Era o mesmo homem que haviam visto no saguão, aquele com os olhos tão parecidos com os de Pedro.Camila ficou atônita. De perto, os olhos do homem pareciam ainda mais com os de Pedro, praticamente idênticos. Mas era só isso que se assemelhava: o nariz, o formato do rosto, a cor da pele, a altura, tudo o mais era diferente.Em suas lembranças, Pedro era um jovem magro e pálido, com uma beleza delicada, como se tivesse saído de um mangá. Já o homem à sua frente tinha a pele mais morena, corpo atlético e forte, cabelo bem curto e traços marcantes e angulosos. Todos os sinais de masculinidade estavam ali, claramente definidos. Ele era um homem maduro, de uma beleza forte e afiada.Os olhos de Vanessa brilharam novamente, e ela murmurou, admirada: — Que jovem bonito e estiloso, esse Mestre.O homem se levantou da cadeira e caminhou em direção a elas, com passos largos e decididos. Camila ficou imóvel, observando fixamente os olhos dele. Aqueles olhos eram como uma chave que abria as porta
Embora a voz desse Pedro fosse bem diferente do Pedro em sua mente, Camila teve a impressão de que aquela chamada, há pouco, era do Pedro de antes.Ela ficou parada por um instante, levantou a mão e enxugou os olhos. Ao virar-se, encarou aquele rosto afiado e atraente. Era um rosto completamente diferente do de Pedro.Ela retomou a compostura e, sorrindo, perguntou: — Sr. Pedro, me chamou?Pedro pegou um cartão de visita da caixa em cima da mesa e se aproximou dela: — Este é meu cartão. Caso precise de algo no futuro, pode me contatar diretamente.Camila estendeu as mãos para pegar o cartão e disse: — Certo.— Nós temos um grupo de colecionadores de alto nível, incluindo apreciadores de pinturas a óleo. Se algum cliente precisar de restauração, podemos te procurar? Camila sorriu: — Claro, podem.Pedro esboçou um sorriso discreto: — Combinado, então. Te ligo depois. — Combinado. Camila guardou o cartão em sua bolsa.Saíram. Enquanto estavam no elevador, Vanessa virou a ca
Lucas riu com a provocação dela e, estendendo a mão, bagunçou o cabelo de Camila: — Olha só você, toda confiante agora.Camila, fingindo estar ofendida, perguntou: — Isso é um elogio ou uma crítica?— Claro que é um elogio. Camila revirou os olhos para ele: — Não sou boba.Ela terminou a frase e pegou um pedaço de carne com o garfo, colocando-o na boca dele. Lucas mastigou devagar, engoliu e perguntou: — Vendeu aquela pintura que restaurou dias atrás?— Sim, encontrei um comprador interessado. Comprei uma obra em pedaços por dez mil reais e a vendi por doze milhões, o pagamento foi feito na hora. Lucas, jogando o jogo, a elogiou: — Lucro de mais de doze milhões, um verdadeiro negócio. Você é incrível!Camila colocou os talheres na mesa, clareou a garganta e, com um olhar firme, disse: — Vou ganhar muito dinheiro daqui para frente, para ser digna de você.Lucas sorriu, pousando a mão sobre a dela: — Você já é mais que suficiente para mim. Não precisa se esforçar tanto.
