhinho– Cogumelo– É um coelhinho seu. Oh meu Deus, um estranho esta me respondendo, só pode ser um tarado!– Sou mesmo, menininha.Virei-me dando de cara com o tarado maluco sequestrador e imbecil do cabeça de pudim– Oi cabeça de pudim– Oi menininha – sorriu – O que faz por aqui?– Não te interessa – respondi &ndash
Acordei para mais um chato dia na minha chata escola aonde eu vou todos os dias da minha chata vida ver um monte de gente velha ensinando aos retardados como eu.Desci as escadas correndo enquanto arrumava minha ridícula jaqueta preta da escola, sim fiquei muito paranoica depois do episodio do passarinho me usando como alvo. Fui até a cozinha onde com sorte encontrei Lucca que ainda não tinha terminado seu café da manhã:– Quero uma carona – disse séria roubando uma torrada com geleia do prato dele.– Ér, não e devolve minha torrada.– Não, ela é a partir de agora minha refém. Me dá uma carona ou eu mordo a torrada – fiz uma cara ameaçadora que deve ter saído mais assustadora.– Me devolve a torrada Anneba.Anneba era o apelido amoroso que meu irmão havia me dado quando éramos crianças, el
Certo, certo, sinto que devo admitir que SAIR COM O ANDY É UMA GRANDE MERDA QUE EU FAÇO! Minha mãe vai roer todas as suas unhas postiças se descobrir que eu matei aula e depois vai arrancar os fios de cabelo da sua peruca e me matar! EU NÃO POSSO MORRER, SE EU MORRER MINHA MÃE ME RESSUCITA E ME MATA DE NOVO!Fomos andando até o estacionamento onde ele entrou naquele Chevy Impala perfeito que eu vi hoje quando cheguei– Está brincando – disse sem acreditar - Esse carro perfeito é realmente seu?– Não, não, eu estou roubando ele, mas por algum motivo tenho chave – balançou na minha cara o chaveiro com as chaves do carro – Esse carro era do meu pai.Andy abriu a porta para que eu entrasse o lado do carona e depois entrou e se sentou ao volante– Pensei que você dirigisse a brasília da sua avó– N&atil
Ele começou a rir– Você que aceitou o desafio estúpido, menininha – passou a mão pelo me cabelo – Taquepariu – pôs uma mão sobre a boca.– O que aconteceu Andy? – instintivamente passei a mão pelo meu cabelo sentindo algo grudento nas pontas – Não me diga que... Oh meu Deus! Por favor, me diga que isso é só lama – olhei pra ele em busca de uma resposta positiva, mas obtive o oposto – MERDA!- griteiNessas horas eu queria ter um Diário do Futuro como o do Amano Yukiteru. Andy me levou até um pequeno salão de beleza perto da praça, as cabeleireiras ficaram assustadas ao ver meu cabelo.– Então Kátia, tem jeito? – Andy perguntou isso pela milionésima vez e como das outras a resposta foi a mesma – O
Quando entrei em casa minha mãe quase enfartou.– LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZ! – ela correu em minha direção e começou a passar a mão em busca do meu cabelo que foi cortado – Onde esta seu lindo cabelo? Roubaram-te filhinha? VAMOS FAZER UM BOLETIM AGORA MESMO NA POLICIA!– Elise, deixe a Liz em paz – só quando ele disse isso notei a presença de meu pai na sala – Ela com certeza não teve o cabelo roubado ou coisa assim, ela só cortou.Papai e Lucca se parecem muito. Meu pai tem cabelos loiros e é alto também, mas diferente de Lucca tem olhos azuis e é mais pálido que ele. Acho que meu pai é tão pálido quanto eu porque passa muito tempo confinado no hospital– B-Boa noite – gaguejei – Vou para o meu quartoSubi as escadas antes que minha mãe pudesse dizer mais algo sobre meu cabelo
Sol nosso amigo sol, lá bem longe daquiEssa música é muito sincera o sol está lindo brilhando no céu, os pássaros voam ao seu redor, o vento traz uma sensação boa, as nuvens formam lindas formas no céu e todos estão felizes no refeitório na hora do intervalo comendo seus sanduíches... Mentira! O sol brilha tanto que chega me cega, esta muito quente e eu sinto que estou derretendo, minha roupa grudou no meu corpo e deve ter se fundido com ele. Os pássaros mais espertos se escondem nas sombras das arvores assim como eu, não tem nenhuma nuvem no céu e todos os alunos estão em busca de arvores ou um lugar em baixo da arquibancada pra se esconder do sol e do calorO que seria muito esperto a se fazer se o vento que sopra não fosse tão quente. Comi um dos sanduíches que restaram de ontem e abri meu refrigerante de laranja– Oi Jul