(Ponto de Vista de Serena)— Bill, do que você está falando? — Perguntei, olhando para ele confusa. — Eu tenho tentado manter minha vida em ordem depois de tudo o que aconteceu. Como é que sou eu quem está te machucando?Os olhos de Bill, vermelhos e ligeiramente lacrimejando, se fixaram nos meus.— Ah, eu acho que você sabe exatamente o que está fazendo. — Ele disse, com a voz baixa e tensa.Eu estava irritada, porque nem sabia do que ele estava me acusando. Mas, olhando para Bill, percebi que ele estava bêbado demais para ter uma conversa racional naquele momento.— O que está dizendo não faz sentido nenhum. — Eu disse, tentando manter a voz calma. — Só vai para casa e dorme, por favor.A voz de Bill se elevou um pouco, com suas palavras arrastadas, mas insistentes.— Eu vi, Serena. Eu vi você abraçando o Calvin. Por que você faria isso se não tivesse sentimentos por ele?Meus olhos se arregalaram e minha mandíbula caiu um pouco com as palavras de Bill. Como ele nos viu?Desviei o ol
(Ponto de Vista de Serena)Ah, Deus. O que diabos eu acabei de fazer?Corri até Bill, que estava deitado imóvel no chão. Chamei seu nome, mas ele não respondeu. Ele estava completamente inconsciente…Ajoelhei ao lado dele, com minhas mãos tremendo enquanto eu verificava se ele estava bem. Sentindo culpa, comecei a falar com ele, mesmo sabendo que ele não podia me ouvir.— Eu não queria te empurrar tão forte. — Sussurrei. — É só o cheiro de álcool... Isso me fez entrar em pânico. Me desculpe de verdade.Ver Bill naquela condição me fez perceber que ele não teria condições de voltar para casa daquele jeito. Passei a mão na cabeça, me sentindo sobrecarregada e sem saber o que fazer. O que eu deveria fazer naquele momento? Não podia simplesmente deixá-lo ali.Ele teria que ficar na minha casa por enquanto. Mas não tinha como eu carregá-lo para dentro sozinha.Abaixei-me mais perto de Bill, balançando seu ombro suavemente.— Bill, você precisa acordar. — Eu disse, com minha voz firme, mas c
(Ponto de Vista de Bill)Acordei, piscando, confuso a princípio sobre onde estava. O ambiente estava com pouca luz e eu estava deitado em um sofá, não na minha própria cama.Sentei-me devagar, tentando espantar a névoa na minha cabeça. A última coisa que lembrava claramente era de ter socado o Max e, em seguida, ido a um bar para afogar a noite com bebidas.Depois disso, tudo ficou turvo - flashes das luzes do bar, o gosto do uísque e sons abafados…Notei um curativo bem apertado envolvendo meus nós dos dedos, com a dor agora sendo apenas um desconforto leve enquanto movia os dedos. O jeito cuidadoso com que o curativo foi feito sugeria que alguém havia se importado de cuidar de mim enquanto eu estava fora de mim.Ainda me sentindo desorientado, olhei ao redor do quarto em busca de pistas para confirmar onde eu estava.Percebi joias bem feitas espalhadas sobre uma mesa próxima, onde cada peça estava cuidadosamente trabalhada. O estilo era distinto, claramente obra de alguém habilidoso.
(Ponto de Vista de Serena)Acordei e a luz da manhã, entrando pela janela, parecia forte demais, quase agressiva. Olhei rapidamente para o relógio e já eram 11:00 da manhã. Não acreditava que tinha dormido até tão tarde.Os acontecimentos da noite anterior começaram a voltar à minha mente, com as lembranças nebulosas, mas insistentes. Forcei-me a sair da cama, sentindo uma mistura de urgência e receio sobre o que restava do dia - e o que poderia estar me esperando do lado de fora do quarto.Quando me sentei, uma onda de pânico me atingiu de repente. Eu tinha completamente esquecido da loja. Quem estava cuidando dela nesta manhã?Rapidamente, peguei o celular na mesa de cabeceira e comecei a procurar o número da Stevie.A ligação tocou uma vez, duas, mas não houve resposta da Stevie. Esperei alguns segundos e pressionei o botão de chamada novamente, torcendo para que ela atendesse dessa vez. Precisava saber que estava tudo bem na loja…Finalmente, Stevie atendeu.— Amiga, você está bem?