Lucas tinha certeza de que Camila estava encobrindo Pedro Costa. No dia do enterro da avó dela, Lucas mesmo tinha visto Pedro Costa duas vezes. Pedro Costa estava lá, sem qualquer cerimônia, parado na beira da ponte quebrada, do outro lado do lago, olhando para Camila de longe. O olhar dele, tão carregado de emoção, atravessava qualquer distância, montanha ou mar.Quando a mão de Camila se machucou, logo em seguida, a mão de Chloe também foi esmagada, da mesma maneira, na mão esquerda, com quatro dedos feridos. Chloe deu um tapa em Camila, e naquela mesma noite, seu próprio rosto ficou tão inchado que parecia uma cabeça de porco. Se Pedro Costa realmente estivesse morto, como explicar todas essas coincidências?A única explicação razoável era: Pedro Costa não tinha morrido, ele apenas tinha mudado de identidade, se transformando em Pedro Souza. Ou, então, Camila estava mentindo. Diante dessas duas hipóteses, Lucas preferia acreditar na primeira.Toda vez que o nome “Pedro” era me
Camila sentiu um frio na espinha e lentamente virou a cabeça. Viu Lucas parado logo na entrada do banheiro, com sua postura imponente, observando-as com um olhar sereno e imperturbável. Foi então que Camila percebeu por que Chloe tinha se aproximado de seu ouvido e sussurrado aquelas palavras provocativas. Ela queria que Camila reagisse e partisse para a briga. Da última vez, Lucas tomou o lado de Camila porque Chloe havia começado a briga. Mas desta vez, Camila foi quem deu o primeiro golpe. Camila ficou quieta, observando Lucas, esperando uma reação. Ele permaneceu em silêncio, com os lábios apertados, olhando-as friamente. De repente, Camila percebeu que, ao ficar em silêncio, ele já estava do lado dela. Afinal, desta vez, ela havia começado. E como o Grupo Costa e o Grupo Miranda eram parceiros de negócios, havia limites para o quanto Lucas poderia ser explícito em suas ações. Camila entendeu a situação e lançou um olhar frio para Chloe: — Você é muito estranha. Ele é
Chloe saiu do restaurante com o rosto coberto e um semblante sombrio, seguindo Carlos de má vontade. Assim que saíram pela porta, ela começou a reclamar: — Você ainda é meu irmão de verdade? Meu rosto está assim por causa do tapa de Camila, e você não fez nada para me defender, só me puxou para sair? Carlos virou-se para olhar para o rosto dela. No rosto pálido, cinco marcas vermelhas de dedos estavam bem visíveis. Seu olhar escureceu enquanto perguntava: — O que você disse para ela? Para ela te bater com tanta força assim? Chloe bufou, indignada: — Eu só disse que a avó dela morreu na hora certa, só para impedi-la de se divorciar, como se tivesse planejado tudo. Isso é tão ruim assim? Ela queria provocar Camila para que ela reagisse fisicamente, assim ganharia a simpatia de Lucas. Mas, para seu azar, Camila foi quem começou a briga desta vez, e Lucas não tomou o seu lado. O plano de Chloe falhou, deixando-a irritada e frustrada. Carlos sorriu levemente, mas com um tom
O vento soprava forte sobre o rio, cujas águas se agitavam violentamente. Ao redor, uma densa floresta se estendia, envolvendo tudo em um silêncio quase assustador, sem qualquer sinal de vida humana. Camila, olhando pela janela do carro para a água turbulenta do rio, perguntou, intrigada: — O que estamos fazendo aqui? — Desça do carro. — Disse Lucas, empurrando a porta e saindo. Camila o seguiu. Lucas entregou a chave do carro para ela:— Me ajuda a pegar uma coisa no porta-malas. Camila, confusa, pegou a chave e foi até a parte de trás do carro. Quando abriu o porta-malas, seu coração deu um salto de surpresa e admiração. O porta-malas estava abarrotado de rosas vermelhas. Eram rosas lendárias. Pétalas do tamanho de uma tigela, com uma textura aveludada, de um vermelho intenso e sedutor, com bordas levemente queimadas, ao mesmo tempo exuberantes e elegantes. Que coisa mais linda. Lucas, com uma mão no bolso, estava encostado no carro de forma relaxada, seu corpo alt
Lucas deixou que uma luz passasse rapidamente pelos olhos e se ergueu sobre ela. Ele apertou os lábios e a encarou em silêncio por um bom tempo. Abaixando a cabeça, deu um beijo leve na ponta do nariz dela e murmurou: — Palavra dada tem que ser cumprida. Camila respondeu com um simples sim. Lucas franziu o cenho, insatisfeito com a atitude dela: — Muito vago... fala de novo. Camila quase riu. Era óbvio que ele tinha o controle da situação, mas fingia como se ela não o quisesse. Pensando melhor, ela ergueu os braços e os colocou ao redor do pescoço dele. Aproximou os lábios do ouvido de Lucas e, quase sussurrando, disse: — Muita gente gosta de você porque você é bonito, tem dinheiro, poder e charme. Mas algumas pessoas gostam de você porque já te viram nos momentos difíceis e sentiram pena. Elas se sentaram ao seu lado em silêncio, dispostas a te oferecer um ombro e um doce. Os olhos de Lucas endureceram. Ele segurou o rosto dela entre as mãos, pressionando sua testa