Pensou consigo mesma. Esse homem estava cada vez mais habilidoso. Inicialmente, Camila estava bastante irritada por ele não ter voltado para casa à noite, mas bastaram poucas palavras para que ele a convencesse pela metade. Ela estava, de fato, completamente em suas mãos. Talvez amar alguém seja assim mesmo. No amor, quem mais se importava era sempre o perdedor, como se ele estivesse ali parado, sem fazer nada, e ainda assim fosse capaz de atravessar seu coração. Bastava um beijo de Lucas, e ela já esquecia muitas de suas mágoas. Três dias depois. Sra. Costa ligou, convidando Camila e Lucas para jantar em sua casa no sábado. Desde o retorno do funeral da avó, Camila não via Sra. Costa e estava com saudades, então aceitou o convite imediatamente. Chegou o sábado, e, antes mesmo de anoitecer, Camila pediu ao motorista que a levasse mais cedo. Desta vez, o sentimento era completamente diferente da última visita. Da última vez, Camila estava ali para discutir o divórcio, despe
Chloe ficou inquieta, sentindo-se culpada ao ouvir a palavra “operário”. Era uma palavra que a deixava nervosa, com medo de que Lucas tivesse mandado chamar o operário para incriminá-la. A cadeira em que estava sentada parecia cheia de espinhos; quase não conseguia se manter no lugar. Mas essa sensação de pânico durou pouco. Logo se acalmou, lembrando-se de que o operário fora pago para se manter em silêncio, e fora contratado por seu pai. Apenas um pequeno grupo de pessoas sabia sobre o ocorrido, e Lucas não tinha como descobrir. “Esse telefonema dele foi apenas coincidência”, pensou consigo mesma, tentando se tranquilizar. “Com certeza é só coincidência.”Lucas terminou de dar as instruções ao assistente, desligou o telefone e o colocou sobre a mesa. Enzo, curioso, olhou para ele e perguntou: — Por que diabos você chamou um operário do nada? Lucas, com uma expressão serena, pegou o garfo e colocou um pedaço de comida no prato de Camila. Com toda a calma do mundo, respondeu: — V
Enzo disse: — Foi a mãe dela que ameaçou se matar para forçar Chloe a terminar com Lucas. Além disso, mandou pessoas levarem ela para o exterior, vigiando-a 24 horas por dia. Não foi escolha da Chloe. A Sra. Costa soltou uma risada fria: — Tal mãe, tal filha. Eu não acredito que uma pessoa viva possa ser mantida presa assim. Pergunte a ela: se Lucas ainda estivesse na cadeira de rodas, será que ela se aproximaria dele? Claro que não! Chloe levantou a cabeça, os olhos cheios de lágrimas, e disse: — Eu faria isso sim. Vovó, eu amo Lucas mais do que a mim mesma. A Sra. Costa revirou os olhos: — Não venha com essa conversa para o meu lado, eu não caio nessa. Enzo tentou manter a calma: — Mãe, isso é pura teimosia da sua parte. A Sra. Costa bufou: — Eu acho que é você que está distorcendo as coisas! Camila virou a cabeça e olhou para Lucas com um olhar significativo. Não era de se surpreender que ela estivesse pensando nisso. A declaração de Chloe, dizendo que amava
Chloe não acreditava no que estava vendo e esfregou os olhos com força. Era verdade! O operário à sua frente era o mesmo que havia jogado o balde de ferro da obra no chão aquele dia. Foi seu pai que pagou alguém para suborná-lo, permitindo que ela encenasse um ato de heroísmo para conquistar o coração de Lucas. Mas agora, aquele mesmo operário estava na sala da Mansão Hipicus. Acabou! Na cabeça de Chloe, só havia um pensamento: foi descoberta! Embora fosse uma tarde de primavera, quente e agradável, ela sentia como se tivesse caído em um poço de gelo. Seu corpo inteiro tremia de frio. Ela queria pular sobre o operário e estrangulá-lo. Assim, poderia eliminar a única testemunha. Arrependeu-se profundamente de ter sido tão confiante e descuidada antes. Deveria ter previsto isso e se preparado, mas perdeu a oportunidade. Lucas lançou um olhar frio para Chloe e disse: — Srta. Chloe, não tem nada a dizer? O corpo de Chloe, incluindo sua língua, estava rapidamente se petrif