(Ponto de Vista de Serena)— Sinto muito, Serena, achei que você ainda estava no andar de cima. — Ele balbuciou.Eu limpei a garganta. Com as costas ainda voltadas para ele e os olhos fixos na porta, tentei recuperar minha compostura.— Está tudo bem, Bill. Eu só... Não esperava por isso. — Consegui dizer, com a voz ligeiramente trêmula.Houve uma pausa constrangedora, já que nenhum de nós sabia exatamente o que dizer a seguir. Bill foi o primeiro a quebrar o silêncio, com sua voz ecoando ligeiramente pelo ambiente azulejado.— Eu deveria ter trancado a porta. Não achei que você desceria tão cedo.— Eu só ia tomar um banho. — Expliquei. — Acho que vou... esperar até você terminar.Bill rapidamente me tranquilizou, vindo de trás de mim.— Na verdade, já terminei. — Ouvi o som de ele se secando e se vestindo.— Ok. — Respondi, a voz ainda um pouco trêmula. Respirei fundo e finalmente me virei para entrar no chuveiro enquanto Bill se dirigia até a porta. Ele me deu um aceno rápido e const
(Ponto de Vista de Serena)Pisquei mais vezes do que pretendia, tentando me manter calma enquanto continuava comendo. A refeição, que deveria ser agradável, naquele momento parecia uma tarefa árdua. Olhei na direção de Bill e disse:— Sinceramente, não sei por onde começar. Por que você não começa me contando do que se lembra?Bill fez uma pausa, com o garfo a meio caminho do prato enquanto pensava.— Honestamente, está tudo meio borrado. — Começou lentamente. — Eu lembro que conversamos, e as coisas ficaram um pouco intensas, mas os detalhes são confusos. Sei que acabamos ficando mais próximos do que estávamos há um bom tempo.— Mais próximos? — Repeti, tentando parecer casual enquanto mexia com o guardanapo para evitar seu olhar. Ele provavelmente estava falando sobre o beijo. Ele me olhou, tentando ler minha reação. Mas eu mantive os olhos baixos, esperando que não notasse como meu coração estava acelerado.Bill assentiu, percebendo minha hesitação.— Sim, mais próximos. Estávamos c
(Ponto de Vista de Serena)— Obrigada por perguntar, Bill, mas acho que vou lidar com isso sozinha. É algo que estou acostumada a fazer sozinha. — Respondi, tentando suavizar a recusa. — Você não tem trabalho hoje? Não quero atrapalhar sua agenda.Olhei para ele, percebendo que ele não estava disposto a desistir tão facilmente.— De verdade, Serena, não me importo de ir com você. Pode ser bom sair um pouco do escritório. — Insistiu. — Além disso, já avisei à Sarah o que fazer caso eu não consiga ir.Fiquei em silêncio por um momento, considerando a situação. Talvez não fosse tão ruim assim ter o pai do meu filho comigo.— Está bem, você pode me acompanhar, mas com uma condição... — Falei, olhando-o nos olhos para garantir que ele entendessem que eu estava falando sério. — Isso não significa que você virá a todas as consultas de agora em diante. Vamos ver como vai essa ser primeiro, tudo bem?O sorriso que Bill expressou era tão largo que foi contagiante, e apesar das minhas reservas, s
(Ponto de Vista de Bill)A Dra. Sanchez nos conduziu até a sala de ultrassom, onde o suave zumbido da máquina preencheu o ar com uma expectativa palpável. A iluminação estava tênue, fazendo com que a tela à nossa frente fosse a coisa mais brilhante no ambiente. Serena se deitou cuidadosamente na mesa de exame, parecendo um pouco tensa. Eu puxei uma cadeira e me sentei perto dela, com nossas mãos se encontrando imediatamente em um gesto de conforto.— Vamos começar. — Disse a Dra. Sanchez, enquanto aplicava o gel frio na barriga de Serena. Ela pegou a sonda de ultrassom e começou a deslizar sobre a pele de Serena. A tela exibiu linhas onduladas e formas vagas que, aos poucos, começaram a ganhar definição.— Podem observar. — Comentou a Dra. Sanchez, ajustando alguns controles da máquina. O contorno do nosso bebê apareceu, seus pequenos movimentos, ainda fracos, mas inconfundíveis. Uma sensação incrível de admiração me invadiu enquanto eu observava - isso realmente estava acontecendo.Um