Quando Camila se casou com Lucas, havia dois motivos principais. Um deles era o poder da família Costa, que poderia ajudar sua avó a encontrar um doador de rim. Mas o outro motivo... Era aquele olhar sombrio de Lucas, tão parecido com o último olhar que Pedro lhe deu. Ela simplesmente não conseguia resistir àquele olhar.Camila, Renata e os seguranças ficaram parados, esperando pacientemente.Dez minutos depois, Pedro chegou apressado, segurando duas caixas de presente primorosamente embaladas com roupas de bebê. Ele estava ofegante, com os cabelos bagunçados pela corrida. Obviamente, ele havia corrido para chegar a tempo.Quando parou na frente de Camila, Pedro entregou as caixas a ela.Temendo que ela não aceitasse, Pedro já tinha pensado em um pretexto:— Seu marido me deu algumas roupas quando estávamos na casa da família Rodrigues. Isso aqui é apenas um gesto de agradecimento.Camila olhou para as caixas que ele segurava e disse:— Não precisava se incomodar tanto. Você já comprou
As mãos de Chloe tremiam enquanto segurava o celular. Lucas acabara de dizer que ela era nojenta! Antes, ele já a havia chamado de palhaça, mas agora, o insulto havia subido de nível. Ele a considerava repugnante!Chloe estava à beira das lágrimas. Camila a tratou daquela maneira horrível, e ela só se vingou um pouco. Como isso a tornava nojenta? Tomada por raiva e ressentimento, seus dentes batiam de tanto tremor:— Lucas, você sabe o que Camila fez comigo hoje?Lucas apertou os lábios, mas não respondeu.Chloe, com a voz trêmula, continuou:— Eu fui ao shopping hoje, estava comprando roupas, me divertindo. E então ela me agarrou, me jogou em cima de um esfregão sujo de um banheiro público. Depois, ainda me empurrou para dentro de um vaso sanitário! Desde que nasci, nunca passei por uma humilhação assim.Chloe começou a soluçar, sua voz cheia de mágoa. Quanto mais pensava no que havia acontecido, mais injustiçada se sentia. Tudo o que havia feito foi insultar Camila com algumas palavr
Pelo tom de Lucas, ficou claro que ele era ainda mais duro do que Enzo. Enzo, furioso e envergonhado, desligou o telefone com raiva, enquanto as veias em sua testa saltavam de irritação. Ele esfregou as têmporas doloridas e levou alguns minutos para se acalmar.Quando finalmente recuperou a compostura, Enzo olhou para Chloe, agora com uma expressão mais séria:— Chloe, por hoje, é melhor você voltar para casa. Vou cuidar disso depois. Agora estou com um problema urgente para resolver.Chloe cresceu ao lado de Daulo, acostumada a lidar com empresários e suas manobras. Ela sabia bem o que aquelas palavras significavam: “resolver depois” era apenas uma desculpa, uma forma educada de se livrar dela. No fim, a questão seria deixada de lado, e talvez até esquecida. Mesmo querendo insistir, ao notar que Enzo estava realmente ocupado, ela não teve escolha senão sair, decepcionada.Enquanto isso, na Mansão Floresta, Camila havia acabado de chegar. Subiu direto para o banho e lavou-se minuciosam
— Tá bom, já entendi. Da próxima vez, deixo que os seguranças cuidem disso. Não sou de briga à toa. — Disse Camila, rindo.Lucas segurou delicadamente seu rosto e depositou um beijo suave em sua testa:— Seja boazinha. Se não pensar em você, pelo menos pense no nosso bebê.Camila pegou um papel e o entregou a ele:— Escolhe um nome para o bebê.Lucas pegou a lista e deu uma olhada rápida. Seu rosto quase não demonstrou, mas ele franziu levemente a testa.Os nomes para meninas eram aceitáveis. Mas os nomes para meninos... eram simplesmente ridículos. Não combinavam nem um pouco com a pompa e tradição da família Costa. Contudo, ele sabia que Camila estava em um momento delicado. Não podia ser direto e rejeitar a ideia, então sugeriu de forma sutil:— Você não acha que esses nomes são um pouco... diretos demais? — Disse Lucas.A implicação era clara: ele achava os nomes um tanto cafonas.Camila olhou para o papel com seriedade, e depois de alguns segundos, comentou:— Eu acho esses nomes
