Chloe estava deitada na maca do hospital, os olhos bem fechados, o rosto pálido. O capacete de segurança já havia sido removido. Com o cabelo caindo sobre a testa, era impossível ver a gravidade dos ferimentos a olho nu. Daulo, ao vê-la sair da sala, largou o que tinha nas mãos e correu em sua direção, agarrando sua mão e gritando: — Chloe! — Por favor, dêem passagem. — Pediu a enfermeira, empurrando a maca em direção à sala de emergência. Daulo imediatamente correu atrás. O resultado da tomografia do cérebro levaria dez minutos para sair. Lucas permaneceu parado, esperando pelo resultado ali mesmo. Afinal, ele estava envolvido no ocorrido. Enzo observava a direção para onde levavam Chloe, e com um tom de reprovação, disse: — Veja o quanto a Chloe é boa para você, arriscando a vida para te salvar. Se não fosse ela te empurrando, quem estaria deitado lá agora seria você. Lucas respondeu friamente: — Eu não pedi para ela me proteger. A raiva de Enzo começou a subir.
Elisa despertou completamente de uma vez:— Como é? Ele tá se metendo com aquela vadia de novo? — Dessa vez é um pouco diferente... — Ah, não vem passar pano pra ele! Ele tá pedindo é uma surra. Vou te mandar o número do Carlos agora mesmo. — Tudo bem. Camila anotou o número de Carlos e ligou para ele. O celular mal tocou uma vez e ele atendeu. — Desculpe incomodar a essa hora, Sr. Carlos. — Disse Camila educadamente. Carlos, com sua voz cortês, respondeu: — Não tem problema. O que posso fazer por você? — Eu gostaria de saber se o Lucas está com você. Carlos, em tom levemente apologético, disse: — Está sim, um momento, vou passar o telefone para ele. — Obrigada. Pouco depois, a voz de Lucas veio pelo celular: — Meu celular ficou sem bateria e desligou. Por que você ainda está acordada? Camila, segurando o celular, respondeu: — Você não voltou para casa, eu fiquei preocupada. Lucas fez uma breve pausa e disse: — A Chloe ainda não acordou, não posso sa
Lucas estreitou levemente os olhos e perguntou: — Sua irmã acordou? Carlos lembrou-se das palavras de Chloe e ficou irritado: — Já faz tempo, acordou com a língua afiada, não parece nada com alguém que ficou inconsciente a noite toda. Lucas percebeu o tom enigmático e indagou: — Aconteceu alguma coisa? Carlos não explicou diretamente e disse: — Aquele operário que jogou o balde de ferro na obra ontem, manda alguém investigar. Talvez seja útil no futuro. Lucas captou de imediato a ênfase na palavra "jogou". E ao lembrar-se do comportamento de Daulo, Ana e os outros na noite anterior, começou a entender o que estava acontecendo. — Valeu. — Disse Lucas, virando-se para ir embora. Dentro do carro, Lucas ligou para seu assistente e ordenou: — O operário que jogou o balde de ferro ontem à tarde, na obra, investigue-o. Vá você mesmo e mantenha isso em segredo. Ninguém pode saber, talvez eu precise disso depois. Lucas deu ênfase ao verbo "jogou". O assistente, que já tr
Pensou consigo mesma. Esse homem estava cada vez mais habilidoso. Inicialmente, Camila estava bastante irritada por ele não ter voltado para casa à noite, mas bastaram poucas palavras para que ele a convencesse pela metade. Ela estava, de fato, completamente em suas mãos. Talvez amar alguém seja assim mesmo. No amor, quem mais se importava era sempre o perdedor, como se ele estivesse ali parado, sem fazer nada, e ainda assim fosse capaz de atravessar seu coração. Bastava um beijo de Lucas, e ela já esquecia muitas de suas mágoas. Três dias depois. Sra. Costa ligou, convidando Camila e Lucas para jantar em sua casa no sábado. Desde o retorno do funeral da avó, Camila não via Sra. Costa e estava com saudades, então aceitou o convite imediatamente. Chegou o sábado, e, antes mesmo de anoitecer, Camila pediu ao motorista que a levasse mais cedo. Desta vez, o sentimento era completamente diferente da última visita. Da última vez, Camila estava ali para discutir o divórcio, despe
