No dia seguinte, logo pela manhã, Camila resolveu ir ao shopping comprar algumas roupas para o bebê.O sentimento de se tornar mãe pela primeira vez sempre traz uma certa empolgação. Antes mesmo do nascimento, já tinha vontade de preparar tudo para o pequeno. Camila, no entanto, era mais tranquila. Só agora, um dia depois, começou a se sentir animada. Não chegava a ser tão exagerada quanto Lucas.Antes, quando Camila saía, sempre era acompanhada por Raquel. Agora, com a gravidez, Lucas tinha contratado mais um segurança, Rui. Assim como Raquel, Rui também era um guarda-costas treinado.Além deles, Renata também a acompanhava de perto, sempre pronta com todos os itens necessários para uma gestante.Era estranho para Camila andar pelo shopping com três pessoas a seguindo. Não estava acostumada com tanta proteção, mas não conseguia vencer a teimosia de Lucas. Ele estava tão preocupado que, se pudesse, a carregaria no colo, com medo de que ela tropeçasse ou caísse e machucasse o bebê.Cami
Chloe já não tinha grandes esperanças de reconquistar Lucas. Seu objetivo agora era simples: destruir o casamento de Camila e Lucas. Se ela não podia ser feliz, eles também não seriam.Camila percebeu que Chloe não parava de encará-la de maneira mal-intencionada, com os olhos presos em sua barriga. Sentiu-se cada vez mais irritada. Com uma voz gélida, repetiu:— Vou dizer mais uma vez, saia daqui. Você não entende quando alguém fala com você?Chloe, porém, não estava disposta a sair assim tão fácil. Afinal, tinha encontrado Camila em um banheiro sem câmeras, com os seguranças do lado de fora. Um lugar perfeito para fazer alguma coisa.Com um tom venenoso, Chloe começou a provocá-la:— Vocês, pobres, são todos iguais. Primeiro foi sua avó, que, para impedir o divórcio, escolheu morrer no dia em que vocês iam se separar. Agora você, usando a gravidez para prender o Lucas. Que nojo! Sua família, de geração em geração, sabe ser baixa. Uma estratégia mais repulsiva que a outra...Antes que
Camila soltou o cabelo de Chloe, bateu as mãos e foi até a pia. Abriu a torneira e começou a lavar as mãos. Colocou sabão e esfregou várias vezes. Lavou três vezes e ainda assim sentia-se suja.De repente, entendeu por que Lucas, após bater em Chloe, lavou as mãos repetidamente. Aquela sensação pegajosa, quase psicológica, era difícil de se livrar. Era como tocar musgo crescido em um canto úmido da parede, ou pior, como esbarrar em um sapo asqueroso.Depois de lavar as mãos cinco vezes, finalmente sentiu-se um pouco melhor.Renata, apressada, tirou alguns papéis-toalha e os entregou a ela, enquanto falava preocupada:— Eu fiquei com medo agora há pouco, pensando que ela ia te empurrar de novo! Senhora, você não pode se descuidar, agora está grávida, precisa tomar mais cuidado.Camila pegou o papel e secou as mãos calmamente, respondendo com leveza:— Não se preocupe. Quando eu era pequena, meu corpo era frágil, então meu avô me ensinou judô por um tempo. Não é muito forte, mas é sufici
Com a nota em mãos, Camila foi até o caixa para pagar. Após concluir a compra, ela se virou para sair e, para sua surpresa, encontrou um rosto familiar. A figura alta e imponente, com feições marcantes, era Pedro.Ele também estava ali para pagar.Camila sorriu educadamente:— Que coincidência. Você também está comprando roupas?Pedro inclinou levemente a cabeça, seus olhos sempre gentis a observando, mas sua voz era calma e distante:— Alguns dias atrás, na casa do Sr. Afonso, seu marido mandou me entregar um terno e uma camisa. Vim comprar algo parecido para devolver.— Não precisa, você me ajudou tanto. Uma roupa não é nada.— Já comprei. Não seria educado pedir para as vendedoras devolverem. Elas já ficam de pé o dia todo.Camila não esperava que ele fosse tão atencioso. E, de fato, ele tinha razão. Nenhum dos dois estava preocupado com o valor de um terno.Camila então sorriu e agradeceu:— Nesse caso, mande alguém entregar para ele depois.Se Camila entregasse pessoalmente, Lucas