Chloe já tinha um rosto delicado e mimado, e quando começou a chorar, com lágrimas escorrendo como uma flor sob a chuva, parecia ainda mais convincente. Por um breve momento, a expressão de Enzo suavizou. Chloe percebeu e, secretamente, soltou um suspiro de alívio. Ela estendeu a mão para puxar a manga dele e, com uma voz manhosa, implorou: — Sr. Enzo, por favor, perdoe minha mãe. Ela só queria me ajudar. Eu realmente me machuquei. Na hora em que vi o balde caindo na direção do Lucas, não pensei em nada, só o empurrei. Eu realmente arrisquei minha vida por amor ao Lucas... Lucas, incomodado, franziu levemente as sobrancelhas e a interrompeu: — Srta. Chloe, sou um homem casado. Por favor, tenha mais respeito ao falar. Chloe ficou paralisada. A Sra. Costa, com um sorriso malicioso, olhou para Enzo e disse: — O que meu sábio filho tem a dizer agora? Sua voz estava cheia de sarcasmo. Enzo soltou um riso seco pelo nariz, empurrou a cadeira com força e se levantou, saindo
Quanto mais Chloe pensava, mais irritada ficava. Um plano de sacrifício tão bem arquitetado, e tudo tinha sido arruinado! Ela passou por todo aquele sofrimento à toa, e sua cabeça ainda latejava de dor. Quem foi que revelou o segredo? Apenas ela e seus pais sabiam, além do homem de confiança de seu pai. Esse homem jamais a trairia, então só podia ter sido o operário. Com certeza foi o operário quem a entregou! Um simples operário, como ousou traí-la? Tinha que ter uma coragem absurda! Chloe estava à beira de explodir de raiva e, furiosa, ordenou ao motorista: — Vai atrás daquele operário! Maldito! Por causa dele, passei a maior vergonha! Agora o Lucas me odeia ainda mais! Que saco! O motorista, rapidamente, respondeu: — Sim. Ele ligou o carro e saiu em busca do operário. O operário, já do lado de fora, caminhava lentamente pela estrada. Aquela era uma área de ricos, onde nem ônibus passava, quanto menos um táxi. Ele já estava com as pernas cansadas de tanto andar e não ti
Uma semana depois, Camila estava na sala de restauração, finalizando uma pintura a óleo. Vanessa chegou à Galeria GuBao com um assunto importante para tratar com ela. No entanto, como sabia que Camila não podia ser interrompida durante o trabalho, Vanessa sentou-se tranquilamente no primeiro andar, tomando café, enquanto esperava que ela descesse. Camila só desceu ao meio-dia. Vanessa sorriu ao se aproximar: — Srta. Camila, eu vim pedir sua ajuda em nome da nossa equipe de arqueologia. Camila arqueou levemente as sobrancelhas: — Arqueologia? Desde quando você mudou de área? — Na verdade, não é bem uma mudança, ainda estou no mesmo sistema. Antes eu trabalhava no museu, um emprego que minha mãe conseguiu para mim. Mas sempre amei arqueologia. Eu estudei estruturas de túmulos e armadilhas no exterior. Camila deu um sorriso suave: — E que túmulo é esse? — No Bairro Alto. Descobriram o túmulo de um nobre e estão realizando uma escavação de emergência. Há muitos murais
Lucas olhou para o relógio e disse: — Eu vou com você. Camila franziu a testa, confusa. Depois de três anos de casamento, eles sempre mantiveram uma relação respeitosa, sem muita proximidade. Agora, após a confusão sobre o divórcio, parecia que estavam mais próximos do que nunca, como um casal recém-casado. Camila refletiu por um instante e disse: — Eu vou a trabalho. Em dois dias não vou conseguir terminar. No mínimo, ficarei lá por uns dez dias ou duas semanas. Você está sempre tão ocupado, não precisa perder tempo comigo. Lucas ponderou por um momento: — Então vou mandar mais alguns seguranças para te proteger. Quatro são suficientes? Camila ficou surpresa. Isso era exagero demais! Ir restaurar uma pintura com quatro seguranças de terno ao seu redor? Só de imaginar, já sentia dor de cabeça. — Levo só um. Estou indo para uma escavação arqueológica, não para uma guerra. Ninguém leva seguranças, e eu vou levar? Vai parecer arrogância. Não pega bem. — No mínimo doi