A Sra. Costa veio recebê-la com um sorriso afável, saudando-a calorosamente: — Camila, você chegou!Camila respondeu com doçura: — Oi, vovó.— Isso, sente-se. A Sra. Costa puxou-a carinhosamente pela mão até o sofá. Seus olhos rapidamente desceram para o ventre ainda plano de Camila, e ela perguntou, em um tom misterioso: — Minha menina, já está grávida?Camila balançou a cabeça, sorrindo com um ar de desculpas: — Vovó, eu vou me divorciar do Lucas, me desculpe.A avó congelou, o sorriso desaparecendo de seu rosto, e uma expressão de decepção se espalhou em seus olhos:— Mas não foi você que prometeu há pouco tempo que me daria um bisneto? Faz tão pouco tempo, como é que já mudou de ideia?Camila abaixou o olhar, sem dizer nada. Até houve pouco, ela acreditava que não ter filhos era o melhor. Mas diante dos olhos desapontados da avó, sentia-se profundamente culpada. A Sra. Costa era uma mulher compreensiva. Ao ver a expressão de Camila, ela entendeu parte da situação. Acari
Enzo, com o rosto carregado, disse: — Em guerra, não se deve ter compaixão. Nos negócios, não se pode ter piedade. Sou um empresário, e, como tal, o lucro sempre vem em primeiro lugar. Um comerciante que não prioriza os ganhos não é um bom comerciante. Quanto ao motivo de ter agido assim, eu já expliquei detalhadamente para a Camila alguns dias atrás, e ela concordou na hora.Ao lembrar da humilhação que sofrera naquele dia no café, Camila sentiu um arrepio na nuca. Não queria de jeito nenhum passar por aquilo de novo. Ela afastou suavemente a mão de Lucas, levantou-se e disse a Enzo: — Pai, não... Sr. Enzo, eu gostaria de falar com o senhor a sós.Enzo lançou-lhe um olhar frio e ordenou: — Venha para o escritório.Lucas levantou-se, querendo acompanhar Camila. Ela balançou a cabeça para ele e murmurou: — Não precisa. Lucas apertou a mão dela e disse com voz suave: — Se não estiver se sentindo bem, saia. Não precisa aguentar. Camila assentiu.Eles seguiram para o escritór
A Sra. Costa também se levantou do sofá, olhando para Camila à distância, tentando sorrir, mas sem conseguir. Camila se aproximou e a abraçou em silêncio. Passaram-se alguns minutos antes de ela finalmente dizer: — Vovó, suas pernas doem, lembre-se de tomar o cálcio todos os dias. No inverno, aproveite o sol. No verão, não exagere no ar-condicionado, e evite comer muito melancia. Seu estômago é sensível e não aguenta coisas frias. A Sra. Costa entendeu tudo imediatamente. Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Ela apertou Camila com força e implorou: — Camila, fique. Fique, por favor. Camila sentiu um nó na garganta e respondeu, com a voz embargada: — Vovó, eu... já decidi. A Sra. Costa, em prantos, abraçou-a ainda mais apertado: — Meu amor, a família Costa não foi justa com você, não fomos justos. Eu não quero que você vá embora. O coração de Camila parecia ser perfurado por agulhas de dor:— Obrigada, vovó, por ter cuidado de mim nesses três anos. — Não, quem
O coração de Camila doeu com uma pontada aguda, como se algo a apertasse, trazendo um desconforto insuportável. Ela quis dizer: Vamos desistir do divórcio, não vamos mais nos separar.Mas então se lembrou do que Enzo havia dito: Que ela fora escolhida para ser esposa de Lucas porque Chloe estava fora do país e ela, por coincidência, se parecia com ela. Essa pessoa poderia ser ela, mas também poderia ser qualquer outra que se parecesse com Chloe. De repente, Camila sentiu que não era tão importante assim. Qualquer mulher que tivesse passado três anos ao lado de Lucas, dia após dia, ele sentiria falta da mesma forma. Como quando se cria um gatinho ou cachorrinho e ele de repente desaparece. Certamente sentiria falta por um tempo, mas logo esqueceria. Quando se lembrasse, seria apenas com um suspiro de saudade. Camila se esforçou para segurar as lágrimas, acariciou suavemente o queixo dele e sorriu: — Já está tarde, é melhor você ir. Lucas segurou sua mão: — Eu te levo até o