Lucas, como qualquer homem em pleno vigor, estava sofrendo com a falta de intimidade desde que Camila engravidou. E agora, com ela provocando-o daquele jeito, era difícil se controlar. Ele rapidamente a virou, deitando-a com cuidado sob seu corpo, evitando tocar sua barriga. Com um sorriso malicioso, sussurrou:— Sua danadinha, quer brincar com fogo, é?Camila sabia que ele não ousaria fazer nada, então, com uma ousadia divertida, começou a esfregar o pé na perna dele.— E se eu quiser?— Você vai ter que me ajudar. — Respondeu Lucas, com a respiração quente, fazendo suas orelhas formigarem.O coração de Camila disparou diante da provocação. Virou o rosto, fingindo uma pose orgulhosa.— Homens é que devem tomar a iniciativa. — Disse Camila, desafiando-o.Lucas, completamente entregue ao desejo, apertou suavemente a cintura fina dela. Ele queria muito estar com ela, mas sabia que não podia. A gravidez tornava tudo mais delicado. Respirou fundo, tentando se controlar, e finalmente se afa
Descendo as escadas, Lucas segurava Camila com todo o cuidado, atento a cada passo dela, como se temesse que ela pudesse tropeçar a qualquer momento. Camila achava aquilo um exagero, mas deixou que ele continuasse. Afinal, era a primeira vez que ele seria pai, e essa novidade sempre traz um certo entusiasmo. Sabia que em poucos dias essa empolgação diminuiria.Chegaram ao restaurante no térreo. Renata já tinha preparado uma mesa farta, repleta de delícias: leite, tiramisù, sanduíches, ervilhas, ovos, salmão defumado, mix de castanhas e até pitaias cortadas em pedaços. Ela limpou as mãos no avental rapidamente e veio recebê-los com um sorriso aberto, organizando os talheres com cuidado.— Sra. Camila, preparei tudo conforme a receita que o Sr. Lucas me deu. Se quiser algo diferente, pode me passar uma lista que eu dou um jeito. — Disse Renata.Camila observou a variedade de opções na mesa e sorriu suavemente:— Está ótimo, Renata, é tudo do que eu gosto.Renata ficou radiante com o elog
Camila ficou ligeiramente surpresa:— O que foi?Afonso apertou a ponta da camisa com os dedos, visivelmente perturbado:— No dia do meu aniversário, a Chloe, num daqueles seus ataques de birra, te empurrou na água. Naquela época, você já devia estar grávida. Graças a Deus que o Pedro e o Lucas chegaram a tempo. Se não fossem eles... Nem quero imaginar o que poderia ter acontecido.Afonso soltou um suspiro pesado, o medo visível em seu rosto.As palavras de Afonso fizeram Lucas começar a se sentir culpado também. Ele se lembrou do dia em que insistiu para que ela fosse com ele ao hotel aprender a nadar, achando que era apenas um susto passageiro.Camila, que deveria ser a frágil futura mãe, acabou tendo que consolar aqueles dois homens, um velho e um jovem, para tranquilizá-los. Levou algum tempo, mas ela conseguiu.Lucas saiu para o trabalho.Afonso se virou para Camila e disse:— Já que você está grávida, é melhor evitar mexer com cerâmicas antigas. Deixe isso pra lá e pegue algum tr
Uma semana depois, na casa da família Rodrigues.O sol dourado da manhã entrava pela janela.Afonso estava sentado na espaçosa e elegante sala de jantar, tomando café da manhã com Kira. Seu gosto para o café era, digamos, peculiar. Ele adorava um bom cuscuz nordestino, cheio de manteiga, queijo e linguiça. Comia com tanto prazer que o aroma enchia o ambiente.Afonso já tinha devorado dois cuscuz nordestinos, mas, de repente, o sabor parecia mais gorduroso do que de costume. Ele resmungou, irritado:— O café da manhã ainda é daquela padaria? Parece com um gosto estranho hoje.— Sim, da mesma. — Respondeu Kira, empurrando uma xícara de chá avermelhado na direção dele. — Já te falei quantas vezes? Você já passou da idade pra tanta gordura. Aqui, toma um chá de frutas pra tirar esse gosto.Afonso pegou a xícara e deu um gole. Era um sabor azedinho e doce, com um aroma delicioso, e ele até gostou.— Que chá é esse? Muito gostoso! — Perguntou Afonso curioso.Kira sorriu e, bebendo seu própri