Quando Camila se casou com Lucas, havia dois motivos principais. Um deles era o poder da família Costa, que poderia ajudar sua avó a encontrar um doador de rim. Mas o outro motivo... Era aquele olhar sombrio de Lucas, tão parecido com o último olhar que Pedro lhe deu. Ela simplesmente não conseguia resistir àquele olhar.Camila, Renata e os seguranças ficaram parados, esperando pacientemente.Dez minutos depois, Pedro chegou apressado, segurando duas caixas de presente primorosamente embaladas com roupas de bebê. Ele estava ofegante, com os cabelos bagunçados pela corrida. Obviamente, ele havia corrido para chegar a tempo.Quando parou na frente de Camila, Pedro entregou as caixas a ela.Temendo que ela não aceitasse, Pedro já tinha pensado em um pretexto:— Seu marido me deu algumas roupas quando estávamos na casa da família Rodrigues. Isso aqui é apenas um gesto de agradecimento.Camila olhou para as caixas que ele segurava e disse:— Não precisava se incomodar tanto. Você já comprou
As mãos de Chloe tremiam enquanto segurava o celular. Lucas acabara de dizer que ela era nojenta! Antes, ele já a havia chamado de palhaça, mas agora, o insulto havia subido de nível. Ele a considerava repugnante!Chloe estava à beira das lágrimas. Camila a tratou daquela maneira horrível, e ela só se vingou um pouco. Como isso a tornava nojenta? Tomada por raiva e ressentimento, seus dentes batiam de tanto tremor:— Lucas, você sabe o que Camila fez comigo hoje?Lucas apertou os lábios, mas não respondeu.Chloe, com a voz trêmula, continuou:— Eu fui ao shopping hoje, estava comprando roupas, me divertindo. E então ela me agarrou, me jogou em cima de um esfregão sujo de um banheiro público. Depois, ainda me empurrou para dentro de um vaso sanitário! Desde que nasci, nunca passei por uma humilhação assim.Chloe começou a soluçar, sua voz cheia de mágoa. Quanto mais pensava no que havia acontecido, mais injustiçada se sentia. Tudo o que havia feito foi insultar Camila com algumas palavr
Pelo tom de Lucas, ficou claro que ele era ainda mais duro do que Enzo. Enzo, furioso e envergonhado, desligou o telefone com raiva, enquanto as veias em sua testa saltavam de irritação. Ele esfregou as têmporas doloridas e levou alguns minutos para se acalmar.Quando finalmente recuperou a compostura, Enzo olhou para Chloe, agora com uma expressão mais séria:— Chloe, por hoje, é melhor você voltar para casa. Vou cuidar disso depois. Agora estou com um problema urgente para resolver.Chloe cresceu ao lado de Daulo, acostumada a lidar com empresários e suas manobras. Ela sabia bem o que aquelas palavras significavam: “resolver depois” era apenas uma desculpa, uma forma educada de se livrar dela. No fim, a questão seria deixada de lado, e talvez até esquecida. Mesmo querendo insistir, ao notar que Enzo estava realmente ocupado, ela não teve escolha senão sair, decepcionada.Enquanto isso, na Mansão Floresta, Camila havia acabado de chegar. Subiu direto para o banho e lavou-se minuciosam
— Tá bom, já entendi. Da próxima vez, deixo que os seguranças cuidem disso. Não sou de briga à toa. — Disse Camila, rindo.Lucas segurou delicadamente seu rosto e depositou um beijo suave em sua testa:— Seja boazinha. Se não pensar em você, pelo menos pense no nosso bebê.Camila pegou um papel e o entregou a ele:— Escolhe um nome para o bebê.Lucas pegou a lista e deu uma olhada rápida. Seu rosto quase não demonstrou, mas ele franziu levemente a testa.Os nomes para meninas eram aceitáveis. Mas os nomes para meninos... eram simplesmente ridículos. Não combinavam nem um pouco com a pompa e tradição da família Costa. Contudo, ele sabia que Camila estava em um momento delicado. Não podia ser direto e rejeitar a ideia, então sugeriu de forma sutil:— Você não acha que esses nomes são um pouco... diretos demais? — Disse Lucas.A implicação era clara: ele achava os nomes um tanto cafonas.Camila olhou para o papel com seriedade, e depois de alguns segundos, comentou:— Eu acho esses nomes