Camila assentiu, seus belos olhos marejados e brilhantes olhando para ele: — Eu acredito em você. Os cantos da boca de Lucas se curvaram em um leve sorriso. Por um instante, ele teve vontade de abraçá-la, mas, por conta dos funcionários por perto, conteve-se. Ele segurou a mão dela firmemente entre as suas e disse: — Quando chegar em casa, me liga. Se quiser comer alguma coisa, peça para Renata preparar. Em outro dia, quando eu tiver mais tempo, saímos para jantar. Camila concordou: — Tudo bem. — Vai para casa, então. Ele soltou a mão dela. — Tá bom. Camila se virou para ir embora, mas parou de repente, seu olhar endurecendo ao ver Enzo e Daulo se aproximando apressados. De longe, o olhar afiado de Enzo já a perfurava como uma lança gelada, atingindo seu coração como uma estaca de gelo. Camila sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Daulo, por outro lado, tinha um olhar que parecia uma lâmina, cortando sua pele com um desconforto insuportável. Algumas pessoas ti
Chloe estava deitada na maca do hospital, os olhos bem fechados, o rosto pálido. O capacete de segurança já havia sido removido. Com o cabelo caindo sobre a testa, era impossível ver a gravidade dos ferimentos a olho nu. Daulo, ao vê-la sair da sala, largou o que tinha nas mãos e correu em sua direção, agarrando sua mão e gritando: — Chloe! — Por favor, dêem passagem. — Pediu a enfermeira, empurrando a maca em direção à sala de emergência. Daulo imediatamente correu atrás. O resultado da tomografia do cérebro levaria dez minutos para sair. Lucas permaneceu parado, esperando pelo resultado ali mesmo. Afinal, ele estava envolvido no ocorrido. Enzo observava a direção para onde levavam Chloe, e com um tom de reprovação, disse: — Veja o quanto a Chloe é boa para você, arriscando a vida para te salvar. Se não fosse ela te empurrando, quem estaria deitado lá agora seria você. Lucas respondeu friamente: — Eu não pedi para ela me proteger. A raiva de Enzo começou a subir.
Elisa despertou completamente de uma vez:— Como é? Ele tá se metendo com aquela vadia de novo? — Dessa vez é um pouco diferente... — Ah, não vem passar pano pra ele! Ele tá pedindo é uma surra. Vou te mandar o número do Carlos agora mesmo. — Tudo bem. Camila anotou o número de Carlos e ligou para ele. O celular mal tocou uma vez e ele atendeu. — Desculpe incomodar a essa hora, Sr. Carlos. — Disse Camila educadamente. Carlos, com sua voz cortês, respondeu: — Não tem problema. O que posso fazer por você? — Eu gostaria de saber se o Lucas está com você. Carlos, em tom levemente apologético, disse: — Está sim, um momento, vou passar o telefone para ele. — Obrigada. Pouco depois, a voz de Lucas veio pelo celular: — Meu celular ficou sem bateria e desligou. Por que você ainda está acordada? Camila, segurando o celular, respondeu: — Você não voltou para casa, eu fiquei preocupada. Lucas fez uma breve pausa e disse: — A Chloe ainda não acordou, não posso sa
Lucas estreitou levemente os olhos e perguntou: — Sua irmã acordou? Carlos lembrou-se das palavras de Chloe e ficou irritado: — Já faz tempo, acordou com a língua afiada, não parece nada com alguém que ficou inconsciente a noite toda. Lucas percebeu o tom enigmático e indagou: — Aconteceu alguma coisa? Carlos não explicou diretamente e disse: — Aquele operário que jogou o balde de ferro na obra ontem, manda alguém investigar. Talvez seja útil no futuro. Lucas captou de imediato a ênfase na palavra "jogou". E ao lembrar-se do comportamento de Daulo, Ana e os outros na noite anterior, começou a entender o que estava acontecendo. — Valeu. — Disse Lucas, virando-se para ir embora. Dentro do carro, Lucas ligou para seu assistente e ordenou: — O operário que jogou o balde de ferro ontem à tarde, na obra, investigue-o. Vá você mesmo e mantenha isso em segredo. Ninguém pode saber, talvez eu precise disso depois. Lucas deu ênfase ao verbo "jogou". O assistente, que já tr