Chloe ficou inquieta, sentindo-se culpada ao ouvir a palavra “operário”. Era uma palavra que a deixava nervosa, com medo de que Lucas tivesse mandado chamar o operário para incriminá-la. A cadeira em que estava sentada parecia cheia de espinhos; quase não conseguia se manter no lugar. Mas essa sensação de pânico durou pouco. Logo se acalmou, lembrando-se de que o operário fora pago para se manter em silêncio, e fora contratado por seu pai. Apenas um pequeno grupo de pessoas sabia sobre o ocorrido, e Lucas não tinha como descobrir. “Esse telefonema dele foi apenas coincidência”, pensou consigo mesma, tentando se tranquilizar. “Com certeza é só coincidência.”Lucas terminou de dar as instruções ao assistente, desligou o telefone e o colocou sobre a mesa. Enzo, curioso, olhou para ele e perguntou: — Por que diabos você chamou um operário do nada? Lucas, com uma expressão serena, pegou o garfo e colocou um pedaço de comida no prato de Camila. Com toda a calma do mundo, respondeu: — V
Enzo disse: — Foi a mãe dela que ameaçou se matar para forçar Chloe a terminar com Lucas. Além disso, mandou pessoas levarem ela para o exterior, vigiando-a 24 horas por dia. Não foi escolha da Chloe. A Sra. Costa soltou uma risada fria: — Tal mãe, tal filha. Eu não acredito que uma pessoa viva possa ser mantida presa assim. Pergunte a ela: se Lucas ainda estivesse na cadeira de rodas, será que ela se aproximaria dele? Claro que não! Chloe levantou a cabeça, os olhos cheios de lágrimas, e disse: — Eu faria isso sim. Vovó, eu amo Lucas mais do que a mim mesma. A Sra. Costa revirou os olhos: — Não venha com essa conversa para o meu lado, eu não caio nessa. Enzo tentou manter a calma: — Mãe, isso é pura teimosia da sua parte. A Sra. Costa bufou: — Eu acho que é você que está distorcendo as coisas! Camila virou a cabeça e olhou para Lucas com um olhar significativo. Não era de se surpreender que ela estivesse pensando nisso. A declaração de Chloe, dizendo que amava
Chloe não acreditava no que estava vendo e esfregou os olhos com força. Era verdade! O operário à sua frente era o mesmo que havia jogado o balde de ferro da obra no chão aquele dia. Foi seu pai que pagou alguém para suborná-lo, permitindo que ela encenasse um ato de heroísmo para conquistar o coração de Lucas. Mas agora, aquele mesmo operário estava na sala da Mansão Hipicus. Acabou! Na cabeça de Chloe, só havia um pensamento: foi descoberta! Embora fosse uma tarde de primavera, quente e agradável, ela sentia como se tivesse caído em um poço de gelo. Seu corpo inteiro tremia de frio. Ela queria pular sobre o operário e estrangulá-lo. Assim, poderia eliminar a única testemunha. Arrependeu-se profundamente de ter sido tão confiante e descuidada antes. Deveria ter previsto isso e se preparado, mas perdeu a oportunidade. Lucas lançou um olhar frio para Chloe e disse: — Srta. Chloe, não tem nada a dizer? O corpo de Chloe, incluindo sua língua, estava rapidamente se petrif
Chloe já tinha um rosto delicado e mimado, e quando começou a chorar, com lágrimas escorrendo como uma flor sob a chuva, parecia ainda mais convincente. Por um breve momento, a expressão de Enzo suavizou. Chloe percebeu e, secretamente, soltou um suspiro de alívio. Ela estendeu a mão para puxar a manga dele e, com uma voz manhosa, implorou: — Sr. Enzo, por favor, perdoe minha mãe. Ela só queria me ajudar. Eu realmente me machuquei. Na hora em que vi o balde caindo na direção do Lucas, não pensei em nada, só o empurrei. Eu realmente arrisquei minha vida por amor ao Lucas... Lucas, incomodado, franziu levemente as sobrancelhas e a interrompeu: — Srta. Chloe, sou um homem casado. Por favor, tenha mais respeito ao falar. Chloe ficou paralisada. A Sra. Costa, com um sorriso malicioso, olhou para Enzo e disse: — O que meu sábio filho tem a dizer agora? Sua voz estava cheia de sarcasmo. Enzo soltou um riso seco pelo nariz, empurrou a cadeira com força e se levantou, saindo