Camila realmente tinha dado um tapa em Chloe no dia anterior, mas foi só em um lado do rosto, e o inchaço não era tão grave assim. Era evidente que alguém a tinha batido novamente. Ela encontrou o número de Elisa e ligou: — Elisa, o que aconteceu com o rosto de Chloe? Elisa caiu na gargalhada. Riu por um bom tempo antes de finalmente conseguir responder: — Ontem à noite ela foi ao bar beber, ficou até tarde e, no caminho de volta, foi parada, arrancada do carro e levaram uma surra. Ela tinha um segurança, mas o segurança também foi nocauteado. Ai, não aguento, deixa eu rir mais um pouco! Camila esperou ela terminar de rir e perguntou: — Chamaram a polícia? — Chamaram. A polícia verificou as câmeras, mas o monitoramento naquela área estava quebrado, então não conseguiram avançar. Camila suspirou aliviada em silêncio. Não importava quem tivesse batido em Chloe. O inimigo do seu inimigo era seu amigo. Ela ficou quieta por um momento e perguntou: — Você foi vê-la? Na ve
A pintura da última vez ainda não tinha sido restaurada quando o caso foi solucionado. Camila perguntou, intrigada:— Por que essa pintura ainda não foi restaurada depois de tanto tempo? Vanessa deu uma risadinha e explicou: — Um objeto roubado precisa passar por vários processos. Primeiro, ele é transferido para o Tesouro Nacional, depois é encaminhado ao museu. No museu, os especialistas precisam avaliá-lo, estudá-lo e, então, os restauradores preparam um plano de restauração. Esse processo leva dois ou três meses. Desta vez, fomos orientados a convidá-la para participar da restauração junto com outros especialistas, já que foi você quem revelou a obra. E, claro, isso também foi ideia do meu irmão. Camila compreendeu. Daniel estava agindo em seu favor. Mesmo que restauradores particulares façam um trabalho excelente, sempre há uma certa desconfiança sobre a origem do semi-profissional. Participar de uma restauração oficial poderia dar mais credibilidade ao seu nome, embora el
Os dois chegaram ao estacionamento e entraram no carro. Camila colocou o cinto de segurança e, curiosa, perguntou: — O que você veio fazer no museu? Lucas ligou o carro e respondeu de forma casual: — Fui para o exterior tratar de negócios e, aproveitando a viagem, comprei algumas obras de arte que doei ao museu. Camila olhou para ele com respeito: — Agradeço, em nome do país. Lucas a olhou de soslaio, sem grande entusiasmo: — Fazem só alguns dias que não nos vemos e você já está falando comigo de forma tão formal? Não me coloque nesse pedestal. Doar obras de arte aumenta a visibilidade da empresa e ainda proporciona uma boa redução de impostos. Camila ficou em silêncio por um momento, olhando para o perfil bonito e sério dele, antes de sorrir: — Você está se tornando cada vez mais um empresário de verdade. Lucas curvou os lábios em um leve sorriso: — Está me chamando de mercenário? Camila deu um sorriso tranquilo: — Não ouso tanto. — Onde quer comer? — Ta
Chloe deu uma risadinha sarcástica: — E daí que você é mais calma? Sem um bom pai, não adianta nada. Eu soube nascer melhor que você, sabia? Nascer bem é uma habilidade, e eu já ganhei de você desde o meu primeiro dia de vida!Camila soltou uma risada de raiva: — Antes eu até tinha uma pontinha de inveja de você, mas agora vejo que é digna de pena. Sem seu pai, você não é absolutamente nada!Para Chloe, que se considerava uma filha favorita do destino, aquelas palavras eram uma ofensa imperdoável. Com raiva acumulada, ela perdeu o controle e tentou chutar a perna de Camila.Camila rapidamente recuou, quando ouviu passos rápidos se aproximando. Em um piscar de olhos, a visão escureceu por um instante, e ela se viu sendo puxada por uma figura alta e forte para um abraço protetor.Chloe errou o chute e ficou boquiaberta ao ver o homem que parecia ter surgido do nada. Camila sentiu o perfume masculino familiar, fresco e amadeirado, com uma leve nota de tabaco. Quando olhou para cima, r