Camila, de repente, levantou a mão e deu um tapa forte no rosto de Chloe. Aqueles dois anos cuidando de Lucas de perto, fazendo tarefas pesadas, haviam lhe dado uma força que Chloe, uma típica menina mimada, não podia se comparar. Chloe, com o rosto instantaneamente inchado, cambaleou vários passos para trás, só conseguindo se apoiar numa árvore próxima para não cair. Ela segurou o lado do rosto, chorando de dor. Entre lágrimas, Chloe de repente arregalou os olhos e, com um ar de vítima, gritou na direção atrás de Camila: — Lucas, a Srta. Camila me bateu... Camila se virou. Viu Lucas se aproximando a passos largos. Ele carregava na mão esquerda uma grande embalagem de comida, daquelas especialmente feitas para viagem em hotéis. O coração de Camila acelerou. Quando Chloe bateu nela, Lucas podia não ter visto, mas com certeza ele viu quando ela deu o tapa em Chloe. Camila temia que Lucas brigasse com ela, mais ainda que ele defendesse Chloe. Isso a faria sentir-se humilhada
Camila realmente tinha dado um tapa em Chloe no dia anterior, mas foi só em um lado do rosto, e o inchaço não era tão grave assim. Era evidente que alguém a tinha batido novamente. Ela encontrou o número de Elisa e ligou: — Elisa, o que aconteceu com o rosto de Chloe? Elisa caiu na gargalhada. Riu por um bom tempo antes de finalmente conseguir responder: — Ontem à noite ela foi ao bar beber, ficou até tarde e, no caminho de volta, foi parada, arrancada do carro e levaram uma surra. Ela tinha um segurança, mas o segurança também foi nocauteado. Ai, não aguento, deixa eu rir mais um pouco! Camila esperou ela terminar de rir e perguntou: — Chamaram a polícia? — Chamaram. A polícia verificou as câmeras, mas o monitoramento naquela área estava quebrado, então não conseguiram avançar. Camila suspirou aliviada em silêncio. Não importava quem tivesse batido em Chloe. O inimigo do seu inimigo era seu amigo. Ela ficou quieta por um momento e perguntou: — Você foi vê-la? Na ve
A pintura da última vez ainda não tinha sido restaurada quando o caso foi solucionado. Camila perguntou, intrigada:— Por que essa pintura ainda não foi restaurada depois de tanto tempo? Vanessa deu uma risadinha e explicou: — Um objeto roubado precisa passar por vários processos. Primeiro, ele é transferido para o Tesouro Nacional, depois é encaminhado ao museu. No museu, os especialistas precisam avaliá-lo, estudá-lo e, então, os restauradores preparam um plano de restauração. Esse processo leva dois ou três meses. Desta vez, fomos orientados a convidá-la para participar da restauração junto com outros especialistas, já que foi você quem revelou a obra. E, claro, isso também foi ideia do meu irmão. Camila compreendeu. Daniel estava agindo em seu favor. Mesmo que restauradores particulares façam um trabalho excelente, sempre há uma certa desconfiança sobre a origem do semi-profissional. Participar de uma restauração oficial poderia dar mais credibilidade ao seu nome, embora el
Os dois chegaram ao estacionamento e entraram no carro. Camila colocou o cinto de segurança e, curiosa, perguntou: — O que você veio fazer no museu? Lucas ligou o carro e respondeu de forma casual: — Fui para o exterior tratar de negócios e, aproveitando a viagem, comprei algumas obras de arte que doei ao museu. Camila olhou para ele com respeito: — Agradeço, em nome do país. Lucas a olhou de soslaio, sem grande entusiasmo: — Fazem só alguns dias que não nos vemos e você já está falando comigo de forma tão formal? Não me coloque nesse pedestal. Doar obras de arte aumenta a visibilidade da empresa e ainda proporciona uma boa redução de impostos. Camila ficou em silêncio por um momento, olhando para o perfil bonito e sério dele, antes de sorrir: — Você está se tornando cada vez mais um empresário de verdade. Lucas curvou os lábios em um leve sorriso: — Está me chamando de mercenário? Camila deu um sorriso tranquilo: — Não ouso tanto. — Onde quer comer? — Ta