Pensou consigo mesma. Esse homem estava cada vez mais habilidoso. Inicialmente, Camila estava bastante irritada por ele não ter voltado para casa à noite, mas bastaram poucas palavras para que ele a convencesse pela metade. Ela estava, de fato, completamente em suas mãos. Talvez amar alguém seja assim mesmo. No amor, quem mais se importava era sempre o perdedor, como se ele estivesse ali parado, sem fazer nada, e ainda assim fosse capaz de atravessar seu coração. Bastava um beijo de Lucas, e ela já esquecia muitas de suas mágoas. Três dias depois. Sra. Costa ligou, convidando Camila e Lucas para jantar em sua casa no sábado. Desde o retorno do funeral da avó, Camila não via Sra. Costa e estava com saudades, então aceitou o convite imediatamente. Chegou o sábado, e, antes mesmo de anoitecer, Camila pediu ao motorista que a levasse mais cedo. Desta vez, o sentimento era completamente diferente da última visita. Da última vez, Camila estava ali para discutir o divórcio, despe
Chloe ficou inquieta, sentindo-se culpada ao ouvir a palavra “operário”. Era uma palavra que a deixava nervosa, com medo de que Lucas tivesse mandado chamar o operário para incriminá-la. A cadeira em que estava sentada parecia cheia de espinhos; quase não conseguia se manter no lugar. Mas essa sensação de pânico durou pouco. Logo se acalmou, lembrando-se de que o operário fora pago para se manter em silêncio, e fora contratado por seu pai. Apenas um pequeno grupo de pessoas sabia sobre o ocorrido, e Lucas não tinha como descobrir. “Esse telefonema dele foi apenas coincidência”, pensou consigo mesma, tentando se tranquilizar. “Com certeza é só coincidência.”Lucas terminou de dar as instruções ao assistente, desligou o telefone e o colocou sobre a mesa. Enzo, curioso, olhou para ele e perguntou: — Por que diabos você chamou um operário do nada? Lucas, com uma expressão serena, pegou o garfo e colocou um pedaço de comida no prato de Camila. Com toda a calma do mundo, respondeu: — V
Enzo disse: — Foi a mãe dela que ameaçou se matar para forçar Chloe a terminar com Lucas. Além disso, mandou pessoas levarem ela para o exterior, vigiando-a 24 horas por dia. Não foi escolha da Chloe. A Sra. Costa soltou uma risada fria: — Tal mãe, tal filha. Eu não acredito que uma pessoa viva possa ser mantida presa assim. Pergunte a ela: se Lucas ainda estivesse na cadeira de rodas, será que ela se aproximaria dele? Claro que não! Chloe levantou a cabeça, os olhos cheios de lágrimas, e disse: — Eu faria isso sim. Vovó, eu amo Lucas mais do que a mim mesma. A Sra. Costa revirou os olhos: — Não venha com essa conversa para o meu lado, eu não caio nessa. Enzo tentou manter a calma: — Mãe, isso é pura teimosia da sua parte. A Sra. Costa bufou: — Eu acho que é você que está distorcendo as coisas! Camila virou a cabeça e olhou para Lucas com um olhar significativo. Não era de se surpreender que ela estivesse pensando nisso. A declaração de Chloe, dizendo que amava
Chloe não acreditava no que estava vendo e esfregou os olhos com força. Era verdade! O operário à sua frente era o mesmo que havia jogado o balde de ferro da obra no chão aquele dia. Foi seu pai que pagou alguém para suborná-lo, permitindo que ela encenasse um ato de heroísmo para conquistar o coração de Lucas. Mas agora, aquele mesmo operário estava na sala da Mansão Hipicus. Acabou! Na cabeça de Chloe, só havia um pensamento: foi descoberta! Embora fosse uma tarde de primavera, quente e agradável, ela sentia como se tivesse caído em um poço de gelo. Seu corpo inteiro tremia de frio. Ela queria pular sobre o operário e estrangulá-lo. Assim, poderia eliminar a única testemunha. Arrependeu-se profundamente de ter sido tão confiante e descuidada antes. Deveria ter previsto isso e se preparado, mas perdeu a oportunidade. Lucas lançou um olhar frio para Chloe e disse: — Srta. Chloe, não tem nada a dizer? O corpo de Chloe, incluindo sua língua, estava rapidamente se petrif