— Chloe! — Gritou Daulo, lançando um olhar gelado e de soslaio para Camila antes de sair apressadamente atrás da filha.O pequeno jardim voltou a ficar em silêncio.Camila estendeu os braços e abraçou Lucas em silêncio. Seu coração estava tumultuado, e um nó parecia subir pela garganta, sufocando suas palavras. Ela enterrou o rosto no peito dele, e as lágrimas, antes contidas, começaram a cair sem parar.Naquele momento, tudo o que ela sentia era apego, uma recusa silenciosa de deixá-lo ir, de se separar dele. Seus braços apertaram ainda mais a cintura dele, num abraço apertado e desesperado, embora seu coração se sentisse fraco.Sentindo a umidade da camisa, Lucas ergueu o queixo dela suavemente: — Está chorando?Camila não respondeu, apenas corou e encostou o rosto na camisa dele novamente.— Não chore mais, senão seus olhos vão ficar inchados.A voz de Lucas era suave, quase paciente, tentando confortá-la.Camila sentiu a garganta apertar ainda mais: — Por que é tão bom para mim
Camila sentiu as lágrimas se acumularem nos olhos, emocionada ao ponto de quase chorar. Sem poder recusar, sentou-se ao lado de Beatriz e começou a escolher com seriedade. Ela gostava de modelos simples e elegantes, então escolheu um vestido branco ajustado ao corpo, com uma longa cauda, de tecido leve e branco como nuvens.Beatriz pegou o mouse e perguntou: — Tem certeza que é esse?— Sim, obrigada, mãe. — Respondeu Camila.— Então, vou chamar alguém para tirar suas medidas. Amanhã já mando fazer o molde, porque vestidos de noiva levam tempo.— Tudo bem.Beatriz chamou a assistente para entrar. Camila levantou a cabeça e olhou ao redor do escritório. Era também o ateliê de Beatriz, espaçoso e bem iluminado, com muitas belíssimas peças de vestido de noiva expostas em manequins ao longo das paredes. A paixão de uma mulher por vestidos de noiva é algo natural, e Camila, sem perceber, se aproximou. A visão real era muito mais impactante do que os esboços. Camila achou todos os vest
Camila trocou de roupa e saiu do provador. A assistente estava tirando suas medidas, garantindo precisão em cada parte do corpo. Quando terminou, Camila caminhou até o sofá e sentou-se, baixando os olhos para o celular. No provador, ela tinha tirado algumas fotos suas com o vestido de noiva, querendo guardar a melhor como lembrança. No entanto, quanto mais olhava, mais achava todas bonitas, e não conseguia decidir qual deletar.Lucas lançou um olhar de lado, viu as fotos e sorriu: — Gostou tanto assim? Que tal fazer um álbum de fotos de casamento?Camila ergueu os olhos do celular, surpresa. Aquele olhar parecia dizer: já estão se divorciando, para que tirar fotos de casamento?Lucas levantou a mão e bagunçou o cabelo dela: — Se quer tirar fotos, tire. Não se preocupe tanto com as coisas. Amanhã é sábado, eu tenho a tarde livre. Quando terminar meus compromissos, passo para te buscar. Fechado.Beatriz trouxe um copo de leite e o entregou a Camila: — Ao lado daqui tem um estúdio
Chloe ficou parada no mesmo lugar, com um olhar sombrio fixo em Camila. Demorou alguns segundos antes de se afastar. Quando Camila terminou a maquiagem e saiu para a área de espera, avistou Chloe sentada ao lado de Lucas, bem próxima a ele, sorrindo e falando baixinho, em tom íntimo. Não conseguia ouvir o que diziam de onde estava. Sentiu um incômodo no peito e apressou o passo para chegar até eles.Chloe, percebendo sua aproximação, elevou a voz de propósito: — Lucas, você e a Srta. Camila já estão se divorciando. Por que ela ainda insiste em tirar fotos de casamento com você?Lucas respondeu friamente: — Fui eu quem quis tirar as fotos.Chloe ficou sem resposta por um momento, mas insistiu: — Mas você nunca gostou de tirar fotos. Chloe lembrava-se das vezes que pedira a ele para tirar uma foto juntos, e ele sempre recusava, dizendo que não gostava de ser fotografado.Lucas ergueu o olhar e viu Camila, radiante em sua maquiagem, vestindo um vestido de noiva branco enquanto se