Daulo ficou furioso ao ouvir o relato, mas, diante dos fatos, não havia muito o que fazer. A única solução era agilizar os preparativos para o casamento. Depois de conversarem sobre o assunto, Chloe subiu para o quarto e ligou para Lorenzo.— Lorenzo, minha mãe disse que nossas famílias devem se encontrar amanhã à noite para conversar sobre o casamento. — Disse Chloe.Lorenzo reagiu de forma fria:— Casamento? Que casamento?Chloe ficou surpresa:— Você disse que iria assumir a responsabilidade.— Eu disse isso, sim. Mas não falei nada sobre casamento.Chloe ficou indignada:— Se não vai se casar comigo, como pretende assumir a responsabilidade?Lorenzo respondeu com a voz preguiçosa de sempre:— Com dinheiro.Chloe ficou fora de si de tanta raiva:— Lorenzo, seu filho da puta! Você é um desgraçado, um animal! Seu imbecil!Lorenzo nunca conheceu sua mãe, Luiza, que morreu no parto. Era uma ferida que ele carregava no fundo do coração. Desde pequeno, ele não suportava ouvir ninguém fala
Chloe, com o rosto contorcido de raiva, rasgou o bilhete em pedacinhos. Quando estava prestes a fazer o mesmo com o cheque, Ana a impediu:— Para que jogar dinheiro fora? Dois milhões ainda são dinheiro.Chloe rangeu os dentes:— Eu não vou engolir essa humilhação!— Filha. Eu vou dar um jeito de fazer esse desgraçado pagar caro. Ele está brincando com a minha filha? Está querendo encrenca.Passaram-se mais de dez dias e, para o desespero de Chloe, ela descobriu que estava grávida! Parecia que a maré de azar não tinha fim. Apavorada, ela trocou de celular e ligou para Lorenzo.Quem atendeu foi uma mulher, com uma voz melosa:— Quem é?Chloe ficou confusa:— Esse celular não é do Lorenzo?— É sim, mas ele está no banho. Quer deixar recado?Chloe sentiu o sangue ferver.— Quem é você?A mulher soltou uma risadinha:— A essa hora da noite, com ele no banho... Quem você acha que eu sou?Chloe cerrou os dentes:— Eu sou a namorada dele! Manda ele atender agora!— Ah, que coincidência... Eu
Ao virar a esquina, Chloe avistou duas figuras conhecidas. Lucas estava gentilmente apoiando Camila, enquanto caminhavam em direção ao elevador.Os dois pareciam tão felizes, conversando e rindo. Aquela cena irradiava uma felicidade que queimava os olhos de Chloe. Ela parou, observando as costas do casal. Seus olhos ficaram vermelhos de inveja. Quando a porta do elevador se fechou e eles desapareceram, Chloe mordeu os dentes, furiosa:— Tudo culpa daquela maldita da Camila! Se ela tivesse se divorciado de Lucas antes, Lorenzo nunca teria me procurado. Eu não teria caído nas mentiras dele, não teria engravidado, e não estaria aqui me recuperando de um aborto! Minha mão está destruída, minha vida arruinada, e minha avó ainda está presa. E ela? Ela vive sorridente, vai ter um filho! Eu quero matá-la!Ana, com um olhar sombrio, respondeu:— Eu também quero.— Então vamos fazer isso! — Chloe falou, determinada.Ana arqueou as sobrancelhas:— Você se esqueceu de como machucou sua mão?— Aque
A dor era lancinante. Camila pressionou o ventre com as mãos e, ao olhar para o banco, viu que estava manchado de sangue. Foi como se o céu tivesse desabado sobre ela. Com lágrimas nos olhos, ela acariciou a barriga, repetindo em pensamento:“Meu bebê... por favor, seja forte... seja forte... eu não posso perder você...”Rui também estava gravemente ferido, mas, mesmo assim, lutou contra a dor e conseguiu pegar o celular para ligar para a polícia:— Alô, preciso de ajuda. Sofremos um acidente perto de Monte Verde, em um cruzamento...Rapidamente, os seguranças abriram a porta do carro. Um deles ajudou Camila a sair e a colocou em outro veículo. Outros abriram uma maca dobrável para colocar Raquel, enquanto Rui também era levado para o outro carro.Dois seguranças ficaram no local para cuidar dos trâmites do acidente, enquanto o restante da equipe partiu em alta velocidade rumo ao hospital com Camila, Raquel e Rui.Os seguranças dirigiam rápido, cortando o trânsito. Quando chegaram ao h
Lucas ficou em silêncio por um longo tempo. Então, ergueu a mão e acariciou com ternura o rosto pálido de Camila, falando suavemente:— Calma, meu amor. Divórcio é uma decisão muito séria. Não tome decisões no calor do momento.Camila abaixou o olhar:— Eu estou calma, Lucas. Esses últimos três dias, foi tudo o que eu pensei.Vendo a firmeza em sua voz, Lucas percebeu que não seria fácil convencê-la. Seu coração doía, como se estivesse sendo perfurado por mil agulhas. Ele fechou os olhos por um breve momento, tentando controlar as emoções que o consumiam. Quando os abriu novamente, sua expressão era neutra.— Vou lá fora fumar um cigarro. — Disse Lucas, com a voz baixa.Camila apenas murmurou um "sim". Lucas se levantou, ajeitou a gola do roupão dela e puxou o cobertor até o queixo, cobrindo-a com cuidado antes de sair do quarto. Ao abrir a porta do quarto, encontrou Maria, que vinha chegando com uma garrafa térmica nas mãos.— Lucas, para onde você está indo? — Perguntou Maria, intrig
Houve um tempo em que Camila acreditava que o amor era tudo. Apenas alguns meses antes, quando Lucas lhe pediu o divórcio, ela sentiu como se o mundo estivesse desmoronando ao seu redor. Mas agora, diante da morte, o amor parecia insignificante.Com a voz firme, Camila declarou:— Já decidi. Vou me divorciar.Os olhos de Maria se encheram de lágrimas. Ela hesitou por um momento, então disse:— Na verdade, sua avó poderia ter vivido mais alguns meses, se ela não tivesse desligado os aparelhos sozinha. O casamento de vocês foi a última coisa que ela quis garantir com a própria vida.Camila sentiu uma dor aguda em seu peito. Ela mordeu os lábios, tentando segurar as emoções. Depois de um longo silêncio, ela finalmente falou:— Eu já suspeitava... por isso me esforcei tanto para manter meu casamento com Lucas. Eu sabia que não era o momento ideal para engravidar, mas fiz isso para tentar salvar o casamento. Agora, com o bebê perdido, não há mais razão para continuar. A morte do bebê não é
Pedro franziu as sobrancelhas de repente. Passaram-se vários minutos. Ele respirou fundo, tentando conter a emoção, e perguntou com a voz rouca: — Ela está bem? — Não. — Lucas esmagou o cigarro entre os dedos, sem sequer notar que a brasa queimava sua pele. Pedro insistiu, teimoso:— Onde ela se machucou? — No coração. — E o corpo? — Perdemos o bebê. — Lucas levou a mão ao rosto, apertando com força o osso do nariz, desviando a resposta. — O nosso filho se foi. Uma sensação de afogamento tomou conta de Lucas, o peito doía como se estivesse sendo rasgado por dentro. Como isso pôde acontecer? Era o primeiro filho deles. O único laço que ele tinha para mantê-la ao seu lado. E agora estava perdido. Ele havia perdido o filho, e agora estava à beira de perder também a esposa, a mulher com quem ele contava para seguir em frente. A dor revirava seus órgãos, como se estivessem sendo torcidos. Nesse momento, o assistente atendeu uma chamada e se aproximou. O assistente pegou o ci
Chloe observou o carro de Lucas avançar a toda velocidade, vindo diretamente em sua direção. Chloe ficou paralisada, os olhos arregalados e a boca aberta, soltando um grito agudo. O instinto lhe dizia para fugir, mas suas pernas tremiam tanto que ela não conseguia dar um passo sequer.Ela caiu sentada no chão, apavorada, o corpo tremendo como uma folha ao vento. Viu o carro se aproximando cada vez mais, mas não conseguia escapar. Fechou os olhos, esperando pelo pior.O som dos pneus chiando contra o asfalto ficou mais alto, quase ensurdecedor. Mas o impacto esperado não aconteceu. Em vez disso, ouviu o som agudo de freios sendo acionados, um após o outro, cada vez mais próximo.Chloe abriu os olhos instintivamente e viu outro carro surgindo do nada, bloqueando o caminho de Lucas. Ela estava salva, pelo menos por enquanto. Com o alívio, percebeu que seu coração batia tão forte que parecia prestes a explodir. Estava completamente encharcada de suor. Tentou se levantar, apoiando as